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— Por mais que eu não queira que você vá, é melhor levá-la ao aeroporto.
A irmã enxugou o rosto dela com os polegares.
— Ei, nada disso. Estarei de volta em alguns meses, para a sua formatura.
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* * *
O dia que Zander havia esperado durante toda a sua vida finalmente chegara, mas não lhe trouxe paz. Estava enlouquecendo. Imagens do sonho com Elsie o torturavam implacavelmente.
Sua conexão com ela crescia a cada minuto, e, através desse vínculo, ele sentia o conflito dela. Ela mudava de humor, de dor e tristeza para culpa e vergonha, e vice-versa, em uma velocidade estonteante. Ele presumiu que Elsie sofria com a paixão que não apenas acolheu, mas que havia instigado no sonho.
O dia em que descobriu sua Companheira Predestinada era para ser comemorado. Especialmente considerando que havia ocorrido uma maldição sobre acasalamentos no reino por sete séculos.
Zander havia recebido a maior bênção do reino, mas não haveria festas, nenhum grande anúncio ou celebração. A Deusa não havia abençoado uma única alma com seu Companheiro Predestinado por setecentos e quinze anos. Era uma grande notícia e ele desejava dividi-la com seus súditos e lhes dar a esperança que tanto desejavam. O Destino o estava punindo.
Ele havia recebido uma humana como companheira e estava honrado, mas também preocupado com a vulnerabilidade e fragilidade dela. E então havia o fato de que sua companheira estava envolvida com um grupo de vigilantes que odiava o que ela acreditava ser a espécie dele. A cereja do bolo era que seus inimigos mataram o marido dela e ela se recusava a sequer cogitar a ideia de um relacionamento romântico com alguém.
A frustração atingiu Zander. Odiava não saber de nada, mas estava preso por causa do sol. Incapaz de tolerar mais, enviou Orlando para o apartamento de sua companheira.
O guerreiro o informou que seguiu Elsie e sua irmã até o túmulo do falecido marido. Isso explicava a dor dela. Zander ordenou que Orlando se transformasse e ficasse perto dela. Agora, ele estava andando em seus aposentos, esperando por notícias. Quando seus nervos em frangalhos estavam prontos para explodir, o celular tocou.
Ele o pegou da mesinha de centro e deslizou o dedo pela tela para atender a chamada de Orlando.
— Onde ela está agora? O que está acontecendo? Ela está bem? Ela precisa de alguma coisa? — A respiração dele estava entrecortada de ansiedade. Outra emoção que nunca havia experimentado antes da véspera. As últimas vinte e quatro horas provaram ser uma montanha-russa de emoções variadas. Era emocionante.
— Amo, ela está bem. Ela simplesmente deixou a irmã no aeroporto. Fale comigo. Não entendo porque você está tão ligado nesta humana. Claro, precisamos controlar os SOVA. No entanto, parece que há algo mais — disse Orlando.
Pelo telefone, Zander ouviu a agitação do aeroporto. Respirou fundo. Notícias sobre sua Companheira Predestinada não era algo que desejava compartilhar por telefone.
— Volte para Zeum. Estou convocando uma reunião daqui a trinta minutos e preciso de todos aqui.
Ele poderia não ser capaz de contar ao reino, mas precisava informar seus irmãos e guerreiros. Precisaria da ajuda deles para manter sua companheira segura até que eles se acasalassem. Qualquer apreensão que tivesse sobre o legado e o passatempo questionável dela, ele iria acasalar com ela. Ela carregava parte de sua alma como ele carregava parte da dela e finalmente ele estaria completo. E, se a Deusa quisesse, ele seria capaz de conquistar seu coração.
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* * *
Elsie observou a irmã correr pelas portas automáticas do terminal sudoeste no Sea-Tac
. Já sentia falta de Cailyn, mas jurou que não ligaria para a irmã mais de uma vez por dia. Tentada a pedir que Cailyn voltasse, Elsie balançou a cabeça e lembrou a si mesma que não ligaria para sua irmã antes de sua formatura em junho.
Elsie já havia sido um fardo para Cailyn por muito tempo. Sua dor não era algo que ela dividia com Mack ou com os outros dos SOVA. Com eles, ela dividia o vínculo de sobreviver a um ataque de vampiro, mas a dor da perda pertencia apenas a Elsie.
Assuma que é crescidinha e faça o que precisa ser feito, disse a si mesma. Olhou por cima do ombro e sinalizou que ia sair do acostamento. Um homem em um utilitário não estava prestando atenção e cortou a pista ao mesmo tempo, quase batendo nela. Ela pisou no freio e desviou. Sua mão apertou a buzina, que soou, enquanto Elsie amaldiçoava o homem que continuava como se ela não existisse. O carro dela estremeceu quando ela pisou no acelerador.
— Não, não, não, seu desgraçado — praguejou, dando um suspiro de alívio quando o ferro-velho ganhou velocidade ao invés de morrer na estrada. Um problema evitado.
O fato a levou para o desastre que havia criado em seus sonhos. Talvez fosse um pouco dramático, mas sentia culpa e vergonha por seus desejos. Não era idiota. Aquilo era obra de seu subconsciente trabalhando, agindo de acordo com o que seu corpo começou a desejar no momento em que pôs os olhos em Zander.
Não havia como negar que sentia conexão com ele. A conversa dos dois fluía facilmente e ele era um grande ouvinte. Não era apenas o desejo intenso. Zander era um amigo agora. Na verdade, ela se abriu com ele e Orlando, de um modo que só havia feito com Dalton e Cailyn. Um amigo com algumas vantagens, ronronou seu demônio sexual interior. Seu abismo negro criou garras e perfurou sua parede torácica. Ela estava um desastre.
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