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Interseção Com Nibiru
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Interseção Com Nibiru

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Ela segurou-o, ergueu-o acima da cabeça e começou a examiná-lo de todos os lados. Apesar da superfície totalmente lisa, a luz não parecia ser refletida nela, de modo nenhum. O objeto era mais frio ao toque do que esperava e não parecia ser feito de qualquer material que conhecesse.

— Essa coisa é absolutamente impressionante. Como fez isso?

— É graças a isto — respondeu Azakis, indicando o pequeno objeto negro, que parecia estar preso à base do vaso. — É isso que está gerando um campo de força no formato que pode ver.

— E você também poderia fazer isso no formato de uma garrafa?

— Certamente — disse Azakis, com um sorriso. — Veja — dizendo isso, colocou a ponta do indicador no pequeno retângulo e o vaso desapareceu. Segurou-o mais uma vez, apoiando o polegar nele e uma garrafa elegante azul-cobalto, com um gargalo longo e fino, apareceu do nada.

Elisa ficou boquiaberta e levou uns instantes para se recompor. Então, sem tirar os olhos do objeto recém-criado, disse, numa voz distorcida pela emoção: — Jack, venha aqui, tem que ver isto.

O Coronel, que a essa altura já havia dado a Petri todas as informações para encontrar os dois alvos, virou em sua direção, e em passos lentos, se aproximou. Ele olhou distraidamente para o objeto que Azakis estava segurando, e numa voz entediada, disse: — uma garrafa? E o que tem de tão interessante para ver?

— Sim, uma garrafa — respondeu Elisa, zangada. — Exceto que uns minutos atrás, era um lindo vaso colorido.

— Tá, sério, pare de gozação!

— Zak, mostre para ele.

O alienígena executou a mesma operação simples de antes, e dessa vez, uma enorme esfera, escura como breu, surgiu em suas mãos.

— Credo — exclamou o Coronel, pulando para trás.

— Você reconhece isto, não? — disse Azakis, abraçando a bola de quase um metro de diâmetro.

— Sim, sim — exclamou a doutora, toda entusiasmada. — É idêntica àquela que encontramos enterrada no acampamento, dentro do misterioso recipiente de pedra.

— E havia mais três — acrescentou o Coronel, — que serviram de base para o pouso da nave auxiliar.

— Precisamente — confirmou Azakis. — Nós as abandonamos na última vez, e usamos como referência para a recuperação da carga com o plástico.

— Caramba — exclamou Elisa. — Agora tudo está ficando mais claro, aos poucos.

— Perdoe-me se for uma pergunta idiota — disse Jack, encarando o alienígena. — Mas se quiséssemos usar essas coisas como recipientes, para colocar água, por exemplo, também teríamos que inventar um sistema prático de fechar e abrir. Como poderíamos fazer isso?

— Fácil. Simplesmente use outra e faça o molde de uma tampa.

— Que tonto que sou. Não tinha pensado nisso — disse Jack, dando um tapinha na própria testa.

— Como você chama essas coisinhas lindas? — perguntou Elisa, curiosa.

— No nosso planeta, são chamados de Shans — respondeu Azakis, enquanto fazia a bola desaparecer, e de novo entregou à Elisa o pequeno retângulo negro.

— Então este é um pequeno Shan — disse Elisa sorrindo, segurando-o entre os dedos, enquanto o observava atentamente. — Posso tentar criar alguma coisa?

— Bem, não é tão simples assim. Eu posso porque uso o meu implante N^COM para programá-lo em tempo real. Então ou eu faço um implante em você também, ou você pode usar... — ele parou de falar e começou a vasculhar uma pequena gaveta na lateral do console. Alguns segundos depois, retirou uma espécie de capacete, bem semelhante ao que usaram antes para respirar, e entregando a ela, terminou a frase dizendo: — isto.

— Tenho que colocar na minha cabeça? — perguntou Elisa, hesitante.

— Claro.

— Essa coisa não vai explodir meu cérebro, vai?

Azakis sorriu. Delicadamente, tomou as mãos de Elisa e ajudou-a a posicionar o capacete corretamente.

— E agora?

— Segure o Shan entre seus dedos e imagine qualquer objeto. Não se preocupe com o tamanho. Está programado para não se transformar em nada maior que um metro cúbico.

Elisa fechou os olhos e concentrou-se. Depois de alguns segundos, um fantástico suporte de vela prateado se materializou nas suas mãos.

— Meu Deus — exclamou, abismada. — É absurdo. É inacreditável — Elisa não conseguia controlar a emoção. Ela continuou a virar o objeto várias vezes em suas mãos, examinando cada detalhe. — É exatamente como o imaginei. Não é possível, devo estar sonhando.

Nassíria – A emboscada

Dois enormes jipes abertos, vindos do norte da cidade, cada um com três pessoas a bordo, fez uma parada no farol vermelho de um cruzamento aparentemente deserto. Esperaram pacientemente o farol abrir e então prosseguiram vagarosamente, por mais vinte metros, até chegarem à entrada de uma velha oficina abandonada.

Um indivíduo de porte avantajado saltou do primeiro dos dois jipes, e munido de um velho alicate, aproximou-se cautelosamente da entrada e cortou o arame enferrujado que mantinha o portão fechado. Logo atrás, outro homem saltou do segundo veículo e juntou-se a ele. O outro também era bem grande e corpulento. Juntos, tentaram mover o velho painel que servia de portão da frente. Fizeram força por um bom tempo, e então, com um sinistro chiado metálico, o painel se mexeu. Empurraram-no de lado com firmeza, escancarando a entrada por completo.

Os motoristas dos dois veículos que estavam esperando, um após o outro, com os motores ligados, deixando uma grande nuvem de fumaça preta atrás de si, seguiram para dentro da velha oficina e desligaram os jipes.

— Venham — disse aquele que parecia ser o líder, saltando do jipe, seguido por outros três. Os dois indivíduos que estavam na entrada se juntaram ao pequeno grupo e todos os seis se locomoveram silenciosamente até a entrada principal do restaurante.

— Vocês três, pelos fundos — ordenou o líder.

Todos os membros do pequeno grupo de assalto estavam equipados de rifles AK-47 e as bainhas curvas típicas de facas árabes Janbiya estavam claramente visíveis, pendendo dos cintos de alguns deles. Não eram punhais muito longos, mas as lâminas afiadas de ambos os lados, sem dúvida transformavam-nas em armas mortais.

O dono do restaurante, ciente de que a qualquer instante, seus companheiros surgiriam, continuou o vaivém entre o salão de refeições e a entrada dos fundos, da onde ele espiava, procurando qualquer movimento suspeito no lado de fora. Seu nervosismo, porém, não passou despercebido pelo General, que como a velha raposa que era, começou a desconfiar e notar que algo estava errado. Fingindo que estava apanhando a garrafa de cerveja, ele chegou perto do sujeito gordo e sussurrou em seu ouvido: — Não acha que seu amigo está um pouco nervoso?

— Na verdade, também notei — respondeu o gordo, também em sussurro.

— Há quanto tempo o conhece? Supõe que esteja preparando uma pequena e bela surpresa para nós?

— Acho que não... ele sempre foi de confiança.

— Talvez — disse o General, levantando-se rapidamente da cadeira — mas não confio nele. Vamos sair daqui, rápido.

Os outros dois trocaram olhares por um instante, perplexos, e então se levantaram também e rapidamente foram até o proprietário.

— Obrigada por tudo — disse o gordo — mas temos que ir — e meteu outra nota de cem dólares no bolso de sua camisa.

— Mas eu nem trouxe a sobremesa — respondeu o homem de cabelo enrolado.

— Melhor, estou de dieta — disse o gordo e partiu rapidamente para a porta. Espiou o exterior por detrás da cortina, e não vendo nada fora do comum, fez sinal para os outros dois seguirem-no. Mal teve tempo de passar pela entrada, quando olhando de soslaio, notou os três bandidos se aproximando à sua direita.

— Desgraçado — conseguiu berrar antes que o mais próximo dos três, num inglês muito ruim, ordenasse para parar. Como resposta, o gordo removeu uma granada de atordoamento do cinto, e berrou para seus companheiros: — Granada de luz e som!

Os dois imediatamente fecharam os olhos e cobriram os ouvidos. Um clarão de luz ofuscante, seguido de um grande estrondo, acabou com o silêncio da noite. Os três atacantes, tomados de surpresa pelo movimento do gordo, estavam temporariamente atordoados pela explosão, e o clarão ofuscante da granada impedia que vissem os três americanos, como uma rajada de corrida de cem metros, escaparem na direção do carro.

— Fogo! — gritou o líder dos agressores.

Houve uma explosão dos AK-47 na direção dos fugitivos, mas enquanto durava o efeito da granada de luz e som, perdeu-se acima das suas cabeças.

— Vamos! — berrou o magrelo, sacando sua Beretta M9 do coldre sob a axila e respondendo ao fogo.

Ao mesmo tempo que corria, o gordão conseguiu retirar do bolso da jaqueta o controle remoto do veículo e abriu a porta traseira. Com um salto ágil, lançou-se para dentro e apanhando um dos rifles M-16 que sempre levava consigo, jogou-o para o General. Ele pegou uma metralhadora FN P90 para si e começou a atirar na direção dos agressores.

— Vamos! — berrou para o magrelo que, mantendo a cabeça baixa, foi direto à porta do motorista. Enquanto seus dois amigos o cobriam, subiu no carro. Outra explosão, por trás dele, deixou uma série de buracos desalinhados na parede de chapas metálicas do barraco em frente.

Enquanto isso, os três agressores que foram pelos fundos, surgiram na entrada principal do restaurante e se juntaram aos seus colegas no tiroteio. A mira deles era definitivamente melhor. Uma bala atingiu o espelho esquerdo traseiro, que se dividiu em mil pedaços.

— Droga! — exclamou o magrelo, ao abaixar a cabeça por instinto, e tentar ligar o carro.

— General, entre — berrou o gordão, lançando outra explosão na direção dos agressores.

Com a agilidade de um jovem, Campbell se jogou no banco de trás, no exato instante que uma bala voou perigosamente próxima da sua perna esquerda e se alojou na porta aberta. Com um movimento rápido, ele soltou o banco de trás e conseguiu passar para o bagageiro. Logo avistou uma série de granadas enfileiradas dentro de um contêiner de poliestireno. Sem parar para pensar, agarrou uma, e depois de remover o detonador, arremessou-a para os agressores.

— Granada! — berrou e se agachou.

Enquanto uma nova explosão de AK-47 quebrava a janela de trás e destruía o farol traseiro direito, a granada de mão rolou silenciosamente no meio do pequeno grupo de agressores, que cientes do perigo iminente, se atiraram no chão, agachando o máximo que podiam. A granada explodiu com um ruído ensurdecedor e um clarão ofuscante rasgou a escuridão da noite.

O gordão, aproveitando a manobra de surpresa do General, correu para o lado do passageiro, pulou a bordo, e com uma perna ainda para fora, gritou: — Vai, vai!

O magrelo pisou no acelerador e o carro, guinchando os pneus, avançou direto para a velha porta do barraco abandonado. O veículo lançado em velocidade facilmente tirou proveito das chapas de metal enferrujadas do painel, que caiu pesadamente para dentro. O carro continuou em sua corrida maluca, destruindo tudo no caminho. Velhas panelas de barro, engradados de madeira podre, cadeiras e duas velhas luminárias foram arrastadas e jogadas para o ar, levantando uma grande nuvem de areia e entulho. O magrelo que dirigia estava tentando desviar o quanto podia, usando o peso do corpo para girar o volante para a esquerda e a direita, mas apesar de todo o seu esforço, ele não conseguiu desviar da coluna central de madeira podre que segurava o telhado, partindo-a por inteiro. O barraco deu uma chacoalhada, rangeu, e então, como se um enorme peso tivesse caído no telhado, literalmente comprimiu-se em si mesmo. Tudo isso aconteceu ao mesmo tempo em que os três, tendo derrubado a parede de fundo também, fugiram da velha oficina, seguidos de um barulho ensurdecedor e uma grande nuvem escura. O carro, agora descontrolado, bateu numa pilha de lixo deixada à beira da estrada, e finalmente parou.

— Que inferno — disse o General, que já havia batido a cabeça várias vezes no encosto de braço da porta. — Quem te ensinou a dirigir assim?

Em resposta, o magrelo pisou no acelerador de novo, e tentou achar um caminho no meio do lixo. Vários trapos coloridos ficaram presos entre as rodas, e uma velha televisão ficou pendurada no para-choque traseiro. Ele teve que percorrer pelos detritos por um bom tempo antes de finalmente alcançar a beira da estrada. Com uma pancada seca, o carro atravessou o asfalto e os três estavam novamente na estrada principal, rumo à leste.

— Quem diabos eram eles? — perguntou o gordão enquanto se acomodava no banco e tentava fechar a porta.

— Pergunte ao seu amiguinho dono do restaurante — retrucou o magrelo.

— Se eu conseguir pegá-lo de novo, vou fazê-lo engolir todos os seus talheres, incluindo as conchas.

— Mas o que esperava, amigo? Já devia saber que não pode confiar em ninguém aqui — E ao virar numa estrada secundária à direita, acrescentou: — Pelo menos comemos alguma coisa.

O carro negro saiu crepitando na escuridão da noite, deixando uma trilha irregular de líquido estranho por onde passava.

Astronave Theos – O Presidente

— Mas da onde extrai energia para criar um campo de força tão potente? — perguntou o Coronel intrigado, ao observar atentamente o suporte de vela que acabara de ser criado.

— A energia está em tudo, em todos os lugares do Universo — respondeu Azakis. — Tudo que o forma, é feito de matéria, e a matéria não é nada mais que uma forma de energia e vice-versa. Mesmo os seres vivos não passam de formas simples de energia e matéria.

— Somos feitos da mesma substância que as estrelas — sussurrou Elisa extasiada, lembrando uma velha frase de alguém cujo nome não lhe via à mente naquele instante.

— Concordo, mas a partir desse ponto até a possibilidade de aproveitá-la desse modo, é um grande salto — disse o Coronel.

Ele estava quase pedindo mais esclarecimento, quando um som de blues, do seu celular, o interrompeu.

— Agora quem diabos será? — disse em voz alta, enquanto lia o nome do autor da chamada: "Camp Adder—Prisão."

— Coronel Hudson — respondeu secamente no microfone.

— Coronel, finalmente.

Imediatamente Jack reconheceu a voz do sargento negro que o acompanhara em muitas missões. — Sargento, o que é?

— Estive lhe procurando por horas. Onde está?

— Ah, direi que estou correndo por aí como o vento. Mas, Sargento, qual é o problema?

— Apenas queria informar-lhe de que seu pedido de transferência do General foi conduzido sem quaisquer transtornos.

— Pedido de transferência do General? Que diabos está falando?

— Tenho em minhas mãos uma ordem por escrito, assinada pelo senhor, autorizando o General Richard Wright e o Coronel Oliver Morris a transferir o General Campbell para um lugar ultrassecreto. Verifiquei e é a sua assinatura.

— Mas eu não autorizei nada desse tipo — O Coronel fez uma breve pausa e então disse: — Onde está o General agora?

— Não tenho ideia, senhor. Os oficiais que mencionei levaram-no sob custódia.

— Droga, ele conseguiu fugir — Então teve um palpite e disse: — Sargento, seria capaz de descrever os dois soldados que levaram o General?

— Certamente. Um era alto e magro e o outro mais baixo e obeso. Eles tinham...

— Ok, Sargento, é suficiente. Eu compreendo. Obrigado.

— Espero não ter feito asneira.

— Não se preocupe, não foi culpa sua — e encerrou a conversa.

— O que houve? — perguntou Elisa preocupada.

— Aqueles dois que nos atacaram e que capturamos, fugiram e conseguiram que aquele desgraçado do General Campbell também escapasse.

— Lamento, querido, de verdade, mas não deixe isso te perturbar. Temos problemas muito mais sérios para nos concentrarmos neste instante, não é?

— Você tem razão — e assim dizendo, fez o suporte de vela deslizar pelas mãos de Elisa, e mostrando para Azakis, perguntou: — Onde nós paramos?

— A fonte de energia.

— Certo. Eu queria dizer, como diabos essa coisa funciona?

— Bem, não é tão simples de explicar, mas podemos dizer que ela absorve toda a energia em volta e a molda no formato para o qual foi programada.

— Bom — disse Jack, confuso. — Não posso dizer que entendi muita coisa. Mas o fato é que funciona, e muito bem. Acha que essa tecnologia também poderia ser reproduzida na Terra?