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Artesãos E Tecnomantes
Artesãos E Tecnomantes
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Artesãos E Tecnomantes

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— Esse é o problema. — Theo engoliu em seco, um buraco se formando em seu estômago. — Ela desapareceu antes mesmo de fazer a entrega da sua criada mecânica.

A batida parou.

— Então, veio até mim por quê? — Silas perguntou, a voz cortante.

A maneira faminta com que ele a olhava sugeria que ela estava pisando em terreno perigoso.

No entanto, Theodosia Whitfield adquiriu o hábito de pisar em territórios delicados.

— Porque eu posso pegar seu autômato de volta, entregá-lo sem ninguém saber o que houve. Apenas preciso da sua ajuda. Para ser mais específica, preciso de sucata do material que usou para o criar, assim poderei rastreá-lo. — ela ergueu o queixo e olhou para ele.

Ele pode ser mais alto e ter desenvolvido mais músculos do que o necessário por trabalhar muito com forja, mas ela lançava um gancho de direita dos bons e conhecia os pontos fracos dele. Se chegassem a uma luta, ela ainda apostaria nela mesma.

— O que recebo em troca? — ele perguntou, um sorriso irritante voltando ao rosto. — Porque eu tenho as plantas, sempre posso fazer uma nova. No entanto, você só tem uma irmã.

Theo deu um suspiro, sem se preocupar em esconder a irritação.

— Você teria a satisfação de ser um homem decente pela primeira vez.

Silas bufou.

— Isso não é, nem de longe, uma troca. Ofereça-me algo que valha a pena.

Theo não deixou de notar a maneira como os olhos dele se demoraram nela, ou o calor queimando neles.

Ele pode ser um homem mais bonito do que a média, com o tipo de corpo como o de um ferreiro, que faz a maioria das mulheres cair em sua cama — e muitas caíram —, mas ele tinha a personalidade de um nabo em conserva.

Theo pousou as mãos nos quadris enquanto o olhava, recusando-se a aceitar a implicação flagrante que ele colocava por trás de suas palavras. Ela deveria tirar a expressão presunçosa daquele rosto e apenas roubar a sucata, danem-se as consequências.

— Um favor. — ela disse, por fim. — Dentro da minha capacidade profissional. — ela enfatizou a palavra profissional para dissipar quaisquer ideias que ele pudesse estar desenvolvendo.

Quanto mais cedo ela pudesse adquirir a sucata e dar o fora de lá, melhor. Pelo que sabia, a irmã podia estar sangrando em um beco.

Silas bateu na lateral do queixo como se estivesse meditando sobre a proposta, como se já não tivesse tomado a decisão.

— Embora um favor seu possa ser útil, subcontratamos muitos tecnomantes. Não vou entregar minha sucata e apenas esperar que você traga nosso autômato. Vou negociar um favor seu, se eu for junto nessa busca por sua irmã.

As sobrancelhas de Theo baixaram ante o brilho. Passar mais tempo perto de Silas Kylock não era apenas perigoso para sua saúde, mas a aproximava cada vez mais do risco de ser presa por homicídio.

Exceto que ele possuía o item exato de que ela precisava para rastrear Ellie. E não importava em que encrenca sua irmãzinha tivesse se metido dessa vez, Theo faria qualquer coisa por aquela garota.

Ela deu um suspiro.

— Tudo bem. Encontre-me, em uma hora, na minha casa com a sucata. Também pode limpar o resto de sua agenda por hoje. Não sei quanto tempo isso vai demorar.

As palavras gotejavam com um escárnio que ela não se incomodou em mascarar. Os Kylock haviam ganhado alguns xelins entre os contatos comerciais de seu pai e os consertos de Silas, mas, como ela, eram o lixo da sarjeta de Islington. Rufiões do fundo do poço não se encaixavam entre as pessoas elegantes e pretensiosas, por mais que os Kylock tentassem fingir o contrário.

— Trato feito. — ele respondeu, puxando as luvas grossas de trabalho que usava e jogou-as no chão.

Ele se levantou do banco com um rangido e cruzou a distância entre eles até ficarem a poucos centímetros de distância. As mãos de Theo não se moveram de seus quadris embora o olhasse com as costas grudadas à porta. Com quase dois metros de altura, ele se elevava quase trinta centímetros acima dela, mas ela nunca o havia considerado intimidador.

Silas estendeu a mão entre eles para um aperto. Ela ofereceu a sua, e o calor emanou da palma calejada dele quando selaram o acordo. Tão perto, ela podia sentir o cheiro de cobre, terra e âmbar, uma infusão que fez sua mente girar. Theo percebeu que o aperto de mão durou segundos a mais quando um sorriso malicioso curvou o lábio superior de Silas. Ela puxou a mão de volta.

— É capaz de encontrar a saída? — ele perguntou, sem se mover um centímetro, apesar da proximidade entre eles.

— Sou bastante capaz, obrigada. — ela retrucou, girando para as portas duplas.

Atrás dela, ela ouviu o barulho de passos e o barulho de peças de metal de uma miríade de ferramentas sendo movidas na mesa.

Theo Whitfield continuou marchando para frente. Mesmo que fosse obrigada a trabalhar com o maior e mais desagradável puxa-saco deste lado da cidade, Ellie estava vagando por aí e precisava da ajuda dela.

Theo não a decepcionaria.

Capítulo Dois

Silas ajeitou a mochila no ombro enquanto colocava a mão no bolso em que estava seu canivete. Sabia que não devia andar por essas ruas desprotegido. Espreitadores esperavam em cada beco, procurando destituir os transeuntes de qualquer moeda que aparecesse. Havia trocado de roupas, escolhido um traje condizente com a tarefa à frente: calças surradas, um velho par de suspensórios e uma camisa de botões, outrora branca. Estas poderiam ser ruas familiares, mas ele não sentia falta de discutir com os meninos locais acerca da única chance de comer durante a noite.

Theo Whitfield havia chegado como a brisa, e os problemas a seguiram. Se uma mulher podia arrastá-lo aos meandros da fossa em que ele cresceu, era ela. Ele não conseguia evitar incitar a mulher, mesmo que pela oportunidade de ter um vislumbre daquela esperteza afiada.

Ellie e Theo Whitfield eram o tipo de beldades que faziam os homens pararem e olharem. Ambas tinham a mesma pele cor de canela e os cabelos pretos e brilhantes, sempre soltos e livres, ao contrário das senhoras normais. E desde que Theo ingressou no mercado de trabalho, as calças e o chapéu que ela usava faziam com que cavalheiros como o pai dele fofocassem mais que matronas de igreja.

Silas passou a mão pelos cabelos acobreados, os fios ainda emaranhados nas laterais devido às hastes dos óculos. Ele arrastava as botas pelos paralelepípedos irregulares e passou pelo boticário vazio, que há muito se transformara em teias de aranha e sombras. Nesse trecho da cidade, os cheiros de urina e gim pairavam no ar, pesados. Misturavam-se com o odor adocicado que emanava de algumas das casas abandonadas transformadas em antros de ópio.

À frente, os cortiços se estendiam, edifícios de tijolos que haviam visto anos melhores. As janelas sem painéis brilhavam para ele como dentes abertos, entradas abertas, as portas balançando com a brisa. Nenhuma parte dele queria voltar para sua antiga casa, mas aqui estava ele enquanto as memórias desabavam como um maremoto.

Silas torceu o nariz ao entrar, e suas botas afundaram no carpete mofado que se estendia de uma ponta à outra do corredor. O papel de parede descascara, e o fedor de cola velha havia se infiltrado no ar viciado do local mal ventilado. Ele passou anos em seu apartamento de um cômodo mexendo em qualquer espaço que pudesse reivindicar, coletando engrenagens sobressalentes que encontrava no lixo e dissecando os autômatos esmagados que ele roubava das lixeiras.

No dia em que seu pai teve sorte em um negócio, tudo mudou. As Indústrias Kylock surgiram e, desde então, sua família vinha fazendo todo o possível para se desprender da sarjeta.

Silas acelerou o passo ao longo do corredor, em direção à terceira porta, um apartamento de que ele se lembrava bem. Ele ergueu os nós dos dedos até a porta e bateu.

A porta se abriu com um rangido, e Theo apareceu, impedindo-o de entrar. Seus cabelos pretos e brilhantes caiam nas costas, e ela usava uma roupa semelhante à dele. As calças destacavam a curva dos quadris, e um botão aberto revelava um indício de decote. Ela franziu os lábios, mantendo a mão na porta, mesmo enquanto ele espiava por ela. Com base no movimento de queixo e na maneira como ela desviou o olhar, ele precisava fazer suposições, ela estava envergonhada com o estado de miséria.

Não que devesse estar… eu cresci aqui também.

— Volto logo, mãe. — Theo gritou e fechou a porta, bloqueando a visão dele.

— Não está pensando em me convidar para uma xícara de chá? — ele perguntou, um sorriso se aprofundando no rosto.

Sempre que ela o encarava com muita seriedade, ele não conseguia evitar a provocação. Ele a provocava mil e uma vezes e, em alguns desses casos, foi bem idiota, mas ele preferia as palavras ásperas a desinteresse, era indiscutível.

— Como se você tivesse tanta sorte. — disse ela, descendo o corredor sem olhar para trás.

Os quadris iam de um lado a outro conforme ela descia com graça natural pelo corredor. Ele se arrastou atrás dela, o barulho das botas no carpete nojento fazendo sua pele coçar.

— Tem certeza de que não mudou de ideia? — Theo perguntou quando alcançou a porta. — Tudo seria muito mais fácil se apenas me entregasse as peças, e eu poderia começar a trabalhar. Sabe que não estamos indo a um passeio no parque. Não quero que suje essas mãos brancas como lírio.

Silas parou na frente dela, à porta, e colocou a mão na maçaneta. Ele levantou a outra na frente dela.

— Estas? Estão cobertas de todos os tipos de sujeira, calejadas além do recuperável.

Tão perto, ela se concentrou nele com a intensidade que entregava a tudo, e ele sentiu o cheiro forte de ferro e o doce aroma de lírios. O olhar dela se demorou percorrendo o comprimento dele de uma forma que atiçava o interesse dele.

Theo passou por ele para empurrar a porta, quebrando qualquer ilusão de que ela pudesse olhar para ele com algo diferente de ódio.

— A menos que você seja hábil com uma arma, não tenho uso para essas mãos. — disse ela, assumindo a liderança pelas ruas de paralelepípedos de Islington.

Alguns sujeitos vadeando pela calçada ergueram as facas e deram vários passos para se aproximar, até avistarem Theo. A gangue congelou quando ela tirou a pistola Derringer modificada do coldre de couro em sua cintura.

Ela soprou um beijo para os homens antes de dizer:

— Estaria morto antes de dar o próximo passo.

Silas passou a mão pelos cabelos, incapaz de esconder a admiração. Theo Whitfield comandava essas ruas como naquela época, porém, no passado, ele nunca admitiria o quanto a respeitava. Nunca o faria. As Indústrias Kylock tinham um futuro, e eles não.

— Parece que não vou precisar seguir o caminho usual de devolver insultos para evitar o perigo. Só vai se pavonear e mostrar os punhos. — gritou ele, acelerando o passo para alcançá-la.

Não era como se ele não pudesse lidar com a situação sozinho. Ele mantinha ao menos cinco facas escondidas pelo corpo, bem como uma granada de corda. Até mesmo carregava algumas das bombas de éter para situações mais extremas.

— Precisamos de um local fora da vista do público para eu poder realizar o rastreamento. — disse Theo, com o queixo erguido enquanto se concentrava em uma faixa de casas antigas mais adiante que haviam sido abandonadas.

Silas enfiou os polegares nos bolsos das calças e assumiu a liderança, imaginando que ela gostaria de acampar em uma dessas cabanas de pesadelo. Por mais que preferisse voltar a trabalhar em seu projeto atual, ele precisava rastrear o protótipo da criada mecânica. Ele foi cheio de bravatas para cima de Theo quando ela apareceu para negociar. Verdade seja dita, ele usou um de seus núcleos de diamante no modelo, embora as normais funcionassem com quartzo. O núcleo sozinho valia mais do que o preço de todo o autômato, o que Ellie Whitfield não poderia saber quando o roubou.

E se ele não encontrasse o núcleo, seu pai teria mais um motivo para apertar as rédeas de sua liberdade. Qualquer esperança de ganhar o suficiente para romper com os negócios da família seria frustrada, e ele acabaria em dívida para sempre com as Indústrias Kylock.

— Sabe mostrar aos outros como se divertir. — disse ele ao entrarem na loja mais próxima, por uma porta que quase caiu ao ser aberta. — Tem algum outro lugar que frequenta, ou este é especial?

Theo olhou de soslaio para ele, a mão dela vagando com perigo perto de sua pistola.— Se não vai ajudar, pelo menos me poupe do som da sua tagarelice.

Ele sorriu, passando por algumas tábuas quebradas do chão no que parecia ter sido uma sala de estar quando o local era uma moradia. Uma luz rançosa era filtrada pelas janelas quebradas, mas as sombras envolviam o resto do lugar. Com base nas marcas retangulares no piso de madeira, móveis já compuseram a decoração, mas os ladrões devem ter feito uma festa na residência assim que foi abandonada. Além do farfalhar silencioso dos passos deles, nenhum outro som se seguiu. Nem os gemidos dos viciados, os murmúrios de invasores ou quaisquer outros sinais de que alguém habitava este lugar.

Theo deu um passo mais para dentro do cômodo principal da casa, parando no meio, onde só restava poeira.

— Entregue a sucata. Vamos encontrar esse seu autômato. — disse ela, gesticulando para que ele avançasse com a brusquidão de um chicote.

Silas deixou a mochila escorregar do ombro e cair no chão. Ele se agachou antes de pegar os pedaços de cobre que havia escondido. Quando esticou o metal para entregá-lo, ela havia aberto um mapa. O papel fez barulho quando ela o esticou no chão empoeirado, enviando partículas ao redor. Precisou admitir, por mais que a criticasse por seu desempenho de má qualidade, ele nunca a vira praticar tecnomancia de perto. Durante os projetos em que o trabalho de ambos chegou a se cruzar, ele entregava o produto e a deixava com seus dispositivos. No entanto, ela desenvolveu uma grande reputação entre a comunidade de artesãos devido à sua habilidade.

Theo se agachou na frente do mapa de Londres, direcionando o foco intenso para as marcações intrincadas. Em uma das mãos, ela agarrava os quadrados de cobre que haviam sobrado da criada mecânica, aqueles com sua marca pessoal de artesão. Ela pressionou os outros dedos no mapa à sua frente e fechou os olhos. O anel condutor ao redor do dedo dela começou a brilhar, os metais brilhavam como se estivessem sendo derretidos em uma forja. O fogo-fátuo se juntou no ar devido à condensação pesada como resultado da magia que ela invocava, e ele quase podia sentir o gosto do resíduo oleoso.

Alguns tecnomantes eram grandes potências, lançando suas habilidades com a sutileza de uma bola de demolição. Theo empregava uma abordagem diferente, a elegância e economia de seus movimentos mantendo-o fascinado.

As pontas dos dedos dela patinaram pela superfície do mapa como se fossem compelidas. Ela não apenas balançou um pêndulo sobre a superfície e apontou para um ponto. Não. Sua magia dirigiu seus dedos por uma rua, depois outra, seguindo um caminho e padrão bastante específicos por toda Londres. O anel condutor começou a zumbir em torno do dedo, emanando poder enquanto ela canalizava tais habilidades para encontrar a máquina perdida. Rajadas de vapor percorriam a sala como um subproduto.

Os olhos dela permaneceram fechados enquanto as pontas dos dedos corriam pelo papel, percorrendo uma trilha predeterminada. Aqueles lábios lilases pressionados pela concentração, e seus longos cílios escuros em plena exibição contra a pele canela. A rendição absoluta em seu rosto enquanto canalizava a magia inerente era o tipo de beleza que ele nunca seria capaz de tirar da cabeça. Silas deveria ter deixado que fizesse a busca sozinha. Ele sabia que não devia ficar perto de Theo, a presença dela mexia com sua cabeça.

— Pronto. — disse ela, quebrando o silêncio que se instalara na sala destruída. O dedo indicador dela pousado em um ponto de Camden Town. — O autômato deve estar nesse local.

Silas se inclinou com uma caneta em mãos e marcou o local no mapa.

— E o que sua irmã pode estar fazendo na cidade vizinha? Os espreitadores com quem ela anda ficam perto das fronteiras de Islington.

A expressão séria de Theo cintilou por um instante enquanto uma vulnerabilidade brilhava nas profundezas de seus olhos cor de chocolate. — Não sei. Nos últimos dois anos em que trabalhou com eles, só fez trabalhos em Islington. As gangues são muito territoriais.

A mudança de ares não era um bom presságio para Ellie, nem para o autômato dele, mas Silas há muito aprendera a controlar as próprias expressões faciais. Ele sorriu.

— Com medo de um pequeno passeio pela cidade, Theo? Posso entender se a viagem for muito angustiante para uma senhora como você.

Ela lançou um olhar ácido para ele, a preocupação fugindo de suas feições para ser substituída por sua irritação habitual. Bom. Ele preferia distraí-la por enquanto.

— Se alguém tem dificuldade para caminhar pela cidade, é você com seus sapatos da moda, Silas. — Theo rebateu. — Precisou quebrar as costas de cinco servos para pagar essas coisas?

— Sua inveja está devidamente anotada. — disse ele, levantando-se e espanando as calças na altura dos joelhos; ele se inclinou e estendeu a mão. — Agora continuemos com essa caça.

Ela aceitou a mão dele, embora a olhasse como se ele tivesse se revestido de veneno. Não que ele a culpasse, ele sempre fora um idiota com ela. Silas havia se tornado tão talentoso em esconder seus sentimentos que muitas vezes se esquecia de onde estava sua verdadeira lealdade. A mão macia dela se encaixava tão bem na dele, e o toque da pele dela fez a mente dele vagar para lugares inadequados.

Theo foi para a porta, as tábuas do piso rangendo sob seus passos enquanto ela dobrava o mapa para colocá-lo de volta no bolso. Apesar da preocupação com a irmã brilhando viva em seus olhos, ela caminhava com convicção a cada passo. Embora ele tivesse suas próprias preocupações quanto a recuperar a criada mecânica, eram insignificantes em comparação com o amor de Theo por sua irmã, Ellie. As duas garotas apoiavam a mãe doente desde que o pai as abandonou. Embora Theo tivesse seguido o caminho respeitável, e Ellie tivesse escolhido ir à ilegalidade, cada centavo era usado para cuidar da mãe.

Theo nunca aceitaria a ajuda dele. Ela o via como um traidor das ruas em que nasceu por dar as costas quando teve a primeira oportunidade. Mesmo assim, ele ansiava por tirar um pouco do fardo dos ombros dela, ajudar a mulher que sabia resolver os problemas da família com uma força que ele não podia deixar de admirar.

Silas enfiou os polegares nos bolsos das calças e a seguiu para fora da construção em ruínas, de volta às ruas de Islington. A jornada para Camden Town pode não ser formidável, mas prometia problemas de qualquer maneira. Porque quanto mais tempo ele passava na companhia dela, mais a máscara que ele usava rachava.


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