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De Volta À Terra
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De Volta À Terra

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— Você não é casado, é?

— Nunca tive tempo para essas coisas.

— É uma desculpa muito velha — disse ela, o olhando maliciosamente.

— Bem, na verdade cheguei perto uma vez, mas a vida militar não é exatamente adequada para o casamento. E você? — acrescentou, fugindo de um assunto que parecia que ainda doía. — Já foi casada?

— Está brincando? E quem suportaria ter uma mulher que passa a maior parte do tempo viajando pelo mundo para escavar o subsolo como uma toupeira e que gosta de profanar túmulos de milhares de anos?

— É — disse Jack, sorrindo amargamente — obviamente não somos feitos para o casamento — e quando levantou a taça, propôs um melancólico "saúde a nós".

O garçom chegou com mais Samoons

fresquinhos, felizmente interrompendo o momento de ligeira tristeza.

Jack, aproveitando a interrupção, tentou dissipar rapidamente uma série de memórias que voltavam à sua mente. Eram coisas do passado. Agora ele tinha uma bela mulher ao seu lado e tinha que se concentrar apenas nela. Não era tão difícil.

A música de fundo, que parecia envolvê-los suavemente, era apropriada. Elisa, iluminada pelas três velas colocadas no meio da mesa, estava radiante. Seu cabelo era de tons de ouro e cobre e sua pele era lisa e bronzeada. Seus olhos penetrantes de um verde profundo. Os lábios macios estavam lentamente tentando separar um pedaço de esturjão do osso entre os dedos. Era tão sexy.

Elisa não sabia se deixava escapar aquele momento de fraqueza do Coronel. Apoiou o osso na borda do prato e sugou, com aparente descuido, o indicador, e em seguida, o polegar. Abaixou a cabeça e olhou para ele tão intensamente, que Jack pensou que seu coração fosse saltar para fora do peito e acabar diretamente no prato.

Percebendo que já não controlava a situação e acima de tudo, a si mesmo, o Coronel logo tentou se recuperar. Era um menino crescido demais para fazer a figura do adolescente apaixonado, mas aquela garota tinha algo que o atraía terrivelmente.

Ele respirou fundo, esfregou o rosto com as mãos e tentou dizer: — Que tal terminar também esse último pedacinho?

Ela sorriu, delicadamente pegou o pedaço de esturjão, e inclinando-se para frente, levou-o até a boca dele. Nessa posição, o decote mostrava parcialmente os seios fartos. Jack, visivelmente constrangido, deu apenas uma mordida, porém, sem evitar que os dedos dela tocassem seus lábios. Sua excitação cresceu mais e mais. Elisa estava brincando com ele como um gato brinca com um rato, e Jack não conseguia se opor de forma alguma.

Então, com um ar de menina inocente, Elisa sentou-se confortavelmente no seu lugar e, como se nada tivesse acontecido, fez um gesto com a mão para o garçom alto e magro, que prontamente chegou.

— Eu acho que é hora de um agradável chá com cardamomo. O que acha, Jack?

Ele, que ainda não tinha se recuperado do clima anterior, balbuciou algo como “Bem, sim, ok… " E enquanto endireitava a jaqueta, tentando ser mais informal, acrescentou: — Deve ser ótimo para a digestão.

Percebeu ter dito algo ridículo, mas naquele momento não conseguia pensar em algo melhor.

— É tudo muito gostoso Jack, é uma noite muito agradável, mas não se esqueça da finalidade para a qual estamos aqui esta noite. Eu tenho que mostrar uma coisa, lembra?

O Coronel estava pensando em tudo no momento, exceto trabalho. Mas ela tinha razão. Existiam coisas em jogo muito mais importantes que um estúpido flerte. O fato era que, para ele, aquele flerte não parecia nada estúpido.

— Claro — respondeu tentando recuperar seu ar autoritário. — mal posso esperar para saber o que você descobriu.

A essa altura, o homem gordo do carro a pouca distância, que estava ouvindo tudo disse: — Essa cachorra! Todas as mulheres são iguais. Elas nos seduzem, nos levam para as estrelas, e depois agem como se nada tivesse acontecido.

— Eu acho que seus dez dólares em breve estarão em meu bolso — disse o magro, com uma grande risada.

— Na verdade não me importa nada quem a nossa doutora leva pra cama ou não. Não esqueça que estamos aqui apenas para descobrir tudo o que ela sabe — E enquanto tentava ficar mais confortável na cadeira devido a dores das costas, acrescentou: — devíamos ter colocado uma boa câmera dentro daquele maldito restaurante.

— Sim, talvez debaixo da mesa, desse jeito poderíamos ter olhado suas coxas.

— Cretino. Mas quem foi o idiota que selecionou você para esta missão?

— Nosso chefe, meu amigo. E eu aconselho você a não insultá-lo, pois ele sabe muito bem como colocar escutas e não teria dificuldade até mesmo em colocar neste carro.

O gordo se assustou e por um momento pensou que seu coração tivesse parado de bater. Estava tentando ter uma carreira e insultar o superior imediato não era a melhor maneira de avançar.

— Pare de falar besteira — disse, tentando ser sério e profissional. — pense em fazer um bom trabalho e vamos retornar à base com algo de concreto — Dizendo isso, olhou fixamente para um ponto indefinido na escuridão da noite através dos para-brisas levemente embaçados.

Elisa tirou da sua bolsa o seu inseparável tablet, apoiando-o sobre a mesa, e começou a rolar pelas fotos. O Coronel, curioso, tentou focalizar algo, mas o ângulo não permitia. Ela, encontrando o que queria, levantou-se e sentou-se na cadeira ao lado dele.

— Então — começou Elisa — fique confortável porque a história é longa. Vou tentar resumir o máximo possível.

Rolando rapidamente com o indicador na tela, ela abriu uma foto de uma tábua entalhada com desenhos estranhos e escritas cuneiformes.

— Esta é uma foto de uma das tábuas que foram encontradas no túmulo do rei Balduíno II de Jerusalém — continuou Elisa — que foi supostamente o primeiro, em 1119, a abrir a Maarat Hamachpelah, também conhecida como a Caverna dos Patriarcas, onde parece que estão sepultados Abraão e seus dois filhos Isaac e Jacó. Estas sepulturas deveriam se encontrar no subsolo do que é hoje chamado de Mesquita ou Santuário de Abraão em Hebron, na Cisjordânia — Nesse momento, ela mostrou uma foto da mesquita.

— Dentro dos túmulos — continuou Elisa — o rei teria encontrado, além de inúmeros objetos de vários tipos, até mesmo um número de tábuas que pertenciam a Abraão. Acredita-se que possam representar uma espécie de diário que ele teria mantido e no qual escreveu os momentos mais importantes da sua vida.

— Uma espécie de “anotações de viagem” — Jack tentou antecipar, na esperança de fazer uma boa impressão.

— De certa forma, sim, já que para a época, ele realmente cobriu muitos quilômetros.

Ao deslizar em outra fotografia, Elisa continuou explicando: — Os maiores especialistas da sua língua e do modo gráfico do tempo tentaram traduzir o que foi gravado nessa tábua. As opiniões eram, naturalmente, bastante divididas em algumas partes, mas todos concordaram que este — e ampliou um detalhe da imagem — seja traduzível como “vaso” ou “ânfora dos Deuses”. Além disso, existem palavras como “enterro”, “secreto” e “proteção”, também bastante claras.

Jack estava começando a ficar um pouco confuso, mas, acenando com a cabeça, tentou convencer Elisa de que estava seguindo tudo perfeitamente. Ela olhou para ele por um momento, em seguida, passou a dizer: — Por outro lado, este símbolo — e tocou na tela para torná-lo o mais claro possível — segundo alguns, deve ser uma sepultura: o túmulo de um Deus. E esta parte deve descrever um dos Deuses que adverte ou, até mesmo, ameaça o povo reunido em torno dele.

O Coronel, um pouco por causa do álcool, um pouco pelo perfume inebriante de Elisa que emanava ao seu redor, e um pouco mais pelos olhos dela, nos quais estava mergulhado, não estava entendendo mais nada. Ele continuou, no entanto, a acenar como se tudo estivesse claro.

— Então, resumindo — prosseguiu Elisa, notando a confusão de Jack — os peritos interpretaram o conteúdo desta tábua como sendo uma representação de um evento que ocorreu na época de Abraão em que um suposto deus, ou, mais genericamente deuses, teriam sido secretamente enterrados perto de sua sepultura, algo muito precioso, pelo menos para eles.

— Parece uma afirmação muito genérica — começou Jack, tentando opinar. — dizer que existe algo valioso enterrado perto da sepultura dos deuses certamente não é como ter as coordenadas do GPS. Pode se referir a qualquer coisa, em qualquer lugar.

— Você está certo, mas todas as inscrições, especialmente aquelas mais antigas, de alguma forma devem ser interpretadas e contextualizadas. E é para isso que existe os especialistas e, aliás, eu sou um deles — Ao dizer isso, começou a imitar os movimentos de uma modelo sendo fotografada por paparazzi.

— Ok, ok. Eu sei que você é competente. Mas agora tente explicar para nós, pobres mortais.

— Basicamente — falou Elisa, se recompondo — depois de analisar e comparar artefatos históricos de todos os tipos, histórias verdadeiras, lendas, rumores e assim por diante, os maiores cérebros do mundo afirmaram que esta reconstrução, de fato, tem um fundo de verdade. Com esse embasamento, eles têm lançado arqueólogos de todo o mundo em busca desse lugar misterioso.

— Mas então, onde o ESALD se encaixa nisso? — O Coronel estava recuperando as suas funções cerebrais. — disseram-me que esta pesquisa tinha como escopo recuperar artefatos imaginários, de origem alienígena.

— E talvez seja exatamente isso — disse Elisa. — e agora a opinião geral é que estes famosos deuses, que nos tempos antigos vagavam pela Terra, seriam simplesmente humanoides vindos de um planeta fora do nosso sistema solar. Devido à superioridade tecnológica e grandes conhecimentos médicos e científicos, não seria tão difícil serem confundidos com deuses capazes de realizar todo tipo de milagre.

— Sim — Jack interrompeu. — eu também, se chegasse em um helicóptero Apache no meio de uma tribo da Amazônia central e começasse a lançar mísseis por toda parte, poderia ser confundido com uma divindade zangada.

— Esse é exatamente o efeito que essas criaturas provocariam nos homens da época. Alguns dizem até que os alienígenas teriam incutido a semente da inteligência no Homo Erectus, transformando-o, em poucas dezenas de milhares de anos, no que hoje conhecemos como Homo sapiens.

Elisa olhou atentamente para o Coronel, que parecia estar cada vez mais surpreendido e decidiu dar uma rasteira. — Na verdade, como chefe desta missão, pensei que você estivesse mais informado.

— Eu também pensei — Jack falou. — obviamente, os superiores seguem a filosofia de que quanto menos se sabe, melhor — A raiva estava começando a substituir o sentimentalismo anterior.

Percebendo isso, Elisa colocou sua mão sobre a mesa e ficou a poucos centímetros do rosto do Coronel, que por um momento prendeu a respiração pensando que ela queria beijá-lo, e exclamou: — Agora vem a melhor parte.

Com um movimento rápido voltou ao seu lugar e mostrou outra fotografia. — Enquanto todos se jogaram na busca por essa famosa "sepultura dos deuses", indo vasculhar as pirâmides egípcias, os túmulos dos deuses por excelência, formulei uma interpretação diferente da que está gravada na tábua e acho que é o caminho certo. Veja isto — e mostrou orgulhosa a imagem que representava o texto de acordo com a sua interpretação.

Os dois comparsas, que de dentro do carro estavam ouvindo a conversa entre os dois, dariam qualquer coisa para poderem ver as fotos que a doutora mostrava ao Coronel.

— Droga! — o gordo praguejou. — temos de encontrar uma maneira de pôr as mãos nesse tablet.

— Tomara que um dos dois leia em voz alta — disse o magro.

— Tomara também que este “jantar romântico” acabe logo. Estou cansado de ficar aqui no escuro e além do mais, estou morrendo de fome.

— Fome? Do que você está falando? Você comeu até os meus sanduíches.

— Nem todos, meu caro. Sobrou um e pretendo devorá-lo — e rindo satisfeito, se virou para pegar o saquinho de papel no banco de trás. Ao girar o joelho bateu exatamente no botão de liga/desliga do sistema de gravação, que emitiu um fraco bip e desligou.

— Seu idiota desajeitado, tome cuidado! — O magro se apressou para ligar o instrumento de novo. — agora tenho que reiniciar o sistema e isso vai levar no mínimo um minuto. Reze para que eles não digam nada de importante, caso contrário, vou encher sua bunda gorda de chutes e pontapés daqui até o Golfo Pérsico!

— Desculpe — disse o homem gordo, quase sussurrando. — acho que é hora de começar uma dieta.

"Os deuses enterraram um vaso com um valioso conteúdo ao sul do templo e ordenaram para que as pessoas não se aproximassem até que eles voltassem, caso contrário, terríveis calamidades se abateriam sobre todas as nações. Quatro guardiões flamejantes foram posicionados para proteger o local."

— Essa é a minha tradução — Elisa disse com orgulho. — a palavra exata para mim não é “sepultura” mas “templo”, e Zigurate de Ur, onde eu estou conduzindo minha pesquisa, não é nada mais que um templo erguido para os deuses. Claro, dirá que de Zigurate por aqui há muitos, mas nenhum é tão perto da casa que pertencia ao homem que supostamente escreveu as tábuas, o nosso amado Abraão.

— Interessante — O Coronel estava examinando de perto o texto. — na verdade, o lugar que tem sido indicado por todos como a “Casa de Abraão” está a apenas umas centenas de metros do templo.

— Além disso, se esses seres fossem realmente extraterrestres, — continuou Elisa — imagine o quão interessante esse “vaso” poderia ser para os militares. Talvez até mais do que o seu “conteúdo valioso”.

Jack pensou por um momento, depois disse: — Esse é o motivo de todo esse interesse por parte do ELSAD. O vaso enterrado poderia ser muito mais do que um simples recipiente de barro.

— Exatamente. E agora, a reviravolta — disse Elisa teatralmente. — Senhoras e senhores, eis o que eu encontrei hoje de manhã.

Tocou a tela e uma nova foto apareceu. — Mas é o mesmo símbolo que estava na tábua — exclamou Jack.

— Exato. Mas só tirei essa foto hoje — disse Elisa, satisfeita. — Aparentemente Abraão usou o mesmo símbolo que os sumerianos já tinham usado para representar os deuses: uma estrela com doze planetas em torno de si e que, aliás, achei gravada na tampa do “recipiente” que estamos desenterrando.

— Pode não significar nada — disse Jack. — talvez seja apenas uma coincidência. Esse símbolo poderia ter mil significados.

— Ah é? E o que acha deste?— e ela lhe mostrou a última foto. — nós tiramos esta do lado de fora do recipiente, com o nosso equipamento de raio-X portátil.

Tudo o que Jack podia fazer era olhar estupefato, com os olhos esbugalhados.

Astronave Theos Análise de dados

Petri ainda estava absorto na análise da sonda quando Azakis, retornando à ponte, disse ao seu amigo: — Mais tarde vão nos avisar.

— Isso significa que estamos por nossa conta — disse Petri amargamente.

— Mais ou menos como sempre, não? — Azakis respondeu, dando um tapinha nas costas do companheiro de viagem. — O que você pode me dizer sobre esse monte de sucata?

— Além do fato de que boa parte da fuselagem ficou arranhada, posso assegurar que nenhuma mensagem foi enviada pelo nosso amigo de três pás. A sonda parece ter sido projetada com o objetivo de analisar e estudar corpos celestes; um tipo de viajante solitário no espaço, que registra os dados e os transmite periodicamente para a base — e mostrou o detalhe da antena no holograma que flutuava na sala.

— Provavelmente passamos perto muito rápido para ter registrado a nossa presença — Azakis arriscou uma suposição.

— Não sei, meu velho. Seus instrumentos de bordo são programados para analisar objetos a distâncias de centenas de milhares de quilômetros e nós passamos tão perto que, se não estivéssemos num vácuo, o movimento do ar faria ele girar como um pião até agora.

— E agora que nos afastamos, você acha que poderia detectar a nossa presença?

— Acho que não. Somos pequenos e rápidos demais para sermos de interesse.

— Bem — exclamou Azakis — essa me parece uma boa notícia, finalmente.

— Eu tentei fazer uma análise do método de transmissão de dados utilizado pela sonda — continuou Petri. — Parece que ainda não está equipada com tecnologia de “vórtice de luz” como a nossa, mas utilizando um antigo sistema de modulação de frequência.

— Não era o que usaram os nossos antecessores antes da Grande Revolução

? — perguntou Azakis.

— Exato. Não era muito eficiente, mas nos permitiu trocar informações em todo o planeta por um longo período e definitivamente nos ajudou a chegar onde estamos agora.

Azakis sentou na cadeira de comando, mordendo por um momento o dedo indicador, e depois disse: — Se este é o sistema de comunicação atualmente em uso na Terra, talvez possamos captar um pouco de suas transmissões.

— Sim, talvez um bom filme pornô — disse Petri, mostrando levemente a língua no lado esquerdo da boca.

— Pare com essas bobagens. Em vez disso, por que não tenta ajustar o nosso sistema de comunicação secundário com essa tecnologia? Gostaria de chegar lá o mais preparado possível.

— Entendi. Serão muitas horas de trabalho nesse compartimento minúsculo.

— O que você acha de comer algo antes? — começou Azakis, antecipando o pedido de seu amigo, que imaginou, viria em seguida.

— Esta é a primeira coisa sensata que eu ouvi você dizer hoje — respondeu Petri. — toda essa agitação abriu meu apetite!

— Ok, vamos fazer uma pausa, mas eu decido o que pegar. O fígado de Nebir que você escolheu ontem ficou no meu estômago tanto tempo que parecia ter criado raízes.

Dez minutos depois, enquanto os dois companheiros de viagem consumiam sua refeição, na Terra, no controle de missões da NASA, um jovem engenheiro observou uma estranha variação na rota da sonda que estava monitorando.

— Chefe — disse ele ao microfone acoplado ao seu fone de ouvido. — Acho que temos um problema.

— Que tipo de problema? — prontamente respondeu o engenheiro responsável pela missão.

— Parece que Juno, por alguma razão ainda desconhecida, sofreu uma ligeira variação na rota estabelecida.

— Variação? De quanto? Mas, devido a quê? — Já estava suando frio. O custo dessa missão era exorbitante e nada podia dar errado.

— Estou analisando os dados neste momento. A telemetria indica uma mudança de 0,01 grau sem razão aparente. Parece que tudo está funcionando corretamente.

— Poderia ter sido atingida por um pedaço de rocha — arriscou o engenheiro sênior. — na verdade, o cinturão de asteroides não está tão longe.

— Juno está praticamente na órbita de Júpiter, e lá não deveria existir nenhuma — afirmou com tato o jovem.