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A Garota Que Se Permite
A Garota Que Se Permite
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A Garota Que Se Permite

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Aos seus olhos, só havia uma coisa pior do que não ser casada… ser solteira.

— Kasey Lane.

— Uau! — Ela puxou um caderninho vermelho e rabiscou nele. — É um ótimo nome. Vou roubá-lo com certeza.

Roubar meu nome? Como um roubo de identidade? Eu não tinha certeza do que mais ela estaria falando, mas ela não tinha nenhuma das minhas informações, então percebi que eu estava bastante segura. Eu só teria que me lembrar de não deixar minha bolsa sozinha… ou jogar minha nota fiscal fora.

Ela olhou para cima e deve ter percebido o olhar horrorizado em meu rosto.

— Ah, não, não se preocupe. Não estou roubando nada real. Apenas seu nome. É um ótimo nome — disse ela novamente, desta vez com um sorriso enquanto colocava o bloco de volta em sua bolsa. — Eu sou escritora e você ficaria chocada se eu te contasse como é difícil inventar novos nomes. Quer dizer, há o quê? Milhões deles? E, no entanto, você acaba pensando sempre nos mesmos, todas as vezes. Já tentei nomear quatro caras diferentes, James.

Ela era uma bolinha de energia… uma energia realmente sem foco.

— Desculpa, Eu tento não sair por aí tagarelando. Não sou muito sociável.

Ela parecia realmente pensar isso. Ela não tinha sido nada além de doce, acolhedora e amigável. Se isso fosse não ser sociável, eu teria muitos problemas.

E a Barista Abby… Bem, Abby já estava a cinco passos além de ter problemas. Talvez precise reconsiderar o Coffeesão como meu novo local para passar o tempo.

— Não. Não, tudo bem — interrompi, antes que ela pudesse começar novamente. — Só fiquei um pouco chocada com a palavra roubar. — Pode ser até divertido saber que meu nome foi usado em algum livro. Uma versão famosa da minha não-eu. Eu poderia pegar o livro e mostrar às minhas amigas na próxima vez que marcarmos algo. Olha, este personagem tem o meu nome! Você não consegue isso sendo uma mãe dona de casa. Espera. — O que exatamente você disse que escrevia?

Com a minha sorte, ela escrevia alguma literatura erótica de nicho estranho com a qual eu teria que lidar toda vez que alguém fizesse uma busca sobre mim no Google.

— YA, jovem adulto.

Ah… Isso parecia bastante seguro. Parecia estranho que eles deixassem uma mulher meio louca escrever para crianças, mas o que eu sabia?

Jenna sorriu e começou a tirar mais coisas de sua bolsa. Um notebook e um cabo, um pequeno cronômetro em forma de girafa, uma pilha de páginas rabiscadas.

— Você não costuma trabalhar aqui, não é? — Ela abriu o notebook e recostou-se na cadeira enquanto ele ligava.

— Primeiro dia. Bom mocha.

— É por isso que você não está familiarizada. Este é o meu escritório oficial do: não-aguento-mais-ficar-na-minha-empresa. — Era difícil não gostar de uma garota que era tão gentil com os outros e ria de si mesma com tanta facilidade.

Eu olhei ao redor. Tirando a Abby, o lugar estava bem morto. Puxei a poltrona para perto de mim, perto o suficiente para empilhar estrategicamente coisas sobre ela.

— É sempre tão quieto aqui?

— Normalmente não às quartas-feiras. Está é uma janela de fluxo baixo do meio da semana. Deve ser o tempo bom. Durante a semana, há uma pequena correria no horário do almoço e, em seguida, silêncio novamente até a multidão do final do expediente. John diz que eles ficam lotados durante o fluxo matinal, mas isso envolveria acordar antes das oito para comprovar, então…

— Maravilha.

— Estarei aqui todos os dias por um tempo. — Ela puxou o notebook para o colo e ajustou o cronômetro. — Uma árvore caiu dentro do meu escritório.

Uma árvore caiu dentro dele? Ela disse isso como se fosse uma ocorrência diária. Quase perguntei a ela sobre isso, mas ela sorriu, colocou os fones de ouvido e começou a digitar.

Levei um momento para me concentrar novamente, o que foi estranho, já que fiquei tão surpresa que ela se sentou no meu canto abarrotado do café e conversou comigo.

Com sorte, nada cairia sobre ela enquanto estávamos trabalhando tão juntas. Ela parecia o tipo de pessoa com quem algo assim aconteceria.

E minha sorte não precisava de ajuda para piorar.

5

CINCO

— EU DEVIA TER ADIVINHADO que vocês acabariam se esbarrando. — A voz de John cortou a música que eu coloquei para tocar no fone para abafar meus pensamentos. Não havia nada como um pouco de Jason Aldean para te animar quando você não queria pensar na vida. Eu estava ignorando que o nome dele era Jason e me concentrando na parte Deus do Country Rock da equação.

Puxei meus fones de ouvido e olhei para ele encostado na ponta do braço da cadeira de Jenna.

— Quem?

Se essa fosse outra tentativa de me dizer como conhecer homens, eu teria que reconsiderar vir para cá, mocha ou não.

— Você e Jenna. Jenna é justamente a pessoa que precisamos perguntar sobre o apartamento.

Eu me virei para a adorável elfa meio escondida atrás da tela de 17 polegadas de seu notebook.

— Você está se mudando?

Sua alegria pareceu diminuir um pouco quando ela balançou a cabeça.

— Não eu. Ben está indo para Londres por um ano e estava pensando em sublocar seu apartamento.

Uau! De certa forma, isso era pior do que levar um fora. Pelo menos eu poderia superar meu ex-idiota. Eu senti que já estava quase lá. Mas, se alguém que eu realmente amasse estivesse indo embora por doze meses… Sim, isso seria um tanto merda. Muita merda.

— Então, ele está apenas querendo sublocá-lo?

Jenna acenou com a cabeça. — Talvez. Ele não tem certeza. A empresa está pagando pela casa dele em Londres, então não é como se ele estivesse saindo no prejuízo. Mas faz sentido ter alguém lá.

Pensei no bairro excessivamente charmoso em que estávamos e em minha falta de dinheiro para bancar tal charme.

— Fica aqui perto? Provavelmente não posso pagar nada neste bairro. — Eu estava ficando cansada da minha própria história de desgraça neste momento. — Eu perdi meu emprego e deveria ir morar com meu namorado, agora ex-namorado, neste fim de semana, então, o aluguel vai ser apertado. Tenho cinco semanas de compensação do trabalho e algumas economias, mas não quero acabar em uma situação ruim em termos de dinheiro.

— Bem, ele vai passar aqui esta tarde. Podemos perguntar o que ele está pensando em cobrar quando ele chegar aqui. Você tem muitos móveis?

— A partir de amanhã? — Eu não conseguia acreditar na situação que fui parar. Que eu permiti que Jason me jogasse. — Basicamente nada.

Jenna e John olharam para mim como se eu tivesse acabado de dizer a eles que fui forçada a colocar meu cachorro para dormir… Você sabe, aquele que eu não tenho e que urinou no meu tapete que não é mais meu.

— É uma longa história — expliquei, esperando não ter que explicar. — Cheia de tristeza e muito site de vendas.

— Certo. — Jenna pegou o celular e estava enviando uma série de mensagens de texto antes mesmo de me responder.

— Então, Kasey. Qual é o plano? — perguntou John, se acomodando na cadeira ao lado de Jenna e tomando um gole de qualquer coisa que cheirava deliciosamente em sua xícara.

— O plano?

— O plano colocando-a-vida-de-volta-nos-trilhos.

Ah… esse plano.

Pensei em evitar a pergunta, mas como hoje era meu primeiro dia oficial como freelancer, provavelmente deveria compartilhar isso.

— Estou começando meu próprio negócio.

— Sério? — Ele pareceu um pouco preocupado. O que, sendo ele um empresário, achei irônico. E preocupante.

— Pois é. Sou designer gráfico. Eu já fiz uma tonelada de campanhas de marketing. Achei que a melhor opção era começar a fazer isso sozinha e trabalhar com uma base de clientes menor do que executar grandes projetos corporativos. Além da coisa toda de: perdi meu emprego.

Jenna olhou para cima, me estudando. Pela primeira vez, vi nela alguém que não era esquisita. Alguém que sabia o que estava fazendo.

— Você tem alguma amostra do seu trabalho?

Droga! Amostras. Eu não tinha chegado tão longe.

— Estou fazendo algumas análises de mercado primeiro para ver em que grupos e clientes avulsos provavelmente estão interessados e são capazes de pagar. Mas, se você estiver curiosa… — Eu rabisquei cinco dos últimos sites que fiz em conjunto com um plano de marketing. — Eu fiz o argumento de venda e acompanhei todos esses projetos.

Jenna pegou o papel e digitou o primeiro. Eu a observei, seu nariz franzido, olhos focados, enquanto ela rolava pela página do primeiro site.

— Quanta liberdade criativa eles lhe deram?

— Depende do cliente. Às vezes, eles não têm ideia do que querem. Às vezes, eles têm só uma visão. — Eu sorri, pensando em meu último trabalho com um advogado que pensava que era um artista desperdiçado. — Ocasionalmente, a visão que eles têm do projeto é possível de fazer. Sempre faço um questionário com os meus clientes de qualquer maneira, o que ajuda a esclarecer as coisas de ambos os lados.

Eu rabisquei questionário na minha lista de tarefas. Era melhor eu já tê-los prontos. E cartões de visita. E meu próprio site. E uma marca. Você sabe, nada que consome muito tempo.

Fiz mentalmente a matemática do quanto-dinheiro-tinha-em-minha-conta, feliz por poder fazer o trabalho sozinha agora.

Jenna assentiu novamente. — Deixe-me olhar. Posso ter mais algumas perguntas.

Olhei para John, sem saber o que estava acontecendo, mas muito feliz. Se eu estivesse interpretando bem a situação, talvez tivesse a minha primeira cliente.

— Vocês, senhoritas, aproveitem as bebidas. — Ele se levantou, balançando sua caneca vazia enquanto caminhava. — Eu tenho que ir tocar o barco.

Um olhar de volta para Jenna me mostrou que eu deveria deixá-la em paz. Uma coisa que aprendi trabalhando em um ambiente corporativo era quando deixar o cliente pensar.

E, se eu fosse ter um cliente, tinha algumas coisas para fazer antes. Olhei para minha lista de tarefas fingindo que tudo aquilo poderia ser feito em uma tarde. Afinal, a ignorância, mesmo no estilo negação, era uma bênção.

6

SEIS

— E AÍ, LINDA. Criando mundos para depois destruí-los?

Esse tinha que ser o Ben. Não apenas porque ele puxou uma cadeira e se sentou praticamente no colo de Jenna e beijou sua testa enquanto se sentava, mas porque eu poderia facilmente acreditar que ele era o segundo cara mais lindo da cidade.

E apaixonado. Ele estava totalmente apaixonado.

— Acabei de acrescentar um acidente de carro enquanto o motorista estava enviando uma mensagem de texto. Só não tenho certeza se é engraçado o suficiente.

Eu não tinha certeza se uma situação daquela tinha alguma maneira de ser algo engraçado, mas o que eu sabia?

— Quero dizer — continuou ela. — É um assunto sério, mas, ainda assim, tem que ser engraçado.

Ben assentiu como se esta fosse uma conversa normal.

— Ah.... Ben! — exclamou Jenna, fechando seu notebook e apontando para mim. — Esta é Kasey Lane. Não é um dos melhores nomes de todos os tempos?

Ben me ofereceu a mão e um sorriso que me disse que ele faria tudo para agradá-la, ou quase tudo. Eu não poderia imaginar encontrar um cara que visse o meu melhor no que os outros consideravam um pouco estranho.

— Ben Donahue.

— Kasey do nome incrível.

Ele deu aquele sorriso para mim e eu não culpei Jenna nem um pouco por estar caidinha por ele. Onde ela era a típica garota nerd de óculos, ele era o típico cara de óculos modelo de catálogo e gostosão. Eles teriam os filhos míopes mais adoráveis de todos os tempos.

— Então, Srta. do Nome Incrível, ouvi dizer que você está procurando um novo lugar para morar.

Aquilo era constrangedor. Mais do que constrangedor. Mas, o que eu poderia fazer? Era verdade, eu estava desesperada e ele poderia ser a resposta.

Eu contei a ele o básico: Emprego perdido, nova empresa, rompimento ruim, o fim.

— Caras podem ser a ruína de todas as coisas boas. Eu sou um cara, mas tento me encaixar em somente cinquenta por cento dos quesitos básicos.

— Cinquenta por cento?

— Meus dois melhores amigos. Um é mulherengo e o outro está tentando salvar o mundo.

— Eu não sabia que uma coisa excluía a outra. — Eu coloquei a mão sobre minha boca. Nada como insultar o amigo do cara de quem eu estava pedindo um favor.

Ben riu. — Certo. Até que faz sentido. Mas Max é um cara legal. Ele foi meu colega de quarto na faculdade. Dane, bem... As mulheres acham que ele é atraente. Vamos resumir assim. Acho que eles se cancelam.

Jenna fechou seu laptop e o colocou de lado. — Você vai gostar do Max. Você vai gostar do Dane também. É quase impossível não gostar, uma vez que você consiga ouvir o que ele diz através daquela beleza cegante que entorpece todos os seus sentidos.

Isso era tudo que eu precisava… mais homens mulherengos. Eles provavelmente tinham namoradas de conveniência que não os pressionavam por um compromisso mesmo estando juntos há anos… ou, você sabe, fossem morar juntos.

— Então, o negócio é o seguinte. Tenho uma casa a cerca de duas quadras daqui. Eu estarei fora por cerca de um ano. — Ele estendeu a mão e envolveu a mão de Jenna na sua. — Quando eu voltar para visitar, eu posso querer entrar no meu depósito, no mais, eu apenas ficaria com Jenna, se não acontecer mais nenhum desastre natural em sua casa. Eu me sentiria bem tendo alguém lá. Saber que não haverá problemas com canos congelados ou arrombamentos neste inverno. Eu estava pensando que isso seria um bom negócio para todos.

Dois quarteirões de distância ficava perto demais de uma região superbonita. Eu tinha certeza de que não seria capaz de pagar um preço que fosse vantajoso para as duas partes, até que ele disse o valor.

— Você não pode estar falando sério. Você pode conseguir o dobro disso.

Ben deu de ombros. — Não preciso do dinheiro por causa do trabalho que arrumei. Minha hipoteca é baixa e seremos nós dois dividindo-a meio a meio. Achei que você gostaria de ver o lugar hoje.

— Após o almoço. Você terá que sentar-se para uma refeição conosco enquanto isso, eu irei interrogá-la sobre sua nova empresa e o grande favor que você vai fazer por mim em troca de morar na casa do meu namorado.

Vou ser honesta, essa declaração, mesmo dita em sua vozinha alegre, me deixou um pouco nervosa.