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Os seres humanos eram seres frágeis, sem saber que todas as lendas de mitos e fantasias não eram mitos. Como rei vampiro do Reino Tehrex, era seu dever fazer cumprir o decreto da Deusa e proteger os humanos dos demônios e seus seres insurgentes, as escaramuças. Esse trabalho não deixava espaço para muito mais.
Ele balançou a cabeça com o fato de ter se sentido tentado pela mulher e ficou surpreso em ver como era difícil parar de seguir sua tentadora fragrância de madressilva. Claro, poderia fazer sexo com ela e apagar sua existência da memória dela, mas queria mais. Estava cansado de ter namoricos vazios. Era um dos poucos no reino que ainda tinha grandes esperanças de encontrar sua Companheira Predestinada. O fato de seus pensamentos persistirem na fêmea desmentia essas crenças. Era humana e não a pessoa certa para ele.
Tire-a da cabeça, idiota! A ordem caiu em ouvidos surdos enquanto o desejo o consumia.
Como um viciado, ele repetia cada momento, a partir do segundo em que ela havia entrado no estabelecimento. O frio havia deixado o rosto dela corado, e os mamilos estavam retesados sob sua camiseta. Sua audição aguçada havia captado a conversa entre as duas mulheres e ela não estava alheia ao tamanho dos próprios mamilos, mas ele os achou perfeitos, com certeza.
Com um olhar, seu coração disparou no peito, o suor marcou as sobrancelhas e a eletricidade estática percorreu sua pele. As presas haviam atingido dolorosamente a boca. Por um instante, quando seus olhares se encontraram, sua alma se agitou. A fêmea enigmática havia controlado seu corpo naquele momento, e ele teve que fechar os olhos para que o brilho existente neles não revelasse sua verdadeira natureza.
O doce aroma de madressilva que vinha dela ateou fogo em suas veias. Seu membro enrijeceu no momento em que as ondas atingiram suas narinas. O desejo de estar nu e suado com ela tornou-se irresistível. Tanto, que um gemido escapou de seus lábios. Um maldito gemido, além de tudo.
Não queria ouvir o que diria Kyran, que estava naquele momento rindo baixinho ao lado dele. Não que seu pervertido irmão tivesse muito espaço para falar, mas Zander não perdeu o foco. Pela primeira vez em seus setecentos e sessenta e cinco anos de existência, estava lutando para controlar sua mente e corpo.
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* * *
Zander balançou a cabeça para seus guerreiros. Havia chegado ao Confetti depois de encontrar uma humana encantadora, e buscava por alívio. O problema era que ninguém o atraía. Queria aquilo que o seu pai e mãe haviam compartilhado.
Felicidade. Um amor verdadeiro e duradouro. Realização.
Queria encontrar sua Companheira Predestinada.
Isso não aconteceria tão cedo, visto que a Deusa não havia abençoado nenhum casal desde que ele se tornara o rei dos vampiros mais de sete séculos atrás. Ele havia tentado muito agradar à Deusa e fizera progressos nunca antes vistos no Reino Tehrex. Havia iniciado e formado a Aliança das Trevas e estabelecido os Guerreiros das Trevas, o primeiro exército do reino, mas ainda assim a maldição persistia.
— Preciso tanto de uma mulher que nem chega a ser engraçado. Não fosse pelo hálito escaldante, eu pegaria aquela atraente diabinha do fogo — disse Orlando, chamando a atenção de Zander.
Afastando os pensamentos sobre o que não poderia mudar, Zander examinou a multidão. Procurava Lena, uma de suas poucas parceiras preferidas. Soube que ela estaria ali e, naquela noite, ele precisava aliviar o desejo.
— Você tem medo de um pouco de calor, hein? Não aguenta as chamas? — brincou Rhys.
Orlando jogou um pretzel para Rhys.
— Dane-se, idiota.
Um delicioso perfume de madressilva provocou os sentidos de Zander, levando-o a se lembrar do início daquela noite. Estivera obcecado pela humana nas últimas horas, quando se deu conta de que ela havia sido notícia dezoito meses antes, após o assassinato de seu marido, quando todos os repórteres da área exibiram sua dor.
— Orlando, você se lembra do caso em que um advogado de orfanato foi assassinado há um ano e meio? — perguntou Zander, redirecionando a conversa.
— Hã? Ah, sim. Por quê? O que foi?
— Apenas curioso. Kyran e eu encontramos a viúva hoje à noite — respondeu Zander.
— Ela parece ser uma garota agradável. Não deu problemas para o departamento. Disse alguma coisa?
— Não. Não conversamos com ela. As escaramuças foram responsáveis, não? — Zander queria vingança para a bela mulher. Poderia nunca ser capaz de tê-la, mas faria isso por ela. Havia uma dor antiga nos olhos azuis-claros dela, que ele odiava ver.
— Sim, a magia deles estava por todo o corpo e na cena. Por quê? — perguntou Orlando, com as sobrancelhas franzidas e a boca retorcida. Zander entendeu a confusão de seu guerreiro. Não havia motivo para ele examinar o caso.
— Você localizou os responsáveis? — Zander tomou um gole de uísque enquanto procurava o perfume provocativo.
— Não. Santiago e eu não seguimos com o caso. Não vimos necessidade. Você sabe como é difícil descobrir uma escaramuça específica — disse Orlando, e um vinco marcou a sua testa.
— Quero que vocês dois tomem o caso e descubram o responsável. Abra-o novamente, se necessário — ordenou Zander. Seu guerreiro era esperto o suficiente para não questioná-lo e assentiu. — Bom, agora, alguém viu Lena?
Orlando riu e deu um tapa no ombro dele.
— Não, amo. Tenho estado muito ocupado conversando com você.
Outra onda de aroma de madressilva o alcançou e seu corpo respondeu à fragrância deliciosa, enrijecendo-se dentro de suas calças. E, maldição, se suas presas não saíssem de suas gengivas… Ele passou a língua pelos dentes que haviam se tornado recalcitrantes e ficou surpreso por ter essa reação. Tinha que acontecer, já que ele não fazia sexo há meses.
Ele continuou sua busca por Lena, examinando a grande pista de dança. Numerosas luzes e lasers coloridos saltavam das vigas de aço no teto e caíam sobre o cimento manchado. Não viu o rosto oval da humana entre a multidão de corpos suados que giravam. Examinou os dois balcões. Ela também não estava lá. Ele descansou os braços nas costas das cadeiras ao lado dele e olhou na direção do corredor de salas privadas. Nada.
Ele balançou a cabeça e se lembrou de que precisava procurar Lena, não a humana. Isso não o impedia de abrir os sentidos e a telepatia. Não captou nada vindo da humana no clube. O perfume não viera dela. Sentiu uma decepção profunda por isso. Mas, por quê?
Novas vozes voltaram sua atenção para a mesa. Orlando estava com uma mulher e seus irmãos, Kyran e Bhric, haviam se juntado a eles. Ele não tinha percebido como havia se tornado preocupado. Normalmente, estava ciente de tudo o que acontecia ao seu redor. Não podia ficar tão distraído, não na sua posição. Ele se endireitou na cadeira e se repreendeu por não ser mais vigilante.
— Não, você é um banana. Um grupo inteiro de bruxas não seria capaz de consertar a bagunça que sua escapada com ela criaria. Você arruinaria a pobre garota. Agradeça à Deusa por não dar aos cambions a capacidade que um vampiro tem de apagar as memórias humanas. Você deixaria toda a população feminina humana de Seattle como conchas vazias. Fique bem longe da equipe do meu hospital — retrucou Jace para Rhys.
Zander se perguntou o que havia perdido. Rhys sorriu e jogou o braço sobre as costas da cadeira ao lado dele. O problema estava se formando atrás dos olhos caleidoscópicos do cambion.
— Hmmm… habilidades de vampiro. Ei, Bhric, tenho uma ideia que acho que você vai gostar — propôs Rhys, sentando-se, ereto, demonstrando empolgação em cada movimento.
— Conte-nos. — Bhric sorriu amplamente enquanto se inclinava para frente, cruzando os braços grossos sobre a mesa manchada de tinta. Zander queria bater na nuca de seu irmão por incentivar Rhys. Todos sabiam muito bem.
— É difícil estar com mulheres humanas porque elas percebem diferenças em mim enquanto faço sexo com elas; então, digo, vamos trabalhar em equipe dupla com as humanas e você apaga…
O horror tomou conta dele ao ouvir o que seu guerreiro estava propondo.
— Absolutamente, não! Nenhum vampiro usará seu poder sobre a mente humana para que você possa usá-las. Do jeito como vocês seguem as mulheres, seríamos expostos ao amanhecer. Há muitas mulheres dispostas no reino — interrompeu Zander antes que aquela conversa continuasse.
O problema era que a ideia já estava ali e ele podia dizer que os dois homens pensavam nela. Ele rosnou baixo, em advertência:
— Nem pensem nisso, idiotas. Falo sério. — Ele ponderou a promulgação de uma lei que proibia seus súditos de usarem o controle da mente de tal maneira em seres humanos. Tal abuso de poder era contra suas crenças. O reino e seus seres sobrenaturais eram melhores que isso. Eram protetores, não predadores de seres humanos.
O som do vidro quebrando chamou sua atenção. Ele notou que cada um de seus guerreiros havia entrado no modo de batalha. Do outro lado do bar, um imp, um diabrete, discutia com um demônio do mar. O pequeno e irritante diabrete havia agarrado o talismã transformador do demônio marinho, e agora ele era literalmente um peixe fora d'água, ofegando por ar. As fêmeas começaram a gritar ao ver o peixe grande. Zander balançou a cabeça. Os imps eram diabretes notoriamente maliciosos, mas não prejudicavam ninguém e, felizmente, os demônios do mar eram bem-educados.
Ele se afastou da cena enquanto Bhric começava a resmungar.
— O pequeno idiota estúpido tinha que assustar as fêmeas. Falando em estúpidos, recebemos a confirmação de um novo arquidemônio, irmão? — perguntou Bhric enquanto engolia outra dose.
Zander sustentou o olhar do irmão. Suspeitava, há meses, que havia um novo arquidemônio na cidade. Era de se esperar, depois que eles mataram o último, mas ele tinha a sensação de que, quem quer que Lúcifer tivesse enviado dessa vez, era mais poderoso e com melhor habilidade. Eles estavam enfrentando escaramuças treinadas para combate e em patrulhas organizadas. Sem dúvida, as patrulhas foram concebidas para descobrir a localização de sua base.
— Não, maldição. As Valquírias e Harpias negam qualquer conhecimento. Há apenas boatos e conjecturas.
— Oh, seria bom saber o que estamos enfrentando e dar a Killian a chance de trabalhar sua mágica no computador e reunir algumas informações — disse Bhric.
— Seria. Mas, por esta noite, tire isso da cabeça, irmão. Encontre uma moça, ou dez. A guerra ainda existirá de manhã, infelizmente — respondeu Zander ao avistar Lena voltando do banheiro. Havia encontrado sua parceira para a noite. Ele a chamou, dobrando o dedo.
— Lena, fique comigo, já faz muito tempo desde que a vi pela última vez.
— É claro, mon couer — ronronou ela enquanto rebolava até o lado dele. Ele olhou nos olhos castanho-escuros, agarrou ansiosamente a mão dela e sentou-a em seu colo. Sua ereção voltou com força. Ele parou sua carícia no braço de Lena quando notou que o perfume de madressilva vinha dela. Percebeu notas levemente adstringentes, que lhe diziam que era uma fragrância industrializada, em oposição às naturais da humana.
— Você está com um perfume diferente esta noite. É novo?
— Oui, é. Pensei em você quando o comprei. Esperava encontrá-lo aqui esta noite. Senti sua falta, mon ami. Vejo que está ansioso por mim — sussurrou ela em seu ouvido, começando a acariciar sua coxa e ereção.
Inspirando profundamente, ele fechou os olhos e apreciou a sensação das mãos macias dela acariciando seu corpo. Surpreendeu-o o efeito incrível que o perfume tinha em sua libido.
Lena inclinou a cabeça levemente, expondo o pescoço para ele. O movimento realçou seu perfume. Hmmm, viciante. Ele passou os dentes por sua garganta, antecipando como seria afundar as presas naquele pescoço enquanto enterrava o pênis no calor dela.
Ele bebeu o resto do uísque, levantou-se e puxou Lena contra o peito. Abaixando os lábios até os dela, saboreou o deslizar suave dos lábios macios de Lena sobre os seus.
— Quarto dos fundos, agora — ordenou ele.
Capítulo Dois
Zander conduziu Lena pelo longo corredor. Ele se recusava a levá-la para Zeum com ele. Sua cama estava reservada para sua Companheira Predestinada. Ele a havia concebido e esculpido à mão, pensando em sua alma gêmea, e nunca a macularia com outras fêmeas. Durante o século anterior, ele usara os aposentos privados nos fundos do Confetti para seus encontros.
Mesmo sob o som da música alta, os sentidos sobrenaturais de Zander ouviam os saltos de Lena batendo no manchado chão de concreto. O clube não tinha portas à prova de som; então, é claro, ele também ouviu gemidos apaixonados e sons de pele batendo em pele, através das portas por onde passavam. Com os sons eróticos que os cercavam, a expectativa martelou em seu sangue. Ele abriu a última porta à esquerda e conduziu-a para dentro do pequeno quarto mal iluminado.
O chão de cimento estava coberto com um tapete preto felpudo, silenciando seus passos. As paredes eram da mesma cor vinho do salão e o único móvel era um sofá de couro preto que repousava ao longo de uma parede.
Ela tentou alcançá-lo, mas ele parou as mãos dela. Precisava ser rápido e vigoroso agora para a liberação física que seu corpo ansiava, e não para a exploração vagarosa que ele sabia que ela desejava. Além disso, não queria ser tocado por ela. Ele arrancou a camisa azul apertada e o sutiã preto dela antes que ela pudesse piscar. Os seios fartos pressionaram seu peito enquanto ele a puxava para um beijo profundo, explorando sua boca com a língua. Com uma das mãos, ele capturou os pulsos dela e os segurou atrás das costas, fazendo com que os seios dela se projetassem ainda mais contra o seu peito.
Recostando-se, ele agarrou um seio e sugou o mamilo retesado, apertando o outro bico rosa opaco com a mão livre. Os mamilos dela se alongaram com sua atenção e ela se arqueou contra ele, gemendo. Ela começou a suar, liberando mais o cheiro da madressilva. Droga, ele amava aquele perfume. Queria comprar um barril dele e tomar banho diariamente com ele. Seu desejo nunca estivera tão forte, levando-o até o limite.
Ela libertou suas mãos e ele estremeceu quando ela as passou sob a camiseta preta justa. Para consternação dele, o tremor não era de prazer. Não, sem tocar. Ele recapturou as mãos dela e inspirou profundamente, absorvendo a madressilva.
Ele a virou de costas para ele e abriu o zíper da minissaia preta, fazendo-a cair no chão, e deixando Lena de calcinha vermelha rendada. Recusou-se a dar um passo para trás e admirar a vista. Seu desejo era muito grande. Deslizou os dedos por dentro da calcinha dela e a encontrou escorregadia e úmida para ele. Ela estava sempre pronta para ele. Ele colocou as mãos dela nas costas do sofá de couro.
— Não mexa as mãos. Curve-se agora.
Ela sabia cumprir suas ordens sem hesitar e essa era uma das razões pelas quais ela era uma de suas parceiras. Ele desceu a calcinha pelas pernas longas e esbeltas. Ela oscilou sobre os pés enquanto saía de sua roupa íntima. Ele deu um passo para trás e abriu o zíper da calça de couro, libertando o pênis. Ela abriu as pernas e se inclinou sobre o sofá, expondo sua passagem escorregadia para ele. Ela olhou por cima do ombro para ele.
— Venha. Preciso de você dentro de mim, Zander. Estou ardendo de desejo.
Ele apalpou o membro e acariciou-o. Maldição, aquilo era bom.
— Você quer isso? — provocou ele. Não queria que Lena pensasse que sua necessidade significava que ela tinha algum poder sobre ele. Não tinha a ver com Lena naquela noite. De fato, ele ficou muito desconcertado ao perceber que se tratava cem por cento de uma fêmea humana encantadora.
— Sempre. Foda-me. Agora, mon cher. — Ela arqueou as costas, apresentando uma visão melhor de seu sexo molhado. Ele não precisou que ela lhe pedisse duas vezes e se posicionou atrás dela, com os pés afastados como apoio. Sem pensar em mais preliminares, ele se enterrou dentro dela. Ela gritou, mas ele não deu a menor importância, enquanto começava um ritmo punitivo.
— Você gosta disso, Lena? Quer que eu foda com força e rapidez? — perguntou.
— Hmmm, mon coeur, sim — sibilou Lena. Ela empurrou os quadris para trás, para que ele pudesse penetrá-la mais fundo. — Pela deusa, Zander, mais forte. Mon grand, não pare! — Lena jogou seus longos cabelos loiros por cima do ombro, expondo sua garganta para Zander.
Perdendo-se no prazer carnal e aumentando o ritmo, ele sentiu suas presas descerem lentamente. Estava faminto. No entanto, quando se inclinou sobre as costas dela, com a intenção de mordê-la e se alimentar, suas presas voltaram para dentro das gengivas, fazendo-o praguejar. Elas vinham fazendo isso há um ano e meio. Ignore-as.
Não querendo repassar pensamentos sobre sua falta de capacidade de se alimentar ou consumir sangue, ele se endireitou e o cheiro de madressilva o alcançou novamente. Suas presas mais uma vez desceram. Sem diminuir suas investidas, ele se preparou para morder a carne dela, apenas para que suas presas se escondessem mais uma vez. Antes que pudesse divagar sobre seu problema de alimentação, ela chegou ao orgasmo, latejando em torno dele. A fragrância de seu perfume se intensificou mais uma vez, e ele se juntou a ela no clímax.
Antes mesmo de seu orgasmo diminuir, ele percebeu que a ansiedade que o atormentara ultimamente havia ressurgido. Além disso, sentiu uma sensação de vazio e insatisfação. A liberação sexual não havia ajudado. E ele ainda não havia se alimentado, o que estava se tornando um problema crítico.
Um calor peculiar sussurrou em seu peito e ele percebeu que era a alma de sua Companheira Predestinada. Todos os súditos da deusa Morrigan nasceram carregando uma parte vital da alma de sua companheira. Era exatamente o lembrete do que ele precisava agora.
Ele se retirou dela, enfiou o pênis flácido de volta nas calças, fechou o zíper e abaixou a camisa. Lena alisou as mãos sobre o sêmen dele, que manchava suas coxas.
— Estou com fome e esperava que dessa vez eu pudesse dar uma mordida, mon cher.
O corpo dele estremeceu de repulsa. Mal interpretando seu arrepio como uma resposta sensual, Lena aproximou-se dele.
— Além disso, preciso de você novamente. Quero montar em você.
— Não, moça, não desta vez. Tenho uma emergência, e você sabe que nunca deixei nenhuma mulher se alimentar de mim. — Era impossível afastar a agitação do tom de sua voz. Ele não queria machucar aquela mulher, mas sabia que nunca mais poderia ficar com ela. Ele se virou e saiu do quarto.
Ele cambaleou enquanto a alma de sua companheira pulsava dolorosamente e uma imagem sangrenta brilhava em sua mente. Era a mesma imagem que o assombrava todas as noites, por muito tempo. Pela milésima vez, ele se perguntou sobre o homem morto e qual o seu papel na guerra. O homem parecia humano, mas algo disse a Zander que ele era imortal. Precisava sair daquele clube e clarear a mente antes de enlouquecer.
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* * *
Zander estava deitado sobre o edredom de seda dourado que cobria sua grande cama king-size, mas o sono continuava a fugir dele. O desconforto que estava sentindo havia se tornado uma dor lancinante no peito. Esfregou o local da dor e se levantou para vestir um jeans e uma camiseta azul-escura antes de entrar na sala de estar de sua grande suíte. Ligou a televisão e foi para a área da cozinha. Depois de preparar o café, ele se virou para a geladeira. Estava com fome, mas não de comida. Precisava de sangue. O pensamento fez com que uma vibração percorresse seu peito já apertado. Ele pegou uma maçã e voltou para a sala.
Sentou-se no sofá de couro marrom-escuro e ligou a CNN. Seus pensamentos se voltaram para a noite anterior e seu encontro com Lena, e suas reações peculiares. O perfume dela o enlouquecia, mas ele sentiu repulsa por ela. O pesado bater de botas interrompeu seus pensamentos. Ele expandiu os sentidos e captou o som de Santiago e Orlando indo em sua direção.
Não leu os pensamentos deles para determinar por que estavam parados à sua porta antes de baterem.
— Entrem — gritou.
Orlando abriu a porta e espiou ao redor do painel de madeira.
— Boa tarde, amo. Podemos falar com você por um momento? O assunto é urgente.
Orlando deu alguns passos para dentro dos aposentos, seguido por Santiago, que fechou a porta atrás de si. Seus guerreiros estavam tensos como os diabos e ele imediatamente tentou sintonizar com a mente deles, mas só conseguiu captar pensamentos conflitantes. Algo sobre a viúva e preocupação com o reino. Além disso, o fato de Orlando ter se sentido atraído pela mulher. E, então, o choque dos dois se juntou à confusão na sua mente.
Eles estavam deixando seus nervos agitados à flor da pele. Ele se levantou e começou a andar, um hábito nervoso que tinha.
— É sobre o assassinato do conselheiro? — exigiu ele.
Orlando começou a torcer as mãos e a mudar o apoio de um pé para o outro.
— Sim. Nós analisamos como você pediu, e… bem…
Depois de vários momentos permitindo que o homem encontrasse o que ia falar, sua paciência se esgotou.
— Desembuche agora. — Ele olhou para Santiago, procurando respostas, mas o homem manteve a boca fechada e o lábio inferior preso entre os dentes.
— A viúva está aborrecida com a forma como o departamento lidou com a investigação de assassinato do marido dela. Ela ameaçou informar aos repórteres a sua versão sobre o caso. — O homem fez uma pausa e enfrentou o olhar de Zander diretamente. — E o mais importante, acredito que ela sabe sobre as escaramuças — disse Orlando