banner banner banner
Fantasmas, Garotas E Outras Aparições
Fantasmas, Garotas E Outras Aparições
Оценить:
Рейтинг: 0

Полная версия:

Fantasmas, Garotas E Outras Aparições

скачать книгу бесплатно


A curiosidade e a necessidade da tecnologia, para a Terra, que essa cidade representava era poderosa. Por causa disso, dezesseis homens entraram na cidade e ficaram loucos.

Talvez, haveria um décimo sétimo.

Expirando sonoramente, Ryan cruzou a fronteira.

***

Nada aconteceu. Ryan ficou ali, expectante, os músculos tensos e a mandíbula cerrada, mas não houve diferença entre suas sensações agora e as sensações de um momento antes. Ele pegou seu comunicador do bolso mais uma vez, saboreando o conforto que isso o dava. — Acabei de atravessar a barreira para dentro da cidade. Até agora, não sinto nenhum efeito.

— Bom — respondeu a nave. — Prossiga até o centro da cidade. Mova devagar e com cuidado.

— Entendido — Ryan disse, e desligou o aparelho de novo.

Os edifícios mais próximos ainda estavam a algumas centenas de metros. Ryan se aproximou deles com grande ponderação. Cada sentido estava se aguçando, procurando algum tipo de sinal, qualquer que seja, de perigo. Nada se moveu, e os únicos sons eram os sussurros do vento. A cidade não tinha nenhum odor, o que era ainda mais perceptível que um mau cheiro. Ryan teve a ligeira impressão de pisar em um castelo de cristal, mas esse pensamento desapareceu rapidamente.

Ele chegou ao primeiro prédio e estendeu uma hesitante mão para tocá-lo. Era suave e duro como vidro, mas ainda sim opaco; não parecia nem frio e nem quente para os dedos curiosos dele, mas fazia com que as pontas de seus dedos formigassem. Ele retrocedeu a mão. Nos lugares onde seus dedos tinham tocado ficaram pequenas e escuras marcas contra a superfície que era leitosa. As manchas desbotavam enquanto ele observava, até que a parede inteira ficou uniforme novamente.

Não havia nenhuma abertura ou brecha em qualquer lugar da parede. Ryan caminhou paralelamente a ela, sem tocá-la de novo. Ele procurou algum tipo de porta ou abertura para poder entrar no edifício. A parede parecia lisa, dura e contínua, sem nenhuma abertura aparente. Mesmo assim, uma seção da parede se abriu do nada, deixando uma espaçosa entrada para Ryan usar. Ele deu um pulo para trás, assustado, então puxou seu comunicador e descreveu o acontecimento mais recente para a nave em órbita acima dele.

— Alguma coisa com um perigo em potencial aconteceu além disso?— Foi a resposta.

— Ainda não. Ainda não parece haver qualquer sinal de vida, além da aparição dessa porta.

— Então você deve correr o risco de entrar e explorar — Java-10 disse friamente.

Claro, Ryan pensou, o que te importa? Não é a sua pele. — Entendido.

Ele tinha uma lanterna consigo, mas uma olhada lá dentro o fez perceber que ele não teria de usá-la. O interior do edifício estava bem iluminado, o brilho aparente surgia das paredes. Entrando, Ryan olhou com curiosidade.

O prédio era totalmente nu de mobiliário. O único detalhe lá dentro era uma larga escada em espiral que ascendia pelas paredes cilíndricas, subindo, subindo e subindo. Ele virou seu pescoço para seguir o percurso da escada, mas parecia ir ao infinito. A cada vinte e cinco degraus havia um largo patamar com uma pequena janela na parede para olhar a cidade. Um corrimão de plástico transparente corria ao longo da borda interna da escada.

Ryan avançou lentamente, ainda alerta para qualquer coisa que podia acontecer. O eco que as botas dele fazia enquanto raspavam ao longo do duro chão de pedra era quase ensurdecedor em comparação ao silêncio total que cobria o resto da cidade. Ele alcançou o início da escada e colocou a mão sobre os trilhos. O plástico era fresco e estranhamente reconfortante, como se ele tivesse encontrado um velho amigo nessa estranheza. Ele começou a subir as escadas cautelosamente, um pé à frente do outro, a mão firmemente sobre o corrimão. Os olhos dele escaneavam lado a lado, observando qualquer perigo concebível. Mas não houve nenhum. Então a impaciência se apoderou dele, e ele começou a correr pela escada.

Ele parou para respirar, finalmente, no quarto patamar. Ele estava agora talvez a cerca de dezesseis metros acima do nível do chão. A entrada ainda estava lá, esperando pacientemente por seu retorno, mas parecia muito menor desta altura. Ele andou até a janela, olhou para fora, e viu

a Cidade de Nova Iorque ao meio-dia, suas faixas de pedestres cheias de homens de negócios indo almoçarem, compradores transitando entre lojas com os pacotes sob seus braços

Ele piscou e olhou de novo. Havia apenas a cidade alienígena, erma e silenciosa, sempre à espera. Silêncio. Nenhum movimento, nenhum som, nenhuma sombra.

Com as mãos tremendo, Ryan praticamente rasgou o comunicador de seu bolso. Ele deixou seus dedos trêmulos acariciarem a forma retangular por um momento e, em seguida, fez outra chamada para a nave. — Aqui é Ryan chamando Java-10. Acabei de experienciar uma alucinação. — Ele descreveu brevemente o que tinha aparecido para ele por um curto momento lá fora da janela.

— Interessante — ponderou o computador. — Isso correlaciona com relatórios de outras alucinações observadas pelos seus antecessores. O que aconteceu com eles está começando a acontecer com você agora. Você deve ser duplamente cauteloso de agora em diante.

Ryan se sentou em um degrau para recuperar a sua compostura. Ele gostaria que seu parceiro, Bill Tremain, tivesse sido autorizado a acompanhá-lo nessa missão. Ele e Bill eram uma equipe desde a escola de formação. Juntos, eles tinham sondado mais de trinta mundos, enfrentando o desconhecido lado a lado. Ele não estaria se sentindo tão sozinho agora, ele sabia, caso Bill estivesse aqui com ele. Mas o computador não quis arriscar mais gente além do que era absolutamente necessário. Além disso, todas as explorações anteriores foram feitas por equipes de dois ou mais, e todos falharam; talvez um único homem tivesse uma chance melhor.

Um movimento foi capturado pelo canto do olho de Ryan. Ele girou a cabeça rapidamente para ver o que parecia ser uma figura humana sob as escadas abaixo dele e então, desapareceu. Uma figura ruiva. A figura de Bill Tremain. E isso era patentemente ridículo porque Bill Tremain estava a bordo da nave.

No entanto, Ryan caminhou lentamente descendo as escadas para investigar. Não havia ninguém lá, é claro; a parede abaixo da escada era lisa e dura, com nenhum lugar para alguém correr. Não, o edifício estava deserto, exceto por ele. O silêncio atestava isso.

— Procurando algo, Jeff?— Veio uma voz acima.

***

O homem que estava parado no terceiro patamar não era o parceiro de Ryan. Ao invés disso, era Richard Bael um velho conhecido dos dias da Academia. — Ah, não se preocupe — Bael sorriu. — Eu sou bem real.

Isso fazia sentido. Bael tinha sido um dos primeiros dezesseis a entrar na cidade. — Como você chegou aí?— Ryan gaguejou.

— Ah, — Bael deu de ombros —há maneiras. — Ele começou a andar tranquilamente degraus abaixo. — Você vai aprender, depois de uma semana ou duas.

— Eu não planejo ficar tanto tempo assim — Ryan respondeu defensivamente. Ele tentou alcançar lentamente o comunicador em seu bolso, mas Bael percebeu o movimento.

— Ah, vai ligar para sua nave? Posso dizer algumas palavras a eles?

— Eles gostariam de ouvir você — Ryan disse. — O que aconteceu com sua unidade de comunicação?

— Devo ter colocado ela em algum lugar e me esqueci — Bael disse com um aceno de mão. — Não acho que era tão importante assim. — Ele ficou ao lado de Ryan e estendeu a mão. Ryan deu a ele o comunicador.

— Olá aí em cima, aqui é Richard Bael chamando. Podem me ouvir?

— Sim— respondeu a voz sem emoção de Java-10.

— Eu tenho um relatório atrasado para fazer em relação a minha exploração desta cidade. Suponho que você tem todas as suas fitas rodando, pronto para gravar cada palavra.

— Correto.

— Tudo bem, então aqui vai: Vai se fuder. — Ele desligou o aparelho e o devolveu a Ryan. — Eu sempre quis fazer isso, mas nunca tive coragem antes — ele sorriu gozando.

Ryan arrebatou o comunicador da mão dele, ligeiramente horrorizado com a ação. — Aqui é Ryan chamando Java-10. Está me ouvindo?

— Afirmativo. É realmente Bael quem está com você? A pergunta era plana ao invés de incrédula.

— Ele parece estar.

— Eu sou Peter Pan — Bael disse caprichosamente.

— Cala a boca!— Gritou Ryan.

— Não precisa ser tão sensível, Jeff. Eu só estava tentando ser útil.

— Pergunte a ele por que não deixa a cidade — Java-10 insistiu.

— Ah, não responda, Jeff. Estou cansado desse computador brincar de Deus. — Ele começou a se mover em direção à porta. — Guarde esse aparelho estúpido. O dia está muito agradável para desperdiçá-lo falando com uma caixa.

Ryan hesitou.

— Olha, você veio aqui para explorar a cidade, não foi?— Bael continuou. — Bem, estou disposto a te guiar durante a visita. O que está esperando - um convite impresso? Certo, tome um.

Ele puxou um pequeno cartão do bolso e jogou nos pés de Ryan. Ryan se abaixou e o pegou. Gravado nele, em letras de ouro, estavam as palavras: SR. RICHARD BAEL GRACIOSAMENTE SOLICITA A PRESENÇA DO SR. JEFFREY RYAN PARA UM TOUR PESSOALMENTE PELA CIDADE.

— Isso é o suficiente pra você?— Bael perguntou coloquialmente.

Ryan cuidadosamente armazenou o cartão na bolsa de amostras para uma posterior análise mais tarde. — Tudo bem, Bael, vamos do seu jeito. — O comunicador voltou ao bolso dele. — Mostre o caminho.

Com um floreio, Bael saiu pela porta, com Ryan a dois passos atrás. Depois que Ryan atravessou, a abertura desapareceu e a parede se tornou sólida mais uma vez. Ele se recusou a se preocupar com um detalhe tão pequeno assim. Ele tinha poucas dúvidas de que a cidade teria surpresas bem maiores guardadas para ele em pouco tempo.

E ele estava cheio de razão.

***

Os dois homens atravessaram a cidade, Bael em um ritmo calmo e Ryan aquecido com uma impaciência por ter que coincidir com o passo irritantemente lento do outro. Não havia nenhuma rua real a seguir, já que a cidade parecia não estar disposta em qualquer padrão discernível e não havia nenhum trecho longo de terreno aberto e largo o suficiente para qualquer tipo de veículo. Edifícios de todos os formatos, tamanhos e cores brotavam por todos os lados; um cilíndrico aqui, um em forma de cone ali um pouco mais adiante no hemisfério... havia até alguns que mudavam suas formas enquanto Ryan os observava.

— Quem construiu essa cidade?— Ele perguntou a Bael. — Por que a construíram? Para onde foram?

— É um lugar agradável, não é? — Bael ignorou as perguntas e fez um gesto para a cidade em torno deles.

— Isso não é uma resposta.

— Claro que não. Eu não tenho uma. Perguntas não são importantes aqui, portanto respostas são irrelevantes.

— Claro que não são. Eu tenho que saber --

— Correção: Java-10 tem que saber. Você não tem que fazer nada além de se divertir. — Bael cacarejou simpaticamente. — Seu pobre idiota, você sofreu uma lavagem cerebral tão grande que você nem percebe a liberdade quando ela te beija na cara. Vamos nos sentar e conversar um pouco.

Duas cadeiras aparentemente confortáveis apareceram atrás deles. Bael se sentou em uma e acenou para Ryan se sentar na outra. Inquieto, o explorador a experimentou antes de pôr seu peso sobre ela. — Você quer falar sobre o quê?— Ele perguntou depois de se sentar.

— Vamos começar com o porquê de você estar aqui.

— Pelo mesmo motivo que você: para saber mais sobre a cidade.

— Por quê?

— Tecnologia, principalmente. Alguém que pôde construir um lugar como esse deve estar tão à frente de nós que estamos tentando aprender alguma coisa apenas examinando seus artefatos. Temos de descobrir --

—Nós?— Bael interrompeu. — Você realmente se inclui nisso?

A interrupção fez Ryan perder sua linha de raciocínio, e ele só pôde piscar incompreensivelmente.

— Seja honesto. Você estava, pessoalmente, tão curioso para saber o que tinha na cidade a ponto de arriscar perder sua sanidade ao chegar aqui? Os olhos de Bael estavam brilhando de vida enquanto ele ansiosamente continuava seu ponto. — Você se voluntariou para essa missão, ou Java-10 o ordenou? Ah, veja como ele se remexe. Isso não foi uma ideia sua, foi?

— Isso não tem nada a ver --

— Tem tudo a ver. Jeff, você é uma marionete, um escravo para aquela nave lá em cima. Faça um bom trabalho, desempenhe bem sua missão e você vai receber uma batidinha nas costas, uma recomendação, talvez até uma medalha. É tudo isso que sua vida vale para você?

— Tenho uma responsabilidade para com a Corporação, com a Terra.

— Que se fodam! E a sua responsabilidade quanto ao velho e bom número um? Que tal aprender a se divertir?

— A Terra precisa de mim --

— Claro, como o Presidente Ferguson precisa de outro buraco na bunda. — Bael olhou à volta dele. — Ei, vamos lá, pessoal, juntem-se a festa.

Quinze outros homens aparecem do espaço onde Ryan e Bael estavam sentados. Eles vieram de todas as direções, e os passos eram tão agradáveis e calmos como os de Bael. Era o resto dos exploradores que vieram à cidade em expedições anteriores. Ryan conhecia a maioria deles, se não pessoalmente, então pelo menos por suas reputações. Eles eram homens duros, experientes antes de virem para a cidade. Agora eles aparentavam estar mais tranquilos, mais relaxados e bem satisfeitos. Todos cumprimentaram Bael e sorriram calorosamente para Ryan.

— Não tenho dúvida, — disse Bael — que você quer sacar seu comunicador e dizer a Java-10 a boa notícia que todo mundo está vivo e reunidos aqui em um só lugar.

De fato, era isso que Ryan queria fazer. Apesar das amigáveis expressões nos rostos dos homens, ele sentia um agudo desconforto ao estar cercado por dezesseis desertores. Ele queria segurar aquela caixa de metal mais do que nada agora, o que dava a ele uma reconfortante garantia de que havia alguém lá em cima preocupado com o bem estar dele. Mas esta conversa parecia estar se transformando num duelo pessoal entre Bael e ele, e ele se recusou a dar seu adversário a satisfação de estar certo. Então, ao invés de pegá-la ele disse: — Posso informar mais tarde.

— Bom garoto! — Bael sorriu. — Você já está aprendendo. Dentro de alguns dias, você vai ser livre como qualquer um de nós.

Ryan tinha a estranha sensação de que tinha caído na armadilha do outro. — Mas eu não tenho alguns dias — ele retrucou acintosamente. — Se eu não sair daqui amanhã, vou ser considerado perdido, assim como você. E se eu for, Java-10 vai bombardear essa cidade de partículas subatômicas.

Os outros homens pararam de sorrir. Todos, exceto Bael, cujo bom humor parecia inabalável. — Não acho que — ele disse baixinho — a cidade iria permitir que isso acontecesse.

Foi a vez de Ryan de ficar calado por um momento. — Você fala como se fosse um ser vivo.

— Eu não tenho a menor ideia se é ou não. Mas depois de ficar aqui por um tempo, você começará a se perguntar. Ela certamente sabe o que está acontecendo em nossas mentes. Ela atua em nossos pensamentos e molda nossos sonhos. Ela nos ama, Jeff, e não vai deixar nada nos machucar.

Um calafrio subiu pela espinha de Ryan. Bael estava falando sério, como só um louco poderia estar. Ele engoliu seco e disse: — No entanto, eu não quero estar aqui para testar seu amor quando as bombas começarem a cair.

— Você é livre para ir embora quando quiser — Bael apontou. — Ninguém vai impedi-lo.

Ryan percebeu, com surpresa, que Bael estava certo. Ele estava certo de que encontraria alguma força diabólica, escondida em algum lugar dentro da cidade que iria tentar mantê-lo aqui contra sua vontade. Ao invés disso, tudo o que encontrou até agora foi uma tecnologia maravilhosa e dezesseis lunáticos amigáveis. Ele não havia sucumbido - ainda - à loucura dos outros e não sentiu nenhuma compulsão estranha impedindo sua partida. Ele estava livre para ir embora a qualquer instante.

— Claro que — disse Tashiro Surakami, um dos outros exploradores que Ryan conhecia vagamente — Java-10 pode não ficar totalmente feliz com você se você fosse.

Esse era o problema. Se ele fosse embora agora, ele não teria nada significativo para relatar. Ele tinha sido enviado para descobrir por que estes homens não tinham voltado para suas naves. Até agora, exceto por algumas generalizações que Bael tinha pronunciado, ele ainda não tinha nem ideia quanto à razão. Se ele deixasse a cidade agora e voltasse para a nave, era melhor ele nem ter vindo.

— Eu ainda tenho meu trabalho para fazer — Ryan insistiu teimoso. — Eu não vou parar no meio. Eu tenho que descobrir por que... — E ele parou.

— Por que ficamos loucos? — Bael terminou para ele. — Do meu ponto de vista, é por que ficamos sãos. A resposta está toda ao seu redor, se você simplesmente parar para procurá-la. Os outros companheiros e eu próprio estamos provavelmente te distraindo. Talvez ajude se você ficar sozinho por um tempo. Pessoal, vamos deixar o Jeff aqui um pouco. Lembre-se, Jeff, se você quiser falar com qualquer pessoa, é só dar um toque. Alguém vai te ouvir.

Bael e os outros começaram a sair casualmente, conversando e rindo entre si. Era como se Ryan tivesse deixado de existir de repente para eles. Em menos de um minuto, todos tinham desaparecido. O silêncio sufocante retornou mais uma vez, deixando Ryan sentado no meio de uma cidade aparentemente deserta.

O explorador alcançou rapidamente seu comunicador e expeliu um relatório desesperado para a nave lá em cima. Ele estava esperando por conselhos, mas a nave simplesmente reconheceu a mensagem laconicamente, dizendo a ele para se manter cauteloso e desligou.

Não foi até ele se levantar de novo que viu a garota.

***

Ele a encarou por um longo momento, incapaz de dizer qualquer coisa.

A garota não era como os outros. — Olá, Jeff — ela disse em tom suave. — Se lembra de mim?

Se lembrar dela? Como ele poderia esquecer Dorothy, a garota de sua primeira vez? Dorothy, com seus seios pequenos, mas femininos, sua risada doce, com seu quente desejo em dar prazer...

— Você não existe — Ryan afirmou categoricamente. — Você não é real.

Dorothy pôs a cabeça daquele jeito só dela quando ele dizia alguma coisa que ela não entendia. — Não sou?