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Eu Sou
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Eu Sou

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Já fora,percorrem o centro,dobram a esquina novamente e dirigem-se á pequena capela de São Sebastião.Chegando lá,promovem uma parada.O vidente aproveita para se manifestar:

—Lembra,Renato?Foi aqui mesmo que se iniciaram nossas aventuras,numa louca viagem no tempo.Tive uma experiência no deserto,enfrentei fantasmas e homens endemoninhados,lutei na batalha final e sobrevivi.Vejam!Nada é impossíveis aos que creem em Deus.

—Lembro sim,parceiro.Eu era apenas uma criança naquela época e com minha ajuda,equilibramos as forças opostas,solucionamos injustiças e ajudamos alguém a se encontrar.Foi incrível!(Renato)

—E eu me lembro agora,do nosso encontro em Arcoverde.Que bom foi ter aceitado vosso convite.A cada momento,sinto-me melhor e mais esperançosa.(Rafaela Ferreira)

—Eu estava diante de Deus pai pedindo pelo sucesso de ambos-Revelou Rafael.

—E eu fui o anjo que os ajudou na batalha final.(Uriel Ikiriri)

—Nossa!Nem desconfiava!(O vidente)

—Sim.Naquele momento,tudo tinha que ficar em segredo,para seu próprio bem.(Uriel)

—Mistérios do universo!(Exclamou Renato)

—E como é!(O vidente)

—Eu também quero fazer parte de sua vida!Estou atormentada pelas circunstância e só tenho você para recorrer.Ajuda-me,filho de Deus!(Suplicou Bernadete)

Aldivan emociona-se novamente.Diante dele,estava mais uma mulher sofrida,atingida pelas circunstância e pela maldade humana.Sabia bem o que era isso.Inúmeras vezes,fora violentado corporalmente e espiritualmente pela escória humana.Apesar de tudo,perdoara as infâmias e as ofensas mesmo que eles não merecessem.Como seu irmão e seu pai,amava a todos,amigos e inimigos.Pois se amas só a seus amigos,que galardão teria?Os pagãos também não fazem isso?“Sejais perfeitos como seu pai e filhos,que dão sol e chuva para bons e maus,indistintamente”.

Munido deste sentimento,ele aproxima-se da moça,abre um sorriso,estica o braço e delicadamente toca a ponta dos dedos em seu rosto.Naquelas curvas frágeis e bem feitas,pode ver um pouco do interior daquela criatura numa visão rápida:

“Era uma noite clara,calma e pouco movimentada no querido povoado de Mimoso em meados de novembro de 2014.Bernadete acabara de sair da missa,e como era a única católica da família seguiu sozinha.Com destino inicial a sua casa,foi interceptada por um estranho que pediu orientações de como chegar á casa da prima detrás do arruado.Tentando ser gentil,ela explicou detalhadamente a forma de chegar lá,mas o estranho mostrou-se bem confuso.Ao final da explicação,indagou se a mesma não poderia acompanhá-lo e mostrar pessoalmente o caminho.Cheia de ingenuidade e pena,Bernadete aceitou a proposta e então se dirigiu com ele á rua de detrás.Eles andaram o centro,dobram a rua sentido sul, e no primeiro momento a sós o homem a agarrou,fechou sua boca com esparadrapo para que não gritasse e terminou levando-a para um terreno baldio.Lá,usando de violência,manteve relações sexuais com ela.Ao final,espancou-a e a ameaçou de morte caso fosse denunciado.Após,sumiu em direção á pista para que não pudesse ser alcançado e localizado.Começava aí o desespero de Bernadete.Agora,estava desonrada e marcada para um sempre por um estranho que em sua opinião,era um enviado do diabo.Contudo,o pior ainda estava por vir”.

O vidente retira a mão em choque.Que coisa!Isto era mais um exemplo de onde já alcançara a maldade humana.Se não fossem suas constantes súplicas,certamente o mundo e a humanidade já teriam sido extintas.

Cheio de compaixão,ele abraça a apóstola,afasta-se um pouco e diz:

—Eu posso ver!O que tenho para dizer que ao meu lado nada te acontecerá.Meu pai prometei a mim e a meus seguidores a felicidade,o sucesso e a segurança.

—E como faço?Como atingir este nível de segurança?((Bernadete Sousa)

Aldivan volta-se para ela e para os demais.Cheio do espírito santo,toma a palavra:

—Vocês devem rezar assim:“Eterno pai,Senhor dos exércitos espirituais e carnais,eu vos peço a paz,a tranqüilidade,a alegria,a felicidade e vossa proteção na terra.Eu peço que onde quer que eu vá,meus pés caminhem para o sucesso,a bem aventurança e a santidade.Livra-me dos malfeitores,dos caluniadores,dos seqüestros,dos matadores de aluguel,das balas perdidas,dos estelionatários e de qualquer tipo de criminoso.Livra-me das forças espirituais opostas á minha a exemplo dos demônios,das feras espirituais,das potestades espirituais e de todas as suas artimanhas como magia negra,trabalhos,encantamentos e feitiçaria.Que as portas infernais não se aproximem,não me derrotem nem prevaleçam na minha vida.Enfim,que nada de mal me aconteça,nem a minha família nem a todos que me acompanham.Eu te peço pelos merecimentos da cruz,das sete mil virgens,dos espíritos puros,dos anjos,dos escolhidos e de todas as forças benignas.Deus meu,nunca me abandones.Amém.”

—Com que freqüência devemos rezar?(Rafaela Ferreira)

—Todos os dias,pois os inimigos esperam á espreita por um único deslize nosso.Quando for rezar,entre em seu quarto,e carinhosamente fale com o pai.Eu prometo que quem rezar esta oração com fé convicta,nada lhe faltará e no aspecto espiritual alcançará a proteção e uma predileção especial junto á Deus.Não desanimem,irmãos.A nossa força está na oração.(O filho de Deus)

—Muito obrigada.(Bernadete Sousa)

—Não foi nada.Continuemos,Rafael ?(O vidente)

—Sim,vamos-Respondeu ele.

O grupo volta a caminhar em sentido norte,rumo novamente á pista que dava acesso á rodovia BR 232.Próximo destino:Pesqueira,a terra da graça e da renda.

No caminho,encontram com conhecidos e desconhecidos e por educação,eles cumprimentam a todos.Naquele momento,tudo conspirava a favor e era necessário que eles continuassem seguindo seus próprios valores.

Como tudo em mimoso era próximo,em dez minutos ,o grupo alcança a pista e por coincidência,uma lotação vaga passa exatamente naquele horário.Eles então entram no automóvel,uma besta cor cinza com quinze lugares.

Com tudo pronto,a viagem é retomada.Viajando na pista,eles tem a oportunidade de contemplar a natureza agreste,passando pelas localidades de novo cajueiro,riacho fundo e Ipanema.Ultrapassando este ponto,restavam ainda catorze quilômetros a serem percorridos.

Enquanto o carro vai avançando,eles aproveitam e tentam distrair-se da melhor forma possível.Entre as principais,conversam,lêem livros,admiram a paisagem e observam os demais,alternadamente.

E assim o tempo passa sem ao menos eles perceberem.Chegando em Pesqueira, o carros os deixa no centro,em frente á catedral de Santa Àgueda.Daí eles partem em direção á lotação de Cimbres,que ficava algumas quadras dali,próximo á rodoviária local.

Ziguezagueando nas ruas,fazendo paradas estratégicas, a equipe do vidente chamava atenção por onde passava.Juntos,eles davam a entender que era um só corpo em busca da realização mútua.Além de estarem protegidos contra eventuais ataques.Que bandido se arriscaria a enfrentá-los?Mesmo desarmados,eles sabiam bem defender-se.

O tempo fica mais quente.Eles apressam o passo,encurtando a distância que ainda os separava do destino.Cada segundo era importante na vida daqueles que tinham pressa de vencer e serem felizes.

Foi assim que sem maiores contratempos, eles chegam na lotação.Eram exatamente 10:00 Hs e eles tem que esperar um pouco até completar os passageiros,os quais eram sete.Quando se completa,eles entram na lotação,uma van cor verde,com vidros laterais quebrados e iniciam a viagem.

Passam pelo centro,sobem pelo bairro caixa d’água e pegam uma estrada asfaltada mas precária.Enfrentando uma ladeira íngreme,pista estreita e curvas sinuosas,a van chega no topo da serra e pega a parte de planície.Isto gera um alívio em todos.

Agora faltava pouco.Os treze quilômetros restantes começam a ser percorridos diante duma pista quase sem movimento,por estarmos no início do ano de 2015,mês de janeiro.Num instante,nubla,nuvens escuras preenchem o céu,mas é só um alarme falso.A seca que durava já quase três anos prometia perpetuar-se por mais tempo,o que era uma lástima para todos.

Um pouco mais á frente,mais curvas e que são cumpridas com facilidade pelo motorista experiente chamado Toledo.Nada parecia agora amedrontá-los a não ser seus próprios medos internos.

Quinze minutos depois,eles concluem o trajeto e o carro os deixa no centro da vila,ás margens da praça e respectivamente em frente da Igreja de Nossa senhora das montanhas.Ao descer,eles pagam a passagem,despedem-se e começam a andar.Conseqüentemente,novas perspectivas surgiam.

A vila de Cimbres era um local histórico,um dos primeiros a serem descobertos pelos portugueses em suas andanças pelo interior do estado de Pernambuco.Não tinha se desenvolvido pelas dificuldades de locomoção imposta pela Serra mas já fora sede dum senado de Câmara cuja influencia estendia-se por todo o interior,por parte da Bahia,Paraíba e Alagoas.

Qual seria o motivo do vidente trazê-los ali?Um local que atualmente era área indígena,pertencente á nação xucuru, após longos anos de luta e sangue com os latifundiários locais.A resposta:Ninguém sabia.

O vidente segue pela rua principal da vila e seus amigos o acompanham sem perguntas.Fazem isso por respeito á ele e pela segurança que transmitia com suas palavras,carinho,tratamento e pelo seu aspecto.Parecia que aquele homem sabia o momento certo para cada coisa,ajustando-as perfeitamente.Nisto residia sua sabedoria,inteligência,dignidade,delicadeza e seu valor como filho de Deus.Algo realmente indiscutível.

Eles atravessam toda a vila e se aproximam do cemitério local.A cada passo dado,o filho de Deus mostra-se nervoso e irrequieto.O que ele pretendia?Seja o que fosse,era algo realmente importante para que tivesse dado o trabalho de chegar até ali,um local inóspito e assustador.

Eles chegam em frente ao local e como era dia,estava aberto a visitações.Adentram no recinto dos mortos,caminham entre as tumbas e param diante de uma delas.Neste instante,lágrimas teimosas escorrem pelo rosto do filho de Deus e todos se emocionam.Ele então entra em contato:

—Eu trouxe vocês aqui por um motivo:Para mostrar minha glória e minha humanidade.Antes de ser filho de Deus,eu sou um humano e como qualquer um carrego minhas dores e sofrimentos.Estamos diante da cova de meu pai,falecido quando eu tinha apenas quinze anos.Mesmo que ele tenha sido um pai distante,rígido,e ás vezes insensível, tenho que reconhecer que o mesmo era trabalhador,honesto e cumpridor de suas obrigações.Eu fui o único filho que ele permitiu estudar e através do meu esforço eu me considero um grande homem.Tenho absoluta certeza que ele viu meu sucesso e por isso não permitiu o meu trabalho como agricultor.Ainda bem!Que ele esteja em um bom lugar.(O filho de Deus)

—Ele está e por causa de sua ajuda.Suas súplicas insistentes e seu dia de voto amenizaram suas dores e sofrimento.Hoje ele está em paz.(Rafael)

—Javé Deus te ama muito e é capaz de tudo por você.(Completou Uriel)

—Sim,eu sei disso.O seu favor me acompanha sempre.(O filho de Deus)

—Eu também sofri,mestre.A separação daquele que considerava meu amor foi igual a uma morte.(Rafaela Ferreira)

—A minha maior dor foi a perda do meu filho.Fui obrigada pelas circunstâncias a retirá-lo.Mas não foi nada fácil.(Bernadete Sousa)

—E minha dor foi viver a perda da minha mãe e o fato de descobrir que meu pai era um crápula.Hoje minha família resume-se a Deus pai,a guardiã e a vocês.(Renato)

—Eu sei disso,meus irmãos!O que ofereço através do poder de Javé,meu pai,é a proteção,o alívio e a perspectiva de uma nova vida.Eu não ofereço uma utopia,eu sei que tem sofrimentos os quais nunca se esquece mesmo com o passar do tempo.(Aldivan)

—Então me toque,filho de Deus!Viaje na minha história-Pediu Bernadete Sousa.

O filho de Deus sorri e enxuga as lágrimas.Era o convite que esperava a fim de agir.Com um sinal,chama a apóstola,ela se coloca ao seu lado e encostando-se na lápide do seu pai,a toca próximo aos seus seios,uma segunda vez.A visão então surge instantaneamente na sua mente pura e sagrada:

“Bernadete retomou a sua vida normal em seu trabalho como funcionária pública municipal,em suas relações sociais e familiares.No entanto,em aproximadamente um mês começou a desconfiar que algo em seu organismo não estava bem:Suas regras menstruais atrasaram,ela começou a sentir-se indisposta e sempre estava com enjôos.Sua mãe,Com um pouco de experiência que tinha,desconfiou da gravidez e pediu para a filha para comprar um teste.Elas então escolheram um dia em que estavam livres de obrigações e foram á cidade comprar pois no povoado não havia farmácia.Chegando lá,pegaram o teste,resolveram outras coisas na cidade e mais tarde retornaram para casa.Em sua residência,Bernadete então entrou em seu quarto e seguindo as instruções,realizou o teste e ao final deu como resultado positivo.A jovem quase cai para trás!Em um misto de revolta e inconformidade,amaldiçoou o homem que a violentou por tê-la colocado em tão maus lençóis.E agora?O que faria de sua vida?.Após sair do quarto,contou tudo a mãe e mesmo inicialmente sendo compreensiva ela lhe pediu explicações.Cheia de medo,a jovem decidiu abrir-se e relatou o ocorrido.Em seguida,a reação dela não foi das melhores.Chamou-a de inconseqüente por ter dado ouvidos a um estranho e que agora ela era a vergonha da família.Concluiu dizendo que guardaria o segredo por um tempo e que a melhor solução para todos era o aborto.Em resposta,Bernadete esperneou mas a mãe não lhe deu ouvidos.Estava fora de cogitação aceitar a desonra de ter uma mãe solteira na família.Então o jeito para ela foi se render.

Um mês depois,o bebê foi retirado numa clínica particular.Um pouco antes disso,Bernadete saiu de casa e resolveu viver sua vida só.Agora ela procuraria respostas para sua dor sem fim.Será que teria direito a uma nova chance ou o perdão de Deus?”

Pelo pouco que conhecia de Aldivan,o filho de Deus,acreditava piamente que sim.Ela fora mais uma vítima das circunstâncias,do destino e dos estereótipos que davam sustento a uma falsa moral.Em nome dos bons costumes,os pobres,os negros,os homossexuais,os índios,as prostitutas,as mães solteiras e outras minorias eram desprezadas e pré julgadas até pelas pessoas mais próximas.Na verdade,o que todos eram queriam,mesmo os mais conservadores,era ter a coragem de se assumir e sair do armário e por isso preferiam criticar em vez de compreender as razões do outro.”

Ao fim do toque,Aldivan afasta-se e parecendo ler sua mente diz:

—Já passou,irmã,a minha e a sua dor!Voltemos á caminhada!

—Sim,mestre!(Bernadete Sousa)

Com um sinal,o vidente chama a todos, e juntos deixam o mórbido cemitério.Neste instante,sentem fome e então seguem novamente para o centro a fim de procurar um estabelecimento que servisse comida pronta.Com um auxílio de alguns locais,é indicado o local e com poucos passos eles o localizam.

Trata-se de uma pequena lanchonete,com entrada preenchida por algumas mesas e cadeiras.Como o movimento é pequeno,eles encontram uma mesa disponível e acomodam-se ao redor dela.Pegam o cardápio disposto em cima da mesma,o avaliam por um instante e de comum acordo fazem o pedido ao atendente:Cuscuz com galinha.Agora,só restava esperar.

Enquanto esperam que preparem o pedido,a conversa rola solta.

—O que estão achando da viagem,pessoal?Eu estou adorando.(O vidente)

—Está me fazendo muito bem sair do meu mundinho e respirar novos ares.A minha doença exige isso.Muito obrigado por me convidar,Aldivan!(Rafaela Ferreira)

—De nada,fofa!(O vidente)

—Quero agradecer também.A experiência com vocês está sendo ótima.(Bernadete Sousa)

—Não tem de quê!Nós que agradecemos sua presença.(O vidente)

—Estou aprendendo cada vez mais,parceiro.Logo estarei completamente iluminado por sua alma grandiosa.(Renato)

—Você também me ensina,Renato!Eu vejo em você o jovem que eu fui há tempos atrás.Acredite,eu vejo um futuro glorioso para você.(Aldivan)

—Tomara!(Renato)

—O ciclo está continuando inexoravelmente.Ao final,o desejo de muitos corações realizar-se-á.(Rafael)

—Neste caminho,enfrentaremos obstáculos,perdas,lutas internas,os laços do destino e nossa própria mente frágil.Mas se seguirmos o fio condutor certo,temos grandes probabilidades de sucesso.(Uriel Ikiriri)

—Eu acredito,amigos.Eu já passei por situações piores e venci.Juntos,temos a força do pai Javé,que é uma legião,e certamente temos condições de triunfo.Confiem em mim!(O filho de Deus)

Todos parecem concordar.A atendente chega com o pedido e todos começam a encher seus pratos.Imediatamente,começam a alimentar-se e então a conversa esfria um pouco.Com educação,concentram-se apenas nela.

Trinta minutos depois,terminam,pedem algo para beber,e engolem rapidamente.Com um sinal,eles levantam-se,pagam as despesas e saem da lanchonete.Já fora,nas ruas do centro,enquanto caminham,o vidente retoma a conversa.

—Eu acabei de ter uma idéia.Que tal se visitarmos o santuário de Nossa senhora das Graças,que fica no sítio guarda,próximo daqui?

—Por mim,tudo bem.O que acham,pessoal?(Renato)

—Irei aonde fores,meu amo e senhor.(Rafaela Ferreira)

—É como diz o ditado,se estamos na chuva é para se molhar.Vamos,sim!(Bernadete Sousa)

—Ótima idéia!Vamos,irmão?(Rafael)

—Sim.Está escrito!(Uriel)

—Muito bem.Vamos tentar localizar um carro para alugarmos.(O vidente)

E assim fazem.Conversando com alguns locais,eles tem a informação de um taxista da rua de detrás.Atravessam então a rua sentido sul,ultrapassam dez casa pela direita e então chegam em sua residência.Batendo duas vezes na porta principal,são atendidos pelo dito cujo que se mostra um pouco barrigudo,saliente e desengonçado,calçando um par de sandálias tipo praia,bermuda rasgada e sem camisa.

A se ver cercado de estranhos,ele então entra em contato:

—O que desejam,senhores?

—Soubemos que você é taxista.Poderia nos levar ao sítio guarda?(O vidente)

—Claro.Quanto estão dispostos a pagar?(O taxista)

—Cinqüenta pilas.Está bom para você?(O vidente)

—Está bom.Esperem só um momento.Vou tirar o carro.(Taxista)

—OK.(o vidente)

Caminhando em direção á garagem do lado,o taxista que se chamava klebson Barbosa,em poucos passos, conclui o trajeto.Na garagem,entrou em seu possante,uma van preta modelo 2015,deu a partida,parou na saída,fechou a garagem e chamou seus clientes.Um a um,foram entrando no automóvel e quando tudo estava pronto,iniciaram a viagem.

A distância até o santuário que era de aproximadamente três quilômetros seria rapidamente cumprida pois a velocidade desenvolvida pelo carro era grande.Num piscar de olhos,saem da vila,pegam a estrada de terra principal e seguindo sempre em frente na direção oeste eles chegam diante do santuário incrustado na serra.O carro então para ás margens do calçadão, eles descem e combinam que Klebson Barbosa ficaria os esperando pois a passagem seria rápida.Após,começam a subir a escadarias através do qual se acessava o topo.

Degrau a degrau,os visitantes vão subindo e a cada passo dado,uma emoção a mais.Foi aí que, no século passado, a virgem apareceu a duas inocentes crianças.Esta mesma senhora que aparecera por diversas vezes na vida do especial vidente.

Algo internamente lhe dizia que seria mais uma grande experiência a ser vivida num momento deveras importante.Estavam ali seis pessoas movidas pelos seus próprios anseios vivendo uma situação delicada.Tudo se resumia na esperança prometida pelo filho de Deus e isso faz com que eles avancem ainda mais.Concluem um quarto,a metade e já se aproximam do fim do trajeto.

Um tempo depois,eles finalmente completam a subida e se acomodam diante do santuário.Enquanto uns rezam,outros admiram a beleza da serra.Emocionado,o vidente entra em contato:

—Meus irmãos,estamos em um local sagrado.Aqui reside as graças de Maria,mãe de Jesus.Através desta bem aventurada mulher,posso dizer que fiquei curado e abençoado por Deus.Maria é exemplo de coragem,garra e fé para os cristãos e todas as denominações.Que bom tê-la como amiga,Maria.(O vidente)

—Como é Maria?(Renato)

—Uma ternura de pessoa.Compreensiva,educada e respeitadora.Além disso,bastante humilde apesar de sua grandeza.(O vidente)

—Que massa!Queria também conhecê-la.(Renato)

—Eu também.(Renata Ferreira)