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Mulher atrevida. Ele poderia ter acabado de se apaixonar.
Capítulo Seis
Cailyn estava boquiaberta com os homens atraentes que pareciam ter tomado posse do pequeno apartamento e da vida de sua irmã. Apesar de como a maioria deles era demasiado autoritária, ela estava hipnotizada pelo homem lindo, com os belos olhos cor de ametista e longos cabelos negros. Algo se agitava em seu peito e o buscava. Uma fantasia em que desfazia a longa trança dele e corria os dedos por ela, enquanto ele dava prazer ao corpo dela, surgiu em sua cabeça. Certamente que não deveria estar tão bêbada. Só tinha bebido duas vezes. Ter tais pensamentos não era típico dela.
— Jace, Gerrick, esta é minha irmã Cailyn. — Elsie apresentou os dois novos caras que carregavam uma TV com eles. Gerrick era assustador, e era difícil para ela não olhar a cicatriz em seu rosto, então seu olhar permaneceu preso em Jace, com seus cativantes olhos cor de ametista.
Jace sorriu maliciosamente e colocou a caixa no chão. Estendeu a mão para ela e murmurou:
— É um prazer conhecê-la também, Cailyn. Orlando não me avisou sobre como você e sua irmã são lindas. Suspeito que ele esperava mantê-las só para ele. — Ele riu quando Orlando começou a socá-lo e xingá-lo. Cailyn observou Jace e se perguntou como deveria ser o toque de seus lábios carnudos. Seriam suaves quando ele a beijasse?
Sua irmã se sentou ao lado dela e deu um suspiro enquanto os rapazes começavam a configurar os eletrônicos. Cailyn percebia o que ocorria por detrás do aborrecimento fingido de Elsie. Sua irmã não sorria tanto desde uma época antes de Dalton morrer. Ela agarrou a mão de Elsie e apertou-a.
— Eles são uma coisa, não? — perguntou à irmã.
— Sim, são. Um delicioso colírio para os olhos — murmurou Elsie, e elas permaneceram em um silêncio amigável, observando os homens trabalharem.
Cailyn descobriu que estava completamente paralisada pelos bíceps protuberantes de Jace enquanto ele tirava a TV da caixa e ajudava a montá-la na parede. Os músculos de seus braços ondulavam sob a camisa. E então, droga, o peito dele flexionou, forçando os botões. Ela rezou para que alguns deles saltassem e lhe permitissem dar uma olhada. O tórax dele se estreitava em um V perfeito quando chegava à cintura. Seu olhar percorreu sua calça, que era maravilhosamente preenchida na frente. Perfeito. Sua boca encheu de água. Ela também queria ver as costas e quase pediu que ele se virasse. Fechou os lábios antes que as palavras saíssem. Não queria trazer vergonha para si mesma ou para a irmã.
Ela acessou sua habilidade e tentou ouvir os pensamentos dele. Foi surpreendentemente difícil para ela perceber qualquer coisa. Apenas captou fragmentos, o suficiente para determinar que ele era médico e estava ansioso para chegar ao hospital onde trabalhava.
Sem conseguir pensar de modo consciente, fantasias dos dois intimamente entrelaçados passaram por sua mente. Uma energia peculiar percorreu sua corrente sanguínea enquanto se sentia obcecada por aquele estranho. Não importava o quanto tentasse desviar os olhos, eles não se moviam. Nunca havia visto um homem tão bonito. Os pensamentos sobre seu namorado John finalmente invadiram em seu cérebro movido pela luxúria.
Ela se levantou, precisando sair da sala. Uma coisa era fantasiar com outros homens, mas ela estava perigosamente perto de agir de acordo com seus desejos. Seus dedos coçavam, querendo percorrer a pele bronzeada dele. Enquanto estivesse envolvida com John ou qualquer outro homem, ser indulgente estava fora de cogitação.
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* * *
Eles haviam instalado a TV na parede quando o aroma mais delicioso atingiu Jace. Um atraente aroma de canela misturado com uma pitada de calor sensual e feminino provocou seus sentidos. Ele dilatou as narinas e respirou fundo. Seu corpo enrijeceu, enquanto ele ficava insuportavelmente excitado. Desta vez, ao contrário de encontros anteriores com mulheres, sua excitação não vinha acompanhada de raiva, vergonha ou desespero. Não havia pensamentos insuportáveis sobre seu passado.
Sem lhe dar tempo de compreender tudo, seu celular vibrou com uma mensagem de texto que ele tinha que verificar logo.
— Tenho que ir para Harborview. Pego vocês mais tarde. Terei patrulha com você e Rhys amanhã à noite, certo, Santi?
— Sim. Você está bem? — perguntou Santiago, com as sobrancelhas franzidas. Jace esperava que o shifter de lobo não sentisse o cheiro da sua excitação.
— Sim, há apenas uma emergência no hospital — respondeu Jace, enquanto se dirigia para a porta da frente.
— Tudo bem, vejo você mais tarde. Obrigado pela ajuda.
— Certo. Elsie, Cailyn, foi ótimo conhecê-las. Espero vê-las novamente em breve — disse para as duas mulheres. Ele se permitiu uma última olhada em Cailyn. Estivera roubando secretamente olhares na direção dela desde que chegara. Ela era deslumbrante, com seu cabelo castanho claro e olhos castanhos. E, então, havia ainda os seios grandes e fartos. O modo como a carne dela transbordava do suéter com gola em V devia ser proibido.
Ele cambaleou para fora e engoliu o ar fresco assim que a porta se fechou atrás dele. Não foi o suficiente, pois a imagem de Cailyn havia ficado permanentemente gravada em seus pensamentos. Desconcertado pela excitação, ele correu para os arbustos próximos. A raiva percorria suas veias como lava, enquanto ele expelia o conteúdo do estômago. Era sempre assim.
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* * *
A excitação percorria as veias de Zander, enquanto ele, impacientemente, enxugava a chuva dos olhos. Já sentia falta dela. Já havia passado várias horas desde que conversaram. Ele balançou a cabeça, sem acreditar. Logo ele, sentado e conversando com uma humana. Era um homem de ação e se esforçava para assistir às reuniões do conselho quando elas se alongavam, mas adorou cada segundo ao lado de Elsie. Nunca havia gostado tanto de algo em todos os seus setecentos e sessenta e cinco anos, e já queria voltar para aquele apartamento e ficar com ela.
Soubera muitas coisas sobre ela. Eles não poderiam ser mais diferentes. Ela adorava cozinhar, quando ele não fazia a menor ideia de como ferver água, muito menos cozinhar algo. Ele tinha cozinheiros para isso.
Elsie tocava todos que estavam ao seu lado, pelos motivos mais estranhos, e ele suspeitava que ela gostava do contato físico. Ele ficava mais confortável com vários metros de espaço entre ele e aqueles ao seu redor, exceto no que dizia respeito a ela. Ele a queria o mais perto possível.
Zander poderia usar alguém como Elsie para ajudá-lo a comandar os vampiros. Ela possuía essa aura. Ela fez o possível para garantir que cada um deles se sentisse bem-vindo e tivesse suas necessidades atendidas. A única coisa que ele dava era ordens. Seria um longo caminho a percorrer com seus súditos e guerreiros se ele se concentrasse neles como indivíduos. Era impossível para ele, dado o fardo de garantir a segurança dos humanos e sobrenaturais.
As diferenças entre ele e Elsie realçavam tudo o que ele precisava em sua vida, assim como a frágil natureza humana dela. Ela era vulnerável e poderia facilmente ser assassinada, o que tornava assustadora a determinação dela em se vingar do que havia acontecido com Dalton. Zander sabia que Elsie não iria deixar aquilo passar até que tivesse eliminado todas as escaramuças. Ele reprimiu a raiva antes que ela o levasse a fazer algo irreversível. Não sentia esse medo desde que seus pais foram mortos. Ele amava a tenacidade dela, mas era uma faca de dois gumes.
A voz de Orlando o trouxe de volta ao assunto em questão.
— O que faremos a respeito dos SOVA? Você não conseguiu obter nenhuma informação nova dela e Killian não foi capaz de descobrir nada.
Nenhum deles fazia ideia de como era difícil tomar essas decisões. Zander respirou fundo, para se acalmar. A madressilva fizera com que seu corpo ficasse tenso como a corda de um arco. O sangue corria acelerado nas veias e seu coração havia disparado. Nunca havia se sentido tão vivo, e desejava tanto se perder no calor delicioso de Elsie que seus testículos doíam.
Ele não conseguiu conter o sorriso que se espalhou por seus lábios. Elsie havia adormecido como um bebê enquanto ele estava sentado do lado de fora do apartamento dela. O leve ressonar dela enterneceu seu coração e seu desejo aumentou. Parecia absurdo que até isso ele achasse cativante.
— Nós vamos ter que segui-la, seguir os outros quando saírem para caçar. É a única maneira de conseguirmos obter mais informações.
Zander fez uma pausa e considerou a fêmea que havia capturado sua atenção. Elsie era notável, e ele quase havia perdido o controle com os sons de prazer que ela emitiu enquanto comia os caramelos. Ele se imaginou pingando caramelo por todo o corpo dela e lentamente lambendo cada gota, prestando atenção especial aos mamilos rosados e perfeitos. Ele iria lamber o caramelo em seu sexo até que ela gritasse seu nome.
Ele estremeceu de desejo reprimido. Não poder ter Elsie era mais torturante do que passar horas ao sol. Fechou os olhos enquanto prendia a respiração e se acalmava. Seus olhos se abriram para encontrar os olhares curiosos de seus guerreiros.
Ele ignorou as perguntas que viu neles. Não tinha as respostas.
— Peguem suas patrulhas e fiquem de olho nos membros dos SOVA — ordenou Zander.
— Amo, você irá se juntar a nós esta noite? — perguntou Gerrick.
— Pergunte-me se ele ficará aqui, cobiçando Elsie. É o que eu escolheria fazer, se pudesse. As escaramuças são difíceis de deixar passar, mas… — Gerrick deu um tapa na nuca de Orlando, fazendo-o perder o equilíbrio.
— Santi, Gerrick, vocês, rapazes, juntem-se a Rhys no centro da cidade. Orlando, fique aqui comigo. Preciso entrar nos sonhos dela para ver se consigo informações sobre os SOVA. Como você ressaltou, Orlando, não temos as informações de que precisamos. Você vai me proteger enquanto eu faço uma caminhada no sonho com ela. — Ignorando seu desejo de raptar Elsie, ele observou Santiago e Gerrick desaparecerem nas sombras. — Quero que ela confie em nós e nos faça confidências. Estarei lá tanto quanto possível, mas você precisa se aproximar dela, já que não posso ficar lá durante o dia. E, Orlando, nem de longe quero saber que fez sexo com ela. Isso é algo que não tolerarei. Ela mencionou que a irmã partirá amanhã, então meu palpite é que ela se encontrará com os SOVA em breve. Com sorte, descobriremos quem são seus membros. Se eles estão patrulhando por causa das escaramuças, precisamos mantê-los seguros e sem conhecimento sobre o reino — disse a Orlando.
— Será um prazer. Gosto de Elsie. É corajosa — respondeu Orlando imediatamente.
Zander reprimiu o ciúme que o comentário lhe inspirou. Não tinha razão para ter tais sentimentos. Nunca planejou levar o relacionamento com Elsie adiante, não importando o quanto o desejo o instigasse.
Ansioso por estar perto dela mais uma vez, ele se recostou na sempre-viva, fechou os olhos e se conectou com seus poderes de acessar os sonhos de outra pessoa. Em instantes, ele estava dentro da mente dela e ficou imediatamente atordoado. Ela estava sonhando que fazia amor com ele. Ele não esperava encontrar isso. Chocado com a natureza erótica do sonho, ele se esqueceu de ocultar sua presença. Queria estar dentro do corpo sensual dela.
Ele perderia o controle se chegasse perto dela.
— Não posso fazer isso, é demais — engasgou Zander, em um sussurro.
Com a intenção de dar uma última olhada, ele ficou paralisado ao ver os seios dela, enquanto eles balançavam, e o desejo de partir morreu. O desejo e um grande número de emoções desconhecidas o consumiram. Antes que pudesse formular um pensamento coerente, ele sentiu seu membro envolto pela vagina apertada dela, penetrando-a por trás. Havia perdido o controle de seu poder de entrar em sonhos alheios pela primeira vez em sua existência.
Emitindo um silvo, ele sentiu suas presas descerem violentamente de suas gengivas, enquanto o desejo pelo sangue dela rivalizava com a luxúria que sentia seu corpo. Não conseguia se lembrar de uma época em sua vida em que tivesse sentido uma sede de sangue tão forte. Seus olhos se fixaram no fluxo pulsante de sangue através da artéria principal do pescoço delicioso dela. Ele poderia se inclinar para frente e saborear um pouco, e ela nunca saberia. Ele cerrou a mandíbula, recusando-se a ceder a esse desejo. Mas foi incapaz de impedir seu pênis de impulsionar no calor dela. Nada que já havia experimentado havia sido tão bom.
Ele estendeu a mão e agarrou seus seios. Seus mamilos rosados se retesaram em suas mãos. Ele beliscou e puxou, arrancando um gemido dela.
— Oh, Zander, sim. Querido Deus, não pare — gritou ela. A maneira como ela implorou, falando o seu nome, o deixou em um frenesi.
Não importava para ele que não estivesse fisicamente com ela. Espiritual, física e emocionalmente, ele nunca havia experimentado nada mais satisfatório. A conexão entre eles era tangível. Ele se esqueceu de que ela era uma humana frágil, agarrou seus seios e investiu com força em seu sexo úmido e quente. As paredes internas da passagem dela começaram a tremer e a ter espasmos. Ela estava perto do clímax. Ele apertou uma última vez os seios e mamilos, e percorreu as mãos pela superfície sedosa de seu abdômen.
A pele de Elsie era macia, e ele acariciou a leve curvatura de seu estômago antes de arrastar os dedos para baixo. Estava tocando e fazendo amor com Elsie. Suas mãos tremiam de emoção enquanto adorava o corpo dela. Seus dedos roçaram o púbis recém-depilado e facilmente encontraram a protuberância inchada no alto de suas coxas. Ela latejava sob seus dedos. Ele desejou que os dois estivessem acordados e experimentando o ato pele a pele. Ele mal podia acreditar que aquela pequena e ardente fêmea o desejava, apesar do fato de que ela havia rejeitado qualquer pensamento de um relacionamento.
O corpo dela apertou seu membro com força, e ele gemeu de prazer.
— Cuidado, a ghra
, quero que isso dure. Você me domina e me enlouquece. Pela Deusa, a sensação de sentir seu corpo é incrível.
— Oh, sim. Zander… estou quase… — Ele sabia do que ela precisava. Ele beliscou seu clitóris e o massageou, e ela explodiu.
Elsie gritou de prazer. Zander parou e trincou os dentes ao sentir os espasmos em torno de seu membro. Ainda não. Queria aquilo de novo.
Ele continuou a provocar o corpo dela e a colocou sob ele apenas o tempo necessário para se retirar e voltar para dentro do corpo dela.
— Não, é demais. Não posso… — protestou Elsie, enquanto combinava os movimentos com as arremetidas dele.
— Sim, pode, a ghra, quero de novo — grunhiu Zander, enquanto suas mãos exploravam as costas e as esferas carnudas das nádegas dela. Seus movimentos tornaram-se frenéticos e ele se repreendeu. Controle-se, advertiu ele. Saboreie-a. Mostre-lhe como pode ser bom. Não copule com ela como um animal raivoso.
Ele diminuiu os movimentos, mas a paixão dela era muito intensa.
— Hmmm… não, mais forte. Por favor — implorou ela.
Uma fera assumiu o controle do corpo dele, uma fera que pretendia possuí-la totalmente. Ele mostrou suas presas enquanto impulsionava dentro dela e abaixou a cabeça para o pescoço dela. Um momento muito necessário de clareza surgiu. Ela temia vampiros e não gostaria de ser mordida por um deles.
Ele beijou e sugou o pescoço dela e roçou os lábios para beliscar a orelha. A respiração dela estava entrecortada, e as paredes de sua vagina começaram a apertar seu pênis. Ela estava se aproximando de novo do clímax e ele não conseguiria se conter por muito mais tempo.
— Zander… — Ela tentou se virar e olhá-lo. Com uma das mãos, ele agarrou o cabelo dela, mantendo a cabeça de Elsie no mesmo lugar para que ela não visse o brilho de seus olhos ou suas presas. Ela arqueou e gemeu. Ele empurrou as pernas dela com os joelhos, para que ela ficasse mais aberta para ele. Ele afundou ainda mais, e um gemido escapou de sua garganta.
— Você… é tão… linda — disse com voz rouca enquanto continuava seu ritmo frenético.
Ele não gozaria antes que ela lhe desse outro orgasmo. A mão livre dele esfregou suas nádegas e quadril e seguiu a curva do seu corpo. Seus dedos deslizaram pelo canal escorregadio dela. Ele esfregou e beliscou o clitóris dela, levando-a a outro orgasmo.
Com os olhos bem fechados, Elsie gritava seu nome sem parar. Foi o suficiente para enviá-lo ao seu limite.
— Droga. Vou gozar… Elsie — gritou ele, enquanto bombeava seu sêmen dentro do pequeno e quente sexo dela.
Sua liberação continuou e não deu sinais de diminuir. A dor rasgava as suas costas, queimando a pele. Ele se arqueou e tentou ver o que era, mesmo enquanto sua liberação continuava. Prazer e dor o cercaram até que ele não soubesse de mais nada.
— Caramba, você ainda está gozando? Droga, eu amo este sonho… É… oh, caramba, vou gozar de novo — engasgou Elsie.
Infernos, sim… Ele levantou a mão e segurou o rosto dela enquanto derramava tudo o que tinha nela e rosnava, com os lábios encostados nos dela.
— Dê para mim, dê tudo para mim — exigiu ele, pressionando as nádegas dela. Isso foi tudo o que bastou.
Depois de um tempo que só a Deusa sabia, seus orgasmos terminaram e eles desabaram sobre a cama. Ele era pesado e provavelmente a esmagava, mas seu corpo não conseguia se mover. Rolou para o lado, levando-a com ele, com cuidado para não se deitar sobre suas costas em chamas.
— Isso foi incrível — suspirou ele, enquanto seus dedos traçavam círculos nos braços dela e beijava seu pescoço. Ele olhou para baixo e ficou atordoado, em silêncio. Havia uma cruz celta iridescente atrás da orelha esquerda dela. Não poderia ser…
— Isso não é real — murmurou ela.
— O quê? — respondeu ele, bruscamente. Havia sido mais real do que Elsie percebia. Irrevogavelmente real.
— Sonho… — ela o lembrou. — Isto é um sonho.
— Para mim, pareceu ser mais real do que qualquer encontro que já tive. — Os poderes de Zander se dissiparam e ele acordou, sentado, em um estado de estupor com as costas apoiadas dolorosamente na sempre-viva.
Elsie era sua Companheira Predestinada!
Capítulo Sete
Elsie dirigiu através dos portões do Cemitério Mt. Pleasant, com Cailyn, para visitar Dalton. Era o aniversário de casamento dos dois, e ela precisava estar perto dele. Naquele dia, era o segundo aniversário que ela passava sem ele, e seu mundo doía. Depois do sonho erótico com Zander na noite anterior, ela ficou atormentada pela culpa. E não importava que não fosse real, ela havia traído Dalton.
Ela olhou, através do para-brisa, para a bela paisagem. Mt. Pleasant tinha dezoito hectares, e estava localizado no alto de uma colina, no meio do histórico distrito de Queen Anne, em Seattle. É o lar da maior variedade de árvores centenárias em um cemitério da costa oeste. A dispersão de lápides, intercaladas com as árvores, criava uma atmosfera calma e pacífica, embora fosse um lugar cheio de morte.
Ela estacionou na via perto do túmulo de Dalton. Durante todos aqueles meses, ela havia sido guiada como se por uma mão invisível para aquele local específico. Anjos de pedra encimavam as lápides de mármore. Cada anjo enorme tinha asas negras estendidas e se posicionavam de sentinela na entrada daquele setor específico do cemitério. Ela saiu do carro e esperou pela irmã. Pegou as flores de Cailyn e atravessou o gramado extenso.
Ela traçou os dedos em uma das belas asas pretas do anjo de Dalton. Arrepios percorreram sua pele. Havia energia contida sob a pedra. Não conseguia explicar ou descrever o que sentia, mas sua irmã concordava. Nenhuma das duas entendia por que certos objetos pareciam diferentes para elas, mas elas aprenderam desde cedo a guardar segredo sobre suas habilidades e experiências estranhas. Ela afastou o pensamento. O anjo de Dalton estava entre esses protetores poderosos.
— Amo essas lápides. A primeira vez que as vi, elas falaram comigo. Faziam-me lembrar de Dalton e de como ele era. E que, por fim, deu sua vida por aquelas crianças. — Seu abismo negro pulsava dolorosamente no peito. Sentia tanto a falta dele, e tudo havia ficado pior naquele dia, porque ela o havia traído.
Ela se ajoelhou na grama úmida, sobre o túmulo de Dalton. Pegou as flores e as colocou em seu vaso.
— Eu amo você, D. Sinto tanto a sua falta. Consegui designar novos detetives para o seu caso. Eles me disseram que Jag fez isso com você e que ele está morto agora… — ela parou e deixou as lágrimas rolarem.
A irmã se agachou ao seu lado e afastou os fios de cabelo de seu rosto, que haviam escapado do rabo de cavalo, e entregou-lhe um lenço de papel. Ela enxugou os olhos. Cailyn sempre cuidava dela. O que derretia um pouco do gelo de seu coração. Era sua irmã, aquela que ela procurava quando era chamada de “aberração” e provocada na escola. Quando o primeiro namorado de Elsie a largou, elas dividiram um galão de sorvete de chocolate.
— Sinto muito que você esteja passando por isso. Gostaria de poder aliviar sua dor — murmurou Cailyn.
Elsie passou o braço em volta de Cailyn e a abraçou com força.
— Amo você, mana. Obrigada por estar aqui por minha causa.
— Eu não estaria em nenhum outro lugar. Somos tudo o que temos agora. — Elas ficaram sentadas daquele jeito, uma com um braço em volta da outra, em silêncio, por algum tempo. Seu braço caiu para o lado quando Cailyn se agachou, fazendo barulhos de beijos.
— Venha aqui, gatinho, gatinho — sussurrou a irmã. Elsie olhou e percebeu um lindo gato branco se aproximando do túmulo de Dalton. O animal era totalmente branco, exceto por uma mancha preta em uma de suas patas dianteiras. Elas riram quando ele rolou e expôs a barriga para chamar atenção.
Enquanto acariciavam o gato, ela percebeu o que lhe parecia familiar nele.
— Olhe para os olhos deste gato. A intensa cor verde me lembra os olhos de Orlando. — Pegando o gato, ela acariciou o pelo macio. O gato se enroscou em seu peito, ronronando alto.
— Esse carinha não tem coleira, fico me perguntando a quem ele pertence. Não parece desnutrido nem nada — especulou Cailyn, enquanto estendia a mão e acariciava a cabeça do gato.
Ambas examinaram os arredores, procurando o dono dele. Não havia ninguém ali. Era um gato sem lar? Ela nunca havia visto isso no cemitério. Infelizmente, tinha coisas para fazer e não teria tempo de investigar, então ela o colocou no chão com um tapinha final em sua cabeça.
Ela se levantou e observou o gato correr para um grupo de árvores na periferia dos túmulos. Ela se virou para a irmã e piscou, afastando as lágrimas que brotavam de seus olhos.