Читать книгу A Última Missão Da Sétima Cavalaria (Charley Brindley) онлайн бесплатно на Bookz (3-ая страница книги)
bannerbanner
A Última Missão Da Sétima Cavalaria
A Última Missão Da Sétima Cavalaria
Оценить:

0

Полная версия:

A Última Missão Da Sétima Cavalaria

Sua sela era coberta com pele de leão, e o cavalo usava um pesado peitoral, em conjunto com armaduras de couro nas suas pernas frontais e uma grossa placa de prata em sua testa. O cavalo era espirituoso, o homem tinha que manter as rédeas pressionadas para impedi-lo de sair galopando. O arreio do pescoço possuía uma dúzia de pequenos sinos, que chacoalhavam conforme o cavalo trotava.

“Ele tem, de fato, um certo ar de autoridade,” Alexander disse.

“Se alguém tivesse estribos,” Kawalski disse, “eu deveria ser esse cara.”

Um vigia veio galopando pelo caminho e virou seu cavalo para ficar ao lado do general. Com um movimento rápido do pulso, o general afastou seu cavalo do pelotão e escutou ao relato do escoteiro enquanto eles iam para longe de Alexander e seus soldados. Um momento depois, o general deu algumas instruções ao vigia e o enviou para frente.

O esquadrão de cavaleiros com capa vermelha mostrou mais interesse em Alexander e suas tropas que os demais soldados. Eles eram jovens, de até uns vinte e poucos anos, bem vestidos, e cavalgando bons cavalos. Não tinhamcicatrizes de batalha como os outros homens.

“Eles parecem um bando de segundos-tenentes covardes pra mim.” Lojab cuspiu no chão enquanto os observava.

“Igualzinho aos cadetes assim que saem da academia,” Autumn disse.

Atrás dos cadetes veio outro comboio com grandes carroças de quatro rodas. A primeira estava carregada com uma dúzia de baús pesados. As outras continham fardos de peles com muitos pelos, espadas reserva, lanças, e feixes de flechas, junto com muitos vasos de barro do tamanho de pequenos barris, cheios de frutas secas e grãos. Quatro carroças estavam carregadas até o alto com gansos, galinhas, e pombos piando em gaiolas. Elas eram puxadas por grupos de dez bois.

Assim como os carros, se moviam com rodas maciças, sem raios.

Depois das carroças vieram mais carros de duas rodas, carregados com pedaços de carne e outros suprimentos. Vinte carros apareceram nesse grupo, e eles foram seguidos por uma dúzia de soldados de infantaria carregando espadas e lanças.

“Uau, olhe só aquilo” Kawalski disse.

O último carro trazia algo familiar.

“Eles estão com a nossa caixa de armas!” Karina disse.

“Sim, e os paraquedas laranjas, também,” Kawalski disse.

Alexander deu uma olhada no vagão. “Filhos da mãe.” Ele se jogou na trilha e segurou os arreios dos bois. “Podem parar por aí.”

A mulher que guiava o carro lançou um olhar furioso para ele, depois estalou seu chicote, abrindo um corte no forro camuflado do capacete dele.

“Ei!” Alexander gritou. “Corta essa. Eu só quero o nosso caixote de armas.”

A mulher chicoteou novamente, mas Alexander segurou o chicote, enrolando o couro trançado em seu antebraço. Ele arrancou o chicote das mãos dela, e então avançou.

“Eu não quero te machucar, senhora.” Ele apontou para a caixa de fibra de vidro com o cabo do chicote. “Apenas estou levando o que nos pertence.”

Antes mesmo que ele pudesse alcançá-la, seis homens atrás do vagão desembainharam suas espadas e foram até ele. O primeiro forçou seu braço contra o peitoral de Alexander, empurrando ele para trás. Enquanto Alexander cambaleava, ouviu vinte rifles sendo engatilhados. Ele recuperou o equilíbrio e esticou sua mão direita.

“Segurem!”

O homem que empurrou Alexander apontava sua espada para a garganta do sargento, aparentemente despreocupado com a possibilidade de ser ferido pelos rifles M-4. Ele disse algumas palavras e balançou sua cabeça para a direita. Não foi difícil entender o que ele queria dizer; saiam da frente do carro.

“Ok, ok.” Alexander ergueu as mãos. “Eu não quero que vocês morram por uma caixa de armas.” Enquanto voltava para seus soldados, ele enrolou o chicote no cabo e enfiou em seu bolso de trás. “Abaixem suas armas, caramba. Não vamos começar uma guerra por causa daquela maldita caixa.”

“Mas, Sargento,” Karina disse, “todo o nosso equipamento está lá.”


“Nós vamos pegar de volta mais tarde. Não parece que eles descobriram como abrir—”

Um grito arrepiante veio do outro lado da trilha quando um bando de homens armados com lanças e espadas saiu correndo da mata para atacar o comboio.

“Bom,” Lojab disse, “esse deve ser o Ato Dois desse drama que não acaba nunca.”

Quando os invasores começaram a pegar pedaços de carne e jarros de grãos das carroças, a mulher sacou sua adaga e avançou em dois homens que subiam em sua carroça para pegar a caixa de armas. Um deles sacudiu a espada, fazendo um corte profundo no braço da mulher. Ela gritou, passou a faca para a outra mão, e o atacou.

“Ei!” Kawalski gritou. “Está rolando sangue de verdade!”

Os soldados do comboio correram para se juntar à batalha, agitando suas espadas e gritando. Um dos homens queestava na carroça pulou, arrastando a caixa de armas para o chão. Um soldado de infantaria tentou golpear a cabeça do homem, mas ele se esquivou, e depois avançou, apunhalando o soldado no estômago.

Mais uma centena de saqueadores saíram da mata, e ao longo de todo o caminho eles saltavam sobre as carroças, lutavam com os condutores, e jogavam suprimentos para seus companheiros no chão.

Os soldados do comboio corriam para atacar os saqueadores, mas eles eram muito mais numerosos.

Uma trompa soou três vezes, rápida e sucessivamente, de algum lugar à frente na trilha.

O saqueador na última carroça havia derrubado a mulher no chão do veículo, e agora ele levantava sua espada e a segurava com as duas mãos, se preparando para atravessar o coração dela.

Kawalski apontou seu rifle e atirou duas vezes. O homem na carroça cambaleou para trás, caindo nochão. Os olhos de seu colega desviaram do homem que agonizava para a mulher na carroça.

Ela se moveu como um gato selvagem, pegando sua adaga caída no chão da carroça e avançando sobre ele. O homem recuou sua espada e começou a movimentá-la de uma forma que arrancaria as pernas da mulher–mas uma bala da pistola de Alexander o atingiu no peito, derrubando-o em cima do caixote de armas.

Uma flecha deslizou pelo ar, passando a poucos centímetros da cabeça de Alexander. Ele jogou a cabeça para o lado e viu a flecha atingir umsoldado da infantaria na garganta.

“Se espalhem!” Alexander gritou. “Atirem o quanto puderem!”

O pelotão correu pela trilha e por entre os vagões, disparando seus rifles e pistolas reserva. Não era difícil distinguir os soldados dos saqueadores; eles vestiam peles de animais esfarrapadas, e seus cabelos eram secos e desgrenhados.

“Lojab!” Karina gritou. “Atacantes na sua esquerda. Se jogue para a direita!”

Lojab rolou no chão enquanto Karina atirava acima dele, atingindo um dos assaltantes no rosto, e Lojab atingiu outro com uma bala no peito.

“Tem mais vindo da mata!” Sparks gritou.

Um dos bandidos chutou o riflede Lojab. Ele rolou de costas e viu um segundo homem golpeando com a espada em sua direção. Ele puxou sua faca de combate e a levantou a tempo de bloquear o golpe da espada. O homem gritou e afastou sua espada enquanto o colega apontava sua espada para baixo, mirando o coração de Lojab. Lojab se desviou e a espada atingiu a terra, ele então ficou de joelhos e fincou sua faca na virilha do homem. Ele berrou, cambaleando para trás.

O bandido que restava tentou golpear a cabeça de Lojab, mas Karina havia recarregado, e ela o arrebentou com dois tiros no peito.

Lojab saltou sobre o homem que ele havia esfaqueado e cortou sua garganta.

Outros quatro saíram das árvores, gritando e brandindo suas lanças, correndo na direção de Sparks. Eles eram seguidos por dois homens armados com arco e flecha.

Sparks mirou e puxou o gatilho, mas nada aconteceu. “Meu rifle empacou!”

“Sparks!” Autumn gritou e jogou sua arma menor para ele. Ela esvaziou o carregador de seu rifle, atirando sem parar. Dois deles foram ao chão.

Sparks disparou a pistola, acabando com o terceiro.


Alexander, que estava a cinquenta metros de distância, se apoiou sobre um joelho, mirou cuidadosamente, e atirou no quarto homem que ia em direção a Sparks. O atacante cambaleou, apertou sua barriga, e caiu no chão.

Um dos arqueiros parou, preparou uma flecha, e mirou em Sparks. Sparks fez dois disparos. Uma das balas atingiu a cabeça do arqueiro, mas ele já havia lançado a flecha.

Sparks ouviu o baque, então encarou a flecha tilitando em seu peito. Ele esticou sua mão trêmula para puxá-la, mas o cabo quebrou, deixando a ponta fincada.

Autumn colocou um carregador cheio em seu rifle e matou o segundo arqueiro. “Têm mais vindo!” ela gritou.

Sparks olhou para cima e viu mais dois homens saindo da floresta, balançando suas espadas. Ele atirou em um deles na coxa ao mesmo tempo em que Autumn eliminou o outro. O assaltante ferido continuou se aproximando. Sparks disparou sua última bala da pistola, mas não acertou. O bandido se inclinou para Sparks, com sua espada descendo. Sparks rolou e atacou com a haste quebrada da flecha. O homem gritou quando a flecha cortou seu estômago. Ele caiu no chão, fazendo com que a flecha atravessasse seu corpo e saísse pelas suas costas.

O tiroteio ensurdecedor, juntamente com a visão de tantos saqueadores sendo mortos, inverteram a sorte da batalha. Os invasores fugiram de volta para a mata, deixando o que roubaram para trás no desespero para escapar. Os soldados do comboio correram em perseguição.

O oficial alto com o manto escarlate veio galopando pela trilha, seguido por uma tropa de cavalaria. Ele examinou o local, bradou uma ordem, e acionou à sua cavalaria para adentrar no bosque.

O oficial desceu do cavalo, e enquanto caminhava entre os corpos, um dos soldados da infantaria reportava a situação, falando entusiasmadamente e apontando em direção aos soldados de Alexander. O oficial balançava a cabeça e fazia perguntas enquanto olhava para o pelotão.

“Quem está com o kit de primeiros socorros?” Alexander gritou.

“Está na caixa de armas, Sargento,” Kawalski respondeu.

“Quebre-a,” Alexander disse. “Veremos o que podemos fazer por essas pessoas. Verifique a mulher na carroça primeiro. Ela está perdendo muito sangue.”

“Certo, Sargento.”

“Sparks, você está bem?” Alexander perguntou.

Sparks destravou seu colete onde a ponta da flecha se projetava. Ele conferiu se havia danos. “É.” Ele bateu os nós dos dedos em sua armadura. “Essas coisas funcionam muito bem.”

Karina estava sentadaem uma roda de carroça no chão, com seus braços apoiados nos joelhos e a cabeça nos braços.

“Ballentine!” Alexander correu até ela. “Você está ferida?”

Ela balançou a cabeça, mas não olhou para cima. Ele se ajoelhou ao lado dela.

“O que foi?”

Ela balançou a cabeça novamente.

“Se reportem pelos números, pessoal,” Alexander disse em seu microfone e sentou ao lado de Karina.

Todos responderam exceto Sharakova.

“Sharakova está bem aqui,” Sparks disse. “Ela acabou com seis dos bandidos.”

“Sparks, da pra você consertar o maldito comunicador da Sharakova?”

“Vou fazer o que posso.”

“Bom, faça antes que ela se afaste e acabe se perdendo.”

Karina tirou seu capacete e o largou no chão. “Foi fácil demais,” ela sussurrou.

Alexander esperou, em silêncio.

“Quando Kawalski atirou naquele primeiro na carroça,” Karina continuou, “e você no que estava no chão, eu entrei no modo automático.”

Alexander deu tapas em seu ombro.

“Sargento, eu nunca tinha matado ninguém.”

“Eu sei.”

“Como pode ser tão fácil? Esses caras não eram páreos para as nossas armas. Por que eu não tentei apenas parar eles em vez de explodi-los?”

“Karina—”

“Onde diabos nós estamos?” Karina perguntou. “E o que está acontecendo com a gente? Eu achei que isso era só um show elaborado até que o bandido cortou o braço da mulher e sangue de verdade começou a rolar. E aí aquele soldado teve as tripas abertas. A gente caiu em algum pesadelo surreal?”

“Eu não sei o que aconteceu com a gente, mas você reagiu exatamente como deveria. Todo o nosso treinamento foi exatamente para esse tipo de ataque. Você não tem tempo para analisar, considerar opções, ou mirar no joelho ao invés do coração. Menos de três segundos se passaram entre o primeiro tiro de Kawalski e a sua primeira morte. Você é uma soldado perfeita, não uma mulher de coração mole, pelo menos não no campo de batalha. É isso que de repente se tornou este lugar estranho, um campo de batalha. E adivinhe quem venceu a batalha? Aforça mais bem armada e treinada do mundo. Se não tivéssemos aberto fogo, aqueles saqueadores teriam vindo até nós com suas espadas e lanças depois que acabassem com aquelas outras pessoas.”

Karina levantou a cabeça e enxugou suas bochechas. “Obrigada, Sargento. Você está certo. A soldado em mim tomou controle, mas agora eu estou de volta, tentando colocar as coisas em ordem.”

“Ei, Sargento,” Kawalski interferiu pelo comunicador. “Eu preciso de ajuda com a ferida no braço dessa mulher.”

“Já vai.” Alexander se levantou e estendeu seu braço a Karina.

Ela se puxou para cima. “Eu vou.” Pegou seu rifle e seu capacete, deu um rápido abraço em Alexander, e depois correu em direção à última carroça.

“Eu também nunca matei ninguém,” ele sussurrou, “até hoje.”

“Você se saiu bem, Sargento,” o soldado Lorelei Fusilier disse no comunicador.

“Merda,” Alexander disse. “Eu sempre esqueço que essa droga de comunicador está ligado.”

“Sim, Sargento,” Sparks disse. “Você fez bem a todos nós.”

“Tudo bem, chega de conversa. Nós estamos em um desafio completamente diferente agora, então vamos verificar as coisas com muito cuidado. E fiquem atentos. No calor da batalha, nós escolhemos um lado; agora vamos descobrir se escolhemos o certo.”

Capítulo Quatro

Karina ajoelhou ao lado de um soldado da infantaria, cuidando de um corte em sua coxa. A espada tinha ido até o fim, mas se ela conseguisse limpar a ferida e estancar o fluxo de sangue, ele iria se recuperar.

Deitado no chão e apoiado em seus cotovelos, o homem ferido a observava. Os outros soldados foram coletar armas no campo de batalha, e ela conseguia ouvi-los executando os atacantes que estavam feridos — cortando suas gargantas ou enfiando a espada em seus corações. Era bárbaro, nojento, e fazia sentir raiva, mas não havia nada que ela pudesse fazer sobre isso; então, ela apenas tentou afastar os sons enquanto trabalhava.

Ela finalizou os pontos da ferida e pegou o spray de bandagem líquida, mas antes que ela conseguisse aplicar, o homem gritou enquanto uma espada descia, perfurando seu coração.

“Seu filho da mãe idiota!” Ela se levantou em um pulo, afastando o outro soldado. “Você acabou de atacar um dos seus próprios homens.”

Ele cambaleou para trás, mas se apoiou em sua espada, retirando-a do corpo do homem. Karina olhou para o homem que havia sido apunhalado; sua boca estava aberta, proferindo um silencioso e débil clamor por ajuda enquanto seus grandes olhos olhavam para o céu. Então seus olhos se fecharam e seu corpo cedeu.

“Eu poderia ter salvado ele, seu idiota ignorante.”

O soldado riu e deu um passo em direção a ela, sua espada ensanguentada apontando para o estômago dela.

“Eu tenho a mira na testa dele, Karina,” Kawalski disse no comunicador. “Apenas me diga quando, e eu explodo a cabeça dele.”

“Estou com os olhos no coração dele,” Joaquin disse.

“E eu na veia jugular,” Lorelei Fusilier disse.

“Não,” Karina disse. “Esse merda é só meu.”

“Sukal!” uma mulher gritou atrás de Karina.

O homem olhou através de Karina, depois de volta para ela, ainda com aquele sorriso de esguelha no rosto.

Karina não conseguia ver quem era a mulher—ela tinha que manter seus olhos nos dele. “O que aconteceu com seus dentes, Sukal?” ela perguntou. “Alguém arrancou eles pra você?”

Sukal empunhou sua espada como uma cobra fazendo um feitiço em frente a uma vítima hipnotizada.

“A menos que você queira comer essa espada, é melhor você tirar ela do meu caminho.”

Ele se movia para frente. Ela se abaixou, rodopiou, e bateu em seu pulso com a mão, jogando sua espada para o lado. Sukal aproveitou a oportunidade de movimento para girar a espada e trazê-la novamente para a frente dela, mirando em seu pescoço.

Karina se jogou no chão, rolou, e espetou seus tornozelos. Ele caiu bruscamente, mas rapidamente se levantou.

Ela também estava de pé, em posição defensiva, pronta para seu próximo ataque.

Ele foi até ela, querendo seu coração.

Ela se insinuou para uma lado, empurrando a espada dele, mas foi para o outro e deu soco em seu olho.

Sukal cambaleou mais fincou sua espada na terra para se firmar. Ele agarrou a arma com as duas mãos, levantou-a acima de sua cabeça, e, berrando feito um touro furioso, correu para ela.

Karina ergueu seu joelho esquerdo e o torceu para os lados enquanto empurrava seu pé para a frente em um chute de caratê que levou sua bota de combate tamanho trinta e oito bem até o estômago dele.

Sukal se curvou, soltando a espada. Em seguida caiu de joelhos, abraçando seu estômago enquanto tentava forçar ar de volta para seus pulmões.

Karina encarou o homem ofegando por um momento, e então se virou para ver quem estava atrás dela. Era a mulher de cabelo escuro que eles haviam visto em um dos elefantes. Ela veio marchando em direção a Karina e Sukal, obviamente muito brava, e parou em frente a Sukal, com seus pés separados e as mãos nos quadris. Ela falou rapidamente, gesticulando em direção ao homem morto. Karina não precisou de um interprete para que saber que ela estava brigando com Sukal por matar o homem ferido.

Sukal estava começando a respirar novamente, mas ele permaneceu de joelhos, olhando para o chão. Não parecia nenhum pouco arrependido; provavelmente apenas estava esperando ela acabar de gritar com ele.

A mulher descarregou sua raiva, então se abaixou, pegou a espada de Sukal, e a jogou o mais longe que pode. Ela fez um último insulto que terminou com uma palavra que soou como, “Kusbeyaw!” Depois ela sorriu para Karina.

A palavra poderia ter significado “idiota,” “estúpido,” ou “merdinha,” seja lá o que fosse, certamente não era um comentário lisonjeador.

“Olá,” Karina disse.

A mulher disse alguma coisa, e quando ela percebeu que Karina não compreendia, tocou dois dedos em sua boca,depois em seu peito, e apontou para Karina.

“Tudo bem.” Karina observou Sukal escorregando. “Eu dei um bom chute naquele kusbeyaw.”

A mulher sorriu, e em seguida começou a falar, mas foi interrompida pelo oficial alto, aquele com o manto escarlate. Ele estava a dezoito metros de distância, e sinalizou para a mulher ir até ele. Ela tocou o braço de Karina, sorriu, e foi até o oficial.

Karina olhou ao redor do campo de batalha. Os soldados do comboio haviam pegado todas as armas e objetos de valor dos saqueadores. As mulheres e crianças foram tirar as roupas dos mortos, o que não parecia grande coisa; a maior parte era pele de animal desgastada.

“Eu acho que, neste lugar, tudo tem algum valor.”

“Parece que sim,” Kady disse. “Bom trabalho com aquele escroto, Sukal. Eu nunca vi alguém tão surpreso quanto ele ficou quando seu pé atingiu ele bem no estômago.”

“É, aquilo foi bom. Mas se eu não tivesse acabado com ele, eu acho que a garota do elefante teria conseguido. Ela estava irritada.”

“Eu me pergunto o que ela disse pra você.”

“Eu acho que ela estava querendo dizer que sentia muito por Sukal ter matado o cara que eu estava cuidando. A ferida era bem feia, mas eu acho que teria se recuperado.”

“Ballentine,” o sargento Alexander disse no comunicador. “Você e Kawalski ficam de guarda na caixa de armas. Eu vou dar uma caminhada em direção ao fim desta coluna para ver o quão longa ela é.”

“Certo, Sargento,” Karina disse.

O sargento olhou para a soldado parada ao lado dele. “Sharakova,” ele disse, “venha comigo.”

“Copiado.” Sharakova jogou seu rifle sobre os ombros.

“Bom trabalho com aquele cretino, Ballentine,” o sargento disse. “Espero que você nunca fique brava comigo daquela forma.”

“Hooyah!” Kawalski disse. Ele foi acompanhado por vários outros.

Capítulo Cinco

Depois que Alexander e Sharakova voltaram da caminhada de inspeção, o pelotão carregou a caixa de armas para a beira da mata, onde eles montaram duas fogueiras e abriram as rações operacionais.

“Enquanto comemos,” Alexander disse, “mantenham seus capacetes no lugar e suas armas à mão. Antes de escurecer, vamos configurar um perímetro e fazer rodízio para vigiar. Serão duas pessoas por noite. Agora, vamos falar sobre o que vimos e ouvimos hoje.”

“Quem eram aquelas pessoas?” Kady perguntou.

“Quais deles?” Alexander perguntou.

“Os saqueadores.”

“Eu não sei quem eles eram,” Autumn disse, “mas eles eram ferozes.”

“E asquerosos,” Kady disse. “Vestindo aquelas peles de urso, eles pareciam cachorros.”

“Sim,” Lori disse, “cachorros, quase isso mesmo.”

“Olhem aquilo,” Kawalski disse. “Aquelas pessoas ainda estão atravessando. Quantos ainda faltam, Sargento?”

“Nós caminhamos por aproximadamente um quilômetro,” Alexander disse. “Atrás deste grupo de homens, tem um grande rebanho de cavalos e gado. E depois as pessoas que seguiam o exército. Mulheres, crianças, velhos, e vários comerciantes com suas carroças cheias de vestes. Atrás deles vem um monte de maltrapilhos. É como uma cidade inteira se movendo.”

“Me pergunto para onde estão indo,” Kady disse.

“Me parece,” Alexander respondeu, “que eles estão indo na direção daquele rio que nós vimos. Fora isso, não tenho a menor ideia.”

“Ei,” a soldado Lorelei Fusilier disse, segurando um dos pacotes de ração. “Alguém pegou o menu sete?”

“Sim,” Ransom disse. “Bolo de carne.”

“Você tem tempero amanteigado?”

“Talvez. O que você tem pra trocar?”

“Molho verde picante.”

Todos riram.

“Boa sorte tentando trocar essa porcaria,” Karina disse.

“Você pegou o menu vinte,” Kawalski disse, “né, Fusilier?”

“Sim.”

“Então você tem torta de cereja e mirtilo.”

“Não, essa eu já comi.”

“Aqui, Fusilier,” Alexander disse, “pode ficar com o meu tempero. Eu odeio essa coisa.”

“Obrigada, Sargento. Você quer o meu molho?”

“Não, pode ficar com ele. Alguém consegue chutar quantos soldados tem aquele exército?”

“Milhares,” Joaquin disse.

“Eu acho que são mais de dez mil,” Kady disse.

“E uns trinta elefantes.”

Karina havia acabado de comer, e agora ela usava seu iPad.

“Lá vem os seguidores,” Kawalski disse.

Enquanto as mulheres e crianças passavam, muitos falavam com os soldados de Alexander, e algumas crianças acenaram. Todos pareciam de bom humor, apesar de estarem andando, provavelmente, o dia todo.

Os soldados da Sétima não conseguiam entender a linguagem, mas eles retribuíam os cumprimentos.

“Sabe o que eu acho?” Kawalski disse.

“O quê?” Alexander mordeu um pedaço de mortadela.

“Que as notícias da nossa vitória sobre aqueles bandidos se espalharam até o fim da fila. Você notou como eles estão sorrindo e começando a nos tratar com um pouco mais de respeito?”

bannerbanner