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A Cidade Sinistra
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A Cidade Sinistra

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Jalis deu um olhar confuso para ele. “É ótimo que mais uma vez você tenha prestado atenção à minha língua materna, mas creio que você está procurando por non sequitur. Secateurs são tesouras de poda. Contudo, de certo modo, você está certo. Definitivamente este Jardins não precisam de seus arbustos podados.”

“Bem, praga ou não, isso foi há muito tempo.” Oriken olhou para os telhados da vasta cidade. “Agora que estamos tão perto, ainda é um pouco tentador dar uma olhada por aí.”

Dagra bufou. “Até você pode sentir o erro aqui, Orik. Não tente o destino mais do que já fizemos. Não sou nenhum covarde e você sabe disso, mas eu me lembro do medo que sentia quando criança em relação a este lugar e não preciso entrar na cidade para que este medo volte nitidamente. Estar cercado por estas criptas, lápides e estátuas pagãs já é o suficiente.”

“Estou apenas dizendo, só isso. Ei, Dag, você não precisa segurar este pingente com tanta força. Você não precisa da Díade quando você nos tem.” Oriken piscou para Jalis. Os lábios dela se contraíram em um sorriso rápido.

“Aceitarei a Díade e vocês dois,” Dagra disse. “Solidez em números.”

“Sim... Uau.” Oriken parou quando seus olhos pousaram em algo que se projetava da terra a poucos metros do Caminho dos Defuntos. Ele se aproximou e inclinou-se para dar uma olhada mais de perto. Uma coleção de ossos pequenos estava semi-encapsulada na terra, inconfundivelmente uma mão humana. “Imagino que eles não os enterravam muito profundo por aqui.”

“O que é isso?” A voz de Dagra tinha uma borda dura.

“Lembra daquela casa em que esbarramos com aqueles cravantes?”

“Sim.”

“Bem, quando eu disser, vamos apenas continuar caminhando, faça um favor a si mesmo e ouça desta vez. Você já está no limite, não precisamos que você entre em um ataque de pânico completo.”

Dagra fez uma careta e virou-se. “Anotado.”

Eles seguiram pelo Caminho dos Defuntos até que a muralha dividindo o cemitério da cidade apareceu ao longe, sua ponte levadiça abaixada como o portão na entrada. Oriken olhou por cima do ombro para as torres e ameias da muralha da charneca, quase invisíveis por trás das entradas elevadas das criptas, estátuas exuberantes e árvores esqueléticas.

“Devemos estar nos aproximando da cripta Chiddari,” ele disse.

Jalis dobrou o mapa e colocou no bolso. “Há muitas criptas por aqui. Sugiro nos dividir e verificá-las separadamente.”

Dagra balançou a cabeça com veemência. “Esqueça. De maneira nenhuma vou entrar sozinho em um daqueles lugares.”

Jalis reprimiu um suspiro. “Não estava falando para entramos nelas, Dagra. Estou dizendo que deveríamos verificar os nomes acima das entradas e nas estátuas daquelas que as tiverem.”

“Oh.” Dagra pigarreou. “Tudo bem. Ótimo.”

Oriken observou seu amigo barbudo. A verdade era que a fanfarrice de Dagra tinha diminuído cada vez mais, quanto mais eles entravam na Colina Scapa e agora, aqui no cemitério, tinha praticamente desaparecido. Isso é inaceitável. Realmente inaceitável. Ele estalou os dedos na frente do rosto de Dagra e fixou-o com um olhar severo. “Ei. Vamos lá. Sai dessa. Entendo que você esteja tendo problema com os deuses neste momento, mas faça um favor para os seus amigos e tente guardá-los. Vamos verificar aquelas placas de identificação como Jalis disse.”

“Vai se foder,” Dagra murmurou. Ele ergueu os olhos para encontrar o olhar de Oriken e deu um aceno brusco de cabeça, em seguida girou nos calcanhares e foi para a cripta mais próxima.

Oriken compartilhou um olhar com Jalis antes de se afastar para verificar a dúzia, mais ou menos, de entradas de criptas na área imediata. Ao alcançar a primeira, ele esticou-se para inspecionar os entalhes na pedra acima da entrada. Uma rachadura corria verticalmente através da pedra, bem através do centro do nome Hauverydh. A estátua que acompanhava a cripta estava no chão perto da entrada, seu rosto de pedra esburacado e gasto, as mãos pressionadas no peito; seja o que for que estivesse segurando havia deteriorado ou caído há muito tempo.

Oriken passou entre as lápides enquanto caminhava para a segunda cripta. Algumas das lápides haviam caído, algumas estavam submersas ou apoiadas em ângulos, enquanto outras permaneciam completamente em pé. As gravações em várias continham o nome Chiddari ou o que parecia ser uma variação disso.

“Chegando perto por aqui!” ele gritou.

Ao alcançar a cripta, ele parou diante da sua estátua e verificou o nome desbotado no plinto. Cunaxa Tjiddarei. As feições desgastadas pelo tempo eram aquelas de uma mulher orgulhosa, apertando o que parecia ser um pequeno martelo e um cinzel ao seio. A estátua de bronze estava em pé de lado, inclinada para frente como se prestes a fazer uma reverência, congratulando Oriken por descobrir seu lugar de descanso.

“Sim,” ele disse. “É isso!”

“Bom trabalho,” Jalis disse atrás dele, fazendo com que ele quase pulasse para fora da sua pele.

“Estrelas e malditas luas, Jalis!” Oriken sibilou. “Não faça isso!”

Ela sorriu. “Sinto muito.”

Quando Dagra se aproximou, Jalis pegou a lamparina a óleo e a tinderbox – uma caixa contendo pederneira, pavio e aço para fazer fogo – e começou a trabalhar acendendo faíscas em uma amostra de tecido carbonizado. Quando o material pegou fogo, ela tocou um bastão de enxofre na chama e usou para acender a lamparina.

Quando a lamparina estava acesa, Dagra disse, “Dê isso aqui.” Sua expressão estava extenuada, mas ele parecia mais determinado.

Jalis olhou para ele. “Você tem certeza?”

“Não. Mas vou fazer isso mesmo assim.” Ele pegou a lamparina e liderou o caminho até a entrada escura da cripta Chiddari.

Capítulo Nove

Nada Sem Medo

“Vamos terminar este negócio.” Dagra ergueu a lamparina e espiou a escada. As chamas lançavam um brilho tremeluzente nas paredes rústicas e degraus de pedra. Além do alcance da luz, o buraco da cripta mortuária abria-se em um convite sinistro.

Preparando seus nervos, ele pressionou seu pingente Avato nos lábios e entrou na escuridão, dando um passo lento e deliberado. Um passo, dois … Suas botas esmagavam suavemente a terra sobre a pedra gasta. A respiração silenciosa e ruído dos passos dos seus amigos o seguiram para as profundezas.

“Não se preocupe, Jalis,” Oriken disse. “Se algo passar por Dag, eu a manterei segura.”

Jalis riu. “Você é um oficial corajoso dizendo isso a um mestre espadachim quando ela está atrás de você em um espaço apertado.”

“Como é o ditado? Mantenha sua espada afiada, mas sua sagacidade mais afiada.” A diversão era rica na voz de Oriken, mas Dagra sabia que ele estava disfarçando sua própria ansiedade.

Quando ele alcançou a próxima curva na escada, Dagra congelou. “Deuses sofredores.” A lamparina iluminou as paredes de ângulo reto, fazendo com que sombras dançassem pela pedra. Com a mão livre, ele agarrou o cabo do seu gládio.

“O que é isso?” Oriken disse.

“Nada. Eu apenas… Está tudo bem.”

“Você deveria tirar a lenda da sua cabeça,” Jalis disse.

“Não é isso que me incomoda.” Não, ele pensou. É a escuridão. Isso e o peso esmagador da terra acima. E o fato que estamos descendo para um lugar que é mais desprovido dos deuses do que toda as Terras Mortas.

Ele espiou ansiosamente ao redor do canto para a escuridão. Até onde ele poderia dizer, a escada estava vazia.

“Estou agindo como uma menininha imaginando fantasmas,” ele murmurou, obrigando-se a continuar a descida. Mas se algum lugar tem fantasmas, é esta cripta pagã.

Além da próxima curva, os degraus tocavam o chão plano que se estendia em um corredor estreito e de teto baixo. Vigas de madeira percorriam a extensão das paredes entre quadrados de pedra lavrada. Grupos de teias de aranha empoeiradas pendiam dos cantos das vigas. A escuridão úmida e penetrante juntamente com o odor de mofo que flutuava da garganta escura do corredor enviou um arrepio pela coluna de Dagra.

“Amaldiçoe a Díade,” Oriken disse quando foi obrigado a se inclinar no espaço apertado.

Dagra franziu o cenho. “Por favor, não amaldiçoe enquanto eu estiver rezando.”

Oriken inclinou mais a cabeça, mergulhando suas feições na sombra, exceto pelo seu sorriso.

“Sério, tenho ouvido de você a mesma coisa ridícula desde que éramos crianças e o debate nunca vale a pena. Agora, em particular, não é o momento de me fazer defender as forças atrás, abaixo e acima de Verragos que eu sei que são reais, o que você nega mais e ....”

“Tudo que eu disse foi ‘amaldiçoe a Díade.’”

“Bah.” Dagra olhou para cima. “Espero que você não esteja muito ocupado amaldiçoando para ficar de olho nas teias de aranha.”

Oriken parou, em seguida gemeu. “Estrelas. Tinha de haver aranhas aqui em baixo, não? Poderia ter feito uma aposta sobre isso.”

Dagra avançou, com Oriken seguindo de perto. Em pouco tempo, um arco apareceu, um portal para quaisquer horrores pagãos que jaziam além. Com todos seus sentidos fixos no arco preto, ele quase pulou para fora da sua pele e quase deixou a lamparina cair quando o grito de Oriken ecoou através do corredor. O coração de Dagra batia forte quando ele se virou para Oriken saltitando e agitando os braços descontroladamente, batendo a aba do chapéu e se arrastando para trás até uma Jalis perplexa.

Ela o agarrou pela cintura, sem dúvida para impedir que ele batesse nela em vez de segurar firme o idiota desastrado. Apesar da sua estrutura pequena, com facilidade ela fez o amigo magricela deles parar de repente.

Os movimentos de Oriken haviam levantado uma camada de poeira e uma névoa fina pairava em todo o corredor, diminuindo muito mais a visibilidade. Seu cabelo suado e desgrenhado quando ele tirou o chapéu, Oriken olhou horrorizado para as teias de aranha que se agarravam a aba e a copa chanfrada. Com um sobressalto, ele começou a afastá-las.

Jalis colocou as mãos nos quadris, inclinou a cabeça e fixou-o com um olhar desapontado.

Notando seu escrutínio, Oriken deu de ombros com arrependimento e recolocou o chapéu na cabeça. “Elas fazem minha pele arrepiar!”

Dagra suspirou. “Nós sabemos!”

Jalis não conseguiu evitar o sorriso quando disse, “Você deixou escapar algumas.” Ela levantou a mão e puxou um fio de teia de aranha da sua barba, em seguida, limpou-a na parede. “Pronto. Acabou.” Ela franziu os lábios, depois acrescentou, “Você tentará ser um freeblade corajoso agora?”

“Eu disse que deveríamos ter trazido algumas tochas em vez daquela lamparina idiota,” Oriken murmurou. “Poderíamos ter acendido todo o maldito teto enquanto seguíamos.”

Dagra balançou a cabeça e virou-se para encarar o arco preto. Ele avançou lentamente, agitação pesando em cada passo. Seu foco estava mais uma vez em seus próprios medos.

Não estou com pressa para descobrir o que há além, ele pensou. Ninguém esteve em uma cripta funerária em séculos. Não é natural! Mas chegamos até aqui e imagino que estaremos levando uma boa história para casa, se mais nada. Recomponha-se. Estamos quase lá.

Ele alcançou o arco e preparou-se. “É tudo, ou nada,” ele resmungou. Respirando fundo, ele atravessou o portal para a escuridão de um corredor de teto alto, consideravelmente mais largo do que o corredor apertado. Tudo estava em silêncio e parado. Muito quieto. Muito parado. Ele espiou a escuridão por um longo momento. Os cabelos se arrepiaram em seu couro cabeludo enquanto ele dava um passo para o lado para os outros entrarem.

Oriken se abaixou sob o arco com um sorriso e esticou-se em toda sua altura. “Ah, isso é muito melhor!”

“Fico feliz que você pense assim,” Dagra disse, “mas você acha que poderia expressar seu prazer com um pouco menos de barulho?”

“Ah, vamos lá, Dag. Aquele incidente na caverna foi há muitos anos.”

“Sim, foi! Sete, para ser preciso. E não preciso de você me lembrando sobre isso mais uma vez, muito obrigado.”

Oriken zombou. “Não se preocupe com tetos desabados e entradas bloqueadas, você continua gritando e acordará os mortos.”

Dagra estremeceu, cerrou os dentes e lançou um olhar muito zangado para Oriken.

“Tudo bem, crianças,” Jalis disse asperamente. “Guardem os jogos até voltarmos para a charneca. Vocês podem brincar por todo o caminho para casa, se quiserem, mas vamos apenas fingir um pouco de decoro enquanto estamos aqui, como freeblades profissionais.” Ela olhou para Dagra. “Lidere.”

Ele estabeleceu um passo cauteloso para o corredor. A lamparina gotejava à medida que ele a balançava de lado para o outro para espiar os recessos dentro das paredes em intervalos regulares. Sombras tremulavam por toda parte como espectros se encolhendo do alcance da luz. Pedaços diversos de pedras preciosas atraíam a luz da lamparina para dentro das alcovas e nos pódios ao longo do centro da passagem; ele reconheceu obsidiana, pedra estrelada, lápis-lazúli, olho de gato, nuvens de raios e vários outros pedregulhos bonitos, mas não tão preciosos. Uma pedra do sol rajada de carmesim chamou sua atenção no fundo de uma das alcovas. Ele se aventurou para dentro para olhar de perto. A gema estava posicionada na altura da cintura no centro da laje de granito que alcançava dos joelhos até o peito de Dagra, duas vezes mais larga do que era alta, com os lados calçados firmemente nos cantos dos pilares. Ele segurou a pedra do sol para soltá-la, mas estava firmemente embutida no granito.

Palavras e datas circulavam a gema. Dagra se aproximou mais, mas as letras esculpidas estavam em Himaeriano Antigo e quase ilegíveis. Com um aceno de cabeça, ele retornou para o caminho.

Quando ele passava por um pódio central, a luz da lamparina caiu sobre marcas de arranhão na poeira vários passos à frente. Ele aproximou-se e agachou-se para espiar as marcas no chão cheio de poeira. Oriken e Jalis se agacharam em cada lado. “Parece que não somos os primeiros aqui,” ele disse.

“Provavelmente apenas ratos,” Oriken disse, recebendo uma sobrancelha erguida de Jalis. “Ratos realmente grandes?” Dagra lançou um olhar fulminante para ele. “Tudo bem!” Ele deu de ombros. “Um nargute então. Provavelmente tem uma toca aqui embaixo em algum lugar.”

“Não ratos.” Havia uma nota de preocupação na voz de Jalis. “E não um nargute, Orik, mas obrigada pelas sugestões. Seja o que for, precisa ter duas pernas. Talvez um cravante. Mas creio que todos concordamos que é improvável já que o cemitério está fechado.”

“Menos provável do que um nargute?”

Jalis fechou os olhos. “Esqueça seu nargute. Irei pegar um para você mais tarde, se você quiser. Você pode amarrar uma corda ao redor do seu pescoço e mantê-lo como um animal de estimação para a viagem de volta para casa.” Franzindo os lábios, ela acrescentou, “Provavelmente vale a pena mencionar que estas pegadas estão longe de serem frescas.”

“Quantos anos você acredita?” Oriken perguntou.

“Considerando que esta cripta provavelmente não foi limpa desde a sua Grande Insurreição… Quando foi isso? Os primeiros quatrocentos?”

“Perto o suficiente,” Dagra disse, mantendo um olho na escuridão ao redor deles.

Jalis levantou-se e Dagra e Oriken seguiram seu exemplo. “Neste caso,” ela disse, “estamos olhando para dois ou três séculos de poeira aqui.”

“Huh,” Oriken disse. “A poeira não teria coberto as pegadas após tanto tempo?”

“Não necessariamente. A camada nesta cripta não é particularmente grossa como você encontraria em uma casa não limpa após tantos anos. As pegadas poderiam ter décadas.” Os cantos dos seus lábios curvaram em um sorriso triste. “Dagra, certamente comece a rezar que aquela suposta joia funerária ainda esteja aqui. Orik, você pode desejar para as estrelas e as luas, se isso lhe agradar. Da minha parte, depois da nossa longa viagem até esta extremidade do fim do mundo, estou ansiosa para garantir uma recompensa para nós. Mas se alguém nos derrotou…”

“Não vamos tirar conclusões precipitadas,” Dagra disse. E eu estava começando a me acostumar com a ideia de que, talvez, nós encontrássemos a joia no final das contas.

As moedas de prata do contrato iriam garantir refeições quentes e canecas cheias por um ano inteiro, para todos os três. Até mesmo a parte de Maros como Oficial da Guilda lhe renderia um bom lucro. Era um trabalho que nenhum deles poderia se dar ao luxo de deixar passar.

Eles retomaram o avanço mais profundo no corredor. Mais uma vez Dagra assumiu a liderança com a lamparina, seguindo as trilhas de poeiras desbotadas, verificando as alcovas à medida que eles passavam. Ele fazia uma busca rápida por sinais da joia funerária, mas elas não continham nada além de lajes semelhantes de granito e pedras preciosas de pouco valor.

“Sabe,” Oriken disse, dando uma coçada preguiçosa na barba, “Notei uma coisa sobre esta cripta mortuária. Desde aquele corredor lá atrás, mal vi sinal de teia de aranha. A não ser que o teto lá em cima esteja cheio delas; felizmente mal podemos vê-lo para descobrir.”

Dagra olhou para Jalis. “O homem tem um ponto.”

“É quase como se…” O rosto de Oriken fixou-se com uma concentração interna.

Dagra deslocou seu peso. “Sim?”

Oriken levantou as mãos em derrota. “Não sei o que é, quase como se. De qualquer maneira, alguma coisa.”

“Obrigada por este discernimento,” Jalis disse. “Quem precisa de um oráculo quando temos um Oriken?”

“Esqueça isso.” Ele puxou a aba do chapéu uma fração, ficando em silêncio enquanto eles continuavam a entrar na cripta.

Para Dagra, a escuridão opressiva tornava-se cada vez mais asfixiante quanto mais eles avançavam. Ele passou a parte de trás da manga pelo suor que brilhava em sua testa e deu um puxão no colarinho já afrouxado. O teto era quase invisível aqui; apenas algumas linhas cinzas e manchas que sugeriam pedras de corte grosseiro e vigas mestras bem acima, mas o espaço aberto esmagava-o mais do que o corredor apertado. A última coisa que ele queria era ficar preso no lado errado de um desmoronamento de rochas, sem nenhum lugar para fugir enquanto os fantasmas dos falecidos há muito tempo se infiltravam das paredes, suas luzes fantasmagóricas se aproximando cada vez mais…

“Lugar profano,” ele resmungou, reprimindo um tremor.

Mesmo assim, ele estava feliz por ser ele segurando a lamparina. Ele imaginou Jalis se posicionando na retaguarda e em silêncio, admirou sua coragem. Confiando nele para ser seus olhos, isso era algo estranho, com certeza.

Você tem mais coragem do que eu, moça. Irei lhe conceder isso.

Seus olhos estavam nas lajotas cobertas de poeira quando algo se moveu no limite da sua visão. Ele congelou, um suspiro alojando-se na sua garganta. O alcance da luz da lamparina caiu em um punhado de formas sombrias se contraindo que se arrastavam para o caminho a partir de uma alcova à esquerda. Ele se atrapalhou com sua espada, os dedos esquecendo seus anos de treinamento, mas o gládio estava meio fora da sua bainha antes que ele reconhecesse as formas pelo que elas realmente eram e ele soltou um suspiro ruidoso de alívio.

Deuses, eu não precisava disso. Era somente escombros, uma placa quebrada de granito caída do seu nicho, nem agachada nem à espreita. Apenas um truque de luz e sombras. E imaginação, ele acrescentou em reprovação. As formas não estavam se movendo nem um pouco.