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O Escritor (Português Do Brasil)
O Escritor (Português Do Brasil)
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O Escritor (Português Do Brasil)

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— Ah, é mesmo? E o que aconteceu com ele?

— Não vai adivinhar nunca!

Pasadena, Califórnia – As notícias

— E agora, o que vamos fazer com essa bugiganga? — perguntou o sujeito magro e enxuto, enquanto subia no volante do Chevrolet Corvette vermelho vivo e novinho em folha.

— Está falando sobre o carro ou o objeto alienígena? — perguntou o comparsa gorducho, que com grande dificuldade, também tentava entrar no veloz carro esporte.

— Estava falando sobre o controle remoto, embora ainda não entendi por quê decidiu comprar um carro como este, visto que não consegue nem entrar nele.

— Eu diria que você também está tendo dificuldades, seu poste.

— Exato. Não podíamos ter comprado algo um pouco mais confortável para nós dois?

— Quando pisar no acelerador dessa fera, o motivo logo vai ficar claro — e depois de bater a porta de maneira um pouco violenta, acrescentou: — Anda, vamos.

— Aonde?

— De volta à base. Quero analisar detalhadamente os dados que o nosso amigo nerd nos deu e descobrir todos os segredos desse pedaço de equipamento alienígena.

— Não vai me dizer agora que sabe mais do que ele. O cara me pareceu ter bastante conhecimento.

— Devo dizer que o garoto fez um trabalho excelente, mas eu também fiz minha pesquisa.

— Do que está falando? — perguntou o magrelo, perplexo.

— O que acha que estive fazendo todas as noites durante o mês passado, na frente do computador, enquanto você roncava como um urso em hibernação?

— Olhando sites pornográficos?

— Mas onde fui achar você? Tenho me perguntado isso várias vezes ultimamente, sabe?

— Foi o destino que nos uniu — respondeu o magrelo enquanto pisava fundo no acelerador, e o Corvette avançava, deixando duas marcas negras de pneu no asfalto.

— Ei, vá devagar! — o gordo berrou, enquanto era jogado contra o assento pela aceleração repentina. — É melhor não destruí-lo logo de cara. Só paguei as duas primeiras parcelas.

— Uau! — exclamou o magricela. — Anda como um míssil. Essa pequena joia é uma verdadeira besta.

— Sabia que ia gostar. Mas agora, procure não atropelar essa velhinha — disse o grandão, apontando para uma frágil senhora que estava lentamente atravessando a rua. — Vamos deixá-la curtir um pouco mais a aposentadoria.

— Relaxe, meu amigo. Está em boas mãos — respondeu o sujeito ao volante, enquanto com uma manobra abrupta, por pouco não atingia a velhinha.

— Pois bem! — exclamou o grandão. — Você quase arrancou as roupas dela — depois ele se virou, e vendo a velhinha sacudir a bolsa, gritando todo tipo de coisas para ele, acrescentou: — Outra série de insultos como esse e será você quem não poderá desfrutar da aposentadoria — e caiu na gargalhada.

— Esqueça. Não sou supersticioso.

— Devia ser. E se ela praticar vodu? Você pode acabar pulando como um grilo enquanto a velha espeta agulhas no traseiro do seu bonequinho.

— Vai parar com esse monte de besteiras e me dizer o que vamos fazer com essa coisa?

— Ok, ok. Não fique irritado. Só estava brincando — o sujeito corpulento colocou o objeto alienígena na palma da mão esquerda novamente e disse: — O nerd pode muito bem conhecer um monte de gente, mas garanto, usei canais para a minha pesquisa que com certeza, ele não teve possibilidade de acesso.

— Às vezes você me dá medo.

— Quer ver uma coisa?

— Bem, depende.

— Nos vários arquivos que tive oportunidade de consultar a respeito dessa tecnologia alienígena, descobri que esse pequeno objeto, além de explodir espaçonaves, pode fazer um monte de coisas que são igualmente legais.

— Mas tem certeza que realmente funcionou? — perguntou o sujeito ao volante, enquanto fazia uma curva em velocidade máxima, fazendo o passageiro esbarrar contra a porta.

— Ei, pode ir mais devagar? Só faltava essa, a polícia nos perseguindo e nos prendendo de novo.

— Tive uma ideia — disse o magrelo. — Ligue o rádio.

— Acha que isso é hora de escutar musiquinhas?

— Claro que não, seu imbecil. Coloque nas notícias.

Embora um pouco incerto, o gordo resolveu não fazer mais perguntas, e tendo ligado o rádio, começou a navegar pelas estações até encontrar uma que estava transmitindo notícias mundiais.

“Depois de invadirem o banco central, os quatro criminosos de máscaras, com armas e rifles automáticos, ordenaram os funcionários para encherem as sacolas de dinheiro. Toda a operação durou pouco menos que cinco minutos. Quando a polícia chegou, os assaltantes já tinham fugido. Barreiras foram montadas em todas as rotas para a cidade."

— Que nos importa esse negócio? — perguntou o gordo, mais perplexo do que nunca.

— Paciência, meu amigo, paciência.

“E agora vamos voltar às manchetes. Aparentemente, temos algumas notícias interessantes. Vamos direto para o nosso correspondente em Washington, Fred Salomon."

“Obrigado, Lisa. Estou na sala de reuniões da Casa Branca onde o Presidente acabou de chegar e está prestes a fazer uma declaração oficial. Vamos ouvir ao vivo.”

Seguiram-se alguns momentos de silêncio e então a voz inconfundível do Presidente dos Estados Unidos da América chegou até os alto-falantes potentes do Corvette.

“Senhoras e Senhores, primeiramente agradeço por se juntarem a nós hoje. Infelizmente, as notícias que acabei de receber não são nada animadoras. Aparentemente o clarão inusitado, visto na Lua há quase uma hora, foi de fato causado por uma enorme explosão e na verdade envolveu a espaçonave dos nossos amigos alienígenas. Ainda não sabemos se conseguiram escapar. Um novo pronunciamento será feito assim que tivermos mais notícias. Obrigado.”

— Por todos os santos! — exclamou o gordo chocado. — Então nós realmente a explodimos.

— Não está satisfeito? Quando estávamos com o nerd, parecia ser a coisa mais importante do mundo para você.

— Bem, sim... claro, ... Mas agora, no fundo, tenho um pouco de pena.

— Inacreditável... Nunca pensei que tivesse um coração debaixo de toda essa banha.

— Ah, vá se lascar — disse o grandão arrependido. — Pise fundo e vamos voltar para a base.

Planeta Kerion - A trágica descoberta

— O contêiner (|) acabou de sair do túnel de intercomunicação — anunciou o pequeno Keriano encarregado da coordenação de manobras. — Vai chegar no ponto de ancoragem em 0.1 cens.

— Quero que o tragam aqui imediatamente para verificar o conteúdo e analisar os dados armazenados — o Supervisor RTY ordenou ao seu subordinado.

O estranho objeto ovalado, vindo de quase sessenta e cinco anos-luz, fora interceptado por uma espécie de campo de contenção que o apanhou na órbita do planeta e rapidamente o arrastou na direção da grande abertura da estrutura enorme e completamente metálica que se estendia por cerca de duzentos quilômetros quadrados ao longo da linha equatorial de Kerion.

— Contêiner (|) quase em posição — disse o coordenador.

— Se apresse e traga para cá! — gritou RTY. — É estritamente necessário descobrir o que aconteceu em /\.

Assim que o invólucro chegou ao ponto de ancoragem, foi imediatamente levado sob a guarda de dois Kerianos com figuras definitivamente incomuns. Um era bastante semelhante a uma espécie de carroceria sem rodas, enquanto o outro se assemelhava mais a um caranguejo gigante com seis patas. O caranguejo pegou delicadamente o contêiner e o depositou dentro da carroceria Keriana, que depois de receber a confirmação de que fora carregada com sucesso, sem nenhum som, partiu numa velocidade inacreditável em direção aos laboratórios.

— Contêiner (|) chegou! — exclamou o coordenador. — Time de inspeção, conduza uma análise completa do conteúdo.

Quatro Kerianos, também com figuras meio bizarras, correram para o objeto, e depois de mergulhá-lo em uma pequena área de ancoragem contendo uma solução à base de amônia, começaram a verificá-lo internamente. Apenas alguns minutos se passaram quando o menor dos quatro Kerianos anunciou: — Novecentos e noventa almas presentes, todas em perfeitas condições. Estou enviando o registro de eventos gravados pela cápsula para o sistema central.

— No monitor — ordenou RTY imperativamente.

As imagens mostravam a superfície da Lua rapidamente se afastando, enquanto um grande objeto perfeitamente esférico se aproximava da área do laboratório subterrâneo /\. Depois de alguns instantes, um clarão ofuscante quase saturou a filmagem e logo depois, não havia nada. A área inteira estava como se tivesse sido atingida por um martelo gigante. As imagens somente mostravam uma enorme área plana de solo lunar, incrivelmente lisa e polida. A gravação continuou por alguns instantes, mostrando o satélite se afastando gradualmente, depois foi interrompida.

— O laboratório! — exclamou RTY, estupefato. — Foi totalmente destruído.

— Não sobrou nada — comentou o coordenador amargamente. — A gravação terminou.

— Isso foi um ataque descarado e intencional à nossa base. Eu sabia que não devíamos ter confiado naquela espécie alienígena.

— Acha que essa arma esférica foi construída por eles?

— Só existem dois planetas habitados nesse sistema solar, e existem seres dessa espécie em ambos. Não devíamos ter estabelecido a nossa base lá.

— É uma tragédia abominável — disse o coordenador Keriano, lamentando. — Havia quase dez milhões de almas no laboratório, prontas para serem transferidas. Somente as novecentos e noventa que conseguiram escapar do desastre na cápsula (|) foram salvas.

— Ainda não posso acreditar — exclamou RTY, atônito. — Devemos notificar o Supremo TYK imediatamente.

Tell-el-Mukayyar – A gravação

Enquanto isso, Petri e seus três amigos entraram na tenda laboratório da Doutora Hunter.

— Agora estou realmente curioso — disse Azakis, agitado. — Quero saber o que não funcionou no seu sistema de engancho.

— Não, caro amigo. Verá que as coisas são um pouco diferentes — respondeu Petri, enquanto projetava um holograma tridimensional, a cerca de meio metro do chão.

— Essa coisa que você faz sempre me impressiona — exclamou Jack ao observar as imagens que estavam se formando no meio da tenda.

— Agora vou retroceder um pouco — disse Petri, enquanto se ocupava com um estranho instrumento e as cenas eram reproduzidas ao contrário. — Este é o momento em que levamos o General Campbell, o Senador Preston e aqueles dois personagens esquisitos que nos atacaram quando estávamos tentando recuperar a carga, na Área 51.

— Sim, ok. Lembro-me bem disso — comentou Azakis.

— Agora vou te mostrar uma coisa — e o holograma mostrou o sujeito obeso se aproximando de Azakis agressivamente, então lhe dando um leve empurrão com o ombro.

— Ele pensou que podia me assustar — disse o capitão alienígena. — Não me fez mexer nem um milímetro. Mas o que isso tem a ver com a perda do controle remoto?

— Espere um instante. Só me deixe ampliar este detalhe... O que está vendo é a mão do sujeito gordo enquanto, com muita destreza, ele puxa o dispositivo do seu cinto.

— Inacreditável — exclamou o Coronel. — Uma manobra digna dos melhores trombadinhas que espreitam pelo submundo.

— Com o pretexto de lhe dar um empurrão, ele aproveitou a chance de roubar seu controle remoto — acrescentou Elisa. — É uma velha técnica que ladrões de lojas passam de geração a geração.

— Ele roubou de mim? — perguntou Azakis, atônito.

— Exatamente, meu velho — confirmou Petri.

— E como diabos ele reativou e executou o comando de autodestruição? Você o desativou completamente, se não estou enganado?

— Sim, Zak. O dispositivo foi desativado. Provavelmente depois que foram soltos, ele e o comparsa devem ter feito uma busca nas informações incontáveis que deixamos para os terráqueos e encontraram uma maneira de driblar o sistema de bloqueio.

— Aqueles dois destruíram a nossa espaçonave e nos impediram de voltar para casa — Azakis deixou escapar, mais furioso do que jamais estivera. — Quando botar minhas mãos neles, vou fazer com que se arrependam de terem nascido, juro.

— Acalme-se, meu amigo. Já está feito. Não podemos fazer mais nada. Antes disso, o que devemos fazer é rastrear esses dois canalhas e recuperar o que roubaram de nós antes que também descubram outras funções.

— Por quê, o que mais faz? — perguntou Elisa intrigada.

— Não faz diferença, por enquanto. É melhor que você não saiba.

— Caramba, tantos segredos — respondeu a doutora, um pouco chateada.

— Com certeza, se conseguiram descobrir como ativar a autodestruição, também poderão descobrir o resto — disse Azakis, preocupado.

— Mas vocês não deveriam estar pensando em uma maneira de voltar para casa primeiro? — perguntou o Coronel. — Isso não me parece um problema tão urgente.

— Está certo, Jack, mas essa coisa pode ser bem perigosa nas mãos erradas.

— E essas são definitivamente as mãos erradas — acrescentou Elisa.

— Mas deve haver exatamente uma forma — disse Petri, quase sussurrando.

— Bem? Fale. Terei de ficar de joelhos e te implorar? — exclamou Azakis, irritado.

— Esse dispositivo é equipado com um sistema especial de alimentação elétrica. Se ainda estivéssemos na Theos, eu poderia fabricar um dispositivo que seria capaz de identificar os rastros de emissões que deixa para trás.

— E só se lembrou disso agora? — Azakis estava decididamente zangado. — Não podia ter feito isso quando descobrimos que tinha desaparecido?

— Desculpe-me, mas esse sistema de busca só funciona se o objeto estiver em movimento e ignoramos o fato de que você o havia deixado cair.

— Agora se acalmem, rapazes — disse o Coronel, reforçando suas palavras com gestos da mão. — Em todo caso, pelo que entendi, não podem fazer nada sem a Theos, correto?

— Bem, talvez eu possa bolar algo, apesar de tudo — disse Petri coçando a cabeça.

— Perdoe a minha reação, amigo — disse o Capitão, arrependido. — Sei que não é culpa sua. Esta é uma má hora para nós dois — Então, pousando uma mão no ombro de Petri, acrescentou: — Veja o que consegue fazer. Acho que é muito importante recuperarmos esse objeto assim que possível.