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Receio
Solto um guincho surpreendido e ele rapidamente me cala com os seus lábios nos meus.
À frente, o caminho é forrado por árvores e ele leva-me através de uma abertura nas árvores à esquerda. Uma árvore maior fica atrás das árvores que revestem o caminho e ele pousa-me atrás dela, fora do caminho. Pressionando-me contra a árvore, beija-me desesperadamente de novo. As suas mãos percorrem o meu corpo e as minhas o dele.
O que estás a fazer? Nem sequer conheces este homem assim tão bem. A minha voz interior está constantemente a falar, apanhada de surpresa pela minha imprudência repentina. Normalmente não faço isto. Não, espera. Eu nunca faço isto, nunca o fiz. Estou a viver um pouco, respondo à minha voz interior. Agora cala-te!
As mãos do Rick encontram a bainha da minha saia. Sinto as suas mãos enquanto se assentam nas minhas coxas. Ele termina o nosso beijo e olha para mim surpreendido.
“Sua tola,” ele sussurra. “Estás encharcada!”
“Eu… não posso… mentir,” sussurro com um sorriso.
É tudo o que é necessário. Ele levanta a minha saia pelo meu rabo e sinto a casca da árvore a pressionar-se brevemente contra o meu rabo. Os seus dedos encontram o elástico das minhas cuecas e puxam-nas para baixo.
Não o paro. Não resisto. Devia estar a voltar para a receção mas porra, não consigo evitar neste momento. Nunca na minha estive assim tão atraída por alguém. Há tantos elementos aqui que me fazem querer isto aqui e agora.
Estamos na rua, podemos ser apanhados, ele é um estranho bonito, confiante e sensual que poderia ter quem quisesse, mas quer estar comigo. Isto é tão apaixonante. Mal nos conhecemos, mas queremo-nos. Não há nada que nos faça pensar isto demasiado. É apenas um homem e uma mulher a ceder ao seu desejo carnal.
Ele baixa as minhas cuecas e eu tiro-as, pousando as minhas mãos nas suas costas. Endireita-se e segura a minha tanga de renda branca. São as minhas cuecas preferidas. Devem ser cuecas da sorte.
Olho das minhas cuecas para ele e coro. Ele leva-as até ao seu nariz e cheira-as. Inspira profundamente e depois baixa-as enquanto olha para mim.
“Cheiras tão bem,” ele sussurra. “Quero-te.” aproxima-se e eu deixo-o. Quero-o. O meu walkie-talkie começa a fazer barulho como um grito na escuridão silenciosa à nossa volta.
Peguei nele e cliquei no botão.
“V aqui, diz,” digo.
É a Jessica. A sua voz quebra no walkie-talkie, “Precisamos de ti na receção.”
“Estou a ir,” digo.
Rick olha para mim, as suas sobrancelhas erguidas.
Coro. “Tenho de ir. Desculpa.”
Ele segura nas minhas cuecas, com um olhar questionador.
“Mais tarde,” digo enquanto endireito a minha saia. “Preciso de voltar...”
Ele puxa-me na sua direção e beija-me rapidamente. “Não me deixes prender-te. Talvez possamos continuar isto depois do casamento?”
“Talvez,” digo enquanto me afasto e faço o meu caminho de volta à receção. Sinto o ar frio da noite e a liberdade agora que estou no comando. Tenho de admitir que é uma boa sensação. Sua vadia, a minha voz interior diz. Respondo e fica em silêncio, Sim, estás a adorar tanto como eu. Estás no mesmo corpo, lembras-te? Apercebo-me de que terei de me lembrar de ser cuidadosa quando me agachar e sentar. Eu consigo fazer isso, digo a mim mesma.
Clico no walkie-talkie enquanto ando rapidamente de volta para a receção. “O que é preciso?” pergunto. Nunca pergunto ‘qual é o problema?’ Tem uma conotação negativa e sou supersticiosa e acredito que isso trará má sorte, então evito referir-me a qualquer coisa como um problema.
“Ponto de controlo do limite do bar,” a minha assistente responde.
Uau! Penso para mim mesma. Esta festa está a bombar. O ponto de controlo do limite do bar surge quando oitenta por cento do orçamento atribuído foi atingido. É um dos meus procedimentos operacionais padrão. Quando se atinge este limite, procuro autorização para exceder o limite e confirmar um novo com quem quer que esteja a pagar a conta de bebidas alcoólicas. Estimo que a festa ainda vá durar pelo menos duas horas e não há maneira nenhuma de este orçamento ser suficiente. Há uma variedade de opções disponíveis para limitar o custo e é altura de falar com o pai de Trish, que é quem paga neste caso.
“Okay. Já falamos,” digo a Jessica.
VIOLA
Volto para a mesa e sento-me ao lado de Ashley depois de o novo limite do bar ter sido confirmado. Ela olha para mim e sorri.
“Estiveste fora algum tempo,” ela sorri deliberadamente, esperando que desembuchasse.
“Tive que tratar do limite do bar,” respondo a corar. “Não estive com ele o tempo todo.”
“Podias ter-me enganado,” Ashley diz. Explodindo de curiosidade, pergunta, “O que é que ele queria?”
“Queria que ficássemos juntos depois do casamento,” sorrio.
“A sério?” Ashley pergunta surpreendida. “Ele não leva as coisas devagar, leva?”
Coro de novo enquanto penso no quão lento não levámos as coisas. Abano a cabeça, não confiando na minha voz para responder enquanto evito o olhar de Ashley.
“Sua tola!” ela sussurra. “Não me digas que o fizeste!”
“Fiz o quê?” perguntei, fingindo ignorância mas ainda evitando olhar para ela.
“Tu sabes,” Ashley sussurra de novo. “Sua vadia!” provoca.
Olho para ela e finjo ofensa. “Para de pensar besteira, sua mente suja,” sorrio.
“Anda lá. Conta-me, conta-me!” ela sussurra, implorando como uma menina pequena.
Trabalho com a Ashley há imenso tempo e somos boas amigas. Ela conhece-me bem e eu conheço-a bem também. Estou a gostar de me meter com ela.
“Não o fizemos…” digo e deixo o pensamento ficar a pairar.
“…mas?” ela incita.
“Tive de voltar aqui por causa do limite do bar mas pode-se dizer que perdi a minha roupa interior,” digo enquanto dou um golo na minha bebida.
“Como assim perdeste?” Ashley pergunta confusa, e depois atinge-lhe. A sua mão voa até á sua boca enquanto se apercebe do que eu quis dizer. “Oh meu…”
Sorrio e pisco-lhe o olho. Depois os seus olhos voam até um ponto atrás da minha cabeça e um momento mais tarde ouço a voz dele de novo.
“Esta lugar está ocupado?” ele pergunta.
Claro que não, e se estivesse, teria ficado livre agora mesmo só para ti, penso antes de responder. “Não, mas presumo que está prestes a estar.”
“Tudo vai depender se permites que me sente,” ele sorri enquanto espera pela autorização.
Que cavalheiro, penso, questionando-me o que ele fez com as minhas cuecas.
“Por favor, senta-te,” digo e depois adiciono, “Não precisas da minha autorização.”
Ele puxa a cadeira e senta-se enquanto olho para Ashley. Ela dá-me um rápido piscar de olho e depois retira-se da mesa. Quero pedir-lhe para ficar, mas é demasiado tarde.
“Posso roubar-te da tua agenda ocupada por mais uns momentos?”
“Podes,” respondo.
“Tenho de dizer que realmente te excedeste com o planeamento e execução imaculados deste casamento. Está fabuloso.” Rick diz ligeiramente. A sua voz é confiante. Tem um tom autoritário mas amável. Um que diz, Eu é que mando e sei o que quero. Também consigo o que quero.
Apanho o cheiro do seu perfume de novo. Tem um toque de madeira e é forte. Não no sentido de ele ter posto demasiado, mas o cheiro é simplesmente forte, poderoso, masculino.
“Obrigada pelo elogio,” digo, corando de novo. Estou a corar entre as coxas e tenho quase a certeza de que ele sabe. Fecho as coxas com força e sinto o quão molhada estou. Coro mais profundamente.
“Um passarinho disse-me que és uma das melhores organizadoras de casamentos em Los Angeles,” ele diz enquanto me estuda.
“Bem, não me preocupo com as classificações. Simplesmente faço o melhor que posso pelos meus clientes. Eles são importantes e é um dia muito especial, então merecem o melhor.”
“Essa é uma forma muito nobre de pensar. Muito humilde também.”
“Obrigada,” coro de novo. “Tens o hábito de elogiar assim tanto as mulheres? Sabes que funciona maravilhosamente, não sabes? Mas vou adicionar, tiveste-me atrás da árvore. Não precisas de me elogiar mais.”
Ele sorri. “Não te estou a elogiar. Simplesmente acredito em dar o crédito onde é devido,” ele sorri.
“Obrigada, de novo,” inclino a minha cabeça na sua direção.
Ele aproxima-se e baixa a sua voz. “Podemos pôr o nosso momento anterior de lado? Há outra coisa sobre a qual te quero falar,” ele diz.
“O quê?” pergunto surpreendida.
“Bem, és uma das melhores no que fazes, quer o queiras admitir ou não. Eu acredito que também sou um dos melhores no que faço, e estava a pensar que talvez podíamos colaborar.”
O quê? Pergunto a mim própria. Ele acabou mesmo de começar a falar em trabalho? Começo a sentir-me desanimada, desiludida. A nuvem número nove começou repentinamente a descer mais rápido.
“Tenho a certeza de que podemos falar sobre colaborar. Mas já tenho uma grande rede de pessoas,” respondo.
“Compreendo isso, mas eu forneço um serviço especializado,” ele responde. “Duvido que tenhas alguém como eu na tua equipa. Muito poucos organizadores de casamentos têm.”
“Okay,” respondo. “E fazes o quê, exatamente?”
Rick sorri e vai até ao seu casaco. Ele remove a sua carteira e tira um cartão profissional. Arruma a sua carteira de novo no bolso do seu casaco e dá-me o cartão.
Pego nele mas não olho imediatamente para lá. Estou impressionada com o que ele acabou de fazer. Pareceu tão fluído, ágil é a palavra que me vem à mente.
“Sou um advogado,” Rick diz.
As suas palavras atingem-me com força. Um advogado? Mas que raio...?
As minhas sobrancelhas franzem-se em confusão. “Porque é que quereria colaborar com um advogado?” Não gosto de advogados por razões pessoais e não consigo evitar a irritação que atinge a minha voz quando eu respondo.
“Porquê?” ele sorri e olha para mim antes de continuar, “Bem, muitos casais preferem ter acordos pré-nupciais feitos antes de se casarem. Alguns até querem um último testamento. Eu faço isso tudo.”
Aceno lentamente com a cabeça. “Okay, isso faz sentido.”
“Claro,” ele sorri. Ele inclina-se para a frente e continua, “Mas isso é apenas o início.”
“O que queres dizer com ‘é apenas o início’?”
“Bem, há o divórcio mais tarde.”
Estou a beber a minha bebida quando ele diz isto, e a bebida acaba por entrar no buraco errado. Tusso e gaguejo enquanto pouso o copo. Quando o meu ataque de tosse acaba, dou mais uns golos para a minha voz voltar ao normal. “Divórcio?” digo, um pouco demasiado alto, e os convidados na mesa ao lado olham para nós. Estou enojada e chocada.
“Sim, divórcio,” repete.
Num instante, tudo o que aconteceu entre nós anteriormente foi apagado. Sinto que entrei num mundo alternativo.
“Tens noção de que este é um dos dias mais bonitos que um casal irá ter na sua vida?”
Rick acena com a cabeça. “Sim. Um dos dias mais bonitos. Mas não dura para sempre. A vida acontece.”
“Então, presumes que todos os casamentos vão acabar em divórcio, mais cedo ou mais tarde?” pergunto, incrédula. Desta vez mantenho a minha voz baixa o suficiente para os outros convidados não ouvirem.
“Não todos os casamentos,” Rick responde. “Mas deixa-me dar-te uma ideia do que estou a falar. Só na Califórnia, estimam-se que as taxas de divórcio são dez por cento mais elevadas do que a média nacional.”
“Há uma média nacional para algo tão mau como o divórcio?” pergunto, enojada.
“Sim. Gostarias de saber qual é a média nacional? Far-te-á questionar porque é que ainda incluem o ‘até que a morte nos separe’ nos seus votos.”
“Não me interessa adivinhar,” respondo.
“Bem, deixa-me esclarecer-te, então. A média nacional é de cinquenta por cento. Isso significa que na Califórnia é de…”
“… sessenta por cento,” termino em nojo. Sinto a minha raiva aumentar. “Tens noção que estamos na receção de um casamento?”
“Claro,” Rick responde. “Qual é o teu ponto?”
Ignoro a sua pergunta. “Estás a falar a sério? O que fizeste com o homem que estava no jardim há pouco tempo?”
Ele gargalha. “Engraçada. Ele está mesmo aqui.”
“O que aconteceu ao homem que disse, quando os nossos olhos se encontraram, fui atraído para ti como uma traça a uma chama? Como me podes sussurrar coisas tão românticas enquanto tens uma perceção tão distorcida do casamento?”
“Não é distorcida,” ele responde. “Não temos todos direito a ter as nossas opiniões?”
“Claro, mas porque é que não me dizes então onde vês alguma coisa entre nós a ir, se é essa a tua visão do casamento?”
“Não estás a levar as coisas um pouco depressa? Não tivemos sequer o nosso primeiro encontro e estás a perguntar sobre ‘as coisas entre nós’.”
“Lamento ter-te dado a impressão errada, então,” digo, com dificuldades em suprimir a minha raiva. “Tiveste um efeito em mim como nenhum outro homem alguma vez teve. Apesar do meu coração me dizer para ter cuidado, eu dizia para ele se calar. Estava a borrifar-me em relação a ser cuidadosa porque pensava que sentia algo especial contigo. Parece que estava errada.”
“Permite-me discordar. Sentiste algo especial. Também o senti.”
“Não. Não estava a pensar com o meu coração. Estava a pensar com o que tenho entre as pernas. Porra, deixaste-me louca com desejo mas é aí que terminaria. Luxúria, desejo, paixão, sexo. É tudo. Não é? Um caso de uma noite.”
Rick abanou a cabeça, parecendo desiludido.
Estou inspirada neste momento, então continuo. “Eles sabem sequer que estás a vender os teus serviços aqui?”
Ele estuda-me por um momento. “Ouve, talvez estejamos a começar com o pé errado. Tudo o que estou a dizer é que os clientes precisam de advogados quando se casam e se divorciam. Basta tirar a minha perspetiva do divórcio se não gostas e pensa em oferecer aos teus clientes um serviço que eles precisam. Ofereço uma comissão para apresentações de negócios.”
“Nós começámos com o pé errado. Porque é que trabalharia com alguém que tem uma atitude tão distorcida em relação a um dos melhores dias na vida de um casal?”
“Temos todos direito a ter as nossas opiniões, não temos?” Rick pergunta calmamente. Ele já não parece tão confiante, mas não está a desistir.
“Temos. Concordo,” digo, endireitando-me e olhando Rick nos olhos. Questiono-me porque é que Deus faz os idiotas tão atraentes. Talvez seja a única maneira de terem uma oportunidade na vida. Quero pedir-lhe para me devolver as cuecas, mas não o faço. Provavelmente irá embaraçar-me e pô-las na mesa para toda a gente as ver. “Acontece que acredito na beleza e magia do amor e na bênção de cada dia de casamento que ajudo a criar para cada cliente. Não penso no que pode acontecer no futuro mas tu estás positivamente a desejar o divórcio a casais antes de sequer se casarem e, na minha opinião, isso é repugnante. Prefiro trabalhar com pessoas que pensam da mesma maneira, e isso é algo que nós, evidentemente, não partilhamos.”
Rick suspira. “Lamento ouvir isso. A minha porta está sempre aberta para uma colaboração, se mudares de ideias. Foi um prazer conhecer-te.” ele sorri e pisca o olho enquanto se levanta e sai da mesa. Observo-o a ir embora. O seu rabo é perfeito, e a sua forma também. É uma pena ele ser tão imbecil.
Ashley volta com um sorriso enorme na sua cara. “Uau! Ele é mesmo um naco! Convidou-te para sair?”
“Não. Pediu-me para colaborar com ele.” a desilusão na minha voz é óbvia.
“Colaborar? Em que maneira?”
Empurro o cartão dele para a Ashley. Ela pega nele e lê-o. “Oh,” ela diz e depois pergunta, “A sério?”
Aceno com a cabeça enquanto tento continuar a comer o meu jantar. Perdi o apetite. Tento não olhar na direção dele mas sempre que olhava para cima, os meus olhos pareciam encontrar os dele.
Empurro o meu prato para trás e levanto-me. “Vou verificar como está a equipa,” digo. Quero estar em qualquer lado sem ser onde consiga encontrar o olhar dele de novo.
RICK
Sento-me de novo na minha mesa. A minha conversa com a Viola não correu como esperava. Sei que arruinei o que tínhamos começado lá fora, no jardim. Estou desiludido. Ela teve um efeito em mim como nenhuma outra mulher teve, e ainda não consigo parar de olhar para ela.
Ela é uma das melhores no que faz. Também sou um dos melhores no que faço.
Sei que se colaborássemos, seríamos ótimos. Com a reputação dela na sua área, a Viola atrai clientes de primeira linha. O meu tipo de clientes. Quanto mais ricos são, maiores são os acordos de divórcio. Faz sentido, não faz?
Além disso, podem também pagar pelo melhor aconselhamento jurídico antes de se casarem, se colaborarmos. É isto que a Viola não conseguiu ver. As minhas comissões são boas e ela pode ganhar bom dinheiro simplesmente a partir de uma referência. Porque é que ela sequer quereria saber o que acontece mais tarde? Até é provável que ela consiga pelo menos um cliente repetido se o casal se divorciar e voltar a casar mais tarde. Provavelmente chamá-la-iam para o seu próximo casamento. Raios, há até mesmo os seus filhos, daqui a uma geração, que se vão casar. Ela pode facilmente fazer os casamentos dos filhos também, dependendo do quão perto se mantém dos seus clientes depois de se casarem. Inclui-la-ia em todos os negócios que recebo de um cliente que ela referir para mim, e até referiria negócios para ela também.
Continuo a olhar para ela. Não consigo evitar. Questiono-me o que a deixou tão perturbada com o que disse. Talvez tenha sido apenas a altura errada e devia ter arranjado maneira de falar com ela depois do casamento ou num dia em que ela não estivesse a trabalhar na receção de um casamento.
Há outra razão pela qual não consigo parar de olhar para ela. Ela é inacreditavelmente bonita. Não acredito no amor, mas ela é o meu tipo. Ao dizer o meu tipo, quero dizer confiante, ousada, orgulhosa, sensual, independente. O tipo que não tem tempo para relações mas consegue o que quer dos homens quando precisa. Tal como eu consigo das mulheres o que preciso quando quero. Não tenho tempo para relações. Também não acredito nelas.
Ela apanha-me a olhar de novo e move-se desconfortavelmente na sua cadeira, depois endireita-se, erguendo a sua mão para me cortar da sua vista. Ela diz algo a Ashley e depois empurra o seu prato para trás. Não acabou a sua comida. Depois levanta-se e sai da divisão.
O meu olhar segue-a enquanto se aproxima da porta. O balanço das suas ancas é acentuado perfeitamente pela roupa que ela está a usar, que acentua a sua figura. Os saltos altos que ela está a usar adicionam altura à sua forma e o seu cabelo preto comprido e sedoso balança suavemente com cada passo que ela dá.
Toco nas suas cuecas, que estão no meu bolso, e lembro-me do quão bem ela cheira. Fico duro de novo enquanto penso no encontro que tivemos mais cedo no jardim.
Ela não sabe que é uma deusa. Perfeita. Já vi o tipo dela muitas vezes antes. Eu procuro o tipo dela. Divirto-me mais com mulheres assim. Primeiro, mostro-lhes o quão bonitas são e faço-as aperceberem-se do efeito que têm nos homens. Gosto de as tornar autoconscientes. Quando uma mulher como a Viola se torna autoconsciente da sua beleza e sexualidade, aumenta as suas características. Despojar a sua inocência e ensinar-lhe os caminhos do mundo, do meu mundo, na verdade, é o que mais gosto.
O meu interesse na Viola é mais do que apenas trabalho. Raios, se ela não fizer negócio comigo e simplesmente me deixar domá-la, suponho que consigo viver com isso. Mas seria uma pena.
Apercebo-me de que toda a gente está em pé, então levanto-me enquanto um empregado passa com uma bandeja de copos de champanhe. Torno a sua bandeja mais leve ao pegar num copo e olho para a mesa principal onde os brindes estão a começar. O casal feliz está a sussurrar e a sorrir enquanto o MC fala e brinca. Eles parecem felizes e desejo-lhes tudo de bom. Realmente. Nem toda a gente se divorcia. Simplesmente quero dar a pista de que estou aqui se alguma vez algum deles precisar de mim. Não estou a pedir muito.
O brinde continua por um bocado e olho para onde a Viola estava sentada, mas ela ainda não voltou. Ashley está lá e não está a olhar para mim. O brinde termina e a banda começa a tocar. Pessoas vão até à mesa do casal feliz e felicitam-nos. Junto-me a eles e felicito o casal feliz. Pouco depois o casal vai até à pista de dança para a primeira dança. Observo-os a moverem-se pela pista de dança graciosamente. Não falam muito enquanto dançam. O noivo é quase vinte centímetros mais alto do que a noiva e enquanto ela pressiona a cabeça contra o seu peito, ele está a olhar em volta como se estivesse à procura de alguém.
Alguns convidados juntam-se ao casal na pista de dança e em breve o local fica cheio de casais felizes. Quando o casal de noivos termina a sua dança, eles voltam para a mesa e o noivo desaparece. Presumo que se vai aliviar. A noiva observa-o a ir antes de ser distraída por um convidado.
Com as festividades quase em pleno andamento, decido que está quase na hora de ir embora. Casamentos não são os meus eventos preferidos, muito menos quando não tenho uma parceira.
Decido ir procurar a Viola e tentar falar com ela de novo antes de ir embora. Pego noutra bebida de um empregado a passar e começo a fazer o meu caminho pelos convidados até ao jardim principal.
Encontro a Viola entre a área da receção e o edifício principal. As suas costas estão voltadas para mim e ela está a falar para o seu walkie-talkie. Termina e vira-se. Ela salta para trás em surpresa.
“Oh meu Deus!” ela exclama. “Assustaste-me imenso!”
“Desculpa. Não era a minha intenção,” respondo. Dou-lhe um momento para recuperar e depois continuo. “Ouve, desculpa por há pouco. Penso que tudo saiu de forma errada. Normalmente consigo expressar-me de forma bastante clara e simplesmente não sei o que aconteceu há bocado…”
Viola está a estudar-me friamente, “…Acho que te expressaste de forma bastante clara há bocado, Rick. Vês a instituição do casamento como uma oportunidade para negócios futuros, e aproveitas a tristeza e angústia dos outros para ganhar a vida quando chegar essa altura, se é que alguma vez chegará. Nunca conheci um advogado como tu. Já ouvi falar, até vi perseguidores de ambulâncias em ação mas isto, deves ter uma quota de mercado de cem por cento da tua especialidade escolhida…”
Viola é interrompida quando alguém passa. É a noiva. Ela parece estar com pressa para chegar a algum lado.
“Trish, está tudo bem?” Viola pergunta.
Trish mal para e vira-se. “Sim. Apenas preciso de ir à casa de banho. Já aguentei demasiado tempo.”
“Okay. Não me deixes prender-te,” Viola sorri.
Trish vira-se e continua o seu caminho até ao edifício principal.
Algo no comportamento de Trish me diz que alguma coisa está errada. Mas não é o meu casamento, e vou-me embora seja como for. No entanto, decido dizer algo à Viola.
“Acho que há algo de errado com a noiva…”
“Agora também és médico?” Viola pergunta zangadamente num tom baixo, com medo de que a Trish a possa ouvir.
“Não… só quero ajudar…”
“Não preciso da tua ajuda, assassino de casamentos. Este é o meu casamento e acho que está tudo a correr bem…”
Os gritos de uma mulher tornam-se repentinamente audíveis do edifício principal. Não consigo dizer com certezas quem é, mas tenho uma boa ideia.
Viola vira-se e corre até ao edifício principal. Demora-me um momento para a começar a seguir.
“Trish!” Viola chama enquanto corre até ao edifício.
Enquanto nos aproximamos do edifício, as palavras que a mulher grita tornam-se mais claras.
“Seu… filho… de… uma… grande… cabra… oportunista! E tu! Sua... porra... de uma... puta!”
Viola entrou no edifício comigo atrás. Ela empurra a multidão que se reuniu à volta da porta da casa de banho aberta.
Sigo os passos da Viola pela multidão e chego à frente das pessoas, mesmo atrás da Viola. Trish está em frente da porta da casa de banho aberta, a gritar com o noivo cujas calças estão baixadas à volta dos seus tornozelos. Ainda está enterrado fundo dentro da mulher com ele na casa de banho. Reconheço a rapariga. Cherise. Ela é a dama de honra. Ela olha para longe e exclama para o noivo, “Fecha a porra da porta, seu idiota!”