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Deixando a esponja cair no chão do chuveiro, ensaboou as mãos com uma espuma boa e cremosa e passou-as por cima dos seios. Deixando os dedos deslizarem pelos mamilos um de cada vez para uma sensação extra, os seus lábios abriram-se e a sua respiração acelerou.
O Syn viu uma das suas mãos descer dos seios e deslizar por entre as coxas, numa tentativa de aliviar o calor que ele tinha criado nela. O seu olhar viajou lentamente até onde ela estava a morder o lábio inferior para evitar gritar e ele inalou com forca. O Syn moveu a mão acariciando contra o vidro e sorriu, quando a mão dela entre as pernas imitou os seus movimentos.
A Angélica recostou-se contra o vidro do chuveiro, quando os dedos encontraram o seu ponto favorito de prazer e trabalhou-os em movimentos circulares. Esta não era a primeira vez que ela o fazia, mas já lá ia muito tempo, mas era provavelmente o melhor que já tinha sentido.
Ela pensou novamente sobre um dia encontrar alguém com quem o fazer e a imagem do Syn passou-lhe pelo olho da mente. A visão dos seus olhos escuros e cabelo escuro comprido fez o ventre soltar-se e ela abriu a boca num grito silencioso, enquanto se vinha. Foi preciso toda a sua força de vontade para se manter de pé, quando sentiu o calor líquido a deslizar sobre os dedos e o corpo contrair-se agradavelmente com os choques posteriores.
Após vários minutos, a Angélica desligou a água e o Syn desapareceu, no momento em que ela abriu a porta do chuveiro. Agarrando a toalha, ela embrulhou-se nela e apanhou o seu reflexo no espelho. No entanto, não foi o seu corpo que lhe chamou a atenção... era a impressão duma mão na porta embaciada do chuveiro atrás dela.
Girando nos calcanhares, franziu a testa e levantou a mão para colocá-la sobre a impressão na porta. O franzir aprofundou-se quando viu quanto maior era em comparação com a dela. Este lugar estava protegido contra o mal.… ou assim Storm lhes tinha assegurado. Isso não faria o seu mirone do lado dos anjos?
Afastando-se do chuveiro, decidiu preocupar-se com isso mais tarde. Apesar de se sentir muito melhor, só o sono lhe recarregaria completamente as baterias.
Depois de secar e escovar o cabelo, ela voltou para o quarto e retirou a sua t-shirt preta de tamanho enorme da cómoda, sorrindo para o nome da sua banda de rock favorita na frente. Ir àquele concerto de rock tinha sido uma das únicas coisas normais que ela tinha feito na adolescência e ela acarinhava a memória.
Ela vestiu-a e lentamente e dirigiu-se para a cama, sorrindo enquanto puxava as cobertas e desligava o candeeiro. Procurando pelo seu iPod, ela ligou o volume em baixo, deixando a canção Evil Angel preencher o silêncio. Aconchegando-se no colchão macio, ela fechou os olhos e deixou-se adormecer.
O Syn saiu das sombras do quarto e aproximou-se da cama enquanto escutava a canção. Ela sabia que ele estava lá e confiou nele o suficiente para não fazer nada. Este era mais um sinal de que a sua verdadeira alma estava a acordar.
Ele tinha-a ouvido dizer "lar doce lar"... ecoando quase exatamente os pensamentos de Damon. Damon precisava de uma casa para a sua nova companheira Alicia e a Angélica ia precisar do mesmo quando finalmente a reclamasse. Kane e Tabatha... novamente, a mesma situação... as mulheres tinham de ser protegidas e acarinhadas acima de todas as outras.
'Damon', Syn chamou mentalmente, enquanto se afastava da cama e se aproximava da janela. É hora de encontrar uma nova casa para a família... A nossa família está a começar a crescer.’ A contemplação de Damon foi sentida através do elo mental deles, antes de Syn senti-lo chegar a uma decisão.
"Tenho o lugar perfeito em mente", respondeu o Damon enquanto encostava a Alicia contra ele. Vou investigar amanhã.
O corpo do Syn pareceu dissolver-se na brisa suave que entrava pela janela, apenas para reaparecer no telhado. Caminhava ao longo da ameia que contornava o pátio interior do castelo, parando ocasionalmente para olhar para o céu ou para o oceano além da propriedade.
Sentindo uma presença antiga e familiar atrás dele, Syn virou a cabeça para olhar por cima do ombro.
"Há muito tempo que não nos vemos", disse Storm em silêncio. "Ainda bem que encontraste a tua alma gémea." Ele sabia que o Syn viria para ela, por isso tinha tido o Zachary a protegê-la este tempo todo.
Os cantos dos lábios do Syn curvaram-se ligeiramente para cima: "Vejo que tens novos recrutas para o teu exército... muito jovens, não são?
O Storm encolheu os ombros: "Não mais jovens do que os teus filhos quando lhes deste a eternidade."
"O que é que tu queres, viajante do tempo?" O seu tom esfriou-lhe o humor.
"Estiveste lá. Viste o que saiu da fenda", declarou o Storm.
O Syn deu-lhe um olhar estoico: "Não me interesso pelas tuas guerras mesquinhas."
O Storm sabia a verdade por trás destas palavras. Tinha ouvido a verdade dos próprios lábios do Syn... embora ainda não tivesse acontecido na linha do tempo do Deus sol. O Syn dir-lhe-ia um dia que a última vez que esteve em guerra com alguém... tinha destruído o seu próprio planeta. A única razão pela qual Syn tinha partilhado esse segredo com ele, era porque ambos eram deuses. Mas por agora... deu-lhe um melhor entendimento sobre o Syn.
"A Angélica quer proteger os humanos porque foi criada como um... muitas vezes, embora ela não se lembre das vidas passadas. Os teus filhos também são muito protetores dos inocentes... como sei que tu o és.” Sussurrou calmamente o Storm. O facto de o Syn não ter ainda desaparecido, significava que tinha concordado em ouvir.
O Syn não corrigiu o viajante do tempo, nem lhe perguntou onde tinha obtido a sua informação. Um viajante do tempo podia ver todos os resultados, se escolhesse procurá-los. Se o Storm estava preocupado com o futuro, então havia uma razão para isto. "Qual é a tua profecia?”
"Os humanos estão sempre à procura do seu Jardim do Éden, no entanto, são tão vaidosos que não percebem que já estão dentro dele. Foi-nos sempre deixado a nós, os guardiões, expulsar as serpentes. Os humanos não têm poderes para se protegerem. Se não os ajudarmos, os demónios transformarão este lugar numa cidade de sangue."
"E não vai parar aqui", concluiu Syn num sussurro suave.
O Storm limpou o sangue que agora escorria como lágrimas dos olhos. A única razão pela qual a cabeça explodia era porque estava a falar com outro deus que não partilharia os segredos.
"Alguns dos demónios que saíram daquela fenda entre dimensões quase destruíram este mundo durante a idade das trevas... nós, quase que fomos derrotados.” E o Storm deixou o peso dessa declaração pairar sobre eles.
"Eu lembro-me", disse Syn.
"Então também te lembras daqueles que foram para o submundo de livre-arbítrio para proteger a barreira e impedir que os demónios regressassem." O Storm lembrou.
Syn acenou: "Os irmãos... como os poderia esquecer.”
"Eles agora voltaram a este mundo enquanto perseguiam os demónios em fuga. Mais uma vez, os irmãos juraram de bom grado ajudar a livrar este mundo da ameaça de demónios. Tu e eu somos possivelmente as únicas criaturas neste mundo que podem honestamente dizer que o nosso poder é quase igual ao deles. Negarias isso, para canalizares o teu poder para razões egoístas?"
"Podia levar a minha família e deixar este lugar com a vossa guerra", avisou o Syn.
"E eu posso dar-te uma razão para ficares", contrapôs o Storm. "Tens três filhos aqui contigo agora..., mas há muitos perdidos no espaço do tempo. Posso oferecer-te os teus filhos desaparecidos.
O Syn virou a cabeça para olhar para o viajante do tempo, mas ao ver o sangue que esta conversa estava a causar, ele desviou o olhar. "Recupera a tua força... depois, recuperamos os meus filhos.”
O Storm sorriu enquanto desaparecia do telhado.
*****
Ren entrou no seu escritório privado e sentou-se pesadamente na cadeira da secretária. Tinha sido uma longa noite e só porque o sol nasceria em poucos minutos não significava que tinha acabado. Havia agora um tipo diferente de escuridão.
Tinha prometido a si mesmo que trabalharia sozinho... sem prestar atenção aos outros membros do PIT. Mas enquanto olhava para os outros a lutar ao seu lado, conseguia sentir aqueles que estavam a enfraquecer e os que tinham força para ficar e lutar mais tempo.
Ninguém o tinha questionado, quando começou a enviar alguns para o castelo... alguns até pareciam gratos. Tinha mandado o Hunter descansar, depois deste se lesionar. O índio era teimoso e não tinha contado a ninguém sobre a sua ferida., mas o Ren podia sentir o cheiro do sangue. O Trevor estava quase um morto em pé. O Espectro tende a drenar a nossa força vital por uns tempos.
Felizmente, alguns reforços de última hora tinham chegado e Ren tinha-se despedido, a precisar de limpar a mente da fúria da batalha... podia sentir as emoções de todos, incluindo a sede de sangue dos demónios. Agora que estava dentro das muralhas do castelo, concentrou-se nos poderes que o rodeavam e sorriu. Alguém entre eles tinha o poder de bloquear emoções. Se conseguisse descobrir quem, apertar-lhe-ia a mão.
Isso também o levou a outra conclusão... nem todos aqui no castelo tinham um ficheiro PIT. Mas estava tudo bem, ele também não.
Olhando para o teto alto, sentiu cinco forças de vida distintas no terceiro andar. Ele perguntou-se quem poderia estar lá em cima, pois o Storm tinha-lhe dito que o andar estava trancado e fora dos limites. Ren tinha até olhado para as plantas do castelo para ver se havia uma porta escondida, mas não encontrou nada.
Ele não ia perder tempo a tirar todos os livros das prateleiras ou a bater em todas as paredes do lugar para o encontrar. As portas escondidas permaneciam escondidas por uma razão. Se quem quer que estivesse lá em cima quisesse estar em paz, o Ren respeitaria os seus desejos.
O ar na sala ondulou e o Ren olhou para o Storm que estava agora sentado no canto da mesa. Ele olhou para o viajante do tempo e viu o nariz ensanguentado que o Storm tentava esconder.
"A contar segredos outra vez, não é?" O Ren perguntou com um ligeiro rosnar na voz.
O Storm ignorou o olhar e a pergunta, simplesmente ali sentado, até que o nariz finalmente parou de sangrar. Atirando com o lenço para o caixote do lixo, olhou de novo para o Ren com uma expressão sabia no rosto, em seguida, olhou para o teto pensativamente.
"Estás a perguntar-te como é que eles chegaram lá acima, certo?", sorriu: "Eles não vão usar a porta da frente para ir e vir... as janelas parecem mais adequadas para eles.”
"Quem quer que sejam, parecem feliz por estar aqui", levantou com curiosidade uma sobrancelha.
A expressão do Storm tornou-se sóbria: "Não os subestimes... têm as suas razões para serem como são. Se quiserem interagir com as equipas do PIT, assim o farão."
"Mas não fazem parte das equipas", quis-se clarificar o Ren.
O Storm abanou a cabeça: "Não, não são."
"Tudo bem então", o Ren encolheu os ombros. "QUEM são eles?"
"A lenda diz que eram os guardiões originais dos selos entre mundos. Até ontem à noite, tinham estado no reino dos demónios a proteger o selo de ser violado daquele lado."
O Ren acenou e recostou-se na cadeira decidindo que ia parar com as perguntas, vendo como Storm já tinha quebrado o seu voto de silêncio recentemente. Os olhos começavam-lhe a arder por falta de sono, mas sabia que não iria conseguir descansar por uns tempos.
Capítulo 2
O Zachary inclinou-se contra o corrimão no topo das escadas olhando para baixo para o piso principal. Ficou muito quieto quando viu um dos mais novos membros do PIT... A Tiara. Ela tinha sido sempre uma parte não oficial do PIT, apesar de em criança não ter poderes e nunca ter saído em missão.
Devido às capacidades de necromante da mãe, a Tiara tinha sido arrastada com a equipa PIT a vida inteira.
Ele tinha ouvido de alguns dos outros que era como ser a criança do exército... apenas mais bem protegida. Enquanto os pais iam para a guerra, a criança era normalmente deixada numa área segura... normalmente um quarto de hotel guardado pela CIA. Havia algo sobre ser-se diferente … às vezes o último da sua espécie, o que tornava as suas vidas mais difíceis do que para a maioria. Tendia a dar-lhes um impulso nos instintos mais fortes... também a sobreviver e a proteger as suas crias.
Todos os membros do PIT tinham inimigos.... Era uma das desvantagens de ser um assassino de demónios bem treinado. Esses mesmos inimigos tinham aprendido há muito tempo que a forma mais rápida de chamar a atenção de um rival era roubar-lhes a criança. Neste caso, seria um demónio a roubar o filho de um membro do PIT que os tinha chateado. As lições eram duras de aprender e o preço era manter as crianças mantidas em isolamento.
Pelo que o Zachary tinha notado, a Tiara tinha sido uma das crianças mais protegidas de entre todas. Mesmo ele, só a tinha visto algumas vezes e tinha autorização máxima.
Bem, a falta de contacto podia ser pelo facto de, nos últimos dez anos, ele se ter esforçado para evitar a mãe dela... Myra. Mas a Tiara tinha sempre alguém a segui-la, a seguir-lhe todos os passos, especialmente se alguma vez se aventurasse fora da vista ocasional do resto da organização.
Após a morte de Myra, há apenas algumas semanas, a sua equipa tinha-se dispersado para outras áreas do PIT, como era tradição quando o líder de uma equipa morria. A Myra, fazendo disso uma regra de ouro, tinha cortado muito em distrações e complicações... ou assim o tinha ouvido.
Ele próprio era mais um freelancer, uma arma de aluguer, e trabalhava melhor quando estava sozinho. A Angélica era a única pessoa estável na sua vida porque podia ver para além da máscara que usava... a máscara que levava todos a acreditar que era um bocado cómico.
Os poderes de necromancia de Myra tinham passado para a sua única filha no momento exato da sua morte. A Tiara tomou as rédeas e avançou como um elemento permanente do PIT. Achava um pouco estranho que ela tivesse superado a morte da mãe tão rapidamente... seria mais normal estar ainda de luto.
O Zachary tinha testemunhado a mãe dela trabalhar várias vezes. Na verdade, era um adolescente nessa altura, com cerca de 16 anos. Ainda se lembrava da primeira vez que tinha visto a Myra a ressuscitar os mortos. Ela tinha-o feito para encontrar a localização do demónio que que tinha matado a vítima que ela tinha agora reanimado. O Zachary estremeceu com a memória daquela noite... tinha-o enchido de medo e saudade da vida após a morte. Ainda lhe assombrava os sonhos.
A Myra tinha sido a pessoa mais bonita e misteriosa que já tinha conhecido e sentia-se atraído por ela... assim como muitos outros homens. Ele tinha visto outros tipos a implorar para serem colocados na equipa dela durante a noite na esperança de puderem dormir com ela.
Rumores diziam que aqueles com quem ela dormia eram muito mais do que simplesmente amantes ou uma noite de sexo... havia também uma amizade profunda que mantinha o grupo unido mesmo quando estavam entre empregos. Era quase impossível entrar na equipa dela porque os homens nunca saíam do seu lado de livre vontade... faziam-no apenas dentro de sacos de cadáveres.
Os membros do PIT com esposas ou companheiras nunca eram autorizados, como regra, a acompanhá-la em missões, muito menos tornarem-se membros da sua equipa regular.
Os mortos também pareciam migrar para ela como um chamamento de sereia. Infelizmente, os demónios também eram propensos à chamada. Era geralmente um demónio poderoso que despertava em primeiro lugar os mortos e quando os seus lacaios eram chamados de volta às suas sepulturas, esse demónio seguia-os para ver quem os estava a roubar. Era a razão pela qual a Myra nunca era deixada sozinha em cemitérios, funerárias ou morgues.
Na terceira vez que o Zachary tinha sido escolhido para a sua equipa, tinha chegado atrasado, tendo sido apanhado numa luta com outro demónio. Quando tinha entrado no cemitério, testemunhou algo que sabia que não devia ver.… mesmo a esta distância.
Myra tinha acabado de pôr as sepulturas de volta a dormir, quando a sua necromancia foi respondida por um demónio muito poderoso.
Os outros membros presentes do PIT tinham sido abruptamente derrubados e postos inconscientes por uma força invisível. O Zachary ainda era jovem, com apenas algumas mortes de demónios debaixo do cinto e tinha-se refugiado rapidamente atrás de uma lápide... sem saber o que mais fazer. O poder que saia do demónio era algo que nunca tinha sentido antes e sabia que tinha de ser um dos poucos mestres demoníacos que ainda vagueavam pela Terra.
Depois de alguns momentos sem nada acontecer, tinha reunido a coragem e espreitado por cima da lápide.
As sombras à frente da Myra contorciam-se, quase respirando em antecipação. Foi quando um homem alto e bonito, com cabelos longos e prateados como os da Myra, tinha surgido da escuridão. Mesmo com a distância que os separava, o Zachary podia ver a forma como o demónio olhava para Myra... Como se a quisesse devorar. O demónio tinha-se aproximado da necromante que tinha acabado de pôr os seus zombies e fantasmas para descansar.
O pânico que tinha preenchido a mente da Zachary tinha-o oprimido e o fogo tinha saltado das suas mãos, com uma raiva incontida. Tinha-se levantado do seu esconderijo, correndo desesperadamente para salvar a mulher que devia estar a proteger.
Zachary não queria que o demónio magoasse a Myra e tinha toda a intenção de a resgatar, mesmo que tivesse de queimar o cemitério inteiro. No entanto, o demónio tinha outra coisa em mente. Tinha virado lentamente a cabeça e pousado os seus surpreendentes olhos prateados nos do Zachary.
Para o horror do Zachary, o fogo tinha-se apagado, assim como o controlo sobre o seu próprio corpo. Apesar de ter lutado com tudo o que tinha dentro dele, tinha sido atirado ao chão, incapaz de se mover ou falar. A primeira coisa que lhe tinha passado pela cabeça era que ainda estava consciente... ao contrário dos outros homens espalhados pelo cemitério, e ele tinha uma visão perfeita do que estava prestes a acontecer.
A Myra tinha deixado o demónio tocá-la... parecendo gostar disso ao sorrir sedutora e tinha colocado a mão no peito dele. Até tinha chamado o demónio pelo nome... Deth.
As roupas tinham sido rapidamente removidas e Zachary tinha assistido enquanto o demónio reivindicava o corpo da Myra. Tinham feito amor várias vezes contra a lápide por trás deles, até o demónio lhe ter sussurrado algo ao ouvido dela, fazendo-a olhar para ele com olhos cheios de amor. Tinham partilhado mais um beijo, antes do demónio desaparecer na noite.
O Zachary tinha-a visto enquanto ela virava a cabeça e olhava para ele... Ela sabia que ele tinha visto tudo. Sem uma palavra, ela tinha pegado na roupa, tinha-se vestido e esperado que o resto da equipa recobrasse os sentidos. Zachary tinha recuperado o uso do corpo apos apenas alguns minutos e tinha-se sentado, permanecendo onde estava... tão longe de Myra quanto podia e olhava-a silenciosamente.
Ela continuava bela e tinha até um sorriso suave. Ele não entendia... Não entendia nada.
Quando os outros tinham acordado, não se lembravam do que os tinha atacado e, quando lhe perguntaram, a Myra tinha-lhes simplesmente explicado que tudo estava calmo e que o "ataque" não tinha sido mais do que efeito da força usada em devolver os mortos à sepultura.
Zachary nunca tinha repetido o que tinha visto naquela noite a outra alma. No entanto, depois disso, a sua confiança em Myra tinha sido destruída. Ele tinha até feito questão de pedir outros empregos para não ter de se aproximar dela.
Também tinha feito a sua pesquisa sobre o demónio que tinha visto no cemitério e descobriu que tinha razão... O Deth era um demónio antigo. O demónio podia tê-los matado naquela noite, incluindo Myra, se quisesse porque tinha já matado no passado... matado muitos.
A Myra estava obviamente a jogar pelas duas equipas... e essa era uma linha que nenhum deles se atrevia a atravessar. Achava um pouco irónico que ela tivesse conhecido o seu fim às mãos de um demónio... ou assim a história tinha sido contada. Aparentemente, atravessar essa linha tinha consequências terríveis.
O Zachary recusava-se a sentir a tristeza que tentava invadir-lhe o peito com a sua morte... a última coisa que o PIT precisava era de um traidor entre eles.
Retirando-se do passado, o Zachary viu Tiara atravessar a grande sala abaixo, ouvindo os sinos da Índia, à volta do tornozelo, a abanarem em silêncio e a perguntar-se o quanto ela era como a mãe. Pode ser a sósia da mãe... apenas uma versão mais jovem. Ela parecia-se com uma criança no corpo de uma mulher, completamente inocente da violência à sua volta e consciente disso ao mesmo tempo.
Possuía um bronzeado dourado, uma pele perfeita, e os olhos largos de uma criança inocente. Essa inocência era de alguma forma manchada por lábios carnudos que o fazia querer senti-los contra os seus. Ao olhar para ela, percebeu que estava errado... a beleza da mãe não tinha comparação com a da Tiara. Só de vê-la fê-lo sentir-se um mirone, mas em vez de recuar, olhou mais de perto.
A forma de se vestir fazia com que parecesse ter sido tirada diretamente da caravana de um clã cigano, perdido no tempo. Era a mesma forma de vestir que a Myra. Assumiu que era a tradição dentro daquela linha de necromantes.
Esta noite, a blusa dela era pouco mais do que um lenço quadrado preto dobrado num triângulo e amarrado ao peito, deixando os lados e as costas nus para mostrar a sua pele tentadoramente impecável. A saia estava perigosamente baixa nas ancas, mas cobria todo o resto até aos tornozelos.
As portas começaram a abrir-se e as pessoas apareceram de todos os cantos do castelo, atravessando a sala principal abaixo dele e ele franziu a testa com a distração. O telemóvel do Zachary tocou e ele tirou-o para ler a mensagem do Storm.
"Reunião no escritório do Ren, traz o Jason."
"Como é que vou fazer isso, usar sais de cheiro?" O Zachary murmurou ao guardar o telemóvel. Olhando para a sala medica, pestanejou de surpresa quando a porta se abriu e o Jason espreitou para fora da porta.
Ele levantou uma sobrancelha a pensar se o Storm passava os dias a aparecer e a desaparecer da sua existência para fazer com que as coisas acontecessem na linha correta do tempo. Só de pensar em quanto tempo um dia podia estender-se para o viajante do tempo, deu-lhe dores de cabeça. Mas também, se alguma coisa tivesse sido feita erradamente, o Storm não poderia sempre voltar e repará-la se o quisesse?
"Fico feliz em ver que estás acordado", disse o Zachary com um sorriso. "Espero que tenhas dormido sem pesadelos?"
Jason saiu da sala e aproximou-se lentamente do Zachary. "Sim, sinto-me muito melhor agora que a marca da morte se foi." Olhou para a atividade abaixo deles e perguntou: "O que se passa?"
O Zachary pôs o braço em volta dos ombros do Jason e dirigiu-o para as escadas. "Queres ver uma coisa muito fixe?"
Jason encolheu os ombros: "Claro, por que não?"
"Ótimo", sorriu o Zachary, "a tua presença foi solicitada pelo nosso chefe... a tua primeira reunião oficial no PIT”