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A Atriz
A Atriz
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A Atriz

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‘A gravadora pode colocar alguns em seu caminho. Posso me sentar?’

‘Só se você me divertir.’

‘Vou continuar então ou eu estarei sentado lá com a minha reputação em frangalhos.’

Ela se aproximou do balcão e puxou uma outra cadeira alta para perto dela. Ele se sentou e apontou para o copo meio vazio.

‘Outro?’

‘Não, obrigada. E isso é tônica antes que você pense alguma outra coisa.’

‘Ah, certo, você está nos ensaios, não está.’

‘Alfie lhe disse o quê?’

‘Não, eu li no jornal em algum lugar. Eu tento não falar com Alfie, se é que você deva saber.’

Ela ficou intensamente interessada. ‘Por que?’

‘Ele odeia conversa banal, você não percebeu? E como um representante da gravadora eu não posso fazer nada a não ser ter uma conversa banal para não interferir no ego deles. Nunca irrite, essas são as instruções dos grandes chefes.’

‘Os grandes chefes são estereótipo chinês? Quem diria.’

‘Tentamos manter isso em segredo. De qualquer modo, os integrantes de bandas são notoriamente sensíveis e o seu Alfie é o príncipe entre os mais sensíveis. Eu não deveria estar lhe contando isso. Com esse seu amor bem evidente.’

‘E você não deveria. A primeira coisa que vou fazer é contar a ele e você será demitido.’

‘Ai. Então me diga sobre você e o papel de Deannah? Você realmente quer o papel? Ou é apenas parte da cortina da fumaça do showbiz? E você e Helena Cross são realmente melhores amigas e assim por diante.’

‘Não, realmente, que se dane ela. Esse é um recado dado, de qualquer modo. Você a conhece?’

‘Apenas adorada de longe. Tão longe quanto é possível ficar daquela boca grande e daqueles olhos amedrontadores.’

‘Então você a conhece. Confie em mim, ainda mais assustadores de perto.’

‘Diferente de você, então.’

‘Isso é um teste, então.’

‘Ah droga. Sinto muito.’

Um teste era exatamente o que ela sentiu sobre o que tinha acabado de acontecer, ela o olhou fixamente mas não sorriu. Ele olhou para baixo, desceu da cadeira e levantou a mão.

‘É melhor eu entrar, como você disse. Verifique se eles estão tocando as músicas certas. Não quero que de repente eles estourem como Andy Williams.’

‘Ou Tom Jones.’

‘Não, o céu é proibido. Olhe em volta.’

‘Hey, qual é o seu nome?’

‘Se pensa que eu lhe direi, você está enganada.’

Ela sabia que poderia ter achado graça e o chamado de volta, mas ela gostou do poder que ela sentiu naquele momento. Foi um bom teste e também foi agradável porque ela realmente gostou dele. Se ela não tivesse gostado dele teria sido mais fácil, pois de qualquer modo ela não teria sentido nada quando o dispensou.

Finalmente os últimos se foram e então ela se direcionou para os bastidores, escolhendo onde pisava no meio do lixo pegajoso da pista. Stefan se jogou em uma das cadeiras do bar e disse a ela que iria esperar até que ela tivesse elogiado Alfie o suficiente. O representante da gravadora não estava mais lá, tinha desaparecido.

Ela se espremeu passando por mais assistentes que carregavam os mesmos rolos de fitas adesivas e guitarras, passou por uma porta aberta que deixava o ar tão frio quanto nitrogênio líquido com cheiro de batata frita com sal e vinagre, passou por uma garota que estava vomitando ruidosamente no corridor e, finalmente chegou ao mesmo camarim onde tinha se encontrado com a banda antes do show.

Quando ela passou pela porta, era como se tivesse soado um alarme silencioso. Os integrantes da banda se viraram para ela, com expressão de surpresa e apreensão em seus olhos, os braços levantados pela metade, um grande silêncio repentino mais alto que um trovão amortecendo o ar. Ela percebeu tudo isso imediatamente e se virou para a direita, onde ela tinha percebido um movimento.

Duas garotas, nuas da cintura para cima, em pé como se esperassem o ônibus e no meio de uma conversa casual. Elas estavam com a pintura do corte diagonal que atravessava seus rostos e um de seus seios. Azul em uma garota e vermelho na outra. Elas mal pareciam ter dezessete anos.

Mai soube que os integrantes da banda tinham discutido para saber quem iria primeiro conversar com elas.

Ela queria ir para cima delas e brigar. Ela queria rir diante de algo tão previsível. Ela queria se virar e perguntar a elas o que achavam que estavam fazendo. Ela queria repentinamente bater em alguma coisa.

Ela se virou e saiu da sala. Ela sabia que Alfie iria atrás dela ... e ele foi, batendo seus passos no piso de concreto. Colocou a mão em seu braço quente.

‘Mai, não pense ...’

Ela parou mas não conseguia olhar para ele. Lembre-se o que é esse sentimento, ela disse a si mesma. A pressão por trás dos seus olhos, o aperto na garganta e a tradicional aceleração em seu peito. A raiva consciente e gelada na parte de trás da sua cabeça. O que parece? Prossiga, considere, lembre-se.

‘Não há uma boa explicação possível, há?’ ela disse, olhando fixamente para uma sinalização de saída de emergência, um homem correndo em uma estúpida placa verde. Por que não é vermelha? O verde aparece melhor durante um incêndio ... ?

‘Por favor, Mai ... Não sou estúpido. Eu sabia que você poderia aparecer nos bastidores no final do show. Além do mais, eu sou o único que tenho uma namorada, então eu estava apenas­­ – ‘

‘Pegando uma carona? Muito bom.’

A mão dele soltou o braço dela como se ele tivesse sido atingido repentinamente por uma descarga elétrica. ‘Você pode acreditar em mim ou não, se quiser. Eu não tenho que me explicar para você.’

‘Verdade. Não há a necessidade de explicações.’

‘Você não tem sido muito amigável ultimamente.’

Agora ela não poderia deixar de olhá-lo – seu rosto longo, cabelos suados para trás, olhos com o contorno vermelho pelas luzes do palco. A vez dele de olhar, talvez constrangido.

‘Amigável como uma pessoa amigável deve ser. Não necessariamente rindo o tempo todo.’

Ele apertou a mandíbula. ‘Eu ando um pouco estressado, se é que não percebeu e se você conseguir olhar para além do seu próprio umbigo.’

A raiva subiu-lhe de suas entranhas.

‘Você é um egoísta, covarde, você não vale nada. Você teve mais incentivo de mim do que eu tive de você. Quem comprou aquele equipamento que você espancou essa noite? Quem deu entrada para pagar aquela lata velha que você chama de carro?’

‘Ah sim, você é tão respeitável. Porque sua carreira vale mais do que a minha, não é? Então você pode me dar esmolas.’

‘Eram esmolas? Eu estava ajudando você a se estabilizar para que você não tivesse que se preocupar. Acontece que eu era uma instituição de caridade.’

‘Chame do que você quiser. Você dizia que sua ajuda era livre de condições, mas elas estavam lá, não é?’

Ela olhou para ele, sem entender. Era isso o que ele tinha pensado? Que havia um preço a pagar pela generosidade dela? Ela tinha percebido que não tinha entendido nada. Ela se sentia como uma missionária que tinha acabado de descobrir que a tribo tinha uma visão de valores diferentes da dela e que eles eram provavelmente perigosos.

Ela disse, ‘Inacreditável,’ e em seguida saiu. Dois homens que estavam carregando guitarras olharam para ela e depois olharam para o lado. Ela carregava uma raiva como um odor que fazia com que as pessoas se afastassem. Ela pensou, dane-se ele, ele precisa de mim mais do que eu preciso dele. Ele pode ficar com aquelas garotas se quiser. Ela também pensou, surpreendendo a si mesma, segure-se, não deixe que percebam, as pessoas estão observando.

Ela diminuiu o passo, levantou os ombros e ergueu a cabeça. Respirou profundamente e segurou as lágrimas dos seus olhos. Empurrou as portas para dentro do bar, onde Stefan estava encostado de lado, com a boca levemente aberta. Ela se sentou do lado oposto e depois de um momento ele abriu seus olhos pálidos olhando para ela. Ele engoliu a saliva e franziu a testa.

‘Pronta para voltar ao planeta Terra?’

‘Não mesmo.’

Stefan sentou-se em estado de alerta. ‘O que aconteceu? Sua aparência está péssima, desculpe-me por dizer. Péssima é um eufemismo.’

‘Você precisa me animar, seria bom. Você chamou o táxi?’

Ele apontou para fora da janela. ‘Motor em funcionamento. Você está bem?’

Ela esboçou um sorriso tímido. ‘A vida é um grande aprendizado, não é mesmo? Não estou gostando das lições atuais.’

Stefan se levantou e estendeu sua mão para ela. Eles se dirigiram para a porta de saída. O ar frio era como um tapa na cara, clareando suas ideias.

Ela disse, ‘Não repare se eu chorar no táxi. Eu apenas percebi que não posso vive em paz e eu estou triste por isso, ok?’

‘Paz não existe. Procure por algo mais simples da próxima vez. O fim do Europop, por exemplo.’

Ela sorriu apesar de sua condição. ‘Canções de amor suecas nunca mais.’

Stefan olhou-a indignado. ‘Deixe o Abba em paz. Eles governam meu mundo.’

CAPÍTULO SEIS

MAI VEIO CAMBALEANDO para for a do quarto, viu Billie comendo cereal e assistindo ao programa matinal na TV. Sete horas da manhã e o mundo já estava conspirando contra ela para que se sentisse desinformada. Mal tinha amanhecido mas a rispidez e o barulho da cidade já tinham começado.

‘Não ouvi você entrar. Você já saiu ou isso é apenas um aquecimento?’

‘Assim que eu terminar isso. Trouxe o meu cereal, espero que não se importe. Só um pouco de leite.’

‘Leite é caro. Eu talvez tenha que descontar do seu pagamento. Novidades?’

‘Veja.’

Como se tivesse sido preparado, a imagem mudou para mostrar em ângulo estendido dois apresentadores, um homem de cabelos grisalhos e uma mulher loira, ambos com dentes de sobra na boca, um sofá em destaque à direita deles.

Helena Cross.

Loira e com sorriso forçado, pernas longas esticadas para frente, com um dos braços apoiado no sofá.

‘Oh meu Deus, a noiva do Frankenstein.’

As perguntas começaram – como ela estava? Como foi trabalhar com cinco membros de esquerda do Parlamento naquela rotina de dança? O que ela fará no futuro próximo?

E então, o objetivo real: Nós soubemos que você está liderando a pesquisa do Daily Paper para encontrar uma estrela para o papel de Deannah. E como você se sente com isso?

... é uma honra, seria uma grande oportunidade, pois trata-se de um grande papel em um grande filme, poderia ser o início de uma carreira profissional para qualquer um que conseguisse o papel ...

Billie: ‘Início de carreira profissional?’

‘Inglês é seu segundo idioma, depois da enganação.’

Como você encara a concorrência? Afinal, existem muitas jovens atrizes talentosas lá for a neste momento.

Eu me sinto apenas honrada por estar participando.

Mas você deve ter alguma ideia ...

Bem, Ginny Blake e Deborah Cash estão indo muito bem nas pesquisas. Ambas seriam ótimas para o pael, elas duas são jovens e muito talentosas.

E Mai Rose? Há muito apoio para ela.

Claro, ela também é muito talentosa, mas eu acho que ela está muito ocupada com sua nova peça no momento, e é óbvio que o filme de ação em que participa será lançado em breve. Eu a encontrei numa noite dessas, na verdade. Ouvi dizer que ela está muito musculosa por causa das cenas de ação.

Oh, então vocês se conhecem?

Sim, somos amigas há muito tempo. Na verdade, ela pegou o meu lugar no Terraço Amberside quando eu tive que sair. Ela fez muito bem.

Então ela estará com você na competição?

Uma risada, tocando com a mão no braço do apresentador.

Tenho certeza que ela não irá se envolver. Ela está com toda a sua carreira muito bem planejada.

O que virá depois para Helena Cross? Quero dizer, se você não ganhar o papel?

Oh, eu não fico pensando em um future distante. Não fico planejando, calculando minha carreira como uma garota. Deixo que meu assessor faça o trabalho sujo!

Os entrevistadores a agradeceram e mudaram para a parte das notícias de fofocas do entretenimento ...

Por falar em Mai Rose, soubemos de uma fofoca ontem tarde da noite de que ela terminou seu longo relacionamento com Alfie Cox, o baterista da nova banda The Gastric Band. Fontes disseram que houve uma briga acalorada entre os dois nos bastidores e depois, a senhorita Rose saiu secretamente com um homem muito gato loiro e sarado ...

‘Desligue.’

Billie encontrou o controle remote e desligou a TV. Ela moveu sua cabeça logo acima da parte de trás do sofa e olhou para Mai, passando os olhos sobre o rosto de Mai como se tivesse procurando por algum dano físico.

Mai sentiu frio. O aquecedor não estava ligado por muito tempo e o inverno estava começando a se intensificar, mas o frio era mais profundo do que qualquer sensação física. Parecia que o gelo estava começando a penetrar suas veias, diminuindo sua habilidade de sentir, provar e tocar. Ela estava se fechando em resposta ao que o mundo parecia atentar contra ela. Ela se perguntava se ela tinha escolhido esta resposta ao invés da raiva, medo ou frustração. Por que frio? Por que a frieza do coração?

Billie disse, ‘Você quer que eu faça algo para você? Eu posso ficar por apenas meia hora – George está precisando de mim esta manhã.’

‘Não,’ disse Mai. ‘Cuide dos cães e pode ir.’