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Coisas Perigosas
Amy Blankenship
Steven Wilder apaixonou-se pela sedutora manejadora de morcegos em mais sentidos do que ficar apenas de beiço caído… ele queria ficar com ela. Ao descobrir que ela estava prometida à máfia, isso deu-lhe razão mais do que suficiente para raptá-la e fazer dela a sua companheira… para a proteção dela, claro.
Todos dizem que existem dois caminhos na vida, mas para Jewel Scott ambos eram demasiado perigosos. Um levava a Anthony, um lobisomem psicopata e assassino que era também o chefe da máfia da cidade e seu noivo... contra a sua vontade. O outro caminho levava a Steven, um lobipuma que ela tinha atingido com um taco de beisebol no primeiro encontro de ambos. Ele retaliou, sequestrando-a e fazendo dela a sua parceira. Steven Wilder apaixonou-se pela sedutora manejadora de morcegos em mais sentidos do que ficar apenas de beiço caído… ele queria ficar com ela. Ao descobrir que ela estava prometida à máfia, isso deu-lhe razão mais do que suficiente para raptá-la e fazer dela a sua companheira… para proteção dela, claro.
Anthony Valachi tornou-se obcecado por Jewel quando ela ainda era uma criança e, sob o domínio da máfia, conseguiu ter controlo sobre a sua noiva. Se alguém pensasse que podia roubá-la dele, estava enganada… totalmente enganada.
Coisas Perigosas
Saga Laços de Sangue Livro 3
Amy Blankenship, RK Melton
Tradução de Susana Franco
Título original: Dangerous things
Copyright © 2012 Amy Blankenship
Segunda edição publicada por TekTime
Todos os direitos reservados.
Capítulo 1
Envy percorreu o quarto, guardando algumas das suas coisas na mala de couro preta. Parou e olhou para o irmão quando percebeu que ele desempacotava as suas coisas de toda a vez que ela virava as costas para ir buscar mais. Ele respirava no seu pescoço desde que ela chegou a casa e ela começava a ficar realmente frustrada com ele.
"Para com isso," Envy estalou quando puxou um punhado de roupas para longe dele e as atirou de volta para a mala. Atirou os seus longos cabelos ruivos para cima do ombro e lançou-lhe um olhar de advertência.
“Mas ir embora? Conhecê-lo ao quê... uma semana? Tens a certeza de que é isso que queres fazer?” Chad repetiu como se fosse um mantra.
"A resposta ainda é a mesma, Chad," informou Envy com voz firme, imaginando quantas vezes teria que dizer-lhe isso antes que ele realmente a ouvisse. Ela olhou fixamente para ele e, tratando-o como uma criança tola, disse as palavras muito lentamente: "Quero morar com o Devon e é exatamente isso que vou fazer."
"Como podes ter certeza de que daqui a uma semana ou um mês, ele não encontrará outra miúda e deixa-te?" Chad exigiu desesperadamente.
"Ele não vai fazer isso." Ela continuou a fazer as malas, tentando bloquear a sensação incómoda de que estava a abandonar o irmão. Era um homem crescido, pelo amor de Deus, e polícia.
“Não podes ter a certeza disso. Quer dizer, ele dança seminu naquele clube todas as noites e tu ficas presa atrás do bar a servir bebidas a pervertidos," Chad exclamou, pronto para começar a entrar em desespero. O que ele realmente queria fazer era gritar com ela por se envolver em algo tão perigoso... com alguém tão perigoso.
Envy parou de fazer as malas e olhou para o seu único irmão, que amava muito, mas que se preparava para o esganar. “Primeiro, eu tenho certeza. Segundo, ele pode estar seminu, mas fica ótimo assim. Terceiro, vou dançar com ele na jaula. E quarto," ela inclinou-se para mais perto, como se estivesse prestes a contar um pequeno segredo, "precisas mesmo de dar uma queca."
Chad olhou para a irmã: "Eu não preciso de queca nenhuma." Ele rosnou quando ela levantou uma sobrancelha para si.
"Precisas sim." Ela abriu uma gaveta e tirou um punhado de lingerie sensual.
"Não, não preciso." Chad fechou a mala antes que ela pudesse colocá-las lá, rezando para que fosse apenas uma enorme mala para pernoitar.
"Precisas sim." Envy sacudiu a lingerie no rosto dele como se quisesse fazer uma observação.
"Não, não preciso." Ele arrancou-as da mão dela.
"Não, não precisas." Ela estreitou os olhos com raiva.
"Preciso sim." Chad fez uma pausa, em seguida, deu um soco de punho cheio na lingerie pelo ar. "MERDA!"
Devon estava na sala, encostado à parede com os tornozelos cruzados e as mãos nos bolsos das suas calças de ganga... tentando não cair na gargalhada. A discussão deles fê-lo lembrar-se do seu relacionamento com os seus irmãos adoráveis.
Poderia dizer que Chad realmente se importava com Envy, por isso não se meteu entre eles. Chad apenas fazia o que sabia melhor... ser o irmão mais velho de uma ruiva. Não, ele não os impediria, mas pagaria um bom preço só para assistir.
Devon riu alto e tentou encobri-lo com uma tosse falsa. Alguém bateu à porta e os seus olhos azuis gelados se estreitaram a imaginar quem diabos estaria a visitar os irmãos antes do amanhecer.
"Devon, podes abrir para mim?" Chad chamou.
"Claro," respondeu Devon e afastou-se da parede antes de se mover em direção à entrada. Abrindo a porta, não pôde deixar de sorrir para o olhar surpreso no rosto de Trevor. "Olá Trevor, há quanto tempo."
Como prometido, Trevor viera conversar com Chad sobre o que vira na igreja. A última coisa que esperava era que Devon Santos abrisse a porta. Incapaz de controlar a sua reação, Trevor instantaneamente levantou o punho e bateu no nariz do jaguar... com força.
Devon recuou alguns passos e limpou o sangue do nariz. Olhou para Trevor, arreganhando os dentes. Antes que Trevor se pudesse mover, Devon derrubou-o para fora da porta e em direção ao jardim da frente.
As suas roupas rasgaram e caíram quando os dois mudaram para as suas formas animais. Devon circulou em volta do Kodiak e lançou-se com um grito alto de jaguar. Trevor rugiu e levantou-se sobre as patas traseiras enquanto tentava agarrar o jaguar preso às suas costas.
Lá dentro, Chad e Envy ouviram o rugido de Devon e correram pela casa até à porta da frente. Congelaram quando viram Devon a lutar com um urso enorme no seu quintal. O polícia ficou instantaneamente grato por não viverem a pouca distância de vizinhos.
Chad ligou o seu interruptor mental, desligando todas as emoções. Era algo que fazia clique dentro de si que sempre o deixava completamente calmo e frio... mesmo no meio de um tiroteio. Chegando ao coldre no quadril direito, Chad puxou a pistola e atirou uma vez para o ar, tentando chamar a atenção deles. Franziu o cenho quando aquilo nem sequer os perturbou e levou um soco no braço esquerdo.
"Avisa quando fores disparar essa coisa!" Envy exclamou enquanto segurava a mão sobre a orelha direita e se encolhia com o barulho alto.
Zachary afastou-se do carro com um suspiro enorme e olhou para as duas crianças a brigar. Uma vez mais, as cabeças mais frias teriam que intervir. Sorriu para a sua piada interna porque ninguém jamais usaria a palavra calmo para descrevê-lo. Levantando a mão à sua frente, disparou uma onda de calor em direção aos dois transmorfos, fazendo-os pular para trás quando uma única corrente de fogo correu pelo quintal, separando-os.
"Se não quiserem o vosso pelo chamuscado, é melhor transformarem-se em homens e fingirem ter um pouco de bom senso," alertou Zackary quando outra chama começou a crescer na sua mão estendida. "Vão agir como adultos ou crianças? Porque isso não faz nenhuma diferença para mim." Ele sorriu friamente quando a chama aumentou e se inclinou em direção ao alvo.
Sabendo que Zackary o faria, Trevor voltou a mudar de forma e olhou através das chamas para o seu oponente. Só de olhar para o homem que lhe roubara Envy, a sua pressão arterial ficou tão alta que precisou concentrar-se só para manter a forma humana.
Devon voltou a transformar-se, mas manteve a sua postura de luta, não confiando em Trevor, já que ele poderia atacá-lo. Ficou momentaneamente distraído ao ouvir o alto “Santo Deus” de Chad e rapidamente olhou para os irmãos. Vendo Envy de olhos arregalados para Trevor... que agora estava nu, Devon rosnou profundamente querendo a sua atenção de volta aonde pertencia... em si.
Envy esfregou a têmpora agora que os dois homens estavam nus, felizmente apenas com ferimentos leves. Devon mostrara-lhe o quão rápido podem os lobisomens curar-se, então ela sabia que com eles nada era tão mau quanto parecia. O seu olhar viajou por Trevor, ainda chocado por ela estar a namorar um urso maldito há tanto tempo e não saber disso.
Trevor sorriu ao apreciar que o rosnado de Devon indicava ciúmes... serviu bem a carapuça ao jaguar.
Chad pestanejou, imaginando quem lhe havia dado o ácido. Normalmente o mais calmo em más situações, ele inspirou profundamente e então afastou-se da porta para ficar à mesma altura. “Esta casa é minha, por isso jogamos de acordo com as minhas regras. A Envy vai ficar aqui comigo, e todos os que não são humanos vão embora.” Ele tentou fechar a porta, mas Envy impediu-o.
“Não sem a minha companheira,” Devon rosnou a tentar livrar-se do efeito de eco que recebia. Droga, quem diria que Trevor era tão forte? O conhecimento não lhe caiu bem.
“Veste-te,” Envy franziu a testa e lançou os seus olhos curiosos para Zackary. Parecia que ele e Trevor poderiam ser irmãos, a sua cor era tão semelhante. A única verdadeira diferença era que Zackary tinha cabelo curto e era um pouco mais alto. "Ok, eu sei o que eles são..., mas e tu?"
Zackary curvou-se elegantemente. “Podes chamar-me apenas de guardião,” ele sorriu quando as chamas se apagaram. “Um guardião de humanos e criaturas paranormais,” endireitou-se e olhou para Trevor. "Não lhe disseste?"
“Não, não disse,” Envy lançou a Trevor um merecido olhar feio, em seguida, voltou a sua atenção para Zackary. "Guardião? O que isso significa exatamente? Tu e o Trevor são irmãos?" Ela não pôde deixar de perguntar.
“Significa que protegemos os dois lados um do outro,” Trevor respondeu e acrescentou: “E não. No que diz respeito à família, não tenho nenhuma.”
"Ah, agora estás cheio de informações," resmungou Envy.
“Tentei dizer-te,” Trevor relembrou-a enquanto vestia o par de calças extras que Zachary acabara de lhe atirar. "Não tenho culpa que não tenhas escutado."
Os lábios de Envy separaram-se para repreendê-lo, mas parou... lembrando-se com culpa da última noite que realmente vira Trevor. Ele disse-lhe ter algo a ver com a CIA, mas ela não acreditou nele. Até o atacou por pensar que era burra o suficiente para cair numa mentira tão idiota. Mas, novamente, como esperava ele que ela acreditasse em si quando ele dançava provocativamente com outras mulheres?
O outro lado disso era... ele ter-lhe dito que era um disfarce para o seu trabalho. Envy franziu a testa para a dor de cabeça que começava a formar-se e decidiu que Trevor era mais idiota do que ela originalmente pensava que era por fazê-la pensar sobre isso.
Chad olhou para o jaguar antes de entrar. Ele saiu alguns segundos depois com um par de calças de ganga e atirou-as a Devon.
"Não precisamos da tua ajuda," declarou Devon enquanto fechava o zíper das calças, em seguida, foi até Envy e deslizou um braço ciumento em volta da sua cintura.
"Ai é? Salvei a tua irmã enquanto estavas ocupado a roubar a minha namorada," Trevor retaliou antes de direcionar o seu olhar aceso de volta para Envy.
Envy ergueu os olhos e fixou-os nos de prata azulada de Trevor. Ainda podia ver a dor neles e isso fez o seu coração apertar desconfortavelmente. Ela não o odiava de todo. Na verdade, ainda amava Trevor..., mas não como amava Devon. Os seus lábios se separaram para tentar explicar, mas Devon interrompeu-a.
"O que vieste aqui fazer? Seguiste-nos?” Devon perguntou, não gostando do facto de Trevor continuar a colocar Envy na berlinda. Ela fez a sua escolha e Trevor precisava aceitar esse pequeno facto antes que isso o ferisse.
“Na verdade, ele veio aqui para me ver,” Chad disse o mais calmamente possível. Virando-se para a irmã, pegou na sua mão e puxou-a gentilmente enquanto olhava por cima do ombro para Devon. "Se não te importas, gostaria de ter um minuto em particular."
Quando Devon a soltou, Chad puxou-a para dentro da porta e fechou-a. Teve mesmo que se controlar para não trancar o ferrolho. Além disso, depois do que acabara de ver no quintal, não era como se uma fechadura de ferrolho adiantasse.
"Tens a certeza de que não queres cá ficar por mais uma noite? Pela minha sanidade?" Ele implorou, mesmo sabendo que perdera o controlo da vida dela há algum tempo.
Envy colocou os braços à volta do irmão e deu-lhe um abraço mais que merecido, depois deu um passo para trás para olhar para ele. “Não posso. Tu viste o que aconteceu na igreja esta noite. Todos dispersaram, por isso o Warren está a tentar marcar uma reunião para de manhã.”
Ela olhou de volta para a porta quando outro pensamento a atingiu. “Além disso, ficar com eles é provavelmente o lugar mais seguro para se estar agora. Na verdade, vou ligar-te e dizer-te a que horas deves comparecer ao encontro e se é no Moon Dance ou no Night Light. Quero que me faças um favor. Traz o Trevor e o tipo da chama para a reunião, porque se o que ouvi for verdade... vamos precisar de toda a ajuda possível.”
"Vampiros?" Chad perguntou, entrando uma vez mais em modo policial, mesmo enquanto esfregava a nuca onde os pequenos e finos cabelos decidiram ficar permanentemente em pé.
Envy assentiu, franziu a testa e balançou a cabeça. "Vampiros sim, mas há um demónio à solta e..."
Chad estendeu a mão e agarrou-a pelos braços. “Um demónio? Ninguém disse nada sobre demónios!"
Envy inalou, em seguida, acenou com a cabeça, esperando que o que ela estava prestes a dizer o fizesse sentir-se melhor: “Sim, um demónio. A boa notícia é que temos dois anjos do nosso lado.” Deu-lhe um sorriso fraco, esperando que ele não desmaiasse.
"Anjos?" Chad deixou-a ir e apoiou-se pesadamente contra a parede, "Santo Deus."
"Exato," Envy assentiu, vendo-o correr os dedos pelo cabelo como se lutasse contra o desejo de arrancá-lo. “Agora lida tu com o Trevor. Fazes isso por mim? Traz ele e o Zackary à reunião de amanhã.” Mordeu o lábio inferior, não querendo fazer outra cena. "E, em troca, não levo as minhas coisas esta noite... se isso te fizer sentir melhor."
Chad acenou com a cabeça e deu um pequeno sorriso. "Combinado."
Ele abriu a porta para deixá-los sair, mas os dois pararam ao ver Zackary parado entre os dois homens com uma palma em chamas, apontada para os dois.
"Céus, estamos de saída," disse Envy e correu para fora da porta agarrando na mão de Devon enquanto fazia um caminho mais curto em direção ao seu carro.
Trevor começou a segui-la, mas Zackary interrompeu-o: “Espera aí, garanhão. Primeiro temos de lidar com o irmão.”
“Entremos e eu preparo um café para nós,” Chad ofereceu, seguido de um suspiro de agradecimento quando Trevor se voltou com raiva e marchou para dentro da sua casa como um homem em missão. Acenou com a cabeça enquanto Zackary seguia Trevor para dentro, depois fechou a porta perguntando-se em que diabos se havia metido.
Assim que a cafeteira começou a funcionar, Chad voltou-se para os seus dois convidados. Neste momento, tinha mais perguntas do que respostas e isso não ajudava em nada. “Agora, que história é essa da Envy dizer que há um demónio à solta? Ela também disse que o Warren convoca todos amanhã para uma reunião sobre o que aconteceu esta noite e ela quer-nos aos três lá."
Trevor não pôde evitar o pequeno sorriso que apareceu nos seus lábios. Então, a Envy queria-o envolvido... queria mantê-lo por perto. Não podia culpá-la. Ao ritmo que Devon a protegia, ela não podia sentir-se tão segura. Saber que ela precisava de si fez com que a maior parte da sua raiva persistente desaparecesse para segundo plano.
"Teríamos invadido aquela festinha de qualquer maneira." Ele olhou para Zackary, que confirmou a declaração. Sorriu novamente, percebendo que veria Envy em algumas horas. "Acho que está na hora de contar o que se passa."
Encolheu-se interiormente ao ver como usava a sua posição para se aproximar de Envy novamente. Também estava bem ciente de como isso pareceria para todos os outros. Devon presumiria que ele estaria a usar Envy novamente, mas isso estava bem longe de ser verdade. Então, uma vez mais, ele não estava numa de usar o irmão para se aproximar dela e fazer o seu trabalho em simultâneo. Devon teria apenas que aprender no amor e na guerra valia tudo... e que vença o melhor transmorfo.
“Sou todo ouvidos,” Chad resmungou e cruzou os braços sobre o peito para chamar a atenção de Trevor de onde quer que ele estivesse. Nunca se considerou um vidente, mas estava a fazer um ótimo trabalho ao ler Trevor naquele momento.
“Não sabemos muito sobre o demónio, apenas que esteve ali preso por vários séculos. A sua existência é anterior a tudo o que temos em arquivo no PIT, mas ainda estamos à procura de pistas,” Zackary começou por dizer e esperava que Trevor o acompanhasse.
"Então sabias que havia um demónio preso debaixo do cemitério sabe-se lá há quanto tempo e não fizeste nada em relação a isso?" Chad exigiu saber.
Trevor ergueu-lhe uma sobrancelha. “O que esperas que façamos? Ajudá-lo a soltar-se? Ele estava lá preso e nem sequer sabemos como diabos um caído e um vampiro foram capazes de quebrar o feitiço que o prendia."
"Caído?" Chad perguntou. "Queres dizer um dos anjos de quem a Envy me falou?"
Zachary acenou com a cabeça. “Sim, sabemos sobre eles há muito tempo. Sabemos que há outros, mas não conseguimos localizá-los e, ao que parece, os dois caídos que viviam na cidade nem sequer sabiam da existência do outro que estava preso na caverna até que um deles desceu até lá."
“Também temos alguém que sabe como lidar com os demónios,” Trevor ofereceu. "Com alguma sorte, ela será capaz de descobrir assim que a chamarmos."
“Ainda não é tarde para recuar,” disse Zachary a Chad. “Basta dizeres e nós limparemos a tua memória de tudo o que aconteceu.”
Chad franziu a testa e começou a servir café para os três. Fora polícia a vida toda porque queria fazer a diferença. Mais de uma vez, porém, sentiu que não fazia o suficiente. Sempre havia mais um traficante de droga, mais um assassino, mais uma infração de trânsito... simplesmente, às vezes, parecia não valer a pena. Mas o que Trevor e Zachary estavam a fazer, fazia diferença... o tipo de diferença que Chad sempre quis fazer.
Tomando um longo gole do seu café, ele pousou a chávena e acenou com a cabeça uma vez. "Contem comigo!"
*****
Angélica decidiu que os telefones eram piores que os demónios quando o dela começou a tocar às três da manhã. Olhando para o identificador de chamadas, estreitou os olhos e agarrou no recetor. Ligando-o, afastou o seu cabelo negro colocando-o atrás da orelha.
“A menos que o mundo esteja a desmoronar, os mares fiquem vermelhos, as sete pragas do Egito voltem ou estejas a morrer, é melhor que haja uma explicação muito boa para me acordares,” ela rosnou.
"Ah, vá lá, amor... isso são maneiras de falar com o teu ursinho Zachy?"
Angelica desligou e jogou a cabeça no travesseiro. Acabara de voltar a dormir quando o telefone tocou novamente. Sem olhar, atendeu e voltou a falar.
"Vou-te apanhar, Zachary," murmurou ela. "A ti e ao teu cachorrinho."
"Santo Deus, retrospetivas do Feiticeiro de Oz," Zachary engasgou-se e Angélica sorriu secretamente das suas palhaçadas, feliz por ele não poder vê-la.
"O que queres?" Ela sentou-se, tirando o cabelo do rosto.
"Apanhámos-te um super desagradável chamado Misery," Zachary ofereceu.
Angelica saiu da cama e acendeu a lâmpada. "O quão desagradável?"