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Receio
Receio
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Receio

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“Conhecer-te melhor,” ele responde com confiança.

Coro, grata por ser de noite e haver pouca luz, fazendo com que ele não veja o quão vermelha a minha cara está. A minha pele é castanha-dourada, mas, apesar da sua cor, tenho a certeza de que ele me conseguia ver a corar se houvesse luz suficiente. Apesar do ar fresco, sinto-me mais quente do que esperava e sei que isto é o efeito que o comentário do Rick e a sua proximidade têm em mim. O que está errado contigo? Nenhum homem alguma vez teve este efeito em mim tão rapidamente. Sei que me sinto como uma menina que acabou de ter uma conversa com a sua primeira paixoneta da escola secundária. Talvez tenha a ver com o facto de já não ter alguém na minha vida há muito tempo.

“Tens o hábito de te esgueirar em casamentos à procura de mulheres para encantares e namoriscares? É essa a tua estratégia para encontrar uma namorada?” provoco.

Ele gargalha. “De modo algum. Simplesmente fui convidado para este casamento como amigo de um amigo.”

“Não fazia ideia de que as pessoas hoje em dia têm o hábito de convidar amigos de amigos para festas de casamentos.”

Rick ri. “Bem, ainda bem que fui convidado, senão não te teria conhecido.”

“Oh, a sério?” sorrio. “Diz-me, a tua venda difícil funciona realmente com as mulheres?” suponho que sim. Ele é tão bonito, porra. E embora seja direto e confiante, não parece ser arrogante.

“É assim que lhe chamas?”

“Mm-hmm,” respondo.

“Bem, devo admitir que normalmente não faço uma venda difícil mas quando te vi, esta noite, pensei que provavelmente não tenho muito tempo. Estás muito ocupada com a coordenação do casamento e, posso acrescentar, estás a fazer um trabalho absolutamente fantástico, mas suponho que saíres comigo agora é um luxo que mal te podes permitir, a menos que tenhas alguém que consiga aguentar o forte durante um tempo.”

“Pareces conhecer-me muito bem,” digo, olhando para ele.

Ele para e vira-se para olhar para mim, pegando na minha mão com a sua com facilidade. Se alguém nos visse, pensariam facilmente que éramos um casal. Estou espantada por ele não parecer achar que pode ser considerado assustador ou cruzar uma linha considerando que acabámos de nos conhecer.

A verdade é que não me importo. Enquanto ele segura a minha mão, não faço nenhum movimento para me afastar. As suas mãos são suaves, e o seu toque gentil. O seu toque está a incendiar a minha pele e não acho que um extintor consiga apagar o fogo entre as minhas coxas. Os seus olhos, a sua voz, o seu sorriso, são todos perfeitos e estão todos a ter um efeito em mim que nenhum homem alguma vez teve.

“Quando te vi esta noite, sabia que tinha de te conhecer melhor. Simplesmente senti... algo. Quando os nossos olhos se encontraram, fui atraído para ti como uma traça a uma chama.”

“Cuidado então. Podes queimar-te,” provoco.

“De alguma forma, penso que não,” ele sorri. “Estou grato por me estares a dar este tempo e não sei quanto mais tempo temos, por isso, vou simplesmente dizê-lo.”

“Dizer o quê?”

“Quero ver-te de novo. Quero conhecer-te melhor. Podes dar-me o teu número?” ele pergunta, largando a minha mão e pondo-a na minha bochecha. Inclino-me no seu toque. É quente. Reconfortante.

Não digo nada, simplesmente olho-o nos olhos. Ele inclina-se sobre mim, trazendo a sua cara ao meu nível. Os nossos narizes tocam-se. Está a pedir permissão sem dizer uma palavra. Não respondo e ele leva o meu silêncio como autorização.

Os nossos lábios tocam-se suavemente, por breves instantes. É outro pedido de autorização. Quando ele não sente resistência, os seus lábios assentam nos meus e prendo desesperadamente o seu lábio inferior entre os meus dentes enquanto o sugo. As nossas línguas encontram-se e brevemente lutam por entrada antes de nos apercebermos de que queremos a mesma coisa, e elas começam a dançar com a nossa paixão. A nossa respiração acelera enquanto ele me puxa para mais perto. Ele envolve os seus braços à minha volta e sinto-me tão segura e quente, como se estivesse num casulo. Envolvo os meus braços à volta dele, mas as minhas mãos não se conseguem juntar atrás dele. Deixo-as a vaguear pelas suas costas e consigo sentir o seu corpo tonificado por baixo da sua camisa.

Enquanto as nossas mãos exploram, sinto o seu desejo pressionado contra mim. Baixo as minhas mãos até a sua cintura, depois até ao seu rabo, e puxo-o para mais perto, aumentando a pressão dele contra mim.

Um gemido suave escapa dos meus lábios. Quando agarro o seu rabo, ele segue rapidamente o meu exemplo e pousa as suas mãos no meu traseiro. Depois aperta as minhas nádegas e massaja-as suave mas firmemente.

Eventualmente paramos para respirar e olho apressadamente em volta para verificar se alguém nos viu. Começo a sentir-me culpada por estar afastada há imenso tempo. Ele também olha em volta, como se sentisse a minha preocupação. Ele dá uma olhada de novo e no momento seguinte levanta-me do chão.

Solto um guincho surpreendido e ele rapidamente me cala com os seus lábios nos meus.

À frente, o caminho é forrado por árvores e ele leva-me através de uma abertura nas árvores à esquerda. Uma árvore maior fica atrás das árvores que revestem o caminho e ele pousa-me atrás dela, fora do caminho. Pressionando-me contra a árvore, beija-me desesperadamente de novo. As suas mãos percorrem o meu corpo e as minhas o dele.

O que estás a fazer? Nem sequer conheces este homem assim tão bem. A minha voz interior está constantemente a falar, apanhada de surpresa pela minha imprudência repentina. Normalmente não faço isto. Não, espera. Eu nunca faço isto, nunca o fiz. Estou a viver um pouco, respondo à minha voz interior. Agora cala-te!

As mãos do Rick encontram a bainha da minha saia. Sinto as suas mãos enquanto se assentam nas minhas coxas. Ele termina o nosso beijo e olha para mim surpreendido.

“Sua tola,” ele sussurra. “Estás encharcada!”

“Eu… não posso… mentir,” sussurro com um sorriso.

É tudo o que é necessário. Ele levanta a minha saia pelo meu rabo e sinto a casca da árvore a pressionar-se brevemente contra o meu rabo. Os seus dedos encontram o elástico das minhas cuecas e puxam-nas para baixo.

Não o paro. Não resisto. Devia estar a voltar para a receção mas porra, não consigo evitar neste momento. Nunca na minha estive assim tão atraída por alguém. Há tantos elementos aqui que me fazem querer isto aqui e agora.

Estamos na rua, podemos ser apanhados, ele é um estranho bonito, confiante e sensual que poderia ter quem quisesse, mas quer estar comigo. Isto é tão apaixonante. Mal nos conhecemos, mas queremo-nos. Não há nada que nos faça pensar isto demasiado. É apenas um homem e uma mulher a ceder ao seu desejo carnal.

Ele baixa as minhas cuecas e eu tiro-as, pousando as minhas mãos nas suas costas. Endireita-se e segura a minha tanga de renda branca. São as minhas cuecas preferidas. Devem ser cuecas da sorte.

Olho das minhas cuecas para ele e coro. Ele leva-as até ao seu nariz e cheira-as. Inspira profundamente e depois baixa-as enquanto olha para mim.

“Cheiras tão bem,” ele sussurra. “Quero-te.” aproxima-se e eu deixo-o. Quero-o. O meu walkie-talkie começa a fazer barulho como um grito na escuridão silenciosa à nossa volta.

Peguei nele e cliquei no botão.

“V aqui, diz,” digo.

É a Jessica. A sua voz quebra no walkie-talkie, “Precisamos de ti na receção.”

“Estou a ir,” digo.

Rick olha para mim, as suas sobrancelhas erguidas.

Coro. “Tenho de ir. Desculpa.”

Ele segura nas minhas cuecas, com um olhar questionador.

“Mais tarde,” digo enquanto endireito a minha saia. “Preciso de voltar...”

Ele puxa-me na sua direção e beija-me rapidamente. “Não me deixes prender-te. Talvez possamos continuar isto depois do casamento?”

“Talvez,” digo enquanto me afasto e faço o meu caminho de volta à receção. Sinto o ar frio da noite e a liberdade agora que estou no comando. Tenho de admitir que é uma boa sensação. Sua vadia, a minha voz interior diz. Respondo e fica em silêncio, Sim, estás a adorar tanto como eu. Estás no mesmo corpo, lembras-te? Apercebo-me de que terei de me lembrar de ser cuidadosa quando me agachar e sentar. Eu consigo fazer isso, digo a mim mesma.

Clico no walkie-talkie enquanto ando rapidamente de volta para a receção. “O que é preciso?” pergunto. Nunca pergunto ‘qual é o problema?’ Tem uma conotação negativa e sou supersticiosa e acredito que isso trará má sorte, então evito referir-me a qualquer coisa como um problema.

“Ponto de controlo do limite do bar,” a minha assistente responde.

Uau! Penso para mim mesma. Esta festa está a bombar. O ponto de controlo do limite do bar surge quando oitenta por cento do orçamento atribuído foi atingido. É um dos meus procedimentos operacionais padrão. Quando se atinge este limite, procuro autorização para exceder o limite e confirmar um novo com quem quer que esteja a pagar a conta de bebidas alcoólicas. Estimo que a festa ainda vá durar pelo menos duas horas e não há maneira nenhuma de este orçamento ser suficiente. Há uma variedade de opções disponíveis para limitar o custo e é altura de falar com o pai de Trish, que é quem paga neste caso.

“Okay. Já falamos,” digo a Jessica.

VIOLA

Volto para a mesa e sento-me ao lado de Ashley depois de o novo limite do bar ter sido confirmado. Ela olha para mim e sorri.

“Estiveste fora algum tempo,” ela sorri deliberadamente, esperando que desembuchasse.

“Tive que tratar do limite do bar,” respondo a corar. “Não estive com ele o tempo todo.”

“Podias ter-me enganado,” Ashley diz. Explodindo de curiosidade, pergunta, “O que é que ele queria?”

“Queria que ficássemos juntos depois do casamento,” sorrio.

“A sério?” Ashley pergunta surpreendida. “Ele não leva as coisas devagar, leva?”

Coro de novo enquanto penso no quão lento não levámos as coisas. Abano a cabeça, não confiando na minha voz para responder enquanto evito o olhar de Ashley.

“Sua tola!” ela sussurra. “Não me digas que o fizeste!”

“Fiz o quê?” perguntei, fingindo ignorância mas ainda evitando olhar para ela.

“Tu sabes,” Ashley sussurra de novo. “Sua vadia!” provoca.

Olho para ela e finjo ofensa. “Para de pensar besteira, sua mente suja,” sorrio.

“Anda lá. Conta-me, conta-me!” ela sussurra, implorando como uma menina pequena.

Trabalho com a Ashley há imenso tempo e somos boas amigas. Ela conhece-me bem e eu conheço-a bem também. Estou a gostar de me meter com ela.

“Não o fizemos…” digo e deixo o pensamento ficar a pairar.

“…mas?” ela incita.

“Tive de voltar aqui por causa do limite do bar mas pode-se dizer que perdi a minha roupa interior,” digo enquanto dou um golo na minha bebida.

“Como assim perdeste?” Ashley pergunta confusa, e depois atinge-lhe. A sua mão voa até á sua boca enquanto se apercebe do que eu quis dizer. “Oh meu…”

Sorrio e pisco-lhe o olho. Depois os seus olhos voam até um ponto atrás da minha cabeça e um momento mais tarde ouço a voz dele de novo.

“Esta lugar está ocupado?” ele pergunta.

Claro que não, e se estivesse, teria ficado livre agora mesmo só para ti, penso antes de responder. “Não, mas presumo que está prestes a estar.”

“Tudo vai depender se permites que me sente,” ele sorri enquanto espera pela autorização.

Que cavalheiro, penso, questionando-me o que ele fez com as minhas cuecas.

“Por favor, senta-te,” digo e depois adiciono, “Não precisas da minha autorização.”

Ele puxa a cadeira e senta-se enquanto olho para Ashley. Ela dá-me um rápido piscar de olho e depois retira-se da mesa. Quero pedir-lhe para ficar, mas é demasiado tarde.

“Posso roubar-te da tua agenda ocupada por mais uns momentos?”

“Podes,” respondo.

“Tenho de dizer que realmente te excedeste com o planeamento e execução imaculados deste casamento. Está fabuloso.” Rick diz ligeiramente. A sua voz é confiante. Tem um tom autoritário mas amável. Um que diz, Eu é que mando e sei o que quero. Também consigo o que quero.

Apanho o cheiro do seu perfume de novo. Tem um toque de madeira e é forte. Não no sentido de ele ter posto demasiado, mas o cheiro é simplesmente forte, poderoso, masculino.

“Obrigada pelo elogio,” digo, corando de novo. Estou a corar entre as coxas e tenho quase a certeza de que ele sabe. Fecho as coxas com força e sinto o quão molhada estou. Coro mais profundamente.

“Um passarinho disse-me que és uma das melhores organizadoras de casamentos em Los Angeles,” ele diz enquanto me estuda.

“Bem, não me preocupo com as classificações. Simplesmente faço o melhor que posso pelos meus clientes. Eles são importantes e é um dia muito especial, então merecem o melhor.”

“Essa é uma forma muito nobre de pensar. Muito humilde também.”

“Obrigada,” coro de novo. “Tens o hábito de elogiar assim tanto as mulheres? Sabes que funciona maravilhosamente, não sabes? Mas vou adicionar, tiveste-me atrás da árvore. Não precisas de me elogiar mais.”

Ele sorri. “Não te estou a elogiar. Simplesmente acredito em dar o crédito onde é devido,” ele sorri.

“Obrigada, de novo,” inclino a minha cabeça na sua direção.

Ele aproxima-se e baixa a sua voz. “Podemos pôr o nosso momento anterior de lado? Há outra coisa sobre a qual te quero falar,” ele diz.

“O quê?” pergunto surpreendida.

“Bem, és uma das melhores no que fazes, quer o queiras admitir ou não. Eu acredito que também sou um dos melhores no que faço, e estava a pensar que talvez podíamos colaborar.”

O quê? Pergunto a mim própria. Ele acabou mesmo de começar a falar em trabalho? Começo a sentir-me desanimada, desiludida. A nuvem número nove começou repentinamente a descer mais rápido.

“Tenho a certeza de que podemos falar sobre colaborar. Mas já tenho uma grande rede de pessoas,” respondo.

“Compreendo isso, mas eu forneço um serviço especializado,” ele responde. “Duvido que tenhas alguém como eu na tua equipa. Muito poucos organizadores de casamentos têm.”

“Okay,” respondo. “E fazes o quê, exatamente?”

Rick sorri e vai até ao seu casaco. Ele remove a sua carteira e tira um cartão profissional. Arruma a sua carteira de novo no bolso do seu casaco e dá-me o cartão.

Pego nele mas não olho imediatamente para lá. Estou impressionada com o que ele acabou de fazer. Pareceu tão fluído, ágil é a palavra que me vem à mente.

“Sou um advogado,” Rick diz.

As suas palavras atingem-me com força. Um advogado? Mas que raio...?

As minhas sobrancelhas franzem-se em confusão. “Porque é que quereria colaborar com um advogado?” Não gosto de advogados por razões pessoais e não consigo evitar a irritação que atinge a minha voz quando eu respondo.

“Porquê?” ele sorri e olha para mim antes de continuar, “Bem, muitos casais preferem ter acordos pré-nupciais feitos antes de se casarem. Alguns até querem um último testamento. Eu faço isso tudo.”

Aceno lentamente com a cabeça. “Okay, isso faz sentido.”

“Claro,” ele sorri. Ele inclina-se para a frente e continua, “Mas isso é apenas o início.”