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Meu Furacão É Você
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Meu Furacão É Você

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— Lucas é meu! — Kira ficou abatida e começou a chorar de novo. — Não vou compartilhá-lo com ninguém!

— Kira — sussurrou sua mãe, comovida e preocupada.

— Não quero perdê-lo! Eu o amo, mãe.

— Eu sei, querida — suspirou Elizabeth e abraçou a filha para confortá-la.

Elas continuaram se abraçando por muito tempo, até que a garota parou de chorar.

— Lucas estava realmente chorando? — perguntou Kira após um tempo.

— Sim, ele estava. Fazia muito tempo que eu não o via chorando — disse sua mãe com tristeza, fazendo com que a filha se sentisse terrivelmente culpada. — Você deveria se desculpar com ele.

— Sim, você está certa. Não queria fazê-lo chorar — murmurou ela, pois sentia-se muito envergonhada do seu comportamento.

— Que tal fazer biscoitos de banana com gotas de chocolate e levá-los para ele? — sugeriu sua mãe, tentando animá-la.

— Lucas adora esses biscoitos!

Enxugando a tristeza, Kira e sua mãe começaram a preparar uma grande assadeira cheia de biscoitos em forma de flor. Ao ficar ocupada fazendo os biscoitos perfeitos, Kira esqueceu a conversa com Lucas e apenas se concentrou em fazer as pazes com ele.

Os biscoitos estavam quase perfeitamente assados no forno uma hora depois e Kira estava realmente ansiosa para tirá-los e levá-los imediatamente para seu amigo. Ela mal conseguia esperar para limpar sua consciência, que estava pesando sobre ela.

— Que cheiro delicioso de biscoitos! — retumbou uma voz masculina atrás delas.

Elas se viraram de repente e viram a figura imponente e condecorada de Kenzo Yoshida.

— Papai! — gritou Kira, que estava no sétimo céu e correu para abraçar o pai. Ela não o via há quase um mês. Mesmo levando apenas uma hora de carro para chegar à base, Kenzo poderia voltar para a família apenas algumas vezes por mês ou até menos.

— Querido! — Elizabeth a seguiu, correndo para os braços do marido. — Por que você já está de volta? Você disse que não voltaria para casa antes de agosto.

— Estou de licença e tenho ótimas notícias para todos nós! — respondeu Kenzo sorrindo.

— Conte-nos tudo, por favor.

— Estamos voltando para Tóquio! — exclamou o pai de Kira.

— O que você quer dizer? — perguntou sua esposa intrigada.

— Você me entendeu, Ely. Eles me transferiram de novo, estão me mandando de volta para a embaixada americana em Tóquio. Kira, você está feliz? Você vai ver a vovó de novo. Tenho certeza que ela está ansiosa para abraçá-la novamente.

— Não quero voltar para o Japão! — explodiu sua filha assim que percebeu o que a notícia significava.

— Kenzo, eu tenho um emprego aqui e não acho…

— Ely, você não entendeu como as coisas estão. Isso não é negociável, são ordens de cima e você pode agradecer ao seu querido amigo Darren Scott — explicou o homem com uma voz gelada.

— Que desg…

— Não fale assim na frente da criança — interrompeu seu marido, pois não queria que sua filha ouvisse palavrões.

— Não sou mais criança e não quero voltar para Tóquio! — Kira se intrometeu novamente, à beira das lágrimas.

— Quero partir antes que o novo período escolar comece. Vou dividir meu tempo entre casa e a embaixada, enquanto você pode ficar na casa da minha mãe, como antes. Já entrei em contato com a antiga escola de Kira e eles têm uma vaga para ela. Ela só vai ter que passar no exame e poderá frequentar o ensino médio — continuou seu pai despreocupado, deixando sua filha muito ansiosa. Ela parecia à beira de um colapso nervoso.

— Não, não, não, não, não! — A jovem continuava gritando, fechando os ouvidos.

— Kira, você sabia que ficaríamos aqui apenas quatro anos! — Seu pai tentou fazer com que ela usasse a cabeça, segurando seus ombros, mas ela começou a se contorcer e chorar desesperadamente.

— Não, não, não! Não quero ir embora! Quero ficar aqui! Em Princeton! Com Lucas!

— Sinto muito, meu bem. Mas isso é impossível!

— Não, eu não quero — gritou Kira com toda força, empurrando o pai com violência para longe, saindo correndo pela porta dos fundos até a garagem para pegar sua bicicleta.

Os gritos de reprovação do pai e os gritos desesperados da mãe foram completamente inúteis.

Ofegando e com terror no fundo do seu coração pelo que estava acontecendo, a garota pegou a bicicleta e antes que seu pai pudesse alcançá-la, ela correu para a rua e começou a pedalar com todas as suas forças. Ela sabia que a casa do menino que ela amava ficava a cinco quilômetros de distância.

Quando ela chegou à suntuosa e majestosa villa da família de Scott, todos os músculos das suas pernas estavam queimando e ela sentia dor na garganta por causa do esforço.

Felizmente, havia um vento fraco naquele dia, então cada lágrima que ameaçavam escorrer pelo seu rosto, secavam antes de cair.

Usando a pequena passagem que Lucas fizera três anos antes ao quebrar uma parte da cerca, Kira conseguiu entrar furtivamente na villa e correu sem fôlego até a mansão.

Ela sabia que o pai de Lucas nunca permitiria que ela entrasse, como sempre aconteceu naqueles quatro anos, mas ela conseguiu identificar a janela do quarto do amigo, então correu por baixo e o chamou, com o pouco de fôlego que lhe restava.

Após gritar o nome de Lucas sete vezes, ela ficou abalada pelas lágrimas e caiu de joelhos no cascalho, rezando para que fosse apenas um pesadelo terrível.

Ela pulou e de repente se levantou assustada quando sentiu um toque leve no ombro.

Ela temia que pudesse ser Darren Scott ou sua própria mãe, mas, felizmente, assim que se virou, ela viu o rosto abatido e triste de Lucas.

Ela olhou para ele, tentando enxugar aquelas lágrimas irritantes que faziam o mundo de verdade ao redor dela piscar.

Lucas havia retirado o curativo, então Kira podia ver o ferimento entre os pelos da sua sobrancelha. No entanto, ela ficou ainda mais abalada com seus olhos inchados e vermelhos, já que não estava mais acostumada com eles.

De maneira instintiva, ela procurou por um lenço no bolso, para que pudesse enxugar seu ar assustado, mas ela havia se esquecido de tudo quando fugiu de casa.

— Kira — sussurrou o menino. Ele ficou devastado quando viu sua amiga chorando. Isso era algo inesperado e fez com que ele se sentisse muito mal novamente.

— Lucas… — Kira saltou, jogando-se em seus braços. Ela o abraçou com toda força, como se temesse que o vento pudesse levá-lo para longe dela.

Ela sentiu os braços de Lucas retribuírem o abraço, abraçando-a completamente.

— Desculpe, Kira — murmurou o menino abatido, abafando suas palavras por entre os cabelos compridos e sedosos dela.

— Oh, Lucas! Por favor, me perdoe. Não quero perdê-lo — soluçou Kira, abraçando-o ainda mais forte.

— Nem eu — Lucas estava tremendo.

Kira podia ouvir o coração do amigo batendo cada vez mais rápido enquanto a respiração ficava irregular.

Ela sabia que ele estava chorando e isso a fez desmoronar.

Ela esteve cuidando dele por anos e passou a conhecê-lo, amá-lo e apoiá-lo. Então, naquele momento, ela não conseguia acreditar no que diria a ele logo em seguida.

— Meu pai foi transferido de volta para Tóquio. Ele quer que minha mãe e eu voltemos para o Japão com ele. — Ela conseguiu dizer sem se afastar de Lucas, mas, de repente, ele deu um passo para trás, assim que percebeu o que ela quis dizer.

Kira estremeceu por causa dessa separação repentina. Então ela viu Lucas olhando para ela com uma expressão destruída.

— Eu não quero, mas… — Kira tentou explicar

— Então não faça isso! Não vá. Não me deixe sozinho… você também não. Estou te implorando — gaguejou Lucas e começou a tremer. Ele já tinha perdido a mãe e perderia sua melhor amiga em breve.

Por que todas as mulheres que ele amava o abandonavam mais cedo ou mais tarde?

— Não quero deixá-lo sozinho — declarou Kira séria, tentando recuperar um pouco de clareza.

— Então não volte para o Japão! — implorou Lucas com uma voz tão dolorida que pareceu uma punhalada no coração de Kira.

A resposta escapou dos seus lábios antes que ela pudesse pensar sobre isso.

— Tudo bem — respondeu ela, começando a matutar para encontrar uma solução.

O sorriso que finalmente se espalhou no rosto de Lucas valia mais do que mil presentes de Natal.

— Você promete?

Elizabeth geralmente dizia a filha para que não fizesse promessas que não pudesse cumprir, mas Kira não tinha dúvidas sobre o que aconteceria: ela tentaria ficar em Princeton com Lucas, por bem ou por mal.

— Prometo — disse ela, fazendo uma cruz no coração.

A felicidade crescente no rosto de Lucas tornou-se imediatamente contagiosa. Enquanto se abraçavam mais uma vez, Kira jurou para si mesma que faria qualquer coisa para ficar perto do seu melhor amigo.

Infelizmente, sua mãe buzinou do seu carro, que estava estacionando no lado de fora do portão da propriedade, interrompendo-os, então Kira tinha que voltar para casa.

— Coloque seu curativo de novo ou vai ficar com uma cicatriz — disse Kira preocupada, roçando o dedo indicador na sua sobrancelha machucada. Te vejo amanhã. Em casa.

— Vamos ter uma ótima partida de Super Mario , ok? — sugeriu Lucas, sentindo-se mais sereno, antes que sua amiga saísse pela passagem secreta que usou para entrar.

— Vou arrasar você! — Kira o desafiou alegremente antes de entrar no carro, mas assim que Lucas desapareceu da sua vista, ela sentiu algo quebrando dentro de si, bem no meio do peito.

Ela seria capaz de cumprir sua promessa a Lucas?

ADAM

Tóquio, Japão, 11 de novembro de 2015

Quando ele alcançou a antiga ala do prédio, seu coração estava batendo rápido.

Ele olhou ao redor com cautela, certificando-se de que tivesse deixado para trás todas as garotas com tesão que sempre o seguiam, desejando se tornar sua namorada.

Ser o garoto mais bonito da escola tornou-se uma maldição para ele, especialmente depois do que aconteceu com Arashi.

Só de pensar no que acabara de acontecer, ele podia sentir um pouco mais de energia nas suas pernas.

— Existe um lugar longe o suficiente para fugir do que estou sentindo? — A mente de Adam estava gritando, quando ele alcançou a porta quebrada que conduzia para a sala que outrora foi a biblioteca da escola, antes que o último terremoto tivesse tornando aquele lado do prédio impróprio para uso dois anos antes.

O diretor havia finalmente encontrado um prédio mais barato para construir uma nova biblioteca na ala leste, o que ele preferiu do que reforçar a ala norte e torná-la segura, então esse lugar estava sempre deserto agora.

Ainda abalado pelo beijo de Youra e pelo abraço de Arashi, Adam começou a abrir a porta do seu abrigo secreto… quase secreto, já que teve que dividi-lo com uma caloura no último ano.

Só quando entrou, ele se jogou no chão, segurando a cabeça entre as pernas e esperando que pudesse esquecer o que estava girando em sua mente há muito tempo.

Ele se lembrou da imagem de Youra. Linda Youra. Todo garoto em sua escola faria qualquer coisa para sair com ela, mas toda garota solteira em sua escola venderia a alma ao diabo para sair com ele.

Youra não demorou muito para procurá-lo e pedir para que ele fosse seu namorado e ele concordou só porque era o que todos seus amigos esperavam dele.

Até seu pai apertou suas mãos naquele momento, feliz e orgulhoso dele.

Mas quando ela tentou beijá-lo, ele ficou nervoso e começou a suar frio, enquanto sua cabeça e coração continuavam lembrando-lhe do sorriso de Arashi

— Por que Arashi? Youra é a garota certa para mim! Eu amo Youra! — Ele vinha dizendo a si mesmo há mais de dois meses, mas o sorriso de Arashi, seus abraços ou tapinhas nas costas foram suficientes para tornar Youra em ar impalpável se comparado ao brilho ensolarado de Arashi.

Ele vinha se perguntando até ficar exausto sobre os motivos do seu comportamento, mas sem resultados, até aquele dia pelo menos.

Era apenas algo tolo: alguém havia feito Arashi tropeçar e ele caiu nos braços de Adam, mesmo que apenas por alguns instantes.

Apenas por alguns instantes… mas foi o suficiente para fazê-lo correr para o banheiro para esconder a ereção evidente que pressionava a calça do seu uniforme escolar.

Que vergonhoso!

Ele teve que correr como louco para limpar aquele instinto censurável e impróprio da sua mente. Até a lembrança do corpo nu de Youra não foi capaz de desviar sua atenção disso.

— Por que tudo isso está acontecendo comigo? O que há de errado comigo? — Adam estava abatido e tentou reprimir aqueles sentimentos que pareciam sufocá-lo.

Ele ia desmoronar mais uma vez e dar vazão a lágrimas de frustração e vergonha, quando ouviu mais alguém gemendo dolorosamente na sala.

Ele já tinha ouvido isso várias vezes nos últimos dias, mas parecia muito mais desesperado desta vez.

Sentindo-se curioso e preocupado ao mesmo tempo, ele se levantou e moveu-se devagar até a estante onde os romances de fantasia costumavam ficar.

Sem fazer qualquer som, ele lançou um olhar entre os corredores até que conseguiu ver a garota chorando. Ela estava sentada no chão, como de costume, os braços ao redor dos joelhos que estavam dobrados até o peito e as pernas completamente nuas por causa da saia amarrotada. Ela estava chorando muito.

Ele apagou da mente o lema dos seus colegas de classe, dizendo que ninguém poderia abrir mão da chance de ver a calcinha de uma garota e se aproximou dela.

Assim que a garota percebeu que ele estava li, ela parou de chorar e de repente se levantou com um pulo, enxugando o rosto com a manga do uniforme.