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Um Sátiro De Natal
Um Sátiro De Natal
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Um Sátiro De Natal

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"Isso é verdade." Ele recuou e deu a ela algum espaço, perdendo a sensação de suas mãos nele imediatamente.

Ele teria esta mulher em sua cama. Talvez não esta noite, mas aconteceria. Esta mulher não ia ceder ao seu charme e beleza, no entanto. Ainda bem que ele gostava de um desafio.

Chastity alisou a frente de sua saia com as mãos para remover amassados imaginários e limpou a gargante antes de empurrar os óculos mais acima no nariz. As pequenas molduras de ouro eram delicadas, e o canto de seus lábios se torceu.

"O que é tão engraçado?"

"Tudo. Nada." Ele deu de ombros novamente. "Me dizem que meu senso de humor é sarcástico as vezes, inapropriado em outras. Sem controle sobre isso, eu acho."

Ela revirou os olhos, fazendo com que ele soltasse uma risada. Isso só a irritou ainda mais e ela cruzou os braços. "Você pode, por favor, cooperar? Tenho de escrever um artigo sobre a sua banda, apesar de não ter sido escolha minha. Se você não quer que eu te eviscere completamente nele, eu preciso de algum material."

Ele mordeu o labio para evitar tornar aquilo em uma piada suja. Ele pode ter séculos de idade, mas andar com muitos humanos imaturos não lhe fez nenhum favor. Maneirismos afetavam as pessoas, e nem sempre em um bom sentido. "Como você terminou com essa atribuição? Você claramente não gosta do nosso tipo de música."

Ela piscou na direção dele. "Por quê você diria isso?"

"Você está vestida como se estivesse em sua pausa para o almoço e prestes a voltar para um escritório corporativo onde você tem quinze assistentes fazendo café com sua preferência exata enquanto você projetar layouts da revista de moda para mudar o mundo."

Os cantos dos lábios dela inclinaram-se para cima pelo mais breve dos momentos. "Quantas comédias românticas você acabou de fundir para pintar esse quadro?"

"Pelo menos três. Só os assisti porque não encontrei o controle remoto para mudar o canal, mas quem está contando?"

Ela sorriu antes de controlar rapidamente a expressão. Cipriano não mascarou o seu próprio sorriso. A boca dela abriu-se e ela virou-se para remexer na bolsa que trouxe com ela.

Pegando seu telefone, ela moveu a tela para um aplicativo de gravação de voz. "Há algum lugar onde possamos sentar e conversar por um momento? Prometo não tomar muito do seu tempo."

"Boneca, você pode levar o tempo que quiser. Não tenho nenhum lugar importante para ir esta noite." Ele levou-a ao fundo do corredor até aos camarins. Havia uma sala grande com comida, bebidas e muitos lugares para sentar, então ele a levou lá. Seu estômago roncou quando ele a levou para a sala decorada com guirlandas de Natal e luzes ao redor das vigas. Farsa Bah. Seu olhar decaiu sobre a bandeja com mini-sanduiches. "Você se importa se eu comer? Estou faminto."

Ela sacudiu a cabeça.

"Fique à vontade para se servir," ele ofereceu pegando um sanduiche. Ele esguichou mostarda nele e então tirou uma lata de cerveja de um cooler no chão.

"Estou bem." Talvez ela fosse o tipo que não gostasse de comer na frente das pessoas. Muitas mulheres eram assim ultimamente, não querendo ser julgadas pelo que comiam ou quanto comiam. Ele achava isso ridículo. Porque não aproveitar a comida, já que todos tinham de comer para sobreviver?

"Como quiser, então." Ele mordeu o sanduiche e suspirou de prazer. Nada como comida depois de uma performance. Bem, havia uma coisa melhor depois de um espectáculo, e parecia que ele ficaria sem isso esta noite. Ele encontrou o olhar de Chastity. "Ei, desculpe se eu fui muito agressivo no corredor naquela hora. Disseram-me que as vezes sou como um homem das cavernas." Ele caiu de lado no sofá e cruzou os cascos fendidos. Chastity encarou abertamente os pés dele, por isso ele os sacudiu um pouco. Não foi tão eficaz como teria sido com dedos. "Você pode tocá-los se quiser."

"O quê?" O olhar dela disparou para o rosto dele. "Quero dizer... Desculpe, eles parecem tão realistas. Não sei como você consegue ficar na ponta dos pés por tanto tempo sem ter um salto ou pelo menos uma plataforma para ajudar a equilibrar.

Ele bufou. "Você deveria ver minhas panturrilhas."

"Passo... Mas tenho certeza que elas são incríveis." Ela reinvindicou uma cadeira dobrável perto da saída e cruzou a perna esquerda sobre a direita antes de colocar o telefone no joelho, viva-voz em direção a ele. "Quem os faz?"

"Esse é o meu segredo." Os entrevistadores perguntavam muito isso. A verdade era que, não havia maneira de explicar que uma maldição os tinha feito, e eles eram tão reais quanto pareciam. Ele só conseguia criar um glamour durante o dia para escondê-los, por isso ficava assim todas as noites. Ele escolheu tirar o máximo proveito de uma forma que pudesse se esconder à vista de todos.

"Você mesmo os faz?"

Ele colocou sua cerveja fechada no chão perto de si e sacudiu-lhe o dedo. "Nunca revelarei a minha fonte."

"Então porquê um sátiro? De todas as criaturas mitológicas."

Ele fechou os olhos e acabou de mastigar outra mordida de seu sanduíche, a mordida mais difícil de engolir, apesar de ter chegado ficado em paz com seu passado séculos atrás. Chastity estava passando por uma entrevista genérica. Nada de novo ou excitante, e a culpa não era dela. Ele já tinha respondido a estas perguntas centenas de vezes, contado mentiras e evitado o melhor que podia. O que diria ela se ele lhe dissesse a verdade? Ele abriu os olhos e encontrou o olhar dela. "Porque fui amaldiçoado há três mil anos por testemunhar um ataque e a morte de uma ninfa. Um espectador infeliz numa rixa entre Pan e Dionísio." Ele fez uma pausa, então acrescentou: "Porque eu, como os outros homens que foram amaldiçoados, não fiz nada além de ficar ali, em vez de tentar salva-la de um Deus."

Chastity suspirou dramaticamente. "Se você não vai levar isso a sério..."

"Você queria minha história." ele interrompeu com um encolher de ombros. Na verdade, a vergonha que ele sentia por estar presente naquela noite ainda doía. As virgens eram "sacrificadas" aos deuses o tempo todo nos velhos tempos. Ele nem sabia que aquilo ia acontecer quando foi convidado para uma orgia aleatória. Apesar de tudo, Syrinx não foi violada diante deles, só porque no fim das contas ela não era virgem. Ela foi, no entanto, assassinada pelo seu pretendente marido. O mesmo que estava dando Dionísio prioridade em sua virgindade - que Pan acidentalmente havia tomado mais cedo naquele dia, não sabendo quem ela era.

Ah, Grécia Antiga. Como o Olimpo muda... Dias de nossas vidas imortais...

"Eu não pedi ficção", disse Chastity.

"Se você diz." Ele se virou novamente. Cipriano nunca tinha contado a uma mulher a verdade da noite em que foi amaldiçoado, a vergonha que o levou a essa situação. Os colegas de banda sabiam, mas mantiveram o segredo. Algo que o Pan e os outros sátiros Arcadianos aconselharam fortemente contra, mas ele já o tinha feito anos antes de saberem que o tinha feito. Tarde demais agora para apagar o fato de suas memórias sem deixá-los danificados pela tentativa.

Chastity hesitou antes de voltar a falar. "Está dizendo que quer abordar sua nova recém-encontrada fama na América fingindo ser o personagem que representa? Os outros integrantes farão o mesmo? Você fará todas as aparições em público na fantasia?"

"Não seja tão crítica, boneca." Ele mal conteve a amargura do seu tom. Ele não queria contar histórias ou mentir. Ele queria ser ele mesmo. Queria ser apreciado apesar dos seus defeitos como qualquer outra pessoa. Era assim tão errado? "Todos nós desempenhamos um papel, quer estejamos conscientes ou não."

"O que isso deveria significar?"

Ele a olhou de cima a baixo, dando a ultima mordida em seu sanduíche. Ele ainda estava com fome, mas não se levantaria outra vez. Sua rejeição imediata de sua história como mera fantasia só solidificou a noção de que uma mulher nunca o aceitaria se soubesse a verdade. Soubesse que ele era o monstro que parecia ser. "A roupa, a atitude... Você é realmente tão tensa quanto parece, ou é um ato? Alguém te traiu, então agora está fazendo isso para manter todos os homens afastados?"

Ela arfou. "Isso está fora de questão."

Estava, mas ele já havia entrado no assunto. "Eu falo o que vejo." Sem chance de voltar atrás agora.

"Terminamos aqui."

Ele riu com o humor que não sentia mais. "Esse artigo não vai ser muito longo."

"Tenho a certeza que terei muitas coisas a dizer para ter o número ideal de palavras." Ela desligou o gravador e levantou-se.

O humor de Cipriano havia piorado. A culpa não foi dela, mas ele estava descontando nela. Ele entrou em pânico, não estava pronto para a descartar completamente. Ela pode nunca o aceitar como ele realmente era, mas a sua opinião sobre ele... Importava. Por alguma razão estranha, importava, e talvez isso fosse parte da irritação dele. "Desculpa."

"Tanto faz."

"Não, de verdade." Ele captou o olhar dela. "Sinto muito. Eu sei que sou um chato."

A expressão dela não era legível enquanto enfiava o celular na bolsa e fechava-a. "Sim, bem. Não seja tão duro consigo mesmo! Tive de aceitar esse trabalho se quisesse avaliar a nova peça que estreia amanhã à noite. Coincidentemente, ela também é baseado na mitologia grega, embora tenha sido realmente secreto em relação ao enredo e personagens."

Ele não sabia nada sobre a abertura de uma peça, uma vez que não seguia o teatro, mas isso parecia encaixar-se mais na personalidade dela do que o show dele. "A mitologia grega está na moda hoje em dia, não sabia? Gigantes e bestas lutaram na base do Olimpo." Antes que ele pudesse se parar, ele acrescentou: "Eu deveria estar lá."

Ela revirou os olhos. "Tenho a certeza que sim. Mal posso esperar que provem que foi tudo uma farsa. O desmatamento tem muitos problemas, mas gigantes pisando sobre as árvores não é um deles."

Ele riu. Os humanos eram fantásticos. Eles se recusavam a considerar qualquer coisa que não conseguissem ver com seus próprios olhos, e quando um sátiro real se sentou na frente dela, ainda era ficção. "E se fosse uma tentativa fracassada de libertar os Titãs de sua jaula?"

Ela abanou a cabeça, mas já não estava zangada. "Devia escrever um livro com uma imaginação como a sua. Preciso ir. Obrigada pelo seu tempo. Vou tentar não ser muito dura no meu artigo, mas não posso prometer nada."

"Escreva a sua verdade. Nós aguentamos." Ele apontou para a esquerda. "A segunda porta por ali leva aos camarins da banda. Os outros ja devem estar trocados por agora e dispostos a falar se você quiser mais entrevista do que conseguiu de mim." Ela parecia surpreendida por ele lhe ter dito isso e acenou com a cabeça quando se foi. "E Feliz Natal," ele murmurou sob a sua respiração, apesar de ela ter ido embora e incapaz de ouvi-lo. Ele não celebrava o feriado e nunca o fez. Era mais habitual dizê-lo quando rodeado por tantos que o faziam. Ainda assim, ele ressentia essa época do ano. Todas as famílias felizes e novos compromissos. Okay, ele tinha ciúmes por nunca ter tido aquilo. Ele era homem suficiente para admitir isso.

Parecia outra noite solitária para ele, e ele tinha tentado o Destino com a sua pequena exibição no show atoa. Talvez Takeshi tivesse razão. Ele era um idiota.

Um membro da equipe apareceu para um sanduíche e Cipriano chamou-o. "Ei, cara. Pode me fazer um favor e trazer meu celular do camarim? Acabei de enviar a repórter lá, e não quero incomodá-la de novo."

O homem fez o que lhe foi pedido e retornou alguns minutos depois, entregando-lhe o aparelho móvel antes de pegar sua comida e sair antes que qualquer coisas mais pudesse ser pedida. Ele não culpou o homem. Era difícil fazer uma pausa para uma refeição ininterrupta quando as pessoas estavam sempre pedindo coisas. Cipriano abriu o navegador da web e procurou por novas peças estreando na cidade naquele fim de semana. Talvez ele pudesse verificar, pelo menos para encontrar Chastity novamente. Não era perseguição se ele estava interessado nas artes e por acaso encontrasse-a, certo?

Não surgiu muita informação, então ele mudou as configurações de pesquisa para artigos mais recentes. Um que tinha sido postado na última hora apareceu no topo, a manchete que precisava de múltiplas leituras para o seu cérebro compreender o que ele estava vendo. "De jeito nenhum." ele se endireitou.

Ele tinha de ligar para o seu agente. Depois tinha de ligar para Pan. Talvez não naquela ordem.


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