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O Jason arqueou uma sobrancelha. "Mas eu não sou membro do PIT."
O Zachary sorriu travessamente, "Ou te juntas a nós, ou ficas de repente com um caso sério de amnésia."
Jason afastou-se de Zachary com uma careta preocupada. Levantando as mãos em rendição, acenou: "Lidera o caminho."
Quando o Zachary se riu e desceu as escadas, o Jason não teve outra escolha a não ser segui-lo.… embora o tenha feito a uma distância segura.
*****
"Tenho uma coisa para ti." O Storm disse e tirou um pequeno USB do bolso da camisa.
O Ren pegou nele e ligou-o ao computador. Sorriu quando viu o mesmo mapa que ele tinha criado..., mas este estava mais atualizado. Onde o mapa original tinha apenas alguns pontos, focando-se na potência centralizada registada; este mapa assemelhava-se a um Lite-Brite duma criança em alta velocidade. Diferentes luzes coloridas iluminavam agora cada centímetro da cidade e estendiam-se para fora em direção aos bairros da lata, à reserva e até às praias... Eles estavam agora em todo o lado.
"De onde é que tiraste isto?" O Ren perguntou com espanto, levantando-se lentamente da cadeira para obter uma melhor visão do enorme ecrã na parede.
O Storm olhou para as unhas e examinou-as com grande interesse, "De ti.".
Antes que Ren pudesse dizer alguma coisa, as portas do seu escritório abriram-se subitamente e alguns dos membros do PIT que tinham regressado ao castelo entraram. Ren sentiu o poder acumulado na sala e lutou para manter o seu próprio poder sob controlo. Embora o seu rosto expressasse exteriormente o tédio, por dentro estava quase em pânico.
Alcançando o poder de bloqueio que tinha sentido antes, o Ren agarrou-se a ele e sentiu o seu mundo a estabilizar-se novamente. Acenou com a cabeça ao Zachary, quando o outro homem entrou e se juntou a ele e ao Storm à mesa.
Zachary deixou o olhar filtrar lentamente as pessoas, saltando rapidamente a área em que Tiara estava e parando apenas para provar a si mesmo que poderia fazê-lo. Era mais difícil do que pensava. Quando os seus olhos tornaram a pousar-se nela, notou o seu recuo e ela desviou rapidamente os olhos em direção ao Storm. O Zachary franziu a testa e cruzou os braços, perguntando-se porque é que ela estava a reagir assim com ele.
Jason procurou a Angélica e ficou desapontado quando não a viu entre o grupo exótico. Ele encostou-se rapidamente contra a parede, jurando que tinha acabado de ver um tipo a teletransportar-se para a sala. O lugar ao seu lado estava vazio num segundo ... e no seguinte, não estava.
O Guy procurou imediatamente a Tiara com o seu olhar e tentou pensar na melhor maneira de abordá-la com o seu plano. Ele tinha passado as últimas horas a destruir o quarto dele e da Carley, a tentar encontrar um feitiço para o que tinha em mente.
Durante a sua dor enraivecida, ele lembrava-se da Carley o ter encontrado entre uma das suas "aquisições", como ela chamava aos pergaminhos roubados. Os dois tinham-se entretido com isso, na altura, acreditando que nunca haviam de ter necessidade de ressuscitar os mortos.
Era um velho feitiço que tinha sido transcrito de um texto antigo... uma maneira de ressuscitar os mortos. Neste caso, no entanto, só ligaria o espírito ao reino humano enquanto este permanecesse ligado ao reino espiritual. Em suma, a Carley tornar-se-ia um fantasma.
O Guy sabia que havia outra parte da magia que permitiria à Carley regressar ao seu corpo, mas precisava do poder da necromancia para que isso funcionasse. A Tiara era a única que podia ajudá-lo a trazer a Carley de volta... seria preciso o poder da Tiara para ligar a alma da irmã de volta ao seu corpo.
A Tiara sentiu olhos pousados nela e olhou para cima perguntando-se se era o Zachary. Em vez disso, encontrou o Guy a olhar ansiosamente para ela. Ela encontrou o seu olhar calmamente, sabendo o que lhe passava pela cabeça. Tinha ouvido sobre a morte da irmã e esperava que ele mudasse de ideias. A mãe dela tinha sido abordada frequentemente pelos entes queridos daqueles que tinham sido mortos no cumprimento do dever. Tinha de evitá-lo por uns tempos... pelo menos até que se acalmasse.
"Ainda bem que todos conseguiram vir", disse o Storm assim que as portas se fecharam. "Tenho boas e más notícias." Apontou com a cabeça para o enorme mapa projetado na parede: "Estas são as más notícias." Houve vários murmúrios dentro do grupo.
"Quais são as boas notícias?" Franzindo a testa, o Trevor perguntou da porta, quando entrou na sala.
"A boa notícia é que os demónios mais poderosos são espertos. Acabaram de voltar a este mundo e não são estúpidos, por isso não vão começar a matar a torto e a direito.
No passado, os demónios mestres gostavam de controlar os humanos... não de os matar. Eles vão primeiro estabelecer-se e tentar reclamar um território. A minha esperança é que alguns deles se matem uns aos outros para reivindicarem uma área e isso reduza o nosso campo de ataque."
"Estás a dizer que vão ficar todos nesta área em vez de se espalharem por outros estados?" alguém perto da janela perguntou. "Por que fariam isso se seria mais inteligente sair de Dodge?"
"Há alguma coisa que os mantém ligados a esta área", o Storm apontou para o mapa, "A área que vocês vêm e mais cerca de 160 km em todas as direções." decidiu mudar de assunto.
"Mais boas notícias, a atividade do terramoto e as súbitas esquisitices meteorológicas estão a forçar alguns humanos a abandonar a área. Tive de puxar uns cordelinhos, mas consegui que a imprensa anuncie que a série de terramotos desta noite pode ser o preludio dum terramoto maior... o 'Maior' por falta de uma frase melhor.
"No entanto, todos sabemos que este não é o caso. Não queremos atrair muita atenção para LA, mas se conseguirmos que 10% da população humana saia de livre vontade, isso torna o nosso trabalho muito mais fácil. Também estou a trabalhar na tecnologia de modificação meteorológica para criar um furacão e mantê-lo perigosamente perto da costa por uns tempos. Isso pode levar ainda mais pessoas para fora da cidade.
"Fomentar o medo, no seu melhor", alguém concordou.
O Storm acenou: "Temos de tentar manter o máximo que pudermos fora dos olhos dos humanos. Preciso que vocês todos se mantenham atentos a qualquer um com um gravador. Aqueles de entre vocês, capazes de apagar mentes, terão de trabalhar a dobrar para reparar os estragos. Todas as chamadas para o 911 estão também a ser monitorizadas. E mantenham-se atentos. Está perigoso lá fora... perdemos vários membros do PIT ontem à noite. "Ele terminou suavemente enquanto olhava para o Guy.
O Guy manteve o olhar pregado no Storm a desafiá-lo a tentar pô-lo à margem, com a desculpa do tempo apropriado de luto. Do que ele precisava mesmo era de vingança e ir lá para fora, entre os demónios, era a única maneira de conseguir isso.
Zachary inclinou-se contra a mesa e enfiou as mãos nos bolsos. "Eu estava lá... nem tudo o que saiu da fenda ontem à noite é mau.
O Storm acenou: "Sim, é possivelmente a única coisa boa a sair desta confusão. Quando a Misery abriu a fenda, ela libertou, não só demónios, como também conseguiu libertar uma série de desaparecidos e outros que estão, felizmente, do nosso lado."
"Como quem por exemplo?" perguntou o Trevor.
"Como, por exemplo, aqueles que estavam a proteger o selo do outro lado da fenda." Uma nova voz disse do fundo da sala.
Viraram-se todos na direção da voz. Um jovem que não parecia ter mais de 18 anos estava encostado à parede do fundo, com os braços cruzados sobre o peito. Seu cabelo escuro parecia soprado pelo vento e a forma em como a luz refletia em certos pontos dava-lhe uma tonalidade arroxeada. Quando abriu os olhos, as cores iam e vinham, assemelhando-se a uma turmalina brilhante, fazendo com que muitos na sala desviassem o olhar
"O que és tu?" perguntou o Ren, intrigado porque não conseguia sentir nenhum poder no novato.
O jovem sorriu: "Para os demónios... Eu sou o bicho-papão.”
"Este é um dos nossos aliados do outro lado." Respondeu o Storm. “O Kamui e os seus... irmãos vão ficar no terceiro andar.”
"Pensei que o terceiro andar estava selado." Questionou o Trevor. "Como é que eles podem ir lá para cima?"
O jovem levitou por vários metros e piscou o olho ao mutante.
"Uma criança que sabe voar... Boa!", Trevor sacudiu a cabeça com desdém, "vai ser uma rica ajuda."
O Kamui sorriu: "Sou mais velho que o primeiro da tua espécie. Não fomos atirados para aquela fenda contra a nossa vontade... Fomos de livre vontade, sabendo exatamente no que nos estávamos a meter. E havia mais demónios do lado de lá, do que aqui. Impedimos que o nosso lado fosse trespassado... E tu, o que é que fizeste?"
O Ren arqueou uma sobrancelha, decidindo que já estava a começar a gostar deste rapaz. Teve de tossir na mão para não se rir do Trevor em voz alta, embora não se devesse ter preocupado, porque vários outros já se riam sem simpatia.
"A maioria dos demónios já se espalhou pela cidade e estão escondidos", o Zachary tornou a falar, tentando virar a atenção a concentrar-se na reunião. "Aqueles que representam maior perigo por serem vistos ou atacarem os humanos são os espectros que foram convocados."
"Odeio essas coisas", o Trevor rosnou incapaz de suprimir o arrepio. "Eles magoam para caramba quando passam através de ti."
Zachary acenou: "Eles estão praticamente em todos os cemitérios da cidade e isso é um perigo real para os humanos. O Hunter pode matá-los, mas apenas um de cada vez.” Fez uma pausa, perdido em pensamentos “Na verdade, matar nem é a palavra certa."
"Eu gostava de dar-lhes uma sova, mas não consigo tocar-lhes." Queixou-se o Trevor.
"Também ficavas zangado se o teu descanso fosse interrompido por um demónio que quer trazer-te de volta só para seres o servo dele." Uma jovem com cabelo prateado e longo declarou. "Só estão a expressar essa raiva... não é pessoal.”
"Tiara", o Storm disse o nome dela para as pessoas na sala que ainda não tinham tido a oportunidade de a conhecer. "Estou feliz que tenhas vindo e lamento muito pela tua mãe."
"Obrigada", respondeu a Tiara, mas o seu olhar estava no Trevor. "Atrai-los porque tens a vida de tantos animais dentro de ti." Ela pôs-se à frente dele e puxou um punhal do cinto, fazendo o Trevor hesitar na ação rápida. Ela sorriu suavemente, “Toma, podes usar isto para te protegeres deles."
"Vai matá-los?" O Trevor pegou no punhal cuidadosamente, levantou-o e observou-o.
"Já estão mortos." Tiara disse calmamente como se falasse com uma criança. "Esta é uma ferramenta usada para libertar... não para matar.”
Trevor franziu a testa, mas não devolveu o punhal. Sabia do que aquelas coisas eram capazes e aceitaria toda a ajuda que conseguisse. "Obrigado", colou-o no cinto e cobriu-o com a camisa.
"Tiara, tens a certeza de que estás pronta para isto?" Perguntou-lhe o Storm não querendo pô-la sob pressão, sabendo que esta seria a sua primeira vez. "Vampiros e espectros não são as únicas coisas lá fora... zombies também têm sido avistados por todo o lado. Isso não inclui mestres demónios e as coisas para as quais não temos nome... não sabemos o que mais está lá fora.”
"Estou pronta", respondeu a Tiara com uma ligeira inclinação desafiadora do queixo. Ela tentou ter em mente que o Storm pensava que só tinha ganho o seu poder através da morte da mãe e isso era de certa forma verdade. Tinha acabado de herdar os poderes da Myra, mas conseguia ver fantasmas desde o dia em que tinha nascido.
Zachary afastou-se da mesa, confuso, quando algo lhe surgiu na mente. “Estás a dizer que esta será a primeira vez que ela usa os poderes dela?"
"Sim, o dom da necromancia só pode ser passado quando o progenitor com o dom morre... a Tiara só recebeu o poder há umas semanas." Explicou o Storm.
A Tiara olhou para o Zachary... desta vez fixando os olhos destemidamente nele. Se ele tinha um problema com ela, ela queria-o esclarecido agora, em vez de deixar isso a pesar-lhe na cabeça mais tarde. Se lhe fosse apontar dedos, ela preferia que ele fosse em frente e o fizesse.
"E vais mandá-la para lá sozinha?" De repente, o Zachary não gostava da ideia. A mãe dela usava a necromancia durante anos e tinha uma equipa de lutadores com ela. E, como o Storm acabou de sublinhar... ainda morreu às mãos de um demónio apenas há umas semanas.
"Vou com ela", o Trevor sorriu colocando a palma da mão contra o punho do punhal. "Enquanto esta coisa fizer o que a Tiara diz que faz, não tenho problemas em vigiá-la."
Zachary olhou para Trevor pensando na forma como o mutante andava tão distraído com a Envy ultimamente. Não era uma boa escolha, no que dizia respeito ao iniciador de fogo.
"Até a Tiara escolher a sua própria equipa proponho que, para começar, o Trevor e o Zachary a acompanhem. O Zachary vai estar no comando da equipa e pode também ser o reforço, no caso de alguém a vir nos cemitérios. Ele pode apagar-lhes facilmente a memória ", anunciou o Storm.
Os olhos da Tiara alargaram-se uma fração quando ouviu que o Zachary ia comandar a equipa dela. Myra tinha-lhe contado há muito tempo sobre o Zachary tê-la visto com o Deth... e que ele tinha mantido o segredo todos estes anos. A Myra também lhe tinha apontado o Zachary algumas vezes ao longo dos anos, mas isso só tinha causado um medo infantil e um espanto a crescer dentro dela pelo homem que sabia o segredo da mãe.
O Zachary relaxou um pouco agora que sabia que a Tiara não estaria sozinha esta noite. Isto surpreendeu-o, sentir-se aliviado sabendo que estaria ao lado dela se algo acontecesse.
"Vou com eles", anunciou o Guy.
Tiara sentiu uma onda de mal-estar sabendo a verdadeira razão do Guy querer ir. Sem olhar para o Guy, ela virou-se para o Storm: "Só preciso de três na minha equipa por enquanto e um deles não deve ter poderes."
A expressão do Guy escureceu com a recusa da Tiara em deixá-lo juntar-se à equipa... Ela estava a mentir.
O Zachary reparou na troca silenciosa entre eles e franziu a testa. Ele não tinha a certeza qual era o motivo do Guy para, de repente, querer ser colocado noutra equipa tão cedo..., mas, mais uma vez, não era como se pudessem tirar uma licença de luto. Se isso acontecesse, ninguém apareceria para trabalhar.
O Storm acenou, percebendo a insinuação de que Guy não estava convidado, "Então tenho apenas o homem sem poderes para fazer o trabalho."
"Quem", perguntou o Trevor com suspeita. Gostava do Guy e tinha visto a sua magia em ação. Era um pouco dececionante ele não se juntar a eles.
"O Jason". O Storm apontou com a mão na direção do homem de pé, atrás do grupo.
"Oh, inferno não!" O Jason exclamou de olhos arregalados. "Não vou sair para andar a perseguir coisas mortas. Se me perguntarem... é mais inteligente fugir delas.”
O Zachary encolheu os ombros: "Ok, como quiseres. Mas não tens alternativa."
O Jason tropeçou para trás, esbarrando com o jovem de cabelo arroxeado, enquanto Zachary se aproximava com a mão estendida em direção à testa do Jason.
"Tudo bem, tudo bem", disse o Jason enquanto levantava as duas mãos para afastar o Zachary. "Eu vou! Baixa... a …. mão…”
O Zachary sorriu e pousou a mão com força no ombro de Jason, agindo como se fosse isso que ele ia fazer desde o início. "Sabia que não nos ias desiludir."
"Vai para o inferno", Jason resmungou fazendo Kamui bufar em divertimento.
Capítulo 3
"Temos de esperar até ao anoitecer", disse a Tiara, enquanto olhava pela janela incapaz de enfrentar a desilusão furiosa do Guy ou a autoridade de Zachary sobre ela. Já estava suficientemente nervosa.
"Porquê esperar?" O Jason perguntou, não gostando da ideia de sair às escuras atrás de demónios ou fantasmas ou do que quer que fosse que esta rapariga quisesse ir atrás.
"Boa pergunta", disse Trevor. "Sou a favor de ir atrás destas coisas, mas irmos quando começa a escurecer é como andar por aí a carregar um enorme sinal de néon que diz "Jantar Grátis".
"Porque é quando os mortos começam a acordar," Respondeu a Tiara. "Eles vão estar no ponto mais fraco por causa da luz solar a colidir com a escuridão deles. Essa fraqueza não se desvaneceu... muito parecido com o que se sente quando acordamos pela primeira vez para enfrentar o dia. É o mesmo para eles, exceto eles são noturnos."
Trevor sorriu, pensando nas suas manhãs com a Envy. "Eu não me sinto fraco de manhã. Quem lhe disse isso tem a informação de pernas para o ar."
"O que é que se passa, as tuas ex-namoradas andam a espalhar rumores outra vez?" Perguntou o Zachary, com uma sobrancelha arqueada, fazendo sorrir alguns na sala e o Trevor olhá-lo fixamente.
Foi bom saber que a maioria dos membros do PIT ainda tinha sentido de humor. "Quanto às outras equipas", continuou o Storm enquanto olhava para o mapa gigante. "Tenho certeza que hão-de encontrar alguma coisa para fazer."
Olharam todos uns para os outros, sabendo quais eram os seus trabalhos individuais. A porta abriu-se e Kamui foi o primeiro a sair da reunião sem se preocupar em fechar a porta atrás dele.
Era o sinal que alguns dos membros mais curiosos do PIT esperavam e correram todos, para ver se conseguiam descobrir como é que o recém-chegado subia para o terceiro andar. Estava rapidamente a tornar-se num jogo de apostas, sobre os poderes que o Kamui realmente tinha.
O Storm soltou uma gargalhada, quando ouviu alguém a resmungar sobre o novo tipo a desaparecer no ar e o dinheiro começou a trocar de mãos. Esse resmungo foi imediatamente seguido por uma colisão alta e abafada no andar de cima e vozes a gritar, deixando as equipas do PIT a olhar para o teto, enquanto o candelabro na sala principal começava a balançar para trás e para a frente.
"KAMUI, SEU BASTARDOZINHO!" A voz furiosa ecoou alto dentro do castelo.
A atenção de todos ficou presa, quando uma luz brilhou pela janela da frente, rivalizando com a luz do sol que já fluía. Os membros do PIT correram la para fora, mesmo a tempo de ver duas faixas de luz a voar erraticamente acima deles e em direção ao oceano, antes de abrandar o suficiente para os espectadores poderem realmente vê-las.
Estavam a ir tão depressa que causaram trovoadas a vibrar alto na sua vigília, enquanto quebravam a barreira do som. O jovem da reunião estava realmente a voar em marcha atrás, os seus olhos esbugalhados, com o que parecia susto, enquanto olhava para a água, um homem furioso, com asas de prata, a persegui-lo.
"Juro, Toya, eu não queria entrar no chuveiro contigo la dentro!" O Kamui tentava desanuviar o temperamento do irmão.
O longo cabelo preto e prateado de Toya balançava à sua volta enquanto seguia os movimentos do Kamui e o Kamui fazia tudo o que podia para ficar fora do alcance.
"Sim, claro que não querias!" O Toya gritou, quando reparou no lábio do irmão a tremer com o riso.
Trevor viu as duas trajetórias vertiginosas sobre eles e viu pelo canto do olho uma terceira pessoa. Olhando para o terraço do terceiro andar, viu um homem com cabelos longos e prateados a olhar para os outros dois com os braços cruzados sobre o peito.
"Quem é aquele?" perguntou o Trevor curiosamente.
"O atual patriarca da família... o seu nome é Kyou.” Respondeu o Storm, após ter saído para assistir ao espetáculo divertido. "E os dois que estão a dar espetáculo são o Toya, o segundo mais velho, e o Kamui, o mais novo." Tinha achado que os irmãos se haviam de isolar, mas... os guardiões nunca tinham sido muito previsíveis.
"São da mesma família?" perguntou o Ren sentindo que o efeito calmante na sua capacidade de canalizar vinha de Kyou. A sobrancelha direita arqueou-se, quando notou que essa calma vacilava nesse momento, mas, felizmente, conseguiu manter a estabilidade.
"São irmãos, cinco deles para ser preciso", respondeu o Storm.
O homem de cabelo prateado que o Storm tinha dito que era o irmão mais velho chamado Kyou, olhou de semblante carregado para os humanos abaixo dele, como se as pessoas a moverem-se na relva fossem as responsáveis por este evento.
"WOAH!", alguém gritou, enquanto o Toya esmurrava o Kamui no estômago, mandando o irmão mais novo a voar para trás... na direção do Kyou.