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Meu Furacão É Você
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Meu Furacão É Você

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Só de pensar nela, ele podia sentir seu estômago revirando até que tivesse que se curvar pelos espasmos.

Ele nem notou que a governanta ainda estava parada na porta do seu quarto.

— Sr. Lucas.

— O que mais você quer de mim? Eu te disse para ir embora! — explodiu o garoto, de repente furioso.

— Cometi muitos erros com você, quando costumava apoiar seu pai… Eu estava com medo, mas… Não, não tenho nenhuma desculpa, mas vou contar algo que sempre mantive em segredo.

— Não me importa — interrompeu Lucas, ficando cada vez mais furioso.

— É sobre Kira, a garota que voltou para o Japão no ano passado — insinuou Rosalinda, sabendo que era um assunto delicado.

Kira. Mais uma vez.

Um novo espasmo atingiu seu estômago com violência.

— Não me importa — disse Lucas mais uma vez, torcendo as mãos para parar de tremer de raiva e desespero como tinha feito aquele ano todo. O pior ano da sua vida.

— Sei que você está mentindo. Aquela menina era tudo para você, Sr. Lucas. Eu vi o quanto você sofreu nos últimos meses. Você tem que me entender: eu gostaria de ter contado antes, que Kira não o esqueceu, como o Sr. Scott fez você acreditar. Eu me arrependo do que fiz, mas não quero ir embora sem contar verdade. Kira escreveu várias cartas para você nos últimos meses. Oitenta e seis, exatamente.

Ela finalmente conseguiu captar a atenção de Lucas: ele a encarava perplexo, com os olhos arregalados.

— Oitenta e seis cartas? Então, onde elas estão? — Ele conseguiu perguntar, enquanto seu cérebro estava tentando se concentrar em suas palavras.

— Seu pai as pegou e queimou. Todas elas — revelou ela, enquanto evitava dizer a ele que ela sempre as lia. — Sinto muito.

Lucas ficou olhando para o espaço, com a mente confusa, por muito tempo antes que conseguisse mover um único músculo.

Ele nem reagiu quando Rosalinda continuou dizendo que sentia muito, antes de sair daquela casa, para nunca mais voltar.

Quando Lucas voltou ao mundo real, ele podia sentir apenas uma raiva cega contra o homem que o trouxe ao mundo e depois tirou dele até o pobre consolo que ele poderia obter ao ler as cartas da sua melhor amiga.

Ele vinha sofrendo há muito tempo e odiava Kira por tê-lo deixado, após ter jurado várias vezes que nunca faria isso.

Ela havia dito que estava pronta para desistir de tudo por ele e que nunca o deixaria, mas em vez disso…

Nem mesmo a camiseta que ela lhe dera naquele maldito verão restou para ele, pois ele a rasgou em um ataque de loucura, após ter recebido alta do hospital por causa de um ombro deslocado.

Ele havia caído da escada por acidente. Ele lhes disse após seu pai ameaçá-lo.

Ele caminhou para a sala de estar em estado de transe, pois sabia que encontraria seu pai ali, bêbado como um gambá.

A casa deles era pequena, ao contrário da villa em que moravam no passado e que esse monstro cruel havia perdido tolamente em uma partida de pôquer um mês antes.

Ele chegou rapidamente ao piano-bar, onde encontrou uma garrafa vazia de Bourbon na bancada.

Seu pai estava se abaixando e procurando outra coisa para beber, mas teve um vislumbre da chegada do filho e se levantou.

— Onde está Rosalinda? Quero que ela vá comprar mais Bourbon — o homem murmurou enquanto cambaleava até a poltrona, mas seu filho bloqueou seu caminho.

— Você a demitiu, não se lembra? Ela foi embora há alguns instantes e me contou sobre as cartas de Kira — disse Lucas, tentando conter a raiva que estava começando a prostrá-lo.

— Vadia idiota! Por que ela tinha que contar?! Gostaria de tê-la demitido antes.

— Como você ousou queimar as cartas de Kira — explodiu Lucas, sem conseguir se conter mais.

Seu pai olhou para ele por um instante, intrigado com o repentino ataque verbal do filho, então ele se recuperou.

— Sou seu pai e posso fazer o que quiser! Você me pertence.

— Eu não pertenço a você! — gritou Lucas em resposta.

— Como você ousa falar assim com seu pai? — O homem ficou zangado, dirigindo o punho ao peito do menino, mas Lucas conseguiu evitá-lo com um salto de felino. Contudo, ele estava muito zangado para ficar satisfeito por se proteger. Ele precisava extravasar um pouco.

Ele sentiu o desejo de dar vazão à sua raiva ao bater em alguém pela primeira vez em sua vida, então, antes mesmo que pudesse perceber esse novo desejo, ele podia sentir todo seu corpo se esticando na direção do homem que havia transformando sua infância em um inferno e acertando sua mandíbula com violência, aproveitando-se da sua instabilidade de bêbado.

Ele foi trazido de volta à realidade por uma dor aguda em sua mão.

Darren Scott ficou surpreso e chocado com o ataque, que foi mais violento do que ele gostaria de admitir: ele caiu de joelhos e sentiu uma dor imensa no rosto.

Ele estava tentando se levantar, quando foi atingido de novo, por um chute poderoso que o deixou sem fôlego.

— Bastardo idiota! — gritou o homem para Lucas, ofegando e tentando se proteger.

— Você é o bastardo aqui! — O menino respondeu, então o agrediu mais uma vez.

— Vou buscar meu cinto, então veremos se você ousa falar comigo assim de novo — ameaçou ele, com uma voz trêmula de raiva.

— Apenas bata em mim! Bata em mim o quanto quiser, pai! Estas são as únicas coisas que você consegue fazer: ficar bêbado e bater em mim. Bem, você pode fazer isso, mas não vou mais ficar parado e esperar pelo seu golpe de cinto! — gritou seu filho para ele exasperado, enquanto continuava a socá-lo.

— Sua… mercadoria estragada… — balbuciou o homem, abalado com a agressão do filho.

— Você é a mercadoria estragada! — respondeu seu filho de repente. Ele estava cansado dessa agressão que não conseguia mais impedir e que parecia ficar cada vez mais forte a cada novo golpe.

Seu pai começou a rir com desdém.

— Lucas, lembre-se disso: uma fruta nunca caí longe da sua árvore.

— O que você quer dizer?

— Quero dizer que você é tão danificado e estragado quanto eu. Você é meu filho e eu sou seu pai! Meu sangue corre nas suas veias!

— Não vou ser como você!

— Você já é. É por isso que todos continuam deixando você, assim como sua mãe fez comigo e com você. Ninguém quer ficar com um fracasso como você. Até sua jovem amiga fugiu assim que conseguiu.

— Isso não é verdade! Kira me ama. Eles a obrigaram a ir embora.

— Você é um pobre idiota! Aquela garota nunca o amou de verdade ou teria ficado aqui! Sabe, Lucas, eu li as cartas que ela continuava escrevendo para você. Que garota lamurienta! Mas posso dizer isso: Kira não vai mais voltar para você! E ela não vai mais escrever para você porque ela desistiu de correr atrás de um pobre idiota como você — disse seu pai, com desdém.

Lucas preferia ser golpeado pelo cinto do pai naquele momento do que ouvir suas palavras horríveis, que o estavam corroendo por dentro.

Ele estava se sentindo sujo e pronto para autodestruição.

Ele chamou o nome de Kira uma última vez, mas já sabia que sua querida amiga não correria para ajudá-lo e curá-lo da dor que o atormentava. Ela nunca mais voltaria.

Ele saiu correndo da sala, sentindo-se despedaçado e nauseado pelo que era e pelo que poderia se tornar e deixou seu pai lá, tossindo e recuperando o fôlego com a ajuda de uma garrafa de Bourbon.

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Tóquio, Japão, 9 de janeiro de 2017

— Você é tão bonita — sussurrou sua mãe para ela, enquanto terminava de pentear seu cabelo.

— Obrigada — exclamou Kira com um sorriso amplo nos lábios, o que fez o coração de Elizabeth pular de alegria. Ver essa expressão feliz no rosto da filha era o melhor remédio que ela tinha para curar a ansiedade e angústia que vinha sentindo nos últimos dois anos.

E tudo isso estava acontecendo graças a Adam Gramell. Com sua doçura e sensibilidade, esse menino foi capaz de encontrar o caminho para o coração de Kira, ajudando-a a esquecer Lucas Scott, aquele garoto de Princeton.

Elizabeth certamente não havia apreciado muito o fato de que ele era dois anos mais velho do que Kira, mas o sorriso da sua filha foi o suficiente para dissipar seus temores.

Além disso, Adam era o menino mais gentil e mais inofensivo do mundo e Kira não parecia se preocupar com todas as cartas de amor que ele recebia de suas colegas de classe.

— Eu confio nele, mãe! Conheço Adam muito bem, e tenho certeza de que ele nunca me enganaria! — Kira havia dito a ela duas semanas antes.

— Enganá-la? Oh, Kira, você já foi tão longe? Você me disse que vocês eram apenas amigos! Você ainda é tão jovem e… — Sua mãe ficou assustada.

— Fique calma, mãe! Então, eu tenho quinze quase dezesseis anos! Não sou mais uma criança e nós não fomos tão longe ainda, embora Adam tenha dezessete anos!

— Sério? Não foi? Você me diria, se fosse…

— Mãe, apenas confie em mim. Adam e eu somos apenas amigos, embora não possa negar que temos pensado em ser um casal.

— Por favor, Kira…

— Eu sei: devo ir com calma. Não devo me apressar. Como você sempre diz, faça amor e não sexo com um estranho. Blah, blah, blah… — Kira continuou dizendo como um robô pois havia memorizado o conselho da mãe. Elizabeth havia entrado em pânico cinco meses antes, quando Kira contou que sua colega de turma, Misaki, não era mais virgem.

— Isso é perfeito.

— Contudo, Adam sabe que ainda não estou pronta e está tudo bem para ele. Ele me disse que nossa amizade é a coisa mais importante.

— Espero que sim — suspirou sua mãe, rendendo-se.

Felizmente, a campainha tocou naquele momento, encerrando a conversa que sempre deixava Kira desconfortável, também por causa do seu sentimento de culpa por todas as mentiras que continuava contando sobre Adam e si mesma.

— Deve ser Adam! Você pode ir e abrir a porta? Ainda estou escolhendo que sapatos usar — pediu Kira, tentando arrumar as roupas que havia jogado na cama.

Ela viu sua mãe hesitar por um instante antes de ir embora.

— Estou muito feliz, sabe? — disse ela a Kira, depois saiu do quarto.

— Eu também, mãe. Mas, por favor, se apresse agora ou Adam vai acreditar que vou mantê-lo lá fora no frio. Você sabe que ele é friorento!

— Não acreditei que você pudesse começar a sorrir de novo, depois que deixamos Princeton e… Lucas — murmurou Elizabeth com cautela. Fazia meses que ela não falava sobre isso porque não queria fazer a filha chorar, mas sentia que algo estava mudando naquele momento.

Kira parou de repente quando ouviu o nome do seu amigo, então, sem tirar os olhos das roupas, conseguiu responder após um longo momento, sem se render à tristeza.

— Vou voltar para ele, mãe. Eu prometo.

Elizabeth começou a tremer por causa das palavras da filha e entendeu que estava errada: nada mudou.

***

Princeton, Kentucky, 15 de janeiro de 2017

Assim que a boca da garota roçou em seu lábio inferior, ele não conseguiu evitar gemer de dor.

— Você não poderia esperar mais um dia antes de permitir que Kurt cortasse seu lábio? — A garota loira disse com uma voz melodiosa, fazendo a língua deslizar pelo seu pescoço até o peito nu.

— Vamos, vista-se. Minha aula vai começar em vinte minutos. — Lucas ficou de repente nervoso, tentando se livrar dessa sanguessuga.

— Desde quando você se preocupa com a escola? — A garota riu divertida, colocando o sutiã com um gesto teatral, tentando atrair a atenção de Lucas para si, mas ele não respondeu e sem sequer lançar um olhar para ela, vestiu a calça e foi embora.

— Você vai me ligar amanhã? Vai ter uma festa… — Ela tentou mais uma vez.

— Não, estou ocupado — disse Lucas rapidamente com uma voz irritada, fazendo a garota ficar irritada.

— Você está me abandonando, seu canalha imundo?

— Pense como quiser. Estou indo.

— Isso é tudo? Acabamos de fazer amor e você está me deixando assim agora? — soluçou a jovem, à beira das lágrimas.

Lucas deu uma olhada rápida nela e sentiu vontade de quebrar alguma coisa ao ver suas lágrimas. Suas mãos ainda estavam doendo após a briga com Kurt, então ele esperava que pudesse acalmar seu temperamento feroz com a ajuda do corpo fabuloso de Jennifer, mas, como acontecera com ele quatro vezes antes, ele não sentia nada por ela, exceto um orgasmo avassalador.

Ele evitou lembrá-la de que o que haviam acabado de fazer era apenas sexo, já que ele não sabia nada sobre ela, apenas o tamanho do seu sutiã.

— Isso mesmo — respondeu ele e em seguida fechou a porta atrás de si e correu para a sala de aula, pronto para começar uma bagunça e irritar o professor Kleyton.

***

Tóquio, Japão, 23 de janeiro de 2017

— Você está pronta? — sussurrou Adam para ela, aproximando os lábios dos dela.

Kira engoliu em seco e assentiu levemente. Ela se sentia como se tivesse uma corda enrolada no pescoço e seu coração estava batendo rápido, enquanto continuava se perguntando se estava fazendo a coisa certa.

— Ouça, se você mudou de ideia sobre isso… — Adam ficou preocupado e se afastou dela.