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Guerreiro Dos Sonhos
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Guerreiro Dos Sonhos

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Guerreiro Dos Sonhos

— Conte-nos. — Bhric sorriu amplamente enquanto se inclinava para frente, cruzando os braços grossos sobre a mesa manchada de tinta. Zander queria bater na nuca de seu irmão por incentivar Rhys. Todos sabiam muito bem.

— É difícil estar com mulheres humanas porque elas percebem diferenças em mim enquanto faço sexo com elas; então, digo, vamos trabalhar em equipe dupla com as humanas e você apaga…

O horror tomou conta dele ao ouvir o que seu guerreiro estava propondo.

— Absolutamente, não! Nenhum vampiro usará seu poder sobre a mente humana para que você possa usá-las. Do jeito como vocês seguem as mulheres, seríamos expostos ao amanhecer. Há muitas mulheres dispostas no reino — interrompeu Zander antes que aquela conversa continuasse.

O problema era que a ideia já estava ali e ele podia dizer que os dois homens pensavam nela. Ele rosnou baixo, em advertência:

— Nem pensem nisso, idiotas. Falo sério. — Ele ponderou a promulgação de uma lei que proibia seus súditos de usarem o controle da mente de tal maneira em seres humanos. Tal abuso de poder era contra suas crenças. O reino e seus seres sobrenaturais eram melhores que isso. Eram protetores, não predadores de seres humanos.

O som do vidro quebrando chamou sua atenção. Ele notou que cada um de seus guerreiros havia entrado no modo de batalha. Do outro lado do bar, um imp, um diabrete, discutia com um demônio do mar. O pequeno e irritante diabrete havia agarrado o talismã transformador do demônio marinho, e agora ele era literalmente um peixe fora d'água, ofegando por ar. As fêmeas começaram a gritar ao ver o peixe grande. Zander balançou a cabeça. Os imps eram diabretes notoriamente maliciosos, mas não prejudicavam ninguém e, felizmente, os demônios do mar eram bem-educados.

Ele se afastou da cena enquanto Bhric começava a resmungar.

— O pequeno idiota estúpido tinha que assustar as fêmeas. Falando em estúpidos, recebemos a confirmação de um novo arquidemônio, irmão? — perguntou Bhric enquanto engolia outra dose.

Zander sustentou o olhar do irmão. Suspeitava, há meses, que havia um novo arquidemônio na cidade. Era de se esperar, depois que eles mataram o último, mas ele tinha a sensação de que, quem quer que Lúcifer tivesse enviado dessa vez, era mais poderoso e com melhor habilidade. Eles estavam enfrentando escaramuças treinadas para combate e em patrulhas organizadas. Sem dúvida, as patrulhas foram concebidas para descobrir a localização de sua base.

— Não, maldição. As Valquírias e Harpias negam qualquer conhecimento. Há apenas boatos e conjecturas.

— Oh, seria bom saber o que estamos enfrentando e dar a Killian a chance de trabalhar sua mágica no computador e reunir algumas informações — disse Bhric.

— Seria. Mas, por esta noite, tire isso da cabeça, irmão. Encontre uma moça, ou dez. A guerra ainda existirá de manhã, infelizmente — respondeu Zander ao avistar Lena voltando do banheiro. Havia encontrado sua parceira para a noite. Ele a chamou, dobrando o dedo.

— Lena, fique comigo, já faz muito tempo desde que a vi pela última vez.

— É claro, mon couer — ronronou ela enquanto rebolava até o lado dele. Ele olhou nos olhos castanho-escuros, agarrou ansiosamente a mão dela e sentou-a em seu colo. Sua ereção voltou com força. Ele parou sua carícia no braço de Lena quando notou que o perfume de madressilva vinha dela. Percebeu notas levemente adstringentes, que lhe diziam que era uma fragrância industrializada, em oposição às naturais da humana.

— Você está com um perfume diferente esta noite. É novo?

Oui, é. Pensei em você quando o comprei. Esperava encontrá-lo aqui esta noite. Senti sua falta, mon ami. Vejo que está ansioso por mim — sussurrou ela em seu ouvido, começando a acariciar sua coxa e ereção.

Inspirando profundamente, ele fechou os olhos e apreciou a sensação das mãos macias dela acariciando seu corpo. Surpreendeu-o o efeito incrível que o perfume tinha em sua libido.

Lena inclinou a cabeça levemente, expondo o pescoço para ele. O movimento realçou seu perfume. Hmmm, viciante. Ele passou os dentes por sua garganta, antecipando como seria afundar as presas naquele pescoço enquanto enterrava o pênis no calor dela.

Ele bebeu o resto do uísque, levantou-se e puxou Lena contra o peito. Abaixando os lábios até os dela, saboreou o deslizar suave dos lábios macios de Lena sobre os seus.

— Quarto dos fundos, agora — ordenou ele.

Capítulo Dois

Zander conduziu Lena pelo longo corredor. Ele se recusava a levá-la para Zeum com ele. Sua cama estava reservada para sua Companheira Predestinada. Ele a havia concebido e esculpido à mão, pensando em sua alma gêmea, e nunca a macularia com outras fêmeas. Durante o século anterior, ele usara os aposentos privados nos fundos do Confetti para seus encontros.

Mesmo sob o som da música alta, os sentidos sobrenaturais de Zander ouviam os saltos de Lena batendo no manchado chão de concreto. O clube não tinha portas à prova de som; então, é claro, ele também ouviu gemidos apaixonados e sons de pele batendo em pele, através das portas por onde passavam. Com os sons eróticos que os cercavam, a expectativa martelou em seu sangue. Ele abriu a última porta à esquerda e conduziu-a para dentro do pequeno quarto mal iluminado.

O chão de cimento estava coberto com um tapete preto felpudo, silenciando seus passos. As paredes eram da mesma cor vinho do salão e o único móvel era um sofá de couro preto que repousava ao longo de uma parede.

Ela tentou alcançá-lo, mas ele parou as mãos dela. Precisava ser rápido e vigoroso agora para a liberação física que seu corpo ansiava, e não para a exploração vagarosa que ele sabia que ela desejava. Além disso, não queria ser tocado por ela. Ele arrancou a camisa azul apertada e o sutiã preto dela antes que ela pudesse piscar. Os seios fartos pressionaram seu peito enquanto ele a puxava para um beijo profundo, explorando sua boca com a língua. Com uma das mãos, ele capturou os pulsos dela e os segurou atrás das costas, fazendo com que os seios dela se projetassem ainda mais contra o seu peito.

Recostando-se, ele agarrou um seio e sugou o mamilo retesado, apertando o outro bico rosa opaco com a mão livre. Os mamilos dela se alongaram com sua atenção e ela se arqueou contra ele, gemendo. Ela começou a suar, liberando mais o cheiro da madressilva. Droga, ele amava aquele perfume. Queria comprar um barril dele e tomar banho diariamente com ele. Seu desejo nunca estivera tão forte, levando-o até o limite.

Ela libertou suas mãos e ele estremeceu quando ela as passou sob a camiseta preta justa. Para consternação dele, o tremor não era de prazer. Não, sem tocar. Ele recapturou as mãos dela e inspirou profundamente, absorvendo a madressilva.

Ele a virou de costas para ele e abriu o zíper da minissaia preta, fazendo-a cair no chão, e deixando Lena de calcinha vermelha rendada. Recusou-se a dar um passo para trás e admirar a vista. Seu desejo era muito grande. Deslizou os dedos por dentro da calcinha dela e a encontrou escorregadia e úmida para ele. Ela estava sempre pronta para ele. Ele colocou as mãos dela nas costas do sofá de couro.

— Não mexa as mãos. Curve-se agora.

Ela sabia cumprir suas ordens sem hesitar e essa era uma das razões pelas quais ela era uma de suas parceiras. Ele desceu a calcinha pelas pernas longas e esbeltas. Ela oscilou sobre os pés enquanto saía de sua roupa íntima. Ele deu um passo para trás e abriu o zíper da calça de couro, libertando o pênis. Ela abriu as pernas e se inclinou sobre o sofá, expondo sua passagem escorregadia para ele. Ela olhou por cima do ombro para ele.

— Venha. Preciso de você dentro de mim, Zander. Estou ardendo de desejo.

Ele apalpou o membro e acariciou-o. Maldição, aquilo era bom.

— Você quer isso? — provocou ele. Não queria que Lena pensasse que sua necessidade significava que ela tinha algum poder sobre ele. Não tinha a ver com Lena naquela noite. De fato, ele ficou muito desconcertado ao perceber que se tratava cem por cento de uma fêmea humana encantadora.

— Sempre. Foda-me. Agora, mon cher. — Ela arqueou as costas, apresentando uma visão melhor de seu sexo molhado. Ele não precisou que ela lhe pedisse duas vezes e se posicionou atrás dela, com os pés afastados como apoio. Sem pensar em mais preliminares, ele se enterrou dentro dela. Ela gritou, mas ele não deu a menor importância, enquanto começava um ritmo punitivo.

— Você gosta disso, Lena? Quer que eu foda com força e rapidez? — perguntou.

— Hmmm, mon coeur, sim — sibilou Lena. Ela empurrou os quadris para trás, para que ele pudesse penetrá-la mais fundo. — Pela deusa, Zander, mais forte. Mon grand, não pare! — Lena jogou seus longos cabelos loiros por cima do ombro, expondo sua garganta para Zander.

Perdendo-se no prazer carnal e aumentando o ritmo, ele sentiu suas presas descerem lentamente. Estava faminto. No entanto, quando se inclinou sobre as costas dela, com a intenção de mordê-la e se alimentar, suas presas voltaram para dentro das gengivas, fazendo-o praguejar. Elas vinham fazendo isso há um ano e meio. Ignore-as.

Não querendo repassar pensamentos sobre sua falta de capacidade de se alimentar ou consumir sangue, ele se endireitou e o cheiro de madressilva o alcançou novamente. Suas presas mais uma vez desceram. Sem diminuir suas investidas, ele se preparou para morder a carne dela, apenas para que suas presas se escondessem mais uma vez. Antes que pudesse divagar sobre seu problema de alimentação, ela chegou ao orgasmo, latejando em torno dele. A fragrância de seu perfume se intensificou mais uma vez, e ele se juntou a ela no clímax.

Antes mesmo de seu orgasmo diminuir, ele percebeu que a ansiedade que o atormentara ultimamente havia ressurgido. Além disso, sentiu uma sensação de vazio e insatisfação. A liberação sexual não havia ajudado. E ele ainda não havia se alimentado, o que estava se tornando um problema crítico.

Um calor peculiar sussurrou em seu peito e ele percebeu que era a alma de sua Companheira Predestinada. Todos os súditos da deusa Morrigan nasceram carregando uma parte vital da alma de sua companheira. Era exatamente o lembrete do que ele precisava agora.

Ele se retirou dela, enfiou o pênis flácido de volta nas calças, fechou o zíper e abaixou a camisa. Lena alisou as mãos sobre o sêmen dele, que manchava suas coxas.

— Estou com fome e esperava que dessa vez eu pudesse dar uma mordida, mon cher.

O corpo dele estremeceu de repulsa. Mal interpretando seu arrepio como uma resposta sensual, Lena aproximou-se dele.

— Além disso, preciso de você novamente. Quero montar em você.

— Não, moça, não desta vez. Tenho uma emergência, e você sabe que nunca deixei nenhuma mulher se alimentar de mim. — Era impossível afastar a agitação do tom de sua voz. Ele não queria machucar aquela mulher, mas sabia que nunca mais poderia ficar com ela. Ele se virou e saiu do quarto.

Ele cambaleou enquanto a alma de sua companheira pulsava dolorosamente e uma imagem sangrenta brilhava em sua mente. Era a mesma imagem que o assombrava todas as noites, por muito tempo. Pela milésima vez, ele se perguntou sobre o homem morto e qual o seu papel na guerra. O homem parecia humano, mas algo disse a Zander que ele era imortal. Precisava sair daquele clube e clarear a mente antes de enlouquecer.

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* * *

Zander estava deitado sobre o edredom de seda dourado que cobria sua grande cama king-size, mas o sono continuava a fugir dele. O desconforto que estava sentindo havia se tornado uma dor lancinante no peito. Esfregou o local da dor e se levantou para vestir um jeans e uma camiseta azul-escura antes de entrar na sala de estar de sua grande suíte. Ligou a televisão e foi para a área da cozinha. Depois de preparar o café, ele se virou para a geladeira. Estava com fome, mas não de comida. Precisava de sangue. O pensamento fez com que uma vibração percorresse seu peito já apertado. Ele pegou uma maçã e voltou para a sala.

Sentou-se no sofá de couro marrom-escuro e ligou a CNN. Seus pensamentos se voltaram para a noite anterior e seu encontro com Lena, e suas reações peculiares. O perfume dela o enlouquecia, mas ele sentiu repulsa por ela. O pesado bater de botas interrompeu seus pensamentos. Ele expandiu os sentidos e captou o som de Santiago e Orlando indo em sua direção.

Não leu os pensamentos deles para determinar por que estavam parados à sua porta antes de baterem.

— Entrem — gritou.

Orlando abriu a porta e espiou ao redor do painel de madeira.

— Boa tarde, amo. Podemos falar com você por um momento? O assunto é urgente.

Orlando deu alguns passos para dentro dos aposentos, seguido por Santiago, que fechou a porta atrás de si. Seus guerreiros estavam tensos como os diabos e ele imediatamente tentou sintonizar com a mente deles, mas só conseguiu captar pensamentos conflitantes. Algo sobre a viúva e preocupação com o reino. Além disso, o fato de Orlando ter se sentido atraído pela mulher. E, então, o choque dos dois se juntou à confusão na sua mente.

Eles estavam deixando seus nervos agitados à flor da pele. Ele se levantou e começou a andar, um hábito nervoso que tinha.

— É sobre o assassinato do conselheiro? — exigiu ele.

Orlando começou a torcer as mãos e a mudar o apoio de um pé para o outro.

— Sim. Nós analisamos como você pediu, e… bem…

Depois de vários momentos permitindo que o homem encontrasse o que ia falar, sua paciência se esgotou.

— Desembuche agora. — Ele olhou para Santiago, procurando respostas, mas o homem manteve a boca fechada e o lábio inferior preso entre os dentes.

— A viúva está aborrecida com a forma como o departamento lidou com a investigação de assassinato do marido dela. Ela ameaçou informar aos repórteres a sua versão sobre o caso. — O homem fez uma pausa e enfrentou o olhar de Zander diretamente. — E o mais importante, acredito que ela sabe sobre as escaramuças — disse Orlando

Zander parou e se virou para encarar seus guerreiros.

— Como diabos ela sabe sobre elas? O que ela sabe?

Orlando se remexeu, inquieto.

— Não sei ao certo o que ela sabe ou como sabe. Ela estava resmungando, baixinho, sobre a existência delas, sem saber que eu podia ouvi-la.

Um cenário como esse foi precisamente o motivo pelo qual Zander designou Orlando e Santiago para o departamento de polícia humana. Era seu dever proteger o Reino de Tehrex e mantê-lo em segredo. Ele havia empregado seus melhores guerreiros para esconder as informações e impedir que elas vazassem. Suspeitava do caso envolvendo o assassinato de um conselheiro. Não lhe agradou que isso tivesse saído do controle. O lado positivo é que ele agora tinha uma desculpa para fazer uma visita à fêmea. A excitação o percorreu.

— É possível que você tenha entendido errado o que ela falou? Diga-me exatamente o que ela disse.

Orlando pigarreou.

— Depois que a informei sobre a mudança de detetives no caso do marido dela, ela começou a reclamar e delirar sobre como o Departamento de Polícia de Seattle cuidou mal do caso e colocou a comunidade em risco, permitindo que um assassino perigoso ficasse livre, sem sequer procurar por ele. Acredito que suas palavras exatas foram…

Zander cortou o que seria um longo diálogo.

—Ora, não quero ouvir a opinião dela sobre a incompetência do Departamento de Polícia de Seattle. O que ela disse sobre as escaramuças?

— Depois que lhe disse que Santiago e eu dedicaríamos toda a nossa energia e recursos para encontrar a pessoa responsável, ela disse exatamente isso: “Detetive Trovatelli, não há nada que possa fazer para tornar as coisas melhores para mim, e não acredito por um minuto que serão capazes de descobrir quem fez isso. Vocês não têm qualquer pista por onde começar. É um exercício em que perseguirão seus próprios rabos”. Então, ela murmurou baixinho: “Se pelo menos soubessem o que vagueia pela noite…”. Fiquei surpreso, para dizer o mínimo, amo.

A temeridade da mulher fez o ardor de Zander rugir mais uma vez. De alguma forma, era mais sexy por vir de uma criatura tão impotente. Concentrando-se na questão que tinha em mãos, ele se dirigiu a Orlando:

— Interessante mesmo. Gostaria de saber onde ela está obtendo essas informações. Quando irá se encontrar com ela? Vou precisar estar ali para lidar com isso. — A dificuldade que ele enfrentaria por poder lhe causar algum dano foi ofuscada pelo fato de que a veria de novo.

Santiago entrou na conversa e respondeu antes de Orlando.

— Sem dúvida. Marcamos a reunião na casa dela hoje à noite para incluir você. E descobri que a irmã dela veio de São Francisco para visitá-la, então ela também estará lá.

Orlando cruzou os braços sobre o peito.

— Você está apenas planejando apagar o conhecimento que ela tem sobre o Reino Tehrex, certo? Não quero que a machuque. Ela já passou por muita coisa e merece algo melhor.

Caramba, se Zander não soubesse a verdade, diria que Orlando estava apaixonado. Independentemente do quanto Zander estava obcecado no momento, esse era um ótimo lembrete para ficar longe da fêmea. Orlando era muito mais adequado para a humana. Ele se recusou a reconhecer a dor que brotava em seu peito.

— Não tenho que explicar meus planos para você, Orlando, mas fique tranquilo, não vou machucá-la. Estarei pronto ao pôr do sol. Vocês estão dispensados. — Ele apontou para a porta. Quando os guerreiros alcançaram o corredor, Zander chamou a atenção deles mais uma vez. — Ah, e planejem para que tenhamos tempo suficiente para buscarmos o jantar no caminho da casa dela.

Os dois lhe deram um olhar do tipo “que diabos você está pensando”. Ele fez um gesto com a mão e uma explosão do poder dele fez a porta bater nos rostos confusos.

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* * *

Elsie espiou pelo buraco e viu três homens enormes e bonitos em sua pequena varanda. O detetive Trovatelli, com seus cabelos loiros platinados apontando para todas as direções (fazendo-a se lembrar de Guy Fieri) estava parado ali, segurando o distintivo da polícia. Ela abriu a porta, mas manteve presa a corrente da tranca no lugar. Não que isso fosse impedir aqueles homens.

Seus músculos salientes ondulavam sob as camisas de botões e suas auras gritavam “não brinque conosco”. O que deveria tê-la assustado mas, surpreendentemente, não estava com medo. Em vez disso, sentia-se segura com eles como se fossem sempre protegê-la. Ela não sabia ao certo de onde vinha a sensação de segurança, pois não os conhecia direito e nunca havia visto um deles. Não era ingênua o suficiente para achar que um crachá os tornava inofensivos.

— Olá, detetives, como posso ajudá-los? — perguntou.

— Sra. Hayes, detetive Reyes — Trovatelli fez um gesto para um homem familiar, com olhos castanhos calorosos e cabeça raspada —, e eu queria discutir o caso com a senhora novamente. E este é o nosso colega, Zander Tarakesh. Ele tem habilidades específicas que serão benéficas no caso de Dalton.

O coração dela parou quando ela viu Zander. Os detetives eram bonitos, mas… Zander era algo completamente diferente, com feições fortes e masculinas, e cabelos pretos sedosos na altura dos ombros. Seus ombros largos e musculosos pareciam ocupar todo o espaço do lado de fora, e o poder transbordava dele.

Dizer que era lindo seria eufemismo. Sentiu-se como se empurrada para fora do corpo no momento em que encontrou aqueles cativantes olhos azuis como safiras. Algo no olhar intenso dele era familiar. Foram necessários vários momentos embaraçosos olhando-o até perceber que tinha visto aqueles olhos algumas noites antes, quando ela e sua irmã compraram burritos para o jantar. Surpreendentemente, a reação que teve em relação a ele havia sido a mesma.

A excitação, quente e insistente, a percorreu até se acumular em seu sexo. Ela escondeu o busto por detrás da porta para não mostrar como seus mamilos haviam endurecido. Era inquietante a rapidez com que ela perdia o controle de seu corpo, ao mesmo tempo em que ardia por aquele homem. E era um soco no estômago se sentir atraída por aquele estranho. Seu abismo negro latejava dolorosamente, deixando-a enjoada. Culpa e vergonha guerreavam, tentando dominar o desejo em sua mente, e as emoções conflitantes a açoitavam.

A irmã e os amigos lhe disseram que já fazia mais de um ano e que ela precisava seguir em frente. Isso era impossível de se fazer pois, para ela, Dalton não havia ainda esfriado no túmulo. Ela havia feito uma promessa de vingar Dalton, ainda que fosse a última coisa que realizasse, e nada o impediria. Não havia espaço para nada mais ou mais ninguém. Ela afastou seus sintomas físicos e manteve no coração os votos feitos a Dalton. Ela o amava e sempre o amaria.

Capítulo Três

Zander estava tremendo. Estava parado no degrau de concreto rachado, do lado de fora do apartamento de Elsie. Elsie… seu nome era tão delicado quanto sua aparência. Ambos estavam em desacordo com o modo como ela o examinava. Ele se perguntou o que estava passando pela mente dela e, antes que percebesse o que estava fazendo, sintonizou seus pensamentos com os dela e quase cambaleou pela sensação de dor e perda que o atingiu.

Os seres humanos, com vidas curtas, amavam mais intensamente e tendiam a se apegar a tudo o que tinham. Aquela fêmea não era diferente. Zander, por outro lado, não sabia nada sobre relacionamentos íntimos. Fez sexo com fêmeas, mas não havia nada mais profundo do que atender às demandas físicas de seu corpo. Isso fazia dele um bastardo grosseiro, mas a alma de sua Companheira Predestinada não havia permitido nada além disso. Ele não foi capaz de dar as costas àquela presença sagrada.

O doce perfume de madressilva fez sua atenção voltar-se para a fêmea diante dele. Estranhamente, queria apagar a dor daquela mulher. Ela havia sofrido terrivelmente e ele descobriu que detestava a tristeza dela. Isto era inédito para ele; bem, não tão inédito. Já era ruim o suficiente ele desejar a humana, mas agora queria lhe dar afeição e conforto.

De repente, Orlando virou-se e colocou as duas mãos nos ombros dele.

— Relaxe, amo. Você está em todo tenso. Não podemos minimizar o risco que ela suscita em você — sussurrou Orlando, baixo demais para ela ouvir. Zander ficou chocado com a declaração. Não sabia que suas emoções eram tão instáveis. Precisava se lembrar de que a empatia transmitia tudo o que estava sentindo e que devia manter um controle melhor.

Zander assentiu, agradecido. Soltou um suspiro pesado que levava o peso de sua agonia. Seu pênis ardia para provar aquela fêmea, e seu coração queria alcançá-la o tempo todo, enquanto sua cabeça argumentava que ela era muito frágil. Temia a condição de humana dela, mas ainda a desejava. Não havia uma parte de seu corpo que estivesse de acordo com a outra.

— Está tudo bem? — A voz sensual dela acendeu a centelha de seu desejo, aquecendo-o ainda mais. Ele olhou por cima do ombro de Orlando quando o guerreiro se virou.

Ela estava de calça jeans folgada e um suéter rosa, macio, que escondia a pele nua do olhar dele. Ela sorriu para algo que Orlando respondeu, e o mundo dele girou em torno de seu eixo.

O doce aroma de madressilva acelerou seus sentidos. O perfume assolava-o, pela necessidade do corpo e do sangue dela. Mas algo se encaixava e, por um momento, não lhe importava mais se ela era humana ou se havia pertencido a outra pessoa. Ele iria tê-la. Não podia mantê-la para si mas, pela Deusa, precisava estar dentro dela antes que ela morresse.

Ele ignorou a dor aguda que o pensamento da morte lhe causou. Estava muito consumido pela intensidade de seu desejo por uma humana frágil, quando nunca havia tido a mínima ideia do que seria sentir atração por um humano.

Estava nervoso com as reações incontroláveis de seu corpo. Naquele momento, seu pênis estava rígido como granito, dirigindo-se para o estado de diamante, enquanto ele examinava lentamente a constituição esbelta de corredora de Elsie, os lábios cheios e beijáveis, e seios perfeitos e atrevidos que pressionavam sedutoramente o top rosa. Ele surpreendeu-se com a luxúria que corria em suas veias e sua incapacidade de controlá-la em qualquer aspecto.

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