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A Atriz
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A Atriz

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A Atriz
Keith Dixon

A ATRIZ

––––––––

KEITH DIXON

Tradução de Elaine Cristine Franco

Editor: Tektime

Table of Contents

Title Page (#ua4f9d19e-6125-53f0-84e3-b336cccfacc4)

A Atriz (#u52e4296c-4298-5cfa-8caa-b46cd3749e2c)

CAPÍTULO UM (#u419b54ef-def4-5a54-a132-4baaa532be80)

CAPÍTULO DOIS (#u5f526fca-dd7e-540f-acb2-b3c5b0d9691d)

CAPÍTULO TRÊS (#u1ff70de3-a35b-5138-8a7c-dab4df868d08)

CAPÍTULO QUATRO (#u126e3d19-c455-5ad7-9b20-f734aa51586b)

CAPÍTULO CINCO (#u4d23a819-12c3-59cc-9263-affd7f2b604f)

CAPÍTULO SEIS (#u3166dc29-81eb-505f-962c-a87e962a7a50)

CAPÍTULO SETE (#u50d9f930-5956-5530-ba46-31e078281836)

CAPÍTULO OITO (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO NOVE (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO DEZ (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO ONZE (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO DOZE (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO TREZE (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO QUATORZE (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO QUINZE (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO DEZESSEIS (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO DEZESSETE (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO DEZOITO (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO DEZENOVE (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO VINTE (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO VINTE E UM (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO VINTE E DOIS (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO VINTE E TRÊS (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO VINTE E QUATRO (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO VINTE E CINCO (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO VINTE E SEIS (#litres_trial_promo)

CAPÍTULO VINTE E SETE (#litres_trial_promo)

EPÍLOGO (#litres_trial_promo)

Semiologic Ltd.

Copyright Keith Dixon 2013

Publicado por Semiologic Ltd

Keith Dixon garantiu seu direito sob a Lei de Direitos

Autorais, Projetos e Patentes de 1988, para ser identificado como

autor desta obra.

Todos os direitos reservados.

Este livro não pode ser reproduzido no todo ou em parte, por

mimeógrafo, fotocópia ou qualquer outro meio, eletrônico ou

físico, sem a permissão expressa e por escrito do autor.

Qualquer semelhança com alguém vivo ou morto é pura

coincidência.

Para todos aqueles que interpretam, em qualquer esfera.

PART 1

Fantasia

CAPÍTULO UM

ELA NÃO TINHA NOTADO o tamanho considerável dos poros do nariz e do queixo dele até agora. Conforme ele se aproximava ela ficava fascinada por eles, tinha que desviar seu olhar para não fixar seus olhos neles.

‘Querida,’ ele disse, ‘Eu acho que você ainda não conseguiu. Lembre-se, Nina é uma menina prestes a se tornar uma mulher. Você pode me mostrar? Você pode se tornar uma mulher sendo ainda uma menina?’

‘Eu entendo,’ disse Mai.

‘Entende, querida? Estamos aqui no início de uma grande missão. Eu preciso ver se você é capaz de ser Nina. Há muita responsabilidade nas suas costas e eu preciso ver se você não vai me desapontar.’

`Eu estou aqui para atuar, Pedro. Eu conheço o roteiro. Eu sei minha parte. Podemos tentar novamente?’

Os olhos dele mostravam claramente que ele estava impressionado. Mas apertou brevemente sua boca em submissão e então ele mexeu os ombros, externando deliberadamente o que sentia. Ela imaginou se isso era uma técnica de ensino.

O resto do elenco se alinhou ao lado do corredor da extinta escola que eles estavam usando para os ensaios. Alguns estavam cansados, lendo notícias, passando mensagens de texto. Um casal estava conversando quando Pedro estava dando orientação individual. É o primeiro dia e a letargia já havia se instalado. Mais um mês assim, pensou Mai, e eu também posso desistir. Que não seja nessa primeira noite. Manchete trágica: Atriz em ascensão morre de tédio antes da estreia. Diretor entusiasmado procura por substituta.

Pedro tinha ido se sentar. Ele empurrou a cauda da sua jaqueta creme e se sentou com a extravagância de um cisne aterrissando em água plácida, com as pernas esticadas e os braços estendidos sobre o encosto das cadeiras de plástico que estavam de cada lado dele. Ele moveu a cabeça em sinal de concordância para ela. Ela foi para o set de filmagem e iniciou sua fala mais uma vez, sua voz ia subindo para o corredor. Sua fala era longa e cheia de abstrações. Falou da natureza, da vida e explicou que ela era a alma do mundo que compreendia todas as coisas.

Pedro virou a cabeça para olhar para fora da janela. Um céu de inverno, como uma partitura. No parque, árvores sem folhas como esqueletos de dedos erguidos para cima. Vozes de crianças ainda ecoando cerca de dez anos depois de a escola ter sido fechada por falta de interesse.

Ela fez uma pausa mostrada no texto e esperou um sinal antesde prosseguir. Então ela sentiu uma mudança em sua voz – e sabia que a próxima seção seria melhor, sabia que sua técnica tinha sido alcançada de acordo com o significado do parágrafo.

Pedro se voltou para ela e levantou a mão de forma pálida. Era sinal de ‘parar’ gesto que ela já estava começando a reconhecer.

Ele se levantou e veio em direção a ela outra vez, com suas solas de couro marcando o piso de madeira.

‘Sim,’ ele disse. ‘Sim. Eu percebo o que você está fazendo. Alterando a sua voz. Você está adicionando alguma importância, alguma ... bravura. Mas veja, isso não vai funcionar. Eu conheço os truques. E se eu conheço os truques, os outros também conhecem. Não temos truques aqui. Você me entende?’

Mai percebia que suas bochechas estavam vermelhas. Parecia não haver nenhuma maneira de fazer com que este homemfi e feliz. Ela não ousou olhar para os outros atores no caso de estarem assistindo. Em vez disso, ela olhou para baixo e esperou que ele falasse alguma coisa. Qualquer coisa.

O silêncio se estendeu até que ela finalmente olhou para ele, com raiva em seus olhos. Desta vez ele sorriu, mostrando os dentes quadrados como uma lápide e amarelados pelo cigarro.

Ele pensou que ele tivesse ganhado a batalha.

‘Você é uma garota inteligente mas não vai conseguir o que quer comigo. Eu fiz isso muitas vezes. Você ... você é uma garota da televisão. Você não entende de ensaios. Você tem algum talento mas acha que ensaiar é estar no lugar certo e saber onde a câmera está para poder ignorá-la.’

‘Você não precisa me insultar, Pedro. Trate-me como um ser humano e eu farei o que você quiser.’

Seus pequenos olhos se tornaram como bolinhas de gude.

‘Não é uma questão do que eu quero, Mai. É uma questão do

que temos aqui juntos. Eu tenho algumas ideias e... provavelmente você também. Então – o que podemos fazer juntos? Me diz.’

Alguns membros do elenco tinham ouvido o tom da conversa e seus rostos se voltaram em direção a eles. Ela sentiu a atenção deles com o calor do seu rosto.

Mai tinha tolerado muitos diretores quando trabalhava no Terraço Amberside, um programa de televisão de longa duração. Ela aprendeu que ninguém podia discutir com um diretor. O melhor que poderia fazer era não ofendê-los. Eles iriam partir e você ainda estaria lá, mais exaustos e um pouco mais cínicos, mas ainda recebendo o pagamento. E ela se lembrou de que está aqui para aprender.

Ela procurou se acalmar e disse: ‘Eu preciso pensar sobre o que você está dizendo. Vamos voltar ao início da cena para que eu possa trabalhar isso e acertar.’

‘Esta é a decisão de uma garota sensata. Eu concordo. Vamos voltar.’

Ele se virou para um elenco agora atento. ‘Nós começamos a primeira cena. Jeremy, você pode vir aqui, por favor?’

Mai olhou para os outros atores, seu rosto era uma máscara completamente branca.

Na pausa para o café, Lucy sentou-se perto dela com uma sacola de sanduíches. Ela os pegou e os colocou em um guardanapo que ela tinha colocado cuidadosamente sobre suas pernas. Ela era alguns anos mais velha que Mai, uma linda loira com um bronzeado profundo que ela teria que perder antes da noite de estreia. Ela dava a impressão de alguém que estava sendo processada por um crime que ela nunca tinha cometido – forma sombria e serenamente em desacordo com o mundo.

Sem olhar para Mai, ela disse, ‘Ele é sempre assim no início. Fica polindo sua reputação. Não dê importância.’

Mai descascou sua laranja, colocou as cascas dentro da sacola, sempre meticulosa como sua mãe.

‘Eu estou acostumada com homens que agem como estúpidos. Ele não quis escutar.’

‘Ele vai. Ele viu você na televisão. Todos nós vimos.’

‘Não é a mesma coisa, não é? Dez segundos de emoção uma vez por mês. O restante do tempo é cumprindo metas e recitando as falas. Ele não estava tão errado.’

Lucy fez uma pausa com metade do lanche em sua boca, franziu as sobrancelhas, e então se virou para Mai.

‘Não deixe que ele ouça você dizer isso. Não demonstre nenhuma fraqueza ou ele a usará contra todos nós.’

‘O que você quer dizer?’

‘Ele vai usar você como exemplo, vai brigar com você por causa do seu desempenho para alimentar sua raiva e depois vai descontar em nós. Eu já vi isso.’

‘E se eu precisar de ajuda?’

‘Pergunte a um de nós. Eu já trabalhei com ele antes. Assim como Jeremy e Linda, nós sabemos o que ele quer.’

‘Se ele é assim tão estúpido como você diz, por que você está trabalhando com ele de novo?’

Lucy mastigou e engoliu. ‘Por causa da crítica, sua tonta. Os atores dele sempre recebem boas avaliações. Nós lutamos com ele como gatos, mas todos conseguimos uma boa crítica.’

Mai pensou, olhando para frente.

‘Eu posso conviver com isso. Eu preciso.’

‘Porque isso é um risco para você.’

‘Você poderia dizer. Primeira vez num palco real desde a escola.’

‘Você foi corajosa ao desistir de um trabalho na televisão. Eu teria dado meu seio esquerdo por essa oportunidade.’

‘Você pode se poupar, diferentemente de mim.’