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“Ei, Sarge,” Sparks disse no comunicador.
“Sim, Sparks.”
“Tem uma mulher em uma jaula no navio número treze.”
“Como ela é?”
“Túnica vermelha rasgada, botas de couro, cabelo longo e castanho, talvez tenha vinte e poucos anos.”
“Certo,” Sarge disse. “Traga seu barco para perto.”
“Eu quero ver uma mulher em uma jaula,” Kady disse no comunicador.
“Copiado,” Lori disse.
Uma hora depois, Sarge e os demais soldados da Sétima estavam parados olhando para a jaula.
“O que será que ela fez?” Apache perguntou.
A mulher estava sentada em um tapete de pele. Era preto, como a pele de um urso. Ela parecia encantada com toda a atenção.
A boticária, Jadis
“O que tem naquelas bolsas de couro?” Kady perguntou.
“Se parecem com bolsas de sela,” Karina disse.
“Tin Tin,” Sarge disse. “Veja se consegue falar com ela.”
Tin Tin concordou, e falou com a mulher.
Ela encarou Sarge, um pequeno sorriso aparecendo em seus lábios.
Tin Tin tentou outras línguas.
“Yela montan,” a mulher disse.
Tin Tin fez uma pergunta, e a mulher respondeu.
“Ela fala em grego e vem de Aigyptos,” Tin Tin disse.
“Aigyptos,” Karina disse. “Isso é Egito.”
“Por que eles a prenderam?” Sarge perguntou.
Tin Tin falou com ela novamente.
Ela observava cada pessoa, como se lesse algo em sua aparência e postura. Ela respondeu à pergunta.
“Ela diz que é encantadora.”
“Encantadora?” Sarge perguntou.
Tin Tin concordou.
“Bruxa,” Karina disse. “Às vezes uma bruxa ou xamã era chamada de ‘encantadora’.”
“Sério? Qual o nome dela?” Sarge perguntou.
Tin Tin repetiu a pergunta.
“Jadis.”
“Certo, Jadis, a Encantadora,” Sarge disse. “Vamos tirar você dessa jaula. Alguém consegue quebrar o pino daquela corrente?”
Kady puxou a pistola.
“Não, Hotshot. Não vamos atirar. Precisamos de uma barra para pressionar.”
Apache pegou uma espada de hoplita quebrada no convés. “Que tal isso?”
“Não sei,” Sarge disse. “Parece meio fraca.”
Apache enfiou a lâmina quebrada por trás da corrente e torceu para o lado.
Kawalski segurou o cabo da espada, adicionando sua força à de Apache. Ele puxou enquanto ela empurrava.
O pino se partiu, e a corrente caiu.
Jadis pegou a pele de urso, junto com as bolsas de couro. Cada bolsa tinha uma longa alça para pendurar no ombro e vários bolsos costurados nas laterais. Ela deu um passo para fora da jaula, se alongou, e respirou profundamente, como alguém deixando uma caverna escura para ver a luz do sol.
Ela curvou a cabeça em direção ao Sarge e disse algumas palavras.
“Jadis diz obrigada para você,” Tin Tin disse, “e quando podemos comer?”
Sarge deu risada. “Não foi nada. Vamos ao refeitório ver o que tem de almoço no menu.”
Além de Jadis, haviam outras 47 mulheres entre aqueles que se juntaram à frota. A maioria delas, infelizmente, haviam sido escravas sexuais.
Elas eram de diversas nacionalidades e tinham uma variedade de habilidades.
A Soldado Lori Fusilier e Liada receberam a tarefa de designar as mulheres para trabalhos nos vários navios. Muitas deles preferiam as tarefas domésticas como cozinhar, lavar as roupas, ou cuidar das centenas de animais. Cinco das mulheres foram trabalhar no navio enfermaria. Algumas queriam ser tripulantes, enquanto duas, irmãs, se voluntariaram para se juntar aos soldados e aprender a usar espadas e arcos.
Uma mulher, que havia sido costureira na Babilônia antes de ser capturada pelos negociantes de escravos, contratou cinco outras mulheres e abriu uma loja de costura para as 5500 pessoas nos 27 navios.
Capítulo Seis
Caubói e Liada usavam um martelo e um cinzel para remover as algemas dos pulsos e tornozelos dos escravos de remo. Era um trabalho lento, porque as algemas de ferro estavam presas firmemente com pinos de metal, aparentemente feitas para ficarem permanentemente presas aos homens.
Eles trabalhavam debaixo de um toldo na popa do Palatino. Uma grande viga de carvalho servia como bancada de trabalho.
O quinto escravo a colocar os pulsos acorrentados no bloco foi o escravo que Apache e Kady tinham tirado da água.
Ele virou sua algema para o lado e falou algumas palavras.
“Desculpa, cara,” Caubói disse, “mas eu não entendo sua língua.”
O homem sorriu e balançou a cabeça enquanto Liada segurava seu pulso firmemente.
Cateri trouxe um balde de água fresca e copos para refrescar os escravos esperando no sol quente para ficarem sob o martelo e o cinzel.
Quando ela entregou um copo de água para o escravo, ele segurou com sua mão livre e falou algumas palavras para Cateri.
Ela segurou a respiração, e então soltou uma exclamação.
O homem a encarou. Kawalski e Liada também encararam Cateri.
Ela fez uma pergunta.
Ele sorriu e fez que sim com a cabeça.
Cateri deixou o balde de água cair e caiu de joelhos na frente do homem. Ela juntou as mãos e sussurrou algumas palavras.
O escravo tirou a mão do cinzel quando Caubói estava prestes a bater com o martelo e levou as duas mãos a Cateri. Sua corrente era longa o suficiente para ele levantá-la pelos ombros para que ficasse em pé.
Ele falou com ela, mas ela manteve a cabeça curvada, olhando para seus pés.
O homem disse as mesmas palavras novamente e levantou seu queixo para que ela olhasse nos olhos dele.
Lágrimas desciam pelas suas bochechas. “Sixwar,” ela sussurrou. Ela então viu a ferida cheia de sangue em sua barriga.
Cateri clicou no botão em seu comunicador. “Karina. Você está perto parte trás nosso navio?”
“Estou em baixo do convés, Cateri,” Karina respondeu. “O que foi?”
“Esse, hm, escravo tem corte feio no outro lado.”
“Estou indo.”
“Copiado.” Cateri voltou a falar com o escravo. “Sixwar,” ela disse, seguido por algumas mais palavras em sua língua. Ela se ajoelhou na frente dele mais uma vez, curvando sua cabeça, como que em submissão.
“Ei, Sarge,” Caubói disse no comunicador.
“Sim, o que foi?”
“Venha aqui na popa. Você tem que ver isso.”
Karina e Sarge chegaram juntos. Ela examinou a ferida do homem, depois abriu o kit médico.
“Cateri,” Sarge disse. “O que foi?”
“Esse aqui,” ela disse, “vem vinha casa.”
Sixwar observou Karina limpar sua ferida.
Quando ela aplicou o iodo, ele se contraiu, e ela olhou para ele.
Seu sorriso era cerrado e ele estava apertando os dentes de dor.
“Se você acha que isso está doendo,” Karina disse, “espere até eu começar com a agulha e a linha.”
“Cateri,” Sarge disse. “Ele é do seu povo?”
Cateri fez que sim, secando as lágrimas. Ela falou com Liada em cartaginês.
Liada respondeu, e depois fez uma pergunta.
Cateri disse algumas palavras, terminando com “Sixwar.”
“Ele é do povo dela,” Liada disse. “Não é um rei, mais baixo, mas não é pessoa comum. Ele se chama ‘Sixwar.’”
“Sixwar.” Sarge estendeu sua mão para o homem.
Ele segurou a mão de Sarge e falou com ele.
Sarge olhou para Cateri.
“Ele diz para você é, hm…” Ela fez uma pergunta para Liada.
“Talvez, general,” Liada disse.
“Sixwar diz você general de todos os barcos?”
“Bom…” Sarge deu um sorrisinho, “talvez apenas um almirante.” Ele soltou a mão do homem.
Sixwar, que era mais alto do que Sarge, fez que sim, e então se ajoelhou no convés para colocar o pulso no bloco de madeira enquanto Karina costurava sua pele.
Cateri sentou aos pés de Sixwar enquanto Kawalski e Liada trabalhavam nas correntes. Ela e o homem conversaram por um momento, aparentemente discutindo seu povo e terra natal.
Sarge, vendo que estava atrapalhando, se virou para voltar à proa do navio.
Vinte minutos depois, as algemas de Sixwar estavam quebradas. Ele esfregou seus pulsos por um momento, depois colocou uma mão no ombro de Kawalski e outra no de Liada. Ele disse algumas palavras.
“Ele diz para vocês,” Cateri disse, “obrigado por essa liberdade agora.”
“Fico feliz em ajudar, Sixwar,” Kawalski disse. “Agora, talvez Cateri possa te levar ao refeitório para comer um pouco.” Ele fez o sinal de comer.
“Provavelmente ele está com fome por comida boa.” Cateri estendeu sua mão, hesitou, então abaixou a mão novamente. Ela falou algumas palavras e apontou em direção a escotilha aberta que conduzia ao convés inferior.