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Eu Odeio Amar Você
Eu Odeio Amar Você
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Eu Odeio Amar Você

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A única pessoa que consegui encontrar no meu retorno para Chicago foi Gwen, a dona da cafeteria onde Zane e eu sempre tomávamos café da manhã antes de ir para o trabalho.

Aquele lugar era uma das melhores lembranças do meu caso de amor com meu ex.

Na época, estávamos muito apaixonados, cheios de sonhos e ambições. Mas não tínhamos nada além disso, nem mesmo dinheiro para umas férias ou um jantar especial.

— Eu sei, Foi errado. Você acha que ele pode me denunciar?

— Eu não acho que ele iria tão longe, mas se for considerar os últimos meses do seu casamento e você indo embora com o Rick… bem, poderia passar pela minha cabeça se eu estivesse no lugar dele.

— Eu nunca traí Zane! Rick era apenas um amigo que estava sempre disponível, pronto para me ouvir e me consolar quando eu estava abalada depois de brigar tanto com Zane.

— Rick era um canalha pronto para levar a esposa de seu chefe para a cama por meio de enganação e gentileza falsa, — ela me corrigiu severamente.

— Agora eu sei disso, — disse baixinho. Infelizmente, só descobri isso tarde demais. Não tinha dado ouvidos aos meus amigos e Gwen quando me disseram para tomar cuidado com Rick, cujo objetivo era tomar a agência de Zane e que entendia que eu era seu ponto fraco no que diz respeito a fazê-lo perder a cabeça e perder o seu posto na empresa.

— Mas não seu marido, Audrey, eu não acho que Zane alguma vez acreditou na sua inocência.

— Não duvido disso. Por mais que eu tentasse explicar a verdade para ele, Zane nunca quis me ouvir… mas isso não importa mais. São águas passadas, certo?

— Depende, estamos falando de um homem ferido e vingativo ou de um homem que seguiu em frente?

— Não sei. Já se passaram quatro anos, não sei mais nada sobre ele.

— Foi você quem disse que teve a impressão de que ele fez você ser demitida de propósito ou me enganei?

— Tenho certeza disso! Eu juro que estava sendo cuidadosa, e de repente ele parou bem na minha frente… não pode ter sido uma mera coincidência, acredite em mim.

— Acredito em você, Audrey. Isso é o suficiente para deduzir que você não é a única que não superou tudo isso.

— Eu superei sim, Gwen!

— Tem certeza?

— Definitivamente sim!

— Então por que você deu um tapa nele?

— Eu… eu… não sei… eu estava por um fio… minha vida tem sido um inferno atrás do outro desde…

— Desde que você deixou Zane, — ela terminou a frase porque eu nunca teria conseguido dizer.

— Eu… eu não sei o que fazer. Zane é vingativo, eu sei. Ele realmente poderia fazer algo terrível… Talvez emitir uma ordem de restrição contra mim.

— Você só tem que ir até ele e descobrir.

— Então o que você sugere?

— Pergunte a ele, oras! Se desculpe e pague pela lavagem do paletó, — minha amiga sugeriu.

— Eu mal tenho dinheiro para pagar este café e muffin, — confessei, comendo o restante do bolinho feito pela Gwen.

— Eles são por conta da casa, — ela disse com simpatia, preparando uma bandeja cheia de muffins de mirtilo. — E estes são para o seu marido. Eles eram os favoritos dele quando vocês vinham aqui.

— Ex-marido, — eu a corrigi. — De qualquer forma, obrigada, — eu sussurrei, comovida por seu gesto e pela memória do sorriso de Zane cada vez que ele comia aqueles muffins.

Senti outra pontada no coração se apoderando de mim.

Como poderia encontrar Zane novamente, sem me deixar levar pelas memórias?

3

Audrey

Eu tinha deixado Zane e a Thunder e Larson Company quatro anos antes. Na época, era o nosso negócio, que havíamos criado por conta própria, era pouco mais que um lixão ao norte de Chicago, embora as habilidades e a ambição enlouquecedora de Zane tivessem conseguido criar para a companhia um pequeno espaço no ambiente publicitário em apenas dois anos.

Dois anos em que cada sucesso da empresa poderia ser associado a um novo tijolo que logo criaria um muro intransponível entre nós.

Embora não tivesse começado com o pé direito, Zane tinha conseguido chegar lá, e agora ver seu escritório no trigésimo andar de um dos arranha-céus mais bonitos ao sul de Chicago fez com que meu coração disparasse.

Claro, agora meu sobrenome não aparecia mais na placa, mas eu senti que uma parte de mim havia permanecido lá, espremida entre as palavras Thunder e Company.

Eu também fiz muitos sacrifícios para tornar esse sonho realidade.

Sempre acreditei nisso e sabia que Zane, na época meu marido, era um dos publicitários mais brilhantes de Chicago.

Fui eu que implantei em Zane o desejo de começar do zero e abrir uma empresa, sem saber que o preço a se pagar por isso seria o nosso amor.

Se eu pudesse voltar atrás, faria essa escolha novamente?

Eu ainda pressionaria Zane em direção à independência e ambição?

Sim, porque ele merece isso. Ele valia mais do que quando ele trabalhava na empresa Kreinberg, onde nos conhecemos e formávamos uma equipe com outros membros, que sempre foram preguiçosos ou distraídos demais para nos permitir dar aquele salto qualitativo e nos estabelecer naquele ambiente de cão.

Mas e quanto ao nosso casamento?

Talvez isso não devesse ter acontecido?

Eu não sabia e também não queria responder a essa pergunta, porque cada vez que pensava nisso, sentia minha ferida sangrar e meu coração se partir novamente com a mesma violência de quatro anos atrás.

Apagando esses pensamentos da minha mente, me dirigi para o arranha-céu onde a Thunder Company residia, de acordo com a internet.

Cheguei ao andar certo sem dificuldade, mas quando tentei falar diretamente com Zane Thunder, uma secretária exausta e irritada me expulsou com firmeza.

— O Sr. Thunder não vê ninguém sem hora marcada, — disse ela secamente.

— Por favor, é importante. Sou Audrey Larson.

— E daí? Para mim, você poderia ser o próprio presidente dos Estados Unidos, e mesmo assim não deixaria entrar no escritório sem hora marcada.

Zane alguma vez te contou sobre mim?

Eu me peguei pensando.

De repente, olhei em volta. Muitos funcionários iam e vinham e percebi imediatamente que não conhecia ninguém.

Aparentemente, não restou nenhum dos primeiros funcionários que foram contratados quando eu ainda fazia parte da empresa.

Ninguém me conhecia ali.

Zane não contou a ninguém que foi casado comigo.

Eu me senti como um inseto irritante, expulso e imediatamente esquecido.

Gwen estava errada. Zane tinha realmente virado a página.

Contra todos os meus desejos, senti as lágrimas ardendo em meus olhos.

Eu me senti mortificada.

Eu não era nada agora.

Era como se não restasse nada de mim naquele lugar.

Eu tinha caminhado até aquele arranha-céu, com minha caixa cheia de muffins e com a esperança de que algo de mim tivesse ficado naquela empresa ou… em Zane.

Algo a que eu pudesse me agarrar a fim de recomeçar depois de deixar Zane e Chicago.

Em vez disso, descobri que não havia mais nada lá para mim.

Nenhuma conexão, nada em que me apoiar. Sem um resquício ou oportunidade para recomeçar.

De repente, a porta do escritório protegido pela secretária mal-humorada se abriu e Zane saiu dela, acompanhado por uma mulher muito elegante e bonita.

— Zane, você sabe como fazer uma mulher feliz, — ela exclamou alegremente.

— Trisha, eu sei te fazer feliz, — ele respondeu com um sorriso sedutor e aquela voz rouca que no passado sempre fazia minhas pernas fraquejarem.

— Que bajulador, — ela riu alegremente, mas ele não estava mais sorrindo.

Ele estava olhando para mim.

Quando eu retornei seu olhar, cada traço de seu sorriso e charme havia sumido.

— Sarah, acompanhe-a até o elevador, — Zane ordenou imediatamente a sua secretária, irritado. — Trisha, desculpe, mas eu tenho uma emergência. Falo com você depois.

A emergência seria eu… Obrigada pelo enésimo golpe na minha autoestima.

— Saia daqui! Você não é bem-vinda aqui, — Zane sibilou assim que ficamos sozinhos. — Você veio criar problemas aqui também e arruinar o que eu construí nestes anos?

— Claro que não. Como você pode pensar isso de mim?

— Primeiro você me acusa de fazer com que fosse demitida, depois me dá um tapa e agora está aqui. Desculpe não consigo ser otimista. Talvez você prefira uma recepção de braços abertos? Bem, esqueça! Seu nome não está mais na placa da entrada e você não pode mais vir aqui. Fui claro?

Mal tinha ouvido uma palavra do que ele acabara de dizer. O ódio e a raiva que vi em seu olhar frio me paralisaram.

Eu não entendia como ele podia me odiar tanto.

Ele tinha um negócio próspero e bem-sucedido.

Ele continuava jovem e bonito, assim como eu me lembrava dele.

Certamente, ele já tinha outra parceira, talvez aquela mesma mulher, Trisha.

Em um instante, olhei para a mão esquerda dele em busca de um anel.

Não, ele não se casou novamente.

Mas ele tinha tudo. Eu não tinha nada.

O que mais ele poderia querer?

— Eu queria apenas me desculpar por ontem e entregar estes muffins que a Gwen fez. São muffins de mirtilo, seus favoritos. Apenas um pequeno gesto para me desculpar pelo que aconteceu. Sinto muito, eu não queria ter te dado um tapa. Foi um gesto impulsivo e estúpido, me deixei levar pelo nervosismo acumulado por um período difícil e…

— Não me importo, — ele me interrompeu.

— Zane, eu realmente sinto muito.

— Como disse ontem, eu não sei o que fazer com suas desculpas. Agora, por favor, saia e nunca mais volte. Tenho que trabalhar.

— E quanto aos muffins?

— Eu não quero nada que venha de você. Só quero que saia daqui.

Zane parecia realmente determinado.

— Certo, desculpa. Sairei imediatamente. Adeus, — eu gaguejei com um nó na garganta que parecia querer me sufocar.

Zane nem me respondeu.

Dei a volta e me dirigi para os elevadores, sob seu olhar atento.

Nunca me senti tão humilhada e despedaçada desde o dia do divórcio.

Aparentemente, quatro anos não foram suficientes para esquecer. Nem para mim e nem mesmo para ele.

Só quando as portas do elevador se fecharam, uma lágrima de tristeza caiu no meu rosto.

Eu me senti sozinha, no meio de um oceano.