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A Última Missão Da Sétima Cavalaria
A Última Missão Da Sétima Cavalaria
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A Última Missão Da Sétima Cavalaria

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A menina, que aparentava ter cerca de nove anos, estendeu sua tigela para Sparks.

“Obrigado.” Sparks bebeu a água e devolveu a tigela para ela.

Ela o espiou, mas quando ele sorriu, ela jogou a cabeça para baixo novamente.

Alguém na linha de marcha gritou, e todas as crianças esticaram suas mãos, educadamente esperando as suas tigelas serem devolvidas. Assim que cada menino recebia sua tigela, corria de volta para seu lugar na trilha.

A menina correu de volta para seu lugar atrás do menino que havia servido água para Karina. Ele olhou de volta para Karina, e quando ela acenou ele levantou a mão, mas se deteve e voltou a correr ao lado da trilha.

Um grande rebanho de ovelhas passou, balindo e murmurando. Quatro meninos com seus cachorros as mantinham no caminho. Um dos cachorros — um animal grande e preto com uma das orelhas arrancadas — parou para latir para o pelotão, mas logo perdeu o interesse e correu para alcançar o grupo.

“Você sabe o que eu acho?” Kady perguntou.

“Ninguém liga para o que você acha, cara de cicatriz,” Lojab disse.

“O que, Sharakova?” Alexander olhou de Lojab para Kady.

A cicatriz de dois centímetros que corria pelo meio do nariz de Kady escureceu conforme seu pulso acelerava. Mas ao invés de deixar sua desfiguração amortecer seu espírito, ela a usou para encorajar sua atitude. Ela olhou para Lojab de uma forma que poderia esmorecer erva daninha.

“Chupa essa, Lojab,” ela falou, mostrou o dedo do meio e depois se dirigiu a Alexander. “Isso é uma reconstituição.”

“Do quê?” Alexander passou os dedos por cima de sua boca, disfarçando um pequeno sorriso.

“Eu não sei, mas você lembra daqueles shows da PBS onde os homens se vestiam com uniformes da Guerra Civil e se alinhavam para atirar de mentira uns nos outros?"

“Sim.”

“Aquilo é uma recriação de uma batalha de Guerra Civil. Aquelas pessoas estão fazendo uma reconstituição.”

“Talvez.”

“Eles tiveram muito trabalho para fazer dar certo,” Karina disse.

“Fazer o que dar certo?” Lojab perguntou. “Algum tipo de migração medieval?”

“Se é uma recriação,” Joaquin disse, “onde estão todos os turistas e suas câmeras? Onde está o pessoal da TV? Os políticos levando o crédito por tudo?”

“É,” Alexander disse, “onde estão as câmeras? Ei, Sparks,” prosseguiu em seu comunicador, “onde está seu Flappy Bird?”

“Você quis dizer a Dragonfly?” o soldado Richard ‘Sparks’ McAlister perguntou.

“Sim.”

“Está na maleta dela.”

“O quão alto ela pode voar?”

“Mais ou menos mil e quinhentos metros. Por quê?”

“Mande ela para cima para vermos o quão longe estamos do Deserto de Registan,“ Alexander disse. “Por mais que eu fosse adorar passar um tempo aqui e assistir ao show, nós ainda temos uma missão para completar.”

“Ok, Sargento,” Sparks disse. “Mas a maleta está na nossa caixa de armas.”

Capítulo Três

Os soldados se reuniram em volta de Alexander enquanto ele abria seu mapa no chão.

“Qual a velocidade de voo do C-130?” ele perguntou para o aviador Trover, um tripulante da aeronave.

“Aproximadamente quinhentos e trinta quilômetros por hora.”

“Quanto tempo ficamos no ar?”

“Nós saímos de Kandar às quatro da tarde.” Trover conferiu seu relógio. “Agora são quase cinco, então cerca de uma hora voando.”

“Quinhentos e trinta quilômetros,” Alexander sussurrou enquanto desenhava um círculo ao redor de Kandar. “Uma hora ao leste nos levaria ao Paquistão. Neste caso, aquele rio que nós vimos é o Rio Indo. Uma hora ao oeste, e nós estaríamos dentro do Irã, mas não há grandes rios lá. Uma hora ao sudoeste é o Deserto de Registan, bem onde nós deveríamos estar, mas nada de florestas ou rios naquela região. Uma hora ao norte, e ainda estaríamos no Afeganistão, mas esse é um país árido.”

Karina olhou para seu relógio. “Que horas são aí, Kawalski?”

“Hum, cinco minutos para as cinco.”

“É, é isso que eu vejo aqui também.” Karina ficou quieta por um momento. “Sargento, alguma coisa não está se encaixando por aqui.”

“O que foi?” Alexander perguntou.

“Todos os relógios nos dizem que estamos no fim da tarde, mas olhe para o sol; está quase diretamente em cima das nossas cabeças. Como isso é possível?”

Alexander olhou para o sol, e em seguida para seu relógio. “Alguém me dê um tapa. Onde está Sparks?”

“Aqui, Sargento.”

“Verifique aquela informação do GPS novamente.”

“Ainda diz que estamos na Costa Azul.”

“Trover,” Alexander disse, “qual o alcance do C-130?”

“Cerca dequatro mil e oitocentos quilômetros sem reabastecer.”

Alexander batia no mapa com seu lápis. “A França está a pelo menos seis mil e quatrocentos quilômetros de Kandar,” ele disse. “Mesmo que o avião tivesse combustível suficiente para voar até a França–o que ele não tinha–nós teríamos que passar mais de vinte horas no ar–o que não passamos. Então, vamos parar com esta besteira de Costa Azul.” Ele olhou para seus soldados ao redor dele. “Tudo bem?”

Sparks fez que não com a cabeça.

“O quê?” Alexander perguntou.

“Não vê as nossas sombras?” Sparks perguntou.

Olhando para o chão, vemos muito pouco delas.

“Eu acho que agora são umas duas da tarde,” Sparks disse. “Nossos relógios estão errados.”

“Todos os nossos relógios estão errados?”

“Estou apenas falando o que eu vejo. Se realmente for cinco da tarde, o sol deveria estar ali.” Sparks apontou para o céu em aproximadamente quarenta e cinco graus acima do horizonte. “E as nossas sombras deveriam ser longas, mas o sol está lá.” E apontou direto pra cima. “Na Costa Azul, agora mesmo, é meio-dia.” Ele olhou para o rosto desconfiado de Alexander. “A França está cinco horas atrás do Afeganistão.”

Alexander lhe lançou um olhar fulminante. “Tudo bem, a única forma de resolver isso é encontrar nosso caixote de armas, pegar aquele seu brinquedo Flappy Bird, e mandá-lo lá para cima para ver onde diabos nós estamos.”

“Como vamos encontrar a caixa, Sargento?” Lojab perguntou.

“Vamos ter que encontrar alguém que fale inglês.”

“O nome dela é ‘Dragonfly,’” Sparks resmungou.

“Ei,” Karina disse, “lá vem mais cavalaria.”

Eles observaram duas colunas de soldados fortemente armados passarem montados a cavalo. Os cavalos os maiores que eles já haviam visto na vida, e os homens vestiam peitorais de ferro, junto com capacetes do mesmo estilo. Suas ombreiras e punhos eram feitos de couro grosso. Escudos circulares estavam pendurados em suas costas, e cada homem carregava uma longa espada, além de adagas e outras facas. Seus rostos, braços, e pernas exibiam muitas cicatrizes de batalha. Os soldados cavalgavam com freios e rédeas, mas sem estribos.

Demorou quase vinte minutos para a cavalaria passar. Atrás deles, o caminho estava livre até o ponto em que desaparecia, ao redor de um bosque de pequenos pinheiros-de-alepo.

“Bom,” Lojab disse, “finalmente, são os últimos.”

Alexander olhou pela trilha. “Talvez.”

Depois da passagem de quarenta elefantes, centenas de cavalos e bois, e mais de mil pessoas, a trilha havia sido reduzida a sujeira pulverizada.

Um soldado a cavalo galopava no lado oposto da trilha, vindo da frente da coluna. O pelotão observou o guia frear seu cavalo até derrapar para que parasse, e então se virar para cavalgar ao lado de um homem que havia acabado de fazer uma curva na trilha.

“Aquele deve ser o cara que está no comando,” Lojab disse.

“Qual deles?” Karina perguntou.

“O homem que acabou de sair da curva.”

“Poderia ser,” Alexander disse.

O homem era alto, e estava em um enorme cavalo de guerra preto. Vinte passos atrás dele estava o oficial alto com o manto escarlate que havia passado mais cedo, e atrás do oficial cavalgavam quatro colunas de soldados, usando brilhantes peitorais de bronze e capacetes combinando. Suas capas escarlates tremulavam na brisa.

O homem no cavalo de guerra trotava enquanto o vigia falava com ele. Ele não chegou a perceber a presença do mensageiro, mas pareceu escutar atentamente o que ele tinha a dizer. Após um momento, o homem no cavalo de guerra disse algumas palavras e enviou o mensageiro galopando para a frente.

Quando o oficial ficou lado a lado com a Sétima Cavalaria, seu cavalo se empinou para o lado conforme estudava o pelotão do Sargento Alexander junto com seu cavaleiro. O oficial demonstrou mais interesse neles do que qualquer um havia demonstrado.

“Ei, Sargento,” Karina falou em seu comunicador, “se lembra daquele general quatro estrelas que veio ao campo de Kandar mês passado para avaliar as tropas?”

“Sim, esse seria o general Nicholson.”

“Bom, sinto que eu deveria ficar em sentido e prestar continência para esse cara, também.”

O homem a cavalo estava sentado reto como uma vareta, e o seu capacete de bronze polido com um moicano vermelho de pelo de javali no topo fazia ele parecer ser ainda mais alto do que os seus um metro e noventa. Ele usava uma túnica assim como os outros, mas a sua era feita de um material vermelho parecido com seda, e era costurada com duas finas fileiras de pontos brancos. As tiras da sua saia de couro eram finalizadas em prata, e o punho de sua espada era ornamentado com prata e ouro, assim como a bainha de sua falcata. Suas botas eram feitas de couro trabalhado e iam até acima de suas panturrilhas.

Sua sela era coberta com pele de leão, e o cavalo usava um pesado peitoral, em conjunto com armaduras de couro nas suas pernas frontais e uma grossa placa de prata em sua testa. O cavalo era espirituoso, o homem tinha que manter as rédeas pressionadas para impedi-lo de sair galopando. O arreio do pescoço possuía uma dúzia de pequenos sinos, que chacoalhavam conforme o cavalo trotava.

“Ele tem, de fato, um certo ar de autoridade,” Alexander disse.

“Se alguém tivesse estribos,” Kawalski disse, “eu deveria ser esse cara.”

Um vigia veio galopando pelo caminho e virou seu cavalo para ficar ao lado do general. Com um movimento rápido do pulso, o general afastou seu cavalo do pelotão e escutou ao relato do escoteiro enquanto eles iam para longe de Alexander e seus soldados. Um momento depois, o general deu algumas instruções ao vigia e o enviou para frente.

O esquadrão de cavaleiros com capa vermelha mostrou mais interesse em Alexander e suas tropas que os demais soldados. Eles eram jovens, de até uns vinte e poucos anos, bem vestidos, e cavalgando bons cavalos. Não tinhamcicatrizes de batalha como os outros homens.

“Eles parecem um bando de segundos-tenentes covardes pra mim.” Lojab cuspiu no chão enquanto os observava.

“Igualzinho aos cadetes assim que saem da academia,” Autumn disse.

Atrás dos cadetes veio outro comboio com grandes carroças de quatro rodas. A primeira estava carregada com uma dúzia de baús pesados. As outras continham fardos de peles com muitos pelos, espadas reserva, lanças, e feixes de flechas, junto com muitos vasos de barro do tamanho de pequenos barris, cheios de frutas secas e grãos. Quatro carroças estavam carregadas até o alto com gansos, galinhas, e pombos piando em gaiolas. Elas eram puxadas por grupos de dez bois.

Assim como os carros, se moviam com rodas maciças, sem raios.

Depois das carroças vieram mais carros de duas rodas, carregados com pedaços de carne e outros suprimentos. Vinte carros apareceram nesse grupo, e eles foram seguidos por uma dúzia de soldados de infantaria carregando espadas e lanças.

“Uau, olhe só aquilo” Kawalski disse.

O último carro trazia algo familiar.

“Eles estão com a nossa caixa de armas!” Karina disse.

“Sim, e os paraquedas laranjas, também,” Kawalski disse.

Alexander deu uma olhada no vagão. “Filhos da mãe.” Ele se jogou na trilha e segurou os arreios dos bois. “Podem parar por aí.”

A mulher que guiava o carro lançou um olhar furioso para ele, depois estalou seu chicote, abrindo um corte no forro camuflado do capacete dele.

“Ei!” Alexander gritou. “Corta essa. Eu só quero o nosso caixote de armas.”

A mulher chicoteou novamente, mas Alexander segurou o chicote, enrolando o couro trançado em seu antebraço. Ele arrancou o chicote das mãos dela, e então avançou.

“Eu não quero te machucar, senhora.” Ele apontou para a caixa de fibra de vidro com o cabo do chicote. “Apenas estou levando o que nos pertence.”

Antes mesmo que ele pudesse alcançá-la, seis homens atrás do vagão desembainharam suas espadas e foram até ele. O primeiro forçou seu braço contra o peitoral de Alexander, empurrando ele para trás. Enquanto Alexander cambaleava, ouviu vinte rifles sendo engatilhados. Ele recuperou o equilíbrio e esticou sua mão direita.

“Segurem!”

O homem que empurrou Alexander apontava sua espada para a garganta do sargento, aparentemente despreocupado com a possibilidade de ser ferido pelos rifles M-4. Ele disse algumas palavras e balançou sua cabeça para a direita. Não foi difícil entender o que ele queria dizer; saiam da frente do carro.

“Ok, ok.” Alexander ergueu as mãos. “Eu não quero que vocês morram por uma caixa de armas.” Enquanto voltava para seus soldados, ele enrolou o chicote no cabo e enfiou em seu bolso de trás. “Abaixem suas armas, caramba. Não vamos começar uma guerra por causa daquela maldita caixa.”

“Mas, Sargento,” Karina disse, “todo o nosso equipamento está lá.”

“Nós vamos pegar de volta mais tarde. Não parece que eles descobriram como abrir—”