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Não Desafie O Coração
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Não Desafie O Coração

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Kyoko mal balançou a cabeça, sentindo-se tonta e suspirou as palavras ‘Sonhos loucos’, enquanto ela olhou fixamente nos olhos vidrados de paixão de Shinbe. Os seus lábios ainda formigavam pela força do beijo no sonho.

Shinbe baixou os lábios nos dela novamente. Ele tinha ouvido o suficiente. Kyoko pensou que estava a sonhar.

Shinbe só esperava que ela estivesse certa. Mas de qualquer maneira, ele não conseguiu parar. Ele não conseguia parar, mesmo que ele tentasse e tornou a beijá-la. Ela separou-se com um pequeno gemido … um som que apenas endureceu-o ainda mais, se isso fosse possível.

Ele começou a suar tentando se conter enquanto o seu sangue de guardião emergia. Ele queria ir devagar enquanto ele aprofundava o beijo, invadindo-a, pegando e agarrando-a no calor do beijo.

Ele sempre quis beijá-la assim, para sempre parecia.

Os músculos dos seus braços flexionaram quando ele se sustentou acima dela, fazendo amor com os seus lábios e além. As mãos dele estavam impacientes enquanto tentavam livrá-la das suas roupas. Dentro de apenas alguns poucos minutos, ela ficou deitada debaixo dele, completamente nua. Ela não lutou quando ele levou as roupas dela. Por que ela iria? Foi um sonho … certo?

A respiração de Shinbe parou quando ele olhou para ela, assim como ela apareceu apenas dentro do seu sonho alguns minutos atrás. Ela era sua sacerdotisa … o seu segredo … o seu amor. Ele deslizou o seu corpo contra o dela, amando a sensação da sua pele sedosa, aguçando a sua dor e sua necessidade de tê-la, de fazer amor com ela.

– Tem que ser um sonho. – tentou convencer-se.

Ele baixou a cabeça para acariciar o seu pescoço, lambendo e beijando a sua pele, provando-a gentilmente e à força. Ele mostrou a ela o quanto a amava enquanto descia no corpo dela. Isso seria a única vez que ele veria e provaria tudo dela. Um calor cortante disparou através dele quando ela se arqueou contra ele, gemendo quando ele puxou o peito dela para dentro da sua boca, lambendo-o com a língua,trazendo seu corpo à vida.

Mais de metade dos seus desejos foram cumpridos quando Shinbe deslizou com beijos na sua barriga esticada e ela se contorcia debaixo dele. Os seus músculos saltaram quando ela o agarrou, tentando se aproximar ainda mais.

Shinbe estava o mais perto do céu que ele jamais poderia chegar, com a essência dela à volta dele. Polegada por polegada lentamente, ele rastejou de volta para cima dela.

Instalando-se entre as pernas dela, ele estremeceu de necessidade quando o calor da abertura dela aqueceu a cabeça latejante de sua masculinidade inchada do seu corpo.

Ele queria que ela o visse enquanto dirigia dentro dela, mesmo que isso foi um sonho. O seu corpo endureceu, apertou em torno do dela.

– Abra os seus olhos. – sussurrou. A sua voz era hipnotizante, uma sedução deliberada e, ao abrir aqueles incríveis olhos cor de esmeralda, ele empurrou para frente, enterrando-se rapidamente no punho dentro do seu calor, querendo salvá-la da dor da sua primeira vez. Um grito angustiado rasgou da seu garganta quando ele sentiu o seu laço de sangue ceder a ele.

A sua tensão agarrou-o com força dentro do seu calor sedoso, atraindo-o ainda mais fundo. Se isso não fosse pelo seu autocontrole teimoso, ele teria saído da sua pele naquele momento. Ele trincou os dentes num esforço para ficar parado, respirando com dificuldade enquanto a observava balançar a cabeça de um lado para o outro lado, lábios a abrirem-se silenciosamente. Rapidamente, ele reivindicou os seus lábios antes que o grito pudesse escapar dela.

Depois que a sentiu acalmar-se, ele se afastou do beijo. Entrando no primeiro lento, mas difícil, impulso profundo, ele foi recompensado com os quadris dela chegando ao encontro dele quando a sua própria paixão começou a chama. Ele inalou os seus gemidos de êxtase, saboreando-os como as memórias queridas que ele sabia que eles se tornariam. Dando a sensação dela envolvida em torno dele, ele soltou a sua restrição. Ele queria fazer amor com ela, sem esconder nada.

Enlaçando os dedos nos dela, ele puxou as mãos dela por cima da cabeça e as segurou contra o cobertor macio. Shinbe levantou-se acima dela para poder vê-la apaixonada com as suas expressões ao ele começou um ritmo que rapidamente levou os dois ao extremo. Profundos e rápidos golpes transformaram-se em fortes movimentos lentos antes de fazer uma pausa para se esforçar contra ela, apenas para recuar rapidamente e então tocar nela novamente.

Shinbe podia sentir as muitas vezes em que alcançou o seu pico enquanto espasmos assolavam o seu corpo. Ele podia senti-los quando ela o apertou ainda mais. Todo o seu corpo brilhava ao luar de segurar a sua própria libertação. Estava a ser demasiado para ele, até que finalmente ele não aguentou mais, e sabendo que ela estava a atingir o seu auge novamente, ele estabeleceu um ritmo que abalou os dois.

Levando os dois ao limite, ele deu um impulso final, o mais profundo que pôde e segurou-o, jogando a cabeça para trás. O som que lhe foi arrancado não era humano nem imortal. Isto era dor e prazer, o cume de ambos, quando a semente dele disparou no seu corpo… profundo, quente e firme com o batimento cardíaco.

Uma vez que o mundo estava novamente parado, Shinbe olhou para Kyoko apenas como uma paixão e um sorriso vidrado apareceu nos seus lábios inchados e os seus olhos se fecharam lentamente. Já sentindo o coração partido pelo que ele acabara de fazer, Shinbe baixou os lábios nos dela e sussurrou a verdade contra eles:

– Eu amo-te.

*****

Algum tempo depois, no meio da noite, Shinbe acordou e encontrou Kyoko vestida, mas dormindo ao lado dele no cobertor na erva cintilante.

Não querendo acordá-la e enfrentar os seus pecados ainda, ele silenciosamente carregava o sono sacerdotisa, juntamente com a mochila que ela carregava, dentro das paredes da cabana onde o resto do grupo ainda dormia.

Depois que ele a tinha colocado no seu lugar habitual entre a parede e Suki, ele deslizou lentamente na parede oposta, puxando os joelhos até o peito, mais feliz e com mais medo do que nunca alguma vez teve na sua vida. Mas se ele morresse nas próximas duas horas, ele morreria feliz.

Shinbe fechou os olhos e perguntou-se o que seria pior, Kyoko lembrando, ou ela não lembrando. Ele sabia que nunca amaria outra, pois era preciso ter um coração para amar, e ele não tinha coração. Ele já tinha renunciado isso. Kyoko carregava o seu coração desde o primeiro dia em que ele pôs os olhos nela.

Se ele não morresse pelos punhais de Toya pela manhã, ele sabia que ficaria exatamente onde estava, secretamente amando-a, e esperando que ela notasse.

Capítulo 2 ‘Sustos matinais’

Shinbe acordou sobressaltado quando ouviu o grito de Toya. Ele sentiu todos os músculos no seu corpo a encolher só ao pensar em se transformar nos punhais gémeos de Toya. A fascinação mórbida fê-lo abrir lentamente os olhos de ametista para ver o que estava a acontecer.

– Cala a boca! – Kyoko gritou, levantando a mão para cima e lançando o feitiço de doma, e então instantaneamente agarrou a cabeça em pânico quando a dor disparou pelo seu cérebro.

– Para que foi isso? – rosnou Toya quando ele olhou para ela do chão.

– Ui. – disse quando ela se encolheu novamente.

– Shhh. – acrescentou esperando que ele recebesse a mensagem.

Shinbe suspirou, sabendo que Kyoko provavelmente estaria de ressaca, e Toya não estava a ajudar ao ser tão barulhenta. Ele estava feliz que ela pudesse paralisá-lo, mesmo que ele achasse estranho que o feitiço de domesticação só funcionasse em Toya. Às vezes, ele ficava com ciúmes de que ela pudesse lançar o feitiço em Toya. Também não ajudava que Toya fosse a única pessoa que pudesse voltar atrás e avançar no tempo, seguindo-a no seu mundo natal. Na mente de Shinbe, isso apenas trazia aqueles dois ainda mais perto.

Ele silenciosamente perguntava-se se ela se lembrava da noite passada, considerando o quão embriagada ela estava.

Shinbe fechou os olhos, sentindo o seu interior apertar quando Toya bateu em Kyoko por usar o feitiço. Até agora, tudo parecia normal. Ele refletiu de volta, tentando se lembrar de tudo claramente. Ele achou estranho que, mesmo para ele, a noite passada parecesse quase um sonho.

Ele lembrou-se que pouco antes de trazê-la para a cabana, ele usara um feitiço de escudo neles para encobrir qualquer perfume de fazer amor, se fosse percetível. Ele abriu os olhos novamente, saber esconder-se não ajudaria se ela se lembrasse do que aconteceu. Então Shinbe esqueceu de respirar enquanto observava Toya se aproximar de Kyoko, cheirando-a.

Toya torceu o nariz para ela.

– Kyoko, eu sinto cheiro de álcool? – Ele sentou-se na frente dela quando a ouviu a queixar-se, e sentiu-se culpado. As mãos dela ainda estavam a cobrir o rosto. – O que diabos, Kyoko? Ficou bêbada?

Toya não conseguiu impedir a voz de subir um pouco, e ele fechou a boca quando ela empurrou as mãos para baixo e deu-lhe um olhar mortal.

– Toya, desculpe-me. Mas se você não sair da minha frente agora, eu vou fazer algo e vocês os dois vão se arrepender. – Os olhos de Kyoko estreitaram-se. Ela levantou a mão como se fosse lançar o feitiço novamente, fazendo Toya recuar rapidamente e rosnar de aborrecimento.

Shinbe não pôde deixar de sorrir quando Kyoko colocou Toya no seu lugar. Ele escondeu-o atrás de um rápido ataque de tosse. Às vezes esses dois podem ser tão … divertidos.

Outra tosse chamou a sua atenção. Inclinando-se para olhar ao redor de Toya, ele viu Kamui tendo o mesmo problema de tentar esconder o seu sorriso.

– Bolas! Ela pode ser muito, muito assustadora, às vezes. – pensou Toya enquanto colocava as mãos nas mangas soltas e virava o rosto para o lado. – Tudo bem, podes dizer-me isto mais tarde! – olhou para ela pelo canto dos olhos dourados, sabendo que ele havia dito aquilo um pouco alto demais. Pulando, ele saiu pela porta, não querendo ficar por perto se ela tentasse 'domá-lo' novamente. Foi uma coisa boa que o feitiço estúpido não durou muito tempo ou ele estaria a sofrer.

Suki não disse uma palavra enquanto observava Kyoko maravilhada. Quando Toya finalmente saiu, ela caminhou suavemente até Kyoko. Curvando-se, ela sussurrou:

– Kyoko, eu vou buscar-te um pouco de água fresca, ok? Deita-te e eu já volto.

Ela colocou a mão levemente no ombro de Kyoko balançando a cabeça, imaginando como a inocente Kyoko poderia ter ficado bêbada. Decidindo que esperaria para perguntar, ela virou-se e saiu da cabana para ir buscar um pouco de água para a amiga.

Kamui não pôde deixar passar a oportunidade e sorriu de orelha a orelha.

– Kyoko, eu não posso acreditar que tenhas saído para beber e não me tenhas convidado. – O seu sorriso alargou-se ainda mais quando Kyoko deu um olhar de soslaio. Sentindo Kaen do lado de fora à espera dele, ele deixou a cabana para se juntar ao seu amigo Kyoko que gemia quando a sua cabeça latejava. Ela deveria ter pedido ajuda a Suki para examinar a mochila dela. Ela sabia que teria algo ali por causa da dor, e se pudesse encontrá-lo agora, ela provavelmente aceitaria tudo. Ela viu uma sombra cair sobre ela e virou-se para ver o olhar ametista de Shinbe a observá-la.

De repente, imagens dele acima dela, fazendo amor com os seus lábios e corpo corriam através da mente dela.

– Foi um sonho … certo? Um sonho bêbado, sim … – lembrava-se agora. Ressaca ou não, ela não pôde evitar o que estava a pensar e sentiu o rubor quente subir para manchar as suas bochechas. Ela ficou instantaneamente grata por um de seus poderes de guardião não poder ler mentes, como Kyou podia.

– Kyoko, você está bem? Existe algo que eu possa fazer por ti?

Shinbe sentiu-se culpado por saber que ela pensava que era um sonho, como dissera na noite anterior. Mas ele precisava saber se ela se lembrava de qualquer coisa. Pelo rubor que se espalhou pelo seu rosto, ele pensou que talvez sim. Quando ela finalmente falou, ele suspirou de alívio e miséria. Em algum lugar no fundo, ele esperava que ela se lembrasse e pusesse um fim a tudo.

Kyoko deu um sorriso fraco. Malditos sonhos … Por que ela tinha que sonhar com ele, de todos pessoas no mundo? Não era mau o suficiente que ela sonhasse com ele antes dessa maneira, mas ela nunca sonhou com ele e acordou apenas para estar tão perto dele que ela podia sentir o seu corpo quente.

De repente, ela recostou-se, afastando-se daquela proximidade, com os seus olhos esmeralda arregalados. Houve algo na maneira como ele a olhava, como se estivesse à procura dentro da própria alma dela. Ou pronto para recebê-la … com Shinbe nunca se poderia ter certeza. Ela sacudiu mentalmente a cabeça.

– Não quero ir lá, Kyoko, rapariga, agora não! Pensa, qual foi a pergunta?

– Hummm …

– Shinbe, importar-se-ia de olhar através da minha bolsa e encontrar a caixa em que mantenho ervas? – colocou as mãos na cabeça novamente, tentando reprimir a pancada. 'Nota para si mesmo … nunca, nunca, vá para uma festa com Tasuki e os seus amigos de fraternidade novamente. '

Shinbe procurou na sua bolsa a caixa de ervas. Puxando-a, ele entregou-a a ela.

Kyoko acidentalmente passou a mão pela dele e Shinbe teve um repentino golpe de calor através de seu corpo, causando uma certa parte dele endurecer.

'Oh, como ela estava vulnerável agora, ele poderia apenas … NÃO! O que ele estava a pensar?' – Deuses … eles estavam certos quando o chamaram de pervertido. Tentando afastar-se rapidamente a uma distância mais segura, ele acidentalmente roçou o braço contra a coxa dela.

Kyoko encolheu-se interiormente com o contacto. Porque tinha ele de ser o único a ajudá-la agora? Por que Toya ainda não podia estar aqui olhando e gritando com ela.

– Aqueles lábios, aqueles olhos, eu tenho de parar de olhá-lo assim!

Ela voltou o olhar para a caixa de ervas enquanto se atrapalhava com dele, procurando a aspirina que ela normalmente mantinha dentro. Encontrando-a, ela levantou o pequeno comprimido.

Shinbe olhou para ela, hipnotizado. Ela não tinha tentado castrá-lo ainda, então não devia lembrar-se.

– Por que ela não se lembrava? – suspirou silenciosamente.

Ela olhou de volta para ele, estabelecendo contacto visual que quase deixou o seu cérebro morto por um tempo.

– Água? Por favor? Não tens ideia de quão nojento isso é sem ela.

Shinbe ficou completamente perturbado enquanto a observava dizer as palavras. Os seus lábios eram tão convidativos … ele poderia simplesmente … ele abaixou-se … ele olhou para a aspirina que ela segurava na mão. Focou a sua atenção.

– Sim, eles parecem pequenas coisas desagradáveis. – disse ele, olhando-os, mesmo que não tivesse ideia o que eles eram. A porta abriu-se de repente e ele virou a cabeça com força para ver Suki e Kamui entrando com o jarro de água.

Suki olhou para Shinbe, cansado:

– O que está a aprontar, guardião?

Shinbe recuou imaginando se Suki poderia secretamente ler a sua mente ou algo assim. Ela teve um jeito estranho de saber exatamente quando ele se estava a comportar mal … ou pelo menos a pensar nisso.

– Oh Suki, por favor, dá-me um pouco de água rapidamente. Quanto mais cedo eu tomar este medicamento, mais cedo me sentirei melhor. – disse Kyoko sabendo que Shinbe não estava a fazer nada de errado.

– Kyoko ao resgate! – Shinbe manteve a alegria para si mesmo.

Suki derramou um pouco de água na sua chávena e começou a conversar sobre como Toya estava a ter uma birra por ela não voltar mais cedo ontem à tarde.

Shinbe encostou-se na parede, observando Kyoko, e meio ouvindo a conversa.

–…Se ele gritasse comigo mais uma vez, eu pensava que ia … abraçar e beijar sem sentido… ele é um valentão tão arrogante … Eu quero-te tanto, Kyoko… e a maneira como ela se movimenta …

Shinbe ficou inquieto, imaginando por quanto tempo ele poderia manter o seu segredo, agora que ele sabia o dela.

– Não está certo, Shinbe?

– Hã? Alguém fez uma pergunta? – olhou Shinbe de Suki para Kyoko enquanto ambos olhavam para ele à espera da sua resposta.

Não tendo ideia do que eles estavam a falar, ele tomou o caminho seguro:

– Ora, sim. Acho que estás absolutamente certo, Suki. Se me deres licença, tenho que ir falar com Toya. – Com isso, ele rapidamente escapou pela porta.

Suki e Kyoko observaram a porta fechar atrás dele, e as duas raparigas riram.

Shinbe chegou ao exterior da pequena estrutura e rapidamente inclinou-se para frente contra a parede. Ele colocou as mãos contra a madeira fria de cada lado da cabeça e depois bateu com a testa contra as pranchas de madeira. A dor sempre parecia ajudá-lo a clarear a sua mente. Isso foi apenas diminuído esta manhã. Depois da noite passada, ele não conseguiu recuperar os sentimentos sob o seu controlo. Isso foi pior agora do que nunca.

Ele realmente não queria chatear Suki para que ela o batesse, apenas não parecia certo fazê-lo depois de tocar o corpo de Kyoko. Ele temia que nunca fosse capaz de tocar noutra pessoa que não ela, sem querer arrancar a sua própria mão. Ele havia escolhido a sua companheira e ela nem sabia disso.

Toya estava a cerca de um metro e meio de distância, observando o irmão e sentindo as ondas de culpa a se dissiparem nele. Uma das vantagens de ser um guardião era que você podia sentir coisas sobre as pessoas ao redor de quem você gosta como um detetor de mentiras do mundo de Kyoko.

Ele ergueu uma sobrancelha escura:

– O que fizeste, chateaste Suki de novo? – franziu Toya a sobrancelha para o irmão, vendo-o recuar com a sua voz.

Shinbe lançou um olhar assustado e os olhos violeta escuro para Toya e afastou-se da parede, endireitando-se ele mesmo.

– NÃO! Eu … bem, sabes … – Shinbe franziu a testa com a sua própria gaguez. Ele rapidamente forçou-se a acalmar-se, mais uma vez ganhando compostura. – Eu estava aqui fora, então eu não faria barulho e incomodaria a ressaca de Kyoko. – disse com um tom sábio na voz, esperando que Toya seguisse o mesmo conselho.

Toya rosnou no fundo de sua garganta.

– Eu ainda quero saber como diabos ela acabou bêbada. Acho que vou descobrir agora.

Ele começou a passar com raiva dele, depois parou quando Shinbe estendeu a mão e agarrou o seu braço com um aperto firme. Toya fez uma careta para a mão oposta, imaginando o que seu irmão pensava que estava a fazer.

Shinbe viu luzes prateadas saltarem nos olhos dourados de Toya e rapidamente soltar o seu braço.

Com uma voz firme, ele aventurou-se:

– Se eu fosse a ti, ainda não faria isso, a menos que gostes do sabor do chão. – Ele escondeu o seu sorriso quando sentiu a lembrança do feitiço doméstico de Toya.

Toya deu a seu irmão um olhar pensativo antes de virar as costas para a porta murmurando:

–Ela deveria saber melhor do que entrar nesse estado para começar.

Ele de repente encolheu-se segurando a cabeça onde Suki tinha acabado de trançá-lo com a sua arma assassina quando ela saiu pela porta atrás dele.