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Uma Luz No Coração Da Escuridão
Uma Luz No Coração Da Escuridão
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Uma Luz No Coração Da Escuridão

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— Garota idiota! — rosnou ele. — Por que ela tinha que ser sempre tão difícil de lidar? — Ele lançou um olhar feroz para nada em particular enquanto pensou no irritante guarda de segurança com o qual Kyoko tinha saído.

Ele ainda se sentia lívido quando ouvira a voz de Kotaro no apartamento de Kyoko mais cedo. Nada seria melhor do que arrancar a cabeça do homem e jogá-la onde o sol nunca alcançaria. Toya sempre teve um sexto sentido sobre as coisas e seus sentimentos lhe diziam que Kotaro não era o que parecia ser.

— Um lobo vestido em pele de cordeiro, isso que ele é — sorriu, depois sentiu um pouco de culpa porque ele também escondeu coisas de Kyoko. Coisas que ele mesmo não conseguia explicar.

Quando criança, ele tinha aprendido a ocultar suas habilidades incomuns dos outros, habilidades como a força e velocidade inumanas, bem como seus sentidos de olfato e visão. O único problema era que os poderes iam e vinham como queriam. Ele não conseguia invocá-los de repente e talvez isso fosse uma coisa boa.

Perdido em pensamentos, Toya sentiu a pele formigar quando viu o guarda encostado na porta do prédio de segurança.

— Falando do diabo e ele aparece — Toya fuzilou o olhar para Kotaro, quase passando por ele, e depois parou de repente. — O que diabos está fazendo aqui? — rosnou ele.

Kotaro ergueu-se a toda a altura e caminhou até onde o suposto acompanhante de Kyoko estava, grunhindo para ele. Olhando ao redor e não a vendo em lugar nenhum, seu comportamento descontraído tornou-se tenso e Kotaro perfurou Toya com um olhar irritado.

— Onde está Kyoko? Pensei que ela estivesse com você esta noite.

Se tinha uma coisa que Toya odiava era ser confundido e agora ele não estava com a mínima vontade de o ser.

— Seu babaca! Pensei que ela tivesse saído com você — falou ele sem pensar.

A paciência de Kotaro agora estava seriamente esgotada. Kyoko disse que iria sair com Toya e ela havia mentido.

— Droga!

Sem nem dar uma olhada para Toya, ele saiu na direção em que Kyoko mora, esforçando-se contra a necessidade de usar sua velocidade sobrenatural. Por que ela mentiu para ele? Se ele soubesse que ela não estava com o idiota, ele a teria seguido.

Toya sentiu um momento de pânico quando viu que a preocupação se infiltrava nos olhos de seu rival e a maneira como ele partira a uma velocidade vertiginosa não o fez se sentir melhor. Algo dentro dele confiava em Kotaro completamente, mas ele nunca lhe diria isso.

Sem sequer pensar no que estava fazendo, ele partiu depois de Kotaro para ver aonde ele estava indo. Facilmente alcançando-o, mas notando a velocidade em que ambos estavam andando, algumas das suspeitas de Toya foram confirmadas. Kotaro era mais do que parecia ser. Eles tinham o mesmo DNA ou algo assim? — rangeu os dentes, detestando esse pensamento.

Dentro de um minuto, Kotaro estava batendo na porta do apartamento de Kyoko esperando com todas as forças que ela estivesse lá. Espancando as duas palmas contra a porta inocente, ele gritou:

— Droga, Kyoko! Onde você está? — O temor e a preocupação se infiltraram em cada poro de seu ser. — Isso não é bom — resmungou.

— O que não é bom? — Toya quis ficar logo atrás de Kotaro.

A intensidade das vibrações que Kotaro estava liberando estava fazendo o peito de Toya doer. Se ele soubesse que Kyoko não estava com Kotaro, ele teria vindo apenas para estar perto dela. Ele deveria ter seguido seus instintos e ido mesmo assim. Ele teria que colocar uma maldita coleira naquela garota mais cedo ou mais tarde.

Kotaro se virou, tendo esquecido completamente de Toya devido à pressa para chegar até Kyoko. Agora, tendo alguém em quem descontar sua raiva, ele atacou:

— Pensei que ela estava com você! — Kotaro apertou o punho e guardou a raiva dentro de si antes de ir longe demais. — E como diabos você conseguiu manter meu ritmo? Não importa, não responda.

Toya olhou para ele, surpreso pelo guarda de segurança ter percebido, mas deu de ombros.

— Sou só um idiota rápido.

Acalmando sua metade dominante, Kotaro abriu os olhos azuis e penetrantes, fixando-os na pessoa que o ajudaria a encontrar "sua Kyoko". Já era ruim o suficiente Toya não ter renascido um vampiro para que pudessem descontar a raiva brigando, mas agora Toya estava recuperando suas habilidades do passado e não tinha ideia do porquê. Para piorar as coisas, o melhor amigo de Toya era Shinbe e Shinbe também não tinha ideia de seu passado.

Kotaro esmagou a palma da mão contra sua testa, perguntando-se por que diabos ele confiou em Toya para cuidar dela, pela segunda vez, quando ele havia falhado na primeira. O fato de Toya não se lembrar de nada impedia que Kotaro desabafasse. Ele inalou profundamente, absorvendo a verdade. Ambos falharam com ela. Seus lábios se estreitaram enquanto ele olhava em silêncio.

Toya deu um sorriso meio sincero.

— Então, ela mentiu para você e te dispensou dizendo que estava saindo COMIGO. Ha! — Mesmo sabendo que ela tinha feito o mesmo com ele, ele não deixaria Kotaro saber disso.

Kotaro respirou fundo novamente, tentando manter seu temperamento sob controle. Era como falar com uma maldita criança.

— Isto não é uma droga de jogo, pirralho. Garotas estão desaparecendo a torto e a direito no campus e na cidade há mais de um mês. Agora, nenhum de nós sabe onde Kyoko está. — Kotaro podia ouvir o pânico em sua própria voz, mas ignorou. — Você tem alguma ideia para onde ela poderia ter escapado?

Toya podia sentir seu peito se esmagando com preocupação pensando que Kyoko estava em perigo.

— Droga! — virou-se para a porta de Suki e começou a bater até que ele ouviu a porta fazer um ligeiro som de quebra, fazendo-o aliviar as batidas. Ninguém atendeu.

— Merda! — Quase em estado de pânico, Toya procurou seu telefone celular esperando que Shinbe soubesse onde as meninas estavam. — Atende, seu tarado! — gritou ele para o telefone que ainda estava tocando. Depois do quarto toque, Shinbe finalmente atendeu.

— Shinbe! Você sabe onde Suki e Kyoko estão? — Ele deu uma olhada para Kotaro quando ele se aproximou como se estivesse esperando para ouvir a resposta.

Na outra extremidade do telefone, Shinbe deu um sorriso esclarecedor.

—Talvez...

*****

Kyou ficou escondido na escuridão enquanto observava a menina com seus amigos. Ele ficou sabendo que seu nome era Kyoko ao ouvir sua conversa. Até o momento, o menino chamado Tasuki tinha mantido as mãos quietas, o que era bom, considerando que Kyou decidiu deixá-lo viver, desde que ele não se aproximasse demais dela. Ele parecia inofensivo o suficiente, mas um pouco apaixonado demais por ela.

Chegaram à pista de dança e a menina e a amiga tinham começado a dançar juntas. A forma como elas estavam dançando era indecente.

— Deve ser o álcool que ela consumiu tão rapidamente — ele teve dificuldade em acreditar o contrário.

Um grunhido baixo vibrou em seu peito quando sua visão foi obstruída por um grupo de malandros humanos. Ouvindo seu aviso e depois vendo o congelante olhar dourado que ele enviou, eles rapidamente foram para o outro lado da boate. Os cantos dos lábios de Kyou indicavam um sorriso divertido quando ele viu o jeito como os malandros saíram em disparada.

Ele voltou sua atenção para a pista de dança, se concentrando na jovem que o deixava perplexo. A visão que teve fez seu sangue ferver com ira. Um grunhido cruel surgiu de algum lugar desconhecido enquanto olhos dourados zangados piscavam vermelho de sangue.

O inofensivo Tasuki estava dançando com Kyoko como se estivesse seduzindo-a.

*******

Kyoko foi se perdendo na sensação das mãos de Tasuki sobre seus quadris, acariciando a pele nua na cintura dela quando ele assumiu o controle da dança. Ele realmente estava sexy com o cabelo desarrumado e com a dança sensual que estavam fazendo. Uma risadinha escapou de seus lábios quando pensou nisso.

Ao senti-lo acariciar sua pele na base de sua coluna, ela notou que os olhos do rapaz estavam quase completamente pura ametista.

Suki, decidindo que precisava de algo frio e molhado, bateu na bunda de Kyoko.

— Ei, vocês dois! Preciso de algo refrescante - riu de sua frase tola enquanto arrastava o casal para a mesa que haviam ocupado anteriormente na esperança de outra bebida.

*****

Kyou estava tentando desesperadamente acalmar seu sangue furioso. Seu nervo de ferro e conduta calma desapareceram completamente ao testemunhar o garoto Tasuki dançando com Kyoko como se ele fosse seu amante.

Nos recessos de sua mente, ele sabia que precisava acalmar-se rapidamente, caso contrário, Hyakuhei sentiria sua presença, se ele ainda não o tivesse feito. Respirando fundo para se acalmar, ele mentalmente repreendeu-se por sua tolice.

Durante séculos, ele havia sido um demônio da noite, frio e indiferente. Sua determinação era como uma montanha que nunca oscilava e jamais poderia ser forçada à submissão. Suas emoções eram mantidas pelo seu exterior frio e inquebrável por uma razão, para que ele pudesse esconder sua aura do verdadeiro inimigo.

Em uma noite, a presença de uma jovem, além de inocente e pura, tinha feito ele vacilar pela primeira vez em sua vida de morto-vivo.

Indiferentes ao enfurecido vampiro de cabelos prateados, o trio voltou para suas cadeiras. O riso inocente de Kyoko flutuou para ele, mal acalmando sua raiva. Sua tensão aliviou um pouco e ele se questionou por que havia reagido de forma tão possessiva em relação à garota.

Seu olhar estreitou-se, atirando punhais ao menino com ela, prometendo uma morte lenta e agonizante se ele sequer demonstrasse sair da linha de novo. Ela precisava de um guardião.

Kyou não conseguia entender a imensa força que ela exercia sobre ele, mas observá-la tornou-se um vício. Sua beleza e inocência o hipnotizaram e ele começou a se perguntar se sua pele era tão suave quanto parecia. Se zangou ao ver outro copo de bebida colorida parar diante dela.

Com cada gole que ela tomava, o resplendor da luz pura que a rodeava parecia vacilar e enfraquecer. Já estava bem mais difícil detectá-la. Se ela continuasse a beber a água do diabo diante de si, logo ela iria cair na escuridão.

Como se estivesse desafiando-o, ele viu quando a menina tirou o canudo do copo e drenou o resto do líquido poluído.

Kyou fez algo que não fazia há séculos: sorriu, sabendo agora que o segredo dela estaria a salvo do mal que tinha acabado de entrar na boate. Talvez esconder a aura pura de uma menina tão impossivelmente inocente e linda não era tão ruim, afinal.

Kyou recuou para as sombras assim que seu inimigo emergiu delas.

*****

Hyakuhei atravessou a porta sem dar atenção aos mínios que seguiam em sua sombra. Eles poderiam procurar sua própria diversão hoje. Eles só prejudicariam seus planos se ele permitisse que os mínios se juntassem a ele. Seus olhos carmim avistaram a demonstração de corpos quentes diante de si com interesse.

Ele havia sentido vida aqui, escondida em algum lugar entre os humanos. A vida tinha chamado por ele como um amante que anseia por seu toque, mas agora a sensação de carícia quase acabara, como se fosse extinta.

Ele havia se alimentado bem na noite anterior e não estava sentindo nenhuma necessidade de se alimentar. Não, hoje ele tinha outra coisa em mente. Esta cidade guardava o poder do lendário Cristal do Coração Guardião, ele tinha certeza.

Todas as estradas que ele pegou, buscando a luz escondida, o levaram até aqui. Mesmo agora, ele podia sentir uma luz esquiva escondida sob a escuridão enquanto ele se encostava na parede, observando os humanos.

Vários dos mortais inocentes já o haviam notado e ele sabia que eles iriam até ele, oferecendo suas almas por engano.

A simples atração pelo alto, sombrio e bonito sempre facilitava capturar sua presa. Seus longos cabelos escuros fluíam ao redor dele em ondas, como pano de fundo para sua aparência incomparável. Ele podia sentir a luxúria emanando dos humanos, mas hoje à noite ele não lhe deu atenção.

Às vezes, ele transformava uma alma inocente só para matá-la na noite seguinte. Ele só dava o dom da vida eterna quando lhe era útil e isso acontecia apenas uma vez em cada século. Mas esta noite, ele iria procurar alguém que o ajudaria em sua busca para determinar quem guardava o Cristal do Coração Guardião.

Os olhos do Hyakuhei escureciam com seus pensamentos. A última vez que chegou tão perto do misterioso cristal da lenda, a menina que carregava o cristal poderoso detectou sua intenção. Antes que ele pudesse detê-la, ela se matou, levando o cristal consigo, além do alcance dele mais uma vez.

A mente dele voltou para o presente, com um sentimento de anseio. Tinha sido um grande desperdício, pois a jovem tinha uma beleza e pureza incomparáveis e imaculadas. Seu corpo esguio não fazia nenhum movimento enquanto ele vislumbrava vagarosamente a multidão, com seus olhos da meia-noite.

O cristal só reaparecia a cada mil anos, de acordo com os pergaminhos que ele havia tirado do mago Shinbe, antes de tomar sua vida. Seus lábios insinuavam um sorriso cruel, lembrando-se daquele crime em particular, muito delicioso.

Contando os anos a partir daquele momento, a donzela escolhida que agora guardava o cristal perto de seu coração teria vinte e um anos, possivelmente um pouco mais nova. Hyakuhei sentira isso na vizinhança da universidade e agora aqui na multidão de universitários na boate.

O fato de que esta cidade foi construída no mesmo terreno onde o cristal tinha desaparecido apenas comprovava que seria o mesmo lugar para o seu renascimento.

Se ele não achasse quem guarda o Cristal do Coração Guardião, recrutaria alguém que fosse aceito entre os jovens e o ajudaria em sua procura. Uma pessoa não humana, uma criatura da noite, acima de tudo, poderia detectar o poder que ele queria e desejava para si mesmo.

Um sorriso malicioso agraciou seus lábios perfeitos em antecipação da excitação da caçada. Tendo chamado seus filhos mais favorecidos para se juntarem a ele, desta vez ele teria o que desejava. Ele estava na escuridão tempo demais e até mesmo as coisas mais prazerosas começaram a aborrecê-lo.

Hyakuhei queria algo novo e um desafio era exatamente o que precisava para despertá-lo de sua vida de sono. Ele pôde sentir vagamente uma perturbação no ar e sorriu com entendimento. Não haveria nenhuma pressa, pois o que é o tempo para um vampiro?

*****

Tasuki viu com surpresa Kyoko acabar com o último gole de seu chá gelado. Seus olhos agora castanhos e suaves olharam para sua própria bebida que ainda estava cheia, um olhar preocupado em seu rosto.

— Ah, Kyoko, se você está com sede, posso buscar chá de verdade no bar, se quiser — sorriu ele sorriu ao ver Kyoko corar por ter percebido o que ela acabara de fazer.

Suki ergueu uma sobrancelha quando notou o copo vazio de Kyoko e se encolheu interiormente sabendo que Kyoko a mataria com felicidade por causa da ressaca. Ela deu um encolher de ombros mental, convencendo-se de que esta noite eles estavam comemorando e Kyoko a perdoaria, algum dia.

Olhando para Tasuki com a melhor expressão de "Por favor me ajude, estou com problemas", Suki concordou.

— Acho que pode ser uma boa ideia. — Ela piscou para ele com um ar de travessura, encorajando-o.

Ela sempre gostou de Tasuki e muitas vezes desejava que Kyoko saísse com ele mais vezes, em vez de Toya, de quem ela gostava, mas ele nem sempre tratava Kyoko tão bem como deveria. Ela estava contente por Kyoko receber o que dá e por não deixar Toya oprimi-la.

E também havia Kotaro, que poderia ir embora com a Kyoko e se casar com ela, se tivesse uma chance. Ele era legal e a tratava como uma deusa, mas Suki não estava confortável com a ideia de perder sua melhor amiga também.

Os olhos de Suki iluminaram-se ao pensar em armar para Tasuki e Kyoko ficarem juntos, especialmente depois do jeito como eles haviam dançado agorinha. Ela não se deixaria enganar, pois Kyoko podia ser bem assustadora quando fica muito zangada. A garota teria que ter coragem para namorar dois cabeças quentes como aqueles com que ela convivia. O sorriso de Suki suavizou ao pensar em seu próprio namorado, embora ela nunca admitiria tal título.

Shinbe era tão louco quanto os dois amigos de Kyoko, se não fosse mais louco ainda.

Trazendo seus pensamentos de volta ao presente, Suki levantou-se com um sorriso dissimulado.

— Vou falar com o DJ para tocar minha música favorita, já volto! — Com isto, ela deixou os dois a sós. Secretamente, ela esperava que o tempo a sós acendesse uma pequena chama ardente entre os dois.

Kyoko olhou para Tasuki, se sentindo com a cabeça vazia, e sorriu com culpa.

— Eu adoraria um chá, ou talvez um café seria ainda melhor. Mas, às vezes, a cafeína é quase tão ruim quanto o álcool. — Ela riu de sua própria piada. — Se você não se importa em comprar enquanto vou ao banheiro. — Ela pegou a mão estendida de Tasuki e o deixou ajudá-la a se levantar.

Kyoko piscou rapidamente quando as coisas começaram a parecer um pouco distorcidas e depois deu uma risadinha.

— Já volto. — Ela olhou para as paredes, procurando a direção do banheiro. Ao vê-lo mais perto da porta da frente, ela saiu, esperando não parecer tão bamba quanto sentia. Talvez se ela jogasse um pouco de água fria no rosto e não bebesse mais álcool esta noite, tudo ficaria bem.

O corpo de Kyou ficou tenso quando viu a cabeça da menina ir direto para o último lugar que queria que ela fosse: a entrada e o inimigo. Com seus assombrados olhos dourados matizados de rosa e com um rosnado agravado, sua forma desapareceu, como se ele nunca tivesse estado lá.

A mente enevoada de Kyoko se perguntou por que eles colocaram os banheiros lá na frente, perto da porta, enquanto ela via uma horda de gente que ainda entrava na boate. Alguns dos recém-chegados pareciam já estar em ritmo de festa, e o ruído dentro do salão de dança estava amplificado.

Yohji, um dos caras do campus, veio tropeçando, não vendo para onde estava indo. Seu irmão já o havia convencido a ir a alguns bares no fim da rua mais cedo e eles acabaram de sair do último para tentar este. Quando ele se virou para chamar seu irmão mais novo, Hitomi, ele esbarrou num corpo macio e quente.

Ouvindo um gritinho feminino, Yohji instantaneamente estendeu a mão e a pegou com os dois braços. Quando seus olhos se acenderam no rosto daquela que ele segurava, um sorriso selvagem se espalhou por seus lábios.

— Kyoko?

Quando a boate resolveu parar de girar e ficou nítida de novo, Kyoko olhou para o cara que esbarrou nela e depois deu um de herói tudo ao mesmo tempo.

— Yohji? Oi... — Kyoko corou quando ele a abraçou mais forte e ela imediatamente tentou se esquivar.

Nada bom! Nada bom — repetiu ela em algum lugar dentro de sua cabeça. Ela podia ouvir o alarme interno alto e claro.

Ela já havia encontrado várias vezes com Yohji na escola e, apesar dele ser bastante popular com as garotas, sendo extremamente bonitão e tudo o mais, ela sempre tentou evitá-lo. Ele era muito agressivo para o seu gosto e ela escolheu ficar bem longe dele e do grupo com o qual ele andava.