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A Garota Que Se Permite
A Garota Que Se Permite
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A Garota Que Se Permite

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Jenna voltou a digitar enquanto Ben e eu conversávamos. Me senti estranha batendo papo com o cara dela.

— Não ligue para ela. Ela vai ficar em seu próprio mundo até chegar a um bom ponto para parar.

Com um estalo, ela finalmente fechou o notebook. — Estou pronta para almoçar a hora que vocês quiserem.

De alguma forma, ela fez aquilo soar como se fosse ela quem estivesse nos fazendo esperar esse tempo todo.

— É claro que você está. Mas, Kasey estava tentando terminar algum trabalho. — Ben se inclinou e a beijou levemente antes de olhar para mim com um sorriso. — Estamos trabalhando na parte da conscientização.

— Estou perfeitamente ciente. Só estou com fome.

— Bem, podemos pegar um lanche para você, se isso for fazer você ser legal com a nossa companhia. — Ben se recostou na cadeira, observando Jenna guardar suas coisas.

Jenna parecia triste. Quem olhasse acharia que Ben a estava matando de fome. — Talvez apenas um pequeno lanche. Quer dizer, porque teremos que esperar, depois caminhar até o restaurante e depois esperar pela comida. Então faz sentido um lanche.

— É claro que faz. — Ben me deu um sorriso quando ele se levantou e foi em direção ao balcão. — Nunca fique entre Jenna e seu computador, ou sua comida. Tirando isso, ela é um amor.

Bom saber.

Eu estava prestes a comentar sobre a cintura minúscula de Jenna contrastando com o seu apetite não tão pequeno, mas em vez disso achei que era melhor terminar minha pesquisa para que pudéssemos levar a garota a um restaurante.

Se a comida fosse o caminho para o coração de Jenna, e Jenna fosse o caminho para o apartamento do Ben, eu poderia nos levar a um local de almoço mais rápido do que um bunda-mole mulherengo poderia dispensar uma garota que não enxergava em que tipo de relacionamento na verdade estava.

7

SETE

O APARTAMENTO DO BEN era tudo o que uma garota poderia sonhar. Instalado no último andar de um prédio estilo brownstone, o lugar tinha um pequeno “terraço” que era basicamente a cobertura do apartamento de baixo, um cantinho de café da manhã com uma grande janela, e uma pequena, mas confortavelmente mobiliada sala de estar. A cozinha era pequena, mas tinha um micro-ondas elevado para economizar espaço no balcão, e maximizar a minha capacidade de me alimentar. O quarto fazia divisa com a sala de estar e em um canto cercado por janelas ficava uma escrivaninha fofa.

Eu poderia viver aqui. Eu poderia até trabalhar aqui.

— Como você pode ver, a maior parte da minha hipoteca é localização. — Ben deu um pequeno sorriso autodepreciativo. — É tão pequeno que tive que aprender a mantê-lo limpo. Até uma meia no chão faz tudo parecer bagunçado. O prédio tem regras sobre tudo, então é melhor ter alguém sempre aqui. Mas, é um ótimo espaço e eu não quero ter que vendê-lo.

Se fosse meu, também nunca iria querer perdê-lo.

— Você está realmente disposto a sublocá-lo para mim a esse preço?

— Na verdade eu não ia sublocá-lo. A empresa que contratou meu grupo vai nos acomodar em Londres. Agora eu não vou ter que me preocupar se algo acontecer no prédio, e eu posso me dar ao luxo de voltar para casa com mais frequência. — Ben passou um braço em volta de Jenna. — Você pode ver como o acordo é vantajoso para nós dois.

Eu dei outra volta ao redor do lugar, como se tivesse uma decisão a tomar.

— Eu não posso agradecer o suficiente por isso. Jason me devolveu meu primeiro aluguel e metade da minha parte da fiança, então eu posso transferir o valor ainda hoje.

— Ele te devolveu metade do que você pagou pela fiança? — Jenna colocou as mãos nos quadris quando perguntou.

— Eu sei, mas não sabia o que dizer quando tudo aconteceu. Ele me deu junto com um cartão.

— Ah! O que o cartão dizia? — Jenna tinha aquele brilho nos olhos que estava se tornando familiar. Ela era provavelmente a pessoa mais curiosa que eu já conheci.

— Jenna, nem todos gostam de compartilhar cada detalhe de sua vida pessoal.

— Na verdade… — Eu cavei na minha bolsa procurando o envelope. — Eu nem abri ainda.

— Você não checou se o dinheiro estava todo aí?

— Bem, eu imaginei que quem mentiria sobre devolver apenas metade do seu dinheiro.

Todos nós olhamos para o envelope como se ele fosse começar a falar.

— Bom. — Jenna começou a se balançar. — Abra.

— Amor… — Ben obviamente passava muito tempo gentilmente alertando-a.

— Não. Vamos abri-lo. — Eu rasguei o canto e enfiei meu dedo, passando-o por cima até que eu pudesse puxar o dinheiro e o cartão de dentro. O dinheiro era exatamente a quantia que ele tinha me dito. — Tudo aqui.

— Leia o cartão.

— Jenna Jameson Drake. — Ben a pegou pelos ombros e a afastou de mim para que, com sorte, ela perdesse o foco. — Talvez ela queira ritualisticamente queimar o cartão sem nunca tê-lo lido.

— Uh, essa é boa. — Comecei a considerar os lugares onde poderia queimar a coisa sem ter que depois chamar os bombeiros. — Você é bom nisso… Você deve ter sido uma mulher na vida passada.

— Sou seguro o suficiente da minha masculinidade para aceitar isso como um elogio.

Certo, aqui vai. Tirei o cartão e examinei.

— Tem um gato na capa. Ele está usando uma cartola. — Eu segurei-o para que eles pudessem ver o desenho da capa. — E dentro…

Eu abri o cartão e vi… nada. Nadinha. Ele me deu um cartão em branco, nem sequer assinou.

— Uau. Isso é… eu nem sequer tenho palavras. — Jenna somente encarou o cartão. — E não é sempre que eu fico sem palavras. Mas este pode ser um desses momentos.

Nós três só ficamos lá, parados e encarando cartão.

Encarando como se quanto mais olhássemos, mais chance dele fazer algum sentido.

— Você acha que era só um cartão que ele tinha guardado em casa?

Ontem eu teria dito não. Mas hoje, eu estava percebendo que qualquer coisa relacionada ao Jason era possível.

— Talvez? — Quem sabe? Mas, naquele momento, eu nem me importei. Eu só ia ficar sem-teto por algumas semanas e eu tinha um grande plano de negócios se formando. Talvez levar um fora foi o universo me forçando a me livrar de todas as coisas ruins da minha vida. — Bem, eu adoraria sublocar este lugar.

— Maravilha! — Ben passou um braço em volta de Jenna novamente. — Parece que você vai ter que me aturar todas as noites pelas próximas três semanas.

— Ah.... Uau. Eu não quero forçá-lo a sair de sua casa.

— Não se preocupe com isso. Quer dizer, por que se mudar duas vezes? E de qualquer jeito, para onde você iria por três semanas? Contanto que não se importe que possamos separar um tempo nos fins de semana para que eu possa embalar as minhas coisas.

— Vamos dar um jeito.

— Ele não é o melhor? — disse Jenna, sorrindo para ele. Não admira que ela parecesse sempre tão feliz.

— Pessoal. Vocês são demais. Isso aqui é ótimo. — Lutei contra as lágrimas que não derramava desde que tudo começou dois dias antes. — Eu simplesmente não consigo acreditar nisso.

— Sem problemas. — Ben deslocou um pé atrás do outro, inquieto, obviamente desconfortável com a minha cara de choro. — Por que você não vai para casa e se prepara para se mudar amanhã? Vamos fazer uma troca de trabalho manual. Eu vou ajudá-la a mover as suas coisas para cá e você vai me ajudar a tirar as minhas coisas daqui.

E com isso, voltei para o meu apartamento vazio, frio e escuro para me preparar para me mudar para um paraíso aconchegante.

8

OITO

OITO CHAMADAS. Liguei para Micah oito vezes. Ele não tinha retornado as minhas chamadas quando reportei os meus problemas de água-quente-aquecedor-energia. Nem quando eu liguei para perguntar quando ele resolveria isso. Nem quando liguei para dizer que me mudaria na data acordada e que precisava de um passe de estacionamento para uma van de mudança. E nem quando liguei enquanto voltava.

Quando eu consegui resolver todas as minhas tarefas e decidi ir para casa já estava escuro e eu estava ficando frio e irritada. Além disso, eu realmente não estava muito animada em ter que dormir em um quarto frio e escuro novamente.

Subi os três lances de escada até o meu apartamento e enfiei a chave da casa na fechadura.

Nada.

Verifiquei o número na porta. Sim, eu morava lá. Eu puxei a chave e tentei de novo. Nadinha. Não girava.

Procurei meu celular e verifiquei minhas mensagens. Nada. Nadinha. Quem não liga de volta para um inquilino em uma emergência?

Considerei ligar para ele mais uma vez, mas imaginei que ele simplesmente me ignoraria novamente. Micah nunca foi o melhor zelador do mundo, mas eu nunca pensei que ele me trancaria fora do meu próprio apartamento.

Por outro lado, sempre deixei a janela do meu quarto entreaberta. Jason me disse várias vezes que era uma má ideia. Que eu deveria pelo menos conseguir uma barra para bloquear a janela de abrir mais, já que o acesso da escada de incêndio ficava do lado de fora.

Eu sempre dizia que colocaria a barra. Sempre esquecia.

Mas agora, isso significava que eu tinha outra maneira de entrar no meu apartamento.

Eu desci as escadas e saí pela porta da frente. Na calçada, olhei para o apartamento de Micah, mas a luz estava apagada. Sem qualquer outra opção, dei a volta para a lateral do prédio para começar minha entrada estilo MacGyver.

O primeiro passo era descer a escada de incêndio. Fiz várias tentativas para pular alto o suficiente e conseguir passar a alça da minha bolsa no primeiro degrau da escada e puxá-la para baixo. Quando consegui, ela subiu novamente, batendo contra o patamar acima dela quando tentei desenganchar minha bolsa. Eu estava fazendo tanto barulho que até os gatos de rua tinham fugido.

Depois de mais duas tentativas, a bolsa estava pendurada no meu ombro e a escada estava firmemente segura na minha mão. Eu escalei o metal frio e enferrujado, avançando por janelas escuras e esperando não assustar a pobre Sra. Windsor do segundo andar. Afinal, só faltava agora era ter que explicar mais tarde o porquê de seu ataque cardíaco aos filhos.

Quando cheguei ao patamar fora do meu quarto, tentei cravar as pontas dos dedos no pequeno espaço entre a janela e o peitoril externo. Como eu mal abria a janela, eles mal cabiam. Precisei de toda a minha força para abri-la de um ângulo estranho, trabalhando de um lado e depois do outro. E eu ainda não conseguia realmente encaixar meus dedos.

O que eu precisava era um pé-de-cabra ou algo que pudesse deslizar naquele minúsculo ponto.

E Jason estava convencido de que seria fácil arrombar aquela janela para me roubar.

Com um suspiro de alívio, a janela cedeu e se abriu apenas o suficiente para eu passar. Joguei a bolsa e me agachei para segui-la, inclinando-me e colocando minhas mãos no chão enquanto escorregava como um verme enorme.

Quando chegou na minha bunda, por um momento tive certeza de que não caberia. A essa altura, como eu poderia desistir da ideia? Assim que consegui passar o traseiro, senti um arranhão espetado na minha perna e um puxão na minha calça quando ela ficou presa em algo pontiagudo do lado de fora da escada de incêndio.

Depois de alguns puxões, e algumas sacudidas, ficou óbvio que eu não sairia daquela situação sem rasgar minhas calças de ioga favoritas.

Por outro lado, ninguém estava por perto para me ver sair dessa sem minha dignidade.

Virei de lado, apoiando a cabeça e o ombro no chão. Obviamente, eu teria uma forte dor no pescoço na manhã seguinte. Com minha mão livre, trabalhei em minhas calças de ioga até que pudesse empurrá-las para baixo com os pés. Quando tinha praticamente me despido delas, elas prenderam em meus sapatos, então eu resolvi tirá-los, trabalhando com um pé depois o outro e larguei os sapatos na escada de incêndio. Assim que fiquei livre, deslizei para dentro, abri a janela e estendi a mão para pegar meus sapatos, procurando por eles na escuridão.

Não foi até que eu os avistei que percebi que um feixe de luz estava vindo por trás de mim.

— Apenas se afaste da janela e vire-se lentamente — ordenou uma voz profunda.

Olhei por cima do ombro e pude ver a silhueta de dois homens pela luz do corredor do prédio, mas o resto estava ofuscado pela lanterna apontada para meu rosto.

Minha hesitação deve tê-los incomodado, porque a voz veio com um tom agudo dessa vez. — Senhora, você terá que voltar para dentro da casa. Vamos conversar sobre isso. Calmamente.

— Quem é você?

— Policial Darby. Vou ter que pedir que você erga as mãos e vire-se lentamente.

Oh meu Deus. Eu estava pendurada para fora da janela com minha bunda coberta apenas pela minha ainda-não-me-mudei calcinha. Sem mencionar que a polícia conseguiu entrar no meu apartamento, quando eu não pude. Como diabos isso aconteceu?

Eu deslizei de volta, desejando que eu pudesse derreter no chão, e me virei para encará-lo, minhas calças de ioga erguidas como um escudo na minha frente.

— Você terá que abaixar as calças e vir até aqui.

— Por que você está no meu apartamento? — Eu não abaixaria as calças nem mesmo para a polícia.

— Não é seu apartamento — choramingou uma segunda voz. — Você se mudou.

Eu ergui minha mão para proteger meus olhos da luz. — Micah?

— Ela se mudou.

— Senhor, não parece que a Sra. Lane tenha se mudado.

— Ela me deu o aviso.

— Para o final do mês. Que não é até amanhã.

Esqueça a divindade. Eu precisava de calças. Levantei uma perna e vesti minhas calças de ioga, depois repeti o processo com a outra perna sem me virar ou me curvar.

— Liguei para você nove vezes hoje. Primeiro sobre meu aquecimento estar desligado. Então, sobre minha energia e água quente. Depois, apenas para tentar encontrar você. Você não pôde retornar uma ligação, mas pôde chamar a polícia aqui e abrir a porta antes mesmo que eu terminasse de entrar pela janela.

— Eu não queria que você roubasse o lugar.

— Roubar o quê? — gritei. Eu estava farta disso. De saco cheio de toda a maldita semana. Meu êxtase por ter encontrado um lugar para morar quase se foi. — Minha própria cama? Minhas roupas? Talvez eu roube minha escova de dente usada.

— Sra. Lane, você está compreensivelmente chateada. Você está tendo uma semana e tanto.

— Isso mesmo, estou.

Espera. O quê?